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RENATO POLTRONIERI I. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO, SEGUNDO UMA ESTRUTURA FUNCIONAL: SER HUMANO, SOCIEDADE, CIÊNCIA JURÍDICA E NORMA 1. DIREITO, SOCIEDADE E ESTADO O homem é um ser social, porém a incomensurabilidade das necessidades dos indivíduos e a desarmonia dos interesses não permitem que haja um interesse único. “Onde está a sociedade está o direito; onde está o direito está a sociedade”. O direito deve ser entendido como um conjunto de normas obrigatórias, que regula e harmoniza a sociedade, que necessita de regras de convivência. A sociedade racional-organizada percebeu que o direito é fundamental para o estabelecimento de uma ordem no sistema de interações entre os indivíduos. As normas de direito são instrumentos de salvaguarda e amparo da convivência social. O homem deixa seus desejos pessoais em detrimento do coletivo e atua com plena consciência de que ao cumprir essas regas, também cria condições para que essas regras o respeitem e o protejam, pois fazem parte um mesmo conjunto. A partir de uma ordem racional, o direito limita as ações e desejos dos indivíduos. As regras do direito são anseios de uma sociedade, seguindo uma racionalidade preestabelecida. O direito preocupa-se com o aspecto lógico das normas e se algo é ou não permitido por ela. O direito trabalha com o objetivo de definir e estipular o equilíbrio entre as partes. O direito não representa a igualdade de indivíduos, mas de eventos ou fenômenos sociais. (fato antecedente – ato consequente). O direito é inversamente proporcional à unidade de uma sociedade. O Estado dita as regras e tutela os direitos, conforme os anseios da sociedade. O Estado surgiu de forma natural e possibilitou a sociedade realizar sua AN DR É P AZ organização. O poder estatal se dá pela teoria da origem contratual do Estado. A teoria da formação jurídica do Estado afirma que o Estado só nasce com a Constituição. O Estado é uma criação da racionalidade humana e representa os anseios e desejos de uma sociedade. A teoria monista vê o Estado como única fonte de direito, ou seja, Estado e direito em uma única realidade. Não admite a ideia de qualquer regra jurídica fora do Estado. Através do monopólio do uso da força, só o Estado pode exercer seu poder soberano. A teoria dualista vê o Estado e o direito como duas realidades distintas. O direito é uma criação social e não estatal, sendo um fato social em contínua transformação. O Estado é o encarregado de traduzir o direito em forma positiva para seus destinatários e de implantá-lo na sociedade. Também está submetido ao império da lei. As regras que foram objetivadas são produto de uma realidade vivenciada (fato antecedente – ato consequente). O Estado, através do princípio da legalidade, tem por objetivo assegurar a proteção dos direitos individuais. O Estado cria, aplica e impõe o direito. O Estado, juridicamente constituído, significa sociedade juridicamente organizada, com um povo, um território e um governo. É uma instituição necessária e irrenunciável. 2. DIREITO E JUSTIÇA Justiça é uma ideia racional e uma sensação relacionada a uma ação individual ou coletiva. Ser justo juridicamente é aplicar uma regra de direito preestabelecida para determinada ação (fato antecedente – ato consequente). Não existe justiça sem ação. A justiça se assemelha com retribuição e equilíbrio da ação e da consequência prevista. AN DR É P AZ Justiça vertical: irracional e subjetiva; explosão descontrolada. Não possui argumento ou justificação, mas sim apenas a resposta desmedida a um ato. Justiça horizontal: racional; ação e retribuição; equilíbrio (fato antecedente – ato consequente). Pela perspectiva da justiça horizontal, o direito é um parâmetro de justiça (meio para se alcançar o equilíbrio). Portanto, fazer justiça é julgar ou decidir segundo o conteúdo material do direito, previsto na norma jurídica segundo um parâmetro de equilíbrio entre fato antecedente – ato consequente. A justiça se relaciona com a legalidade e é um conceito de ordem prática, pois sua realização é de acordo com aquilo que a norma determina. Isonomia é a igualdade e equilíbrio dos fatos. 