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SAÚDE DO TRABALHADOR aulas 1 - 10

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SAÚDE DO TRABALHADOR
AULA 1 : Relação entre conceito de saúde e trabalho
Conceito de saúde
Ao longo dos anos, o conceito de saúde vem modificando de acordo com o perfil da população. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceituou saúde como o bem-estar físico mental e social, e não meramente a ausência de doença.
Porém, ainda nos dias de hoje este conceito vem sendo repensado, devido às novas necessidades da população, principalmente no que se refere ao trabalho. A partir de agora veremos o principais conceitos sobre trabalho e sua relação com a saúde!
Direito de todos e dever do Estado
Você sabe o que consta na Constituição Federal de 1988 sobre saúde?
De acordo com o Art. 196, a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
A partir disso, alguns fatores são essenciais para a saúde e  constam no Sistema Único de Saúde (SUS). Conheça-os a seguir!
Fatores determinantes e condicionantes da saúde
De acordo com a Lei nº 8080/90, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros:
Alimentação
Moradia
Meio ambiente
Trabalho
Renda
Saneamento Básico
Educação
Transporte
Lazer
Acesso aos bens e serviços essenciais
Níveis de saúde da população
Conceito de trabalho
Agora que já vimos o conceito de saúde e entendemos que o trabalho é um dos fatores condicionantes e determinantes para ela, vamos falar sobre o conceito de trabalho.
Segundo Peter Drucker, o trabalho é tão antigo quanto o homem. Ao longo da história da humanidade, o trabalho tem sido percebido de forma diferenciada, de acordo com o contexto sociopolítico, econômico e cultural de cada época.
Embora haja diversos conceitos de trabalho, podemos destacar que o trabalho é essencial para o funcionamento das sociedades.
Porém, não podemos confundir o conceito de trabalho com o de emprego .
Trabalho : Atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. O produto dessa atividade; obra. Esforço, empenho. Fig. Preocupação, cuidado, aflição.
Emprego : Ato ou efeito de empregar. Função, cargo, lugar: emprego público. Uso: emprego de uma palavra no sentido próprio. Aplicação: emprego conveniente do capital.
Neste caso, o emprego é uma relação estável, podendo ser duradora ou não, onde se vende a força de trabalho aos meios de produção.
O Trabalhador
Embora seja importante compreender o conceito de trabalho e o de emprego em qualquer ocasião e época, não podemos esquecer também aquele que emprega sua força física ou intelectual neste processo: o trabalhador.
Por trabalhador, Pinto (2003) entende como: “aquele que emprega sua energia pessoal, em proveito próprio ou alheio, visando a um resultado determinado, econômico ou não”.
Entendendo que este trabalhador está inserido em um contexto social econômico, onde diversas situações, inclusive relacionadas ao trabalho, podem levar ao adoecimento, faz-se necessário uma atenção especial a este grupo.
Quem são os trabalhadores
Trabalhadores são homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia.
Ministério da saúde e a Saúde do Trabalhador
Portanto, de acordo com o Ministério da Saúde (2001):
A Saúde do Trabalhador constitui uma área da saúde pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde.
Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no SUS.
Determinantes da saúde dos trabalhadores
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2001), são determinantes da saúde dos trabalhadores:
Condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas condições de vida.
Fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológicos, mecânicos.
Riscos decorrentes da organização do trabalho – presentes nos processos de trabalho.
Por isso as ações de saúde dos trabalhadores têm como foco as mudanças nos processos de trabalho que contemplem as relações trabalho-saúde em toda a sua complexidade, através de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. 
Participação nas ações de saúde
Entenda agora a dinâmica de uma ação de saúde.
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são considerados sujeitos e participantes das ações de saúde, que incluem:
Estudo : Estudo das condições de trabalho.
Identificação : Identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua melhoria e adequação.
Controle : Controle dos serviços de saúde prestados.
Os conceitos abordados nesta aula são importantes para que possamos entender as políticas criadas sobre saúde e segurança do trabalho e a inserção dos profissionais da saúde neste contexto.
 AULA 2 : Evolução histórica d saúde do trabalhador
Primeiras referências sobre a associação entre saúde e trabalho
Infelizmente, na literatura, poucos são os estudos com as primeiras referências sobre saúde associada ao trabalho.