3. DIREITO E MORAL Todo indivíduo participa de algum grupo social e, dessa forma, participa de um conjunto ordenado de regras de conduta. As regras de conduta possuem uma finalidade: a harmonização das relações interpessoais. As regras de conduta limitam o agir e são também normas éticas, pois prescreve deveres objetivando a realização de valores. As normas técnicas (normas práticas) são neutras em relação a valores. A norma ética indica “o que fazer”, enquanto a norma técnica indica “como fazer”. A norma técnica visa indicar o procedimento correto para que um trabalho seja realizado com eficiência. As regras de conduta são entendidas como ética. Normas éticas abarcam o direito, a moral e os costumes. O direito transforma algumas relações sociais em relações jurídicas (fato antecedente – ato consequente). As relações jurídicas vinculam duas pessoas às consequências jurídicas. AN DR É P AZ A moral é uma sensação subjetiva e intrínseca. Ela permite que determinadas ações sejam tomadas ou não a partir da consciência, experiência e valores adquiridos pelos indivíduos. No domínio da moral não há legislador e nem juiz. Cada indivíduo decide por si o que julga moral ou apropriado. O direito reocupa-se com o foro externo do indivíduo. A norma jurídica exige seu cumprimento mesmo que o indivíduo não concorde com ela, diferentemente da norma moral. A teoria do mínimo ético caracteriza o direito como o mínimo de moral necessário para que uma sociedade possa sobreviver. A moral social influencia o direito na sua criação, mas não deve mitiga-lo na sua aplicação. As normas morais e jurídicas impõem regras de comportamento e pressupõe bilateralidade. A nora jurídica é heterônoma (regulada pelo Estado), enquanto a norma moral é autônoma (do próprio indivíduo). A norma jurídica é coercível, enquanto a norma moral é incompatível com a violência. Por fim, a sanção jurídica é preestabelecida e organizada no caso de transgressão da norma jurídica, enquanto a inobservância da norma moral acarretará apenas em uma reprovação interna (de um indivíduo ou de um grupo). A norma costumeira é uma convenção estabelecida com a finalidade de preservar valores sociais, mantendo os padrões de conduta. 4. FONTES DO DIREITO: LEGISLAÇÃO, PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO, JURISPRUDÊNCIA, COSTUME, DOUTRINA, ANALOGIA E EQUIDADE As fontes do direito buscam a origem deste. A teoria das fontes do direito atribui à construção da cultura humana a origem do direito. Fontes materiais determinam o conteúdo das normas jurídicas, através do contexto histórico, econômico e social. Fontes formais são o meio pelo qual o AN DR É P AZ conteúdo da norma é expresso (lei), ou seja, o modo pelo qual o direito se manifesta: as normas que regulam as relações interpessoais. As fontes formais compreendem toda a legislação em vigor, sendo a Constituição a lei fundamental. A Constituição contém a forma e o regime político do Estado. Ela faz parte do mais alto nível hierárquico do ordenamento jurídico. A hierarquia normativa corporifica o Estado de Direito. As fontes de direito diferentes da lei são ferramentas a serem utilizadas pelo julgador para preencher uma lacuna da lei, aplicando-se a norma de forma correta (fato antecedente – ato consequente). LINDB, art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais dodireito” (o ordenamento jurídico brasileiro já previu a solução para casos de omissão da lei). Analogia, costumes e princípios gerais do direito não são fontes do direito, pois devem ser entendidos como desdobramentos da lei e acessórios que permitam a completude do ordenamento jurídico. Analogia é o procedimento realizado pelo julgador, quando não há previsão na norma, na busca de equiparar determinada situação a partir da similaridade no ordenamento. É a utilização de situações semelhantes, para as quais não há previsão. O julgador não pode se eximir de julgar alegando omissão da lei. Capacidade de se dar tratamento igual a casos semelhantes. Costume é a repetição constante de determinados comportamento, na vida de uma comunidade, acompanhada da convicção de sua necessidade, ao longo de anos e gerações. É necessário que o comportamento seja repetido durante várias gerações e que haja uma consciência social da obrigatoriedade dessa conduta. Princípios gerais do direito advêm dos valores sociais que foram positivados e, por isso, têm caráter jurídico. Podem oferecer uma melhor leitura da regra jurídica. São considerados normas fundamentais ou generalíssimas do sistema, pois além de serem extraídos da própria norma, têm a mesma função AN DR É P AZ de regular um caso. Devem ser utilizados como fonte complementar a fim de destituir qualquer dúvida sobre um caso específico. Jurisprudência deve ser concebida como um conjunto constante e uniforme de decisões judiciais sobre casos semelhantes. Funciona como uma ferramenta interpretativa que pode auxiliar/influenciar o juiz em sua decisão. A jurisprudência não pode criar leis e nem possui força obrigatória vinculante, isto é, o juiz não está vinculado às outras decisões. É uma fonte interpretativa da lei, mas não chega a ser uma fonte do direito. Doutrina é instrumento de entendimento e aplicação do direito. Tem seu valor reconhecido entre os estudiosos por esclarecer o significado de normas e modelos jurídicos, oferecendo aos julgadores força argumentativa. Equidade é um método de integração do direito que amolda a generalidade da norma às circunstâncias particulares e concretas de cada caso. É a propriedade que tem a lei de se adaptar às circunstâncias da espécie de fato, de maneira que o rigor do texto legal e seu elemento sancionador sejam adequados às particularidades do caso. É a flexibilização prevista no ordenamento que permite incluir o ato consequente no fato antecedente, buscando o equilíbrio entre fato e retribuição. É a busca da adequação da norma a um caso concreto (busca constante e permanente do julgador da melhor interpretação legal e da melhor decisão para o caso concreto). As fontes subsidiárias do direito vão de encontro com a lei e, de alguma forma, contribuem para o sistema jurídico. 5. DIREITO PÚBLICO, DIREITO PRIVADO E OUTROS RAMOS DO DIREITO Direito Público tem a função de tutelar os interesses gerais da sociedade por intermédio do Estado, enquanto o Direito Privado refere-se aos interesses particulares dos indivíduos. AN DR É P AZ 6. DIREITO E CIÊNCIA JURÍDICA – CIÊNCIAS NATURAIS E CIÊNCIAS CULTURAIS O conhecimento da ciência remete à formulação de dúvidas de um fato concreto, busca uma solução teórica e se apoia na verificação, realização prática, para atingir os resultados desejados do objeto de estudo. A ciência estuda o fato a partir de análises do objeto de pesquisa. O conhecimento científico não se confunde com outras áreas de conhecimento (vulgar, filosófico ou religioso). A ciência procura leis gerais e constantes e se baseia em fatos concretos. O saber científico é metodológico (hipótese, solução e verificação). A ciência do direito surge com a própria consciência do direito (conversão de um fato teórico). O direito surgiu como ciência a partir do momento em que foram vislumbradas na sociedade “tipos de conduta” (leis gerais e universais). A experiência jurídica deve ser observada. A teoria pura de Kelsen propõe que a ciência do direito deve se restringir ao ordenamento jurídico, de modo a explicar os enunciados das normas vigentes, seguindo uma coerência racional. Dessa forma, questões metajurídicas não são abordadas na ciência do direito. Essa corrente de pensamento confere à ciência do direito um “normativismo” ou um “tecnicismo”. Assim, a ciência do direito pode ser definida como um sistema de conhecimentos sobre a realidade jurídica. É uma estrutura que estuda a realização do direito, a partir da análise de fatos concretos, soluções teóricas e verificações de realizações práticas para se alcançar o objetivo desejado. Estudo metódico das normas jurídicas que busca a compreensão destas para a construção do sistema jurídico. As ciências físico-naturais trabalham com a realidade natural, a partir da descrição dos fatos segundo a causalidade e funcionalidade. As ciências humanas pressupõem uma tomada de posição perante os fatos e analisam os fatos que sofreram intervenção humana. AN DR É P AZ Ciências naturais