Pode-se considerar como primeiros teóricos:
Hipócrates (460 – 370 a.C) - Descreveu o quadro clínico da intoxicação por chumbo.
Plínio (23 – 79 d.C) - Após visitar alguns locais de trabalho (galerias de minas), descreve aspectos dos trabalhadores expostos ao chumbo, mercúrio e poeiras.
Agrícola (1494-1555) - Escreveu sobre a “asma dos mineiros”, conhecida hoje por silicose.
Paracelso (1493-1541) - Escreveu sobre a intoxicação pelo mercúrio.
Estudo do ambiente de trabalho
Em 1700, Bernardino Ramazzini, conhecido como “Pai da Medicina do Trabalho”, publica a obra De morbis artificum distriba, onde descreveu doenças de aproximadamente 50 ocupações (Mendes, 1995).
A partir das investigações de Ramazzini, o ambiente de trabalho passou a ser estudado a fim de introduzir modificações, visando proteger a integridade física do trabalhador.
De certa forma, este trabalho de Ramazzini foi um ponto de partida para a criação da medicina do trabalho, refletindo o momento histórico precursor da Revolução Industrial.
Deve-se também a Ramazzini a inclusão da pergunta “Qual é a sua ocupação?” na anamnese clínica.
Revolução Industrial e os trabalhadores
A Revolução Industrial foi uma mudança na forma de produção de mercadorias, que teve seu início em meados do século XVIII.
Com origem na Inglaterra, revolucionou o modo de produção com o uso de máquinas a vapor e transformações no sistema de trabalho da época. Essa transformação foi um marco decisivo na história e sentimos suas consequências até os dias atuais (Mendes, 1995).
Principais consequências da Revolução Industrial
Como toda revolução, a Industrial também trouxe algumas consequências para a sociedade:
Diminuição do trabalho artesanal e aumento da produção de mercadorias manufaturadas em máquinas;
Criação de grandes empresas com a utilização em massa de trabalhadores assalariados;
Aumento da produção de mercadorias em menos tempo;
Maior concentração de renda nas mãos dos donos das indústrias;
Avanços nos sistemas de transportes a vapor (principalmente ferroviário e marítimo);
Desenvolvimento de novas máquinas e tecnologias voltadas para a produção de bens de consumo;
Surgimento de sindicatos de trabalhadores, com objetivos de defender os interesses da classe trabalhadora;
Aumento do êxodo rural (migração de pessoas do campo para as cidades), motivado pela criação de empregos nas indústrias;
Aumento da poluição do ar, com a queima do carvão mineral para gerar energia para as máquinas;
Crescimento desordenado dascidades, gerando problemas de submoradias;
Aumento das doenças e acidentes de trabalhos, em função das péssimas condições de trabalho nas fábricas;
Uso em grande quantidade de mão-de-obra infantil nas fábricas;
Carga horária de trabalho que ultrapassavam 15 horas por dia.
Condições de vida social e trabalho : A Revolução Industrial (1760-1850) teve papel de destaque na mudança das condições de vida social e de trabalho.
As condições de trabalho eram péssimas, as doenças e os acidentes eram numerosos, não havia limites na jornada de trabalho, ultrapassando 16 horas de trabalho por dia. O ambiente era fechado, e as máquinas não tinham qualquer proteção. Além disso, também havia disseminação de doenças infectocontagiosas. (MENDES).
Classes sociais : O novo sistema industrial criado a partir da Revolução Industrial também trouxe mudanças nas relações sociais, com a criação de duas novas classes sociais:
• Os empregadores, proprietários das fábricas e dos bens produzidos pelo trabalho;
• Os operários, que vendem aos empregadores sua força de trabalho em troca de salário.
De acordo com Mendes; Dias, 1991, o primeiro serviço médico surgiu industrial surgiu em 1830 da seguinte forma: 
Robert Dernham (proprietário de uma fábrica têxtil), preocupado com o fato de seus operários não disporem de nenhum cuidado médico a não ser aquele propiciado por instituições filantrópicas, procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira pela qual ele, como empresário, poderia resolver tal situação.
Baker aconselha Dernham a contratar um médico de sua confiança, para que servisse de intermediário entre ele, os trabalhadores e o público em geral. Seu trabalho seria visitar todos os compartimentos das fábricas e verificar de que forma o trabalho estaria influenciando na saúde dos empregados
A resposta do empregador foi a contratação de Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo assim, em1830, o primeiro serviço de Medicina do Trabalho.
Características do primeiro Serviço Médico Industrial
As principais características desse primeiro Serviço Médico Industrial, conforme Mendes e Dias (1991) eram:
Os serviços deveriam ser dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se dispusessem a defendê-lo;
Eles deveriam ser centrados na figura do médico;
A prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser tarefa eminentemente médica;
A responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida para o médico.
Medicina do Trabalho, Saúde Ocupacional e Saúde do Trabalhador
Por fim, vamos entender a diferença entre os conceitos de Medicina do Trabalho, Saúde Ocupacional e Saúde do Trabalhador? (De acordo com Mendes e Dias (1991)
AULA 3 : Evolução histórica da saúde do trabalhador no Brasil
Oficialmente, a história da Saúde do Trabalhador no Brasil tem início no final do século XIX, já com os trabalhadores assalariados. Porém, não podemos nos esquecer dos escravos, que com sua força de trabalho colaboraram para a construção do nosso país.
Escravidão no Brasil
As primeiras tentativas de escravidão no Brasil iniciam-se com os índios que aqui viviam, no período do “descobrimento do Brasil”.
Porém, estas tentativas não foram bem-sucedidas, uma vez que houve grandes reações dos grupos indígenas, que lutavam até a morte contra os colonizadores ou fugiam para regiões mais remotas.
Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar mão-de-obra em outro lugar: no continente africano. Embora ainda fosse possível encontrar índios escravizados, a escravidão no Brasil tem como referência a dos negros, devido ao seu maior número.
Os colonizadores portugueses traziam os negros de suas colônias estabelecidas no continente africano, para utilizá-los como mão-de-obra compulsória nos engenhos.
Serviços realizados pelos escravos: servir o senhor de engenho, derrubar árvores, queimar os troncos, limpar os terrenos, cortar a cana-de-açúcar, levar os feixes para a moenda (movidas por eles).
Além disso, eles eram também responsáveis pelo transporte dos produtos até os portos, onde alguns tinham trabalho doméstico.
Dormiam em senzalas, tinham uma má alimentação, péssimas condições sanitárias, além de serem castigados e torturados. Também era costume da época marcar os escravos com alguma “identificação do senhor”.
Muitas foram as mudanças ocorridas na organização do trabalho após a abolição da escravatura.
A evolução da saúde do trabalhador no Brasil
A saúde do trabalhador passa a ter nova definição e delineamento institucional a partir da Constituição Federal de 1988, com a regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Vamos verificar como era a organização dos serviços de saúde que atendiam os trabalhadores antes do SUS.
A história da saúde do trabalhador no Brasil se esbarra com a história da saúde da população em geral e com a evolução das Políticas Públicas da Saúde, Trabalho e Aposentadoria.
Década de 1920
A história dos trabalhadores sempre foi marcada por altos índices de acidentes do trabalho e adoecimento.
As questões voltadas para a saúde dos trabalhadores começam a ter uma atenção mais específica por volta da década de 1920, com a criação da Lei nº 4.682 de 24 de janeiro de 1923, de autoria do Deputado Eloy Chaves.
Essa lei instituiu o sistema de Caixas de Aposentadorias e Pensão (CAPs), tendo objetivos previdenciários (aposentadorias, pensões, auxílios, entre outros) e assistência médica e farmacêutica aos empregados e dependentes.
Devido ao seu “caráter previdenciário”, para alguns autores esta Lei é considerada o ponto de partida, no Brasil, da Previdência Social propriamente dita.
Período de 1930-1945
Também conhecido como Era Vargas, esse período foi marcado por muitas mudanças na política e na economia do país.
No governo Getúlio Vargas, houve a ascensão da industrialização, a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e leis sobre acidentes de trabalho.
Com a criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, as empresas passam a constituir seus próprios “serviços médicos”.
É criada ainda a regulamentação da jornada de trabalho, a Lei de Sindicalização e o Ministério do Trabalho.