e humanas se complementam. É o fato dado e o fato construído. O direito é um produto cultural humano e possui seu próprio código binário de lícito e ilícito. Para Reale, juízo é ato mental pelo qual atribuímos qualidades a um ser, havendo dois tipos de juízos: de realidade e o de valor. Juízo de realidade refere-se à constatação da realidade físico-natural, na qual é independente da ação humana. Diferencia-se da realidade criada e modificada pelo homem. Explicação de um fato e abordagem da realidade como ela é. É o ser (aquilo que é). Juízo de valor se refere às interpretações e atribuições valorativas pela sociedade de fatos concretos. Depende da intervenção humana para se construir e faz parte da realidade histórico-social de uma sociedade. Realidade criada pelo homem e cada sociedade atribui um valor ao fato concreto. É o dever ser (certo ou errado, bom ou ruim). O direito é uma ciência cultural, pois determina uma consequência da ação humana, a partir do conceito de lícito e ilícito (juízo de valor na norma ao estabelecer retribuição ao fato antecedente – ato consequente). No momento de formulação da norma, tem-se juízo de valor; no momento da aplicação da norma- tem-se juízo de realidade. A ciência do direito estuda o fenômeno jurídico no tempo e no espaço, enquanto a filosofia do direito indaga as questões referentes à essência do direito (juízo de valor). A sociologia jurídica estuda o direito como fenômeno social e como os grupos humanos se organizam a partir da norma. Visa analisar a norma jurídica no sentido de sua efetividade social, utilizando-se de dados estatísticos. A sociologia do direito mostra como os homens se comportam e a ciência do direito mostra como os homens devem se comportar. AN DR É P AZ A economia trata do estudo das relações sociais diante recursos ilimitados e o direito pode ser utilizado para alocar recursos de um determinado setor para outro. O direito é um instrumento para a realização da atividade econômica. Um ato humano é econômico (necessidade) e sua forma é necessariamente jurídica (lícita ou ilícita). 7. NORMA JURÍDICA: CARACTERÍSTICAS, NOTA ESPECÍFICA, CLASSIFICAÇÃO, ESTRUTURA, VALIDADE, VIGÊNCIA, EFICICÁCIA E EXEQUIBILIDADE As normas jurídicas não existem isoladamente, mas sempre num contexto de normas com relações particulares entre si (ordenamento jurídico). Norma é o mandado, a ordem com eficácia organizada, enquanto lei é o signo, o símbolo mediante o qual se manifesta a norma. Simbolicamente, norma é a alma e lei é o corpo. A norma comoum elemento constitutivo do Direito, atua como a célula do organismo jurídico. As normas de conduta são definidas como diretivas que prescrevem certa linha de ação (designam um determinado tipo de comportamento). As normas de competência são normas que criam uma aptidão (poder, autoridade), funcionando como uma norma de conduta expressa indiretamente. Característica da norma jurídica A generalidade (prescreve um padrão; modelo aplicado a vários casos) e o caráter abstrato (trabalha com ideias e não com casos concretos) são características da norma jurídica. Diferencia-se de outros tipos de normas por sua imperatividade, heteronomia (obrigação imposta por terceiros; no caso, o Estado), bilateralidade (atribuição de prerrogativa a uma parte e obrigação a outra), atributividade (proporção e alcance de uma relação jurídica intersubjetiva; atribuição garantida pelo direito de uma pretensão ou uma ação; e.g.: doação ao mendigo e pagamento ao taxista) e coercibilidade. Nota específica da norma jurídica AN DR É P AZ A coercibilidade é a característica exclusiva da norma jurídica, pois é o poder que o Estado dispõe para realizar a observância das normas. Coerção é esta força em potencial, enquanto coação é a violência materializada. Estrutura da norma jurídica A norma jurídica sempre preserva sua estrutura de fato antecedente – ato consequente. Na ocorrência de um fato normatizado, haverá também uma consequência jurídica. O que efetivamente caracteriza uma norma jurídica é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória. Subsunção do fato à norma: “encaixar” o fato a uma norma generalizadora (fato antecedente – ato consequente). A estrutura possui caráter prescritivo (dever ser), enquanto a proposição da norma tem caráter descritivo (enunciado) e sanção. A sanção jurídica é sempre organizada e previsível, o que evita surpresas e arbitrariedades. A sanção jurídica é institucionalizada e aplicada pelo Poder Público. É proporcional à gravidade do caso. A norma jurídica deve ser vista sempre inserida em ordenamento jurídico, visto que o direito é o conjunto de normas. Validade, vigência e eficácia A validade da norma jurídica corresponde a uma situação na qual a norma foi emanada por uma autoridade responsável e competente, o que implica no exame da previsão legal para um determinado órgão. As normas serão válidas quando o conteúdo da lei for compatível com a competência e trâmite procedimental para sua criação. É uma qualidade da norma que designa sua pertinência ao ordenamento, por terem sido obedecidas as condições formais e materiais de sua produção e consequentemente integração no sistema. Depende da obediência dos trâmites regulares para sua produção. A legalidade e a legitimidade são encaradas neste aspecto, pois se referem à AN DR É P AZ qualidade da norma ser prescrita por autoridade competente, com observância da lei e aplicada por autoridade qualificada para tal. Vigência é o tempo de validade da lei. Estando a norma vigente, ela pode estar dotada de eficácia jurídica, produzindo efeitos no âmbito jurídico. Eficácia significa que a lei inserida pode produzir efeitos jurídicos, no sentido que o comando da norma será efetivamente obedecido. A norma jurídica precisa ser dotada de exequibilidade, ou seja, é preciso que haja condições de fato para aquilo que a norma determina. Se trata da adequação da norma aos fatos possíveis e reais. 8. EXPERIÊNCIA JURÍDICA: DIREITO OBJETIVO, SUBJETIVO, POSITIVO E NATURAL Direito objetivo e direito subjetivo O conceito de experiência jurídica implica a efetividade de comportamentos sociais em função de um sistema de regras jurídicas. As experiências jurídicas desenvolvidas em sociedade criam modelos de comportamento, os quais resultam em estruturas normativas. Direito objetivo (Norma agendi) é um conjunto de normas impostas pelo Estado, cuja inobservância resulta em sanção institucionalizada. Estabelece padrões de comportamentos para a harmonia social. Direito subjetivo (Facultas agendi) é uma possibilidade do titular do direito de agir de acordo com a norma na proteção de um bem jurídico, conforme sua vontade. É fruto do direito objetivo, pois este confere titularidade de direitos ao indivíduo. Direito positivo e direito natural Direito positivo é o ordenamento jurídico em vigor num determinado país e numa determinada época (vigência, tempo e espaço). É um conjunto de princípios que pautam a as relações dos indivíduos em um dado contexto AN DR É P AZ histórico-social. Produto da razão humana e é constituído por normas postas e positivadas, levando em consideração a exequibilidade prática da norma. É o direito declarado ou reconhecido pelo Estado. Direito natural é uma ideia abstrata de direito que corresponde a uma justiça suprema, universal e idealizada (ordenamento ideal). A dúvida surge ao se questionar quem teria competência para definir o conteúdo do Direito natural. 9. IRRETROATIVIDADE DAS LEIS: ATO JURÍDICO PERFEITO, DIREITO ADQUIRIDO E COISA JULGADA A irretroatividade remete à vigência da norma jurídica. A lei válida, vigente e eficaz incide em ações posteriores à data em que a norma entra em vigor. Portanto, a irretroatividade oferece segurança jurídica ao sistema normativo, pois proíbe que a lei que entrou em vigor hoje incida sobre fatos passados. A doutrina da irretroatividade é composta por três elementos: ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada. Ato jurídico perfeito é o ato já consumado, segundo a lei vigente no tempo em que a ação se efetuou. Direito adquirido é a titularidade que a norma confere ao indivíduo titular do direito. Coisa julgada é o fato julgado pelo tribunal e que não cabe mais recurso. A coisa julgada protege a decisão, mesmo com a incidência da nova lei. AN DR É P AZ
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