Período de 1964-1985
Período marcado pela Ditadura Militar, que resultou do golpe dado pelos militares em 1964, com o afastamento do presidente João Goulart, tendo como sucessor o Marechal Castelo Branco. As principais características desse perído foram:
O período entre 1969 e 1973 também ficou conhecido como o “Milagre Econômico”, devido ao forte crescimento da economia com, altos investimentos em infraestrutura. Porém, após este período, o Brasil mergulhou em um grande endividamento externo e interno.
Proibição aos reajustes salariais.
Uso de métodos violentos contra os opositores ao regime.
Censura aos meios de comunicação.
Repressão aos movimentos sociais e manifestações de oposição.
Cassação de direitos políticos de opositores
Aumento do número de acidentes de trabalho.
Proibição de greves.
Perda da autonomia pelos sindicatos.
Criação do Instituto de
Previdência Social (INPS).
Constituição Federal de 1988 até os dias atuais
A Constituição Federal foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988. Nela, são definidos os direitos dos cidadãos, sejam eles individuais, coletivos, sociais ou políticos; e são estabelecidos limites para o poder dos governantes.
Entre os direitos dos cidadãos, podemos destacar o assegurado no Art. 196:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Através do SUS, o Estado assegura o atendimento à saúde da população de forma universal, integral e equânime, por meio de políticas que visam à promoção, proteção e recuperação da saúde.
Ainda segundo as diretrizes da Constituição Federal, no Art. 200, competeao SUS, entre outras atribuições executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador.
Conceito de saúde do trabalhador
Vamos agora entender de que forma a Lei 8.080/90, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que regulamenta o SUS, conceitua saúde do trabalhador.
Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
I - Assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho.
II - Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS, em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho.
III - Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS, da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentem riscos à saúde do trabalhador.
IV - Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
V - Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e a empresas sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão,  periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional.
VI - Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas.
VII - Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração, a colaboração das entidades sindicais.
VIII - A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Não podemos esquecer que cabe à direção nacional do SUS a participação na formulação e implantação das políticas relativas às condições e aos ambientes de trabalho, além de participar da definição de normas, critérios e padrões para controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a politica de saúde do trabalhador (SUS, Art. 16).
Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
Essa política que visa à promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos, mediante a execução de ações de promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da saúde. Seus objetivos e estratégias incluem (Brasil,2012):
O fortalecimento da vigilância em saúde do trabalhador e a integração com os demais componentes da vigilância em saúde e com a atenção primária em saúde.
A promoção da saúde e de ambientes e processos de trabalho saudáveis.
A garantia da integralidade na atenção à saúde do trabalhador.
A análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores.
O fortalecimento e a ampliação da articulação intersetorial.
O estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social.
O desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos.
O apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
RENAST
Hoje, a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) é uma das estratégias para a garantia da atenção integral à saúde dos trabalhadores.
Ela tem entre seus componentes os Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), serviços sentinela de média e alta complexidade, capazes de diagnosticar os agravos à saúde que têm relação com o trabalho e de registrá-los no Sistema de informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET). Os CEREST realizam ações de promoção, prevenção, vigilância, assistência e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, independentemente do vínculo empregatício e do tipo de inserção no mercado de trabalho.
No Brasil, as ações de saúde e segurança voltadas para os trabalhadores são asseguradas não só através de programas do Ministério da Saúde, mas também do Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério para Previdência Social, o que veremos nas próximas aulas.
AULA 4 : Consolidação das leis do trabalho (CLT) e normas regulamentadoras (Portaria 3214/78)
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
No dia 1º de maio de 1943, foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452 a CLT, ou seja, a Consolidação das Leis do Trabalho.
Sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, a CLT foi um marco para os trabalhadores, uma vez que seu objetivo principal é regulamentar as relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas.
Empregado/empregador
Desde a sua publicação, a CLT já sofreu algumas alterações, visando o acompanhamento da modernização da sociedade/ trabalho, sendo um instrumento para a proteção dos direitos dos trabalhadores e também um guia para os empregadores.
De acordo com a CLT:
Empregador - De acordo com a CLT, considera-se empregador “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”.
Empregado - Ainda de acordo com a CLT, “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
Principais assuntos abordados na CLT
• Registro do trabalhador/ carteira de trabalho;
Art. 13 – A carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada.
Art. 14 – A CTPS será emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho ou, mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta ou indireta.
Art. 25 – As CTPS serão entregues aos interessados pessoalmente, mediante recibo.
• Jornada de trabalho;
Art. 29 – A CTPS será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
§ 1º - As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta.
Art. 58 – A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de oito horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
• Períodos de descanso;
Art. 66 – Entre duas jornadas de trabalho, haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso.
• Férias;
Art. 129 – Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 139 – poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
• Segurança e Medicina do Trabalho;
Art. 154 – A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação a matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
Art. 157 – Cabe às empresas:
I – Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
• Categorias especiais de trabalhadores;A CLT traz orientações específicas aos empregadores/empregados: bancários; serviços de telefonia, de telegrafia submarina e subfluvial, de radiotelegrafia e radiotelefonia; músicos profissionais; operadores cinematográficos; serviço de motorista profissional; serviço ferroviário; serviços frigoríficos; serviços de estiva; serviços de capatazias nos portos; trabalho em minas de subsolo; jornalistas profissionais; professores; químicos.
• Proteção do trabalho da mulher;
Art. 372 - Os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino, naquilo em que não colidirem com a proteção especial instituída pelo capítulo III.
Art. 373 - A duração normal de trabalho da mulher será de oito horas diárias, exceto nos casos para os quais for fixada duração inferior.
Art. 373-A - Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado:
I - Publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir;
II - Recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível;
III - Considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional;
IV - Exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego;
V - Impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez;
VI - Proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.
Art. 377 - A adoção de medidas de proteção ao trabalho das mulheres é considerada de ordem pública, não justificando, em hipótese alguma, a redução de salário.
Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.
Art. 392 - A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
• Proteção do trabalho do menor;
Art. 402 - Considera-se menor para os efeitos desta consolidação o trabalhador de 14 até 18 anos.
Art. 403 - É proibido qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
Parágrafo único - O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
Art. 404 - Ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for executado no período compreendido entre as 22 e as 5 horas.
• Contratos individuais de trabalho;
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. 
Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a seis meses no mesmo tipo de atividade.
• Organização sindical;
Art. 511 - É licita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
§ 1º - A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica.
§ 2º - A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional.
§ 3º - Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
§ 4º - Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões dentro das quais a categoria econômica ou profissional é homogênea e a associação é natural.
• Convenções coletivas de trabalho;
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais do trabalho.
§ 1º - É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar acordos coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações de trabalho.
§ 2º - As Federações e, na falta destas, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais, poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações.
Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar convenções ou acordos coletivos de trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de convenção, e dos interessados, no caso de acordo e, em segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos.
• Fiscalização.
Art. 626 - Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho.
Parágrafo único - Os fiscais do Instituto Nacional de Seguridade Social e das entidades paraestatais em geral, dependentes do Ministério do Trabalho, serão competentes para a fiscalização a que se refere o presente artigo, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho.
Normas regulamentadoras (NR)
Já vimos os principais assuntos abordados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Falaremos agora das Normas Regulamentadoras, que foram geradas a partir do tema segurança e medicina do trabalho do cap. V da CLT.
As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, foram regulamentadas pela Portaria nº 3.214 de junho de 1978 (Lei 6.514 de dezembro de 1977).
São de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciários, que possuam empregados pela CLT.
 
Atualmente existem 36 Normas Regulamentadoras e é importante ficarmos atentos, pois elas estão sendo atualizadas.
RESUMO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS (NR) 
Norma Regulamentadora nº 1 - Disposições Gerais 
1.1 As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. (Alteração dada pela Portaria n.º 06, de 09/03/83) 
1.1.1 As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras – NR aplicam-se, noque couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.
 1.2 A observância das Normas Regulamentadoras - NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho. 
Norma Regulamentadora nº 2 – Inspeção Prévia 
2.1 Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do MTb. 
2.2 O órgão regional do MTb, após realizar a inspeção prévia, emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações – CAI. 
Norma Regulamentadora nº 3 – Embargo ou Interdição 
3.1 Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador. 
3.1.1 Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador. 
Norma Regulamentadora nº 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. 
4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. 
Norma Regulamentadora nº 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. 
Norma Regulamentadora nº 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI 
6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
6.1.1 Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
Norma Regulamentadora nº 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
7.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 
7.1.2 Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PCMSO, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho.
 Norma Regulamentadora nº 8 – Edificações 
8.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem.
8.2. Os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria 3.214/78. 
Norma Regulamentadora nº 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais 
9.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
 9.1.2 As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle. 
Norma Regulamentadora nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 
10.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. 
10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
Norma Regulamentadora nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 
11.1 Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. 
Norma Regulamentadora nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos 
12.1 Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR aprovadas pela Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis. 
Norma Regulamentadora nº 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão 
13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo. 
13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se "Profissional Habilitado" aquele que tem competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no País. 
Norma Regulamentadora nº 14 – Fornos 
14.1 Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente, revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 15. 
14.2Os fornos devem ser instalados em locais adequados, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores. 
Norma Regulamentadora nº 15 - Atividades e Operações Insalubres 
15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 
Normas Regulamentadora nº 16 - Atividades e Operações Perigosas 
16.2 O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
Norma Regulamentadora nº 17 – Ergonomia 
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 
Norma Regulamentadora nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
18.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. 
18.1.2 Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo. 
18.1.3 É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras, sem que estejam assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a fase da obra. 
Norma Regulamentadora nº 19 – Explosivos 
19.1.1 Para fins desta Norma, considera-se explosivo material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão. 
19.1.2 As atividades de fabricação, utilização, importação, exportação, tráfego e comércio de explosivos devem obedecer ao disposto na legislação específica, em especial ao Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) do Exército Brasileiro, aprovado pelo Decreto n.º 3.665, de 20 de novembro de 2000. 
19.1.3 É proibida a fabricação de explosivos no perímetro urbano das cidades, vilas ou povoados. 
Norma Regulamentadora nº 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. 
20.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. 
20.2.1 Esta NR se aplica às atividades de: a) extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação; b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de líquidos combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação. 20.2.2 Esta NR não se aplica: a) às plataformas e instalações de apoio empregadas com a finalidade de exploração e produção de petróleo e gás do subsolo marinho, conforme definido no Anexo II, da Norma Regulamentadora 30 b) às edificações residenciais unifamiliares. 
Norma Regulamentadora nº 21 - Trabalho a Céu Aberto 
21.1. Nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. 
21.2. Serão exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes. 
Norma Regulamentadora nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração 
22.1.1 Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo disciplinar os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores. 
22.2.1 Esta norma se aplica a: a) minerações subterrâneas; b) minerações a céu aberto; c) garimpos, no que couber; d) beneficiamentos minerais e e) pesquisa mineral 
Norma Regulamentadora nº 23 - Proteção Contra Incêndios 
23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. 
23.1.1 O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c) dispositivos de alarme existentes. 
Norma Regulamentadora nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 24.1 Instalações sanitárias. 
24.1.1 Denomina-se, para fins de aplicação da presente NR, a expressão: a) aparelho sanitário: o equipamento ou as peças destinadas ao uso de água para fins higiênicos ou a receber águas servidas (banheira, mictório, bebedouro, lavatório, vaso sanitário e outros); b) gabinete sanitário: também denominado de latrina, retrete, patente, cafoto, sentina, privada, WC, o local destinado a fins higiênicos e dejeções; c) banheiro: o conjunto de peças ou equipamentos que compõem determinada unidade e destinado ao asseio corporal. 
24.1.2 As áreas destinadas aos sanitários deverão atender às dimensões mínimas essenciais. O órgão regional competente em Segurança e Medicina do Trabalho poderá, à vista de perícia local, exigir alterações de metragem que atendam ao mínimo de conforto exigível. É considerada satisfatória a metragem de 1 metro quadrado, para cada sanitário, por 20 operários em atividade. 
Norma Regulamentadora nº 25 - Resíduos Industriais 
25.1 Entende-se como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos. 
25.2 A empresa deve buscar a redução da geração de resíduos por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis. 
25.3 Os resíduos industriais devem ter destino adequado sendo proibido o lançamento ou a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores. 
Norma Regulamentadora nº 26 - Sinalização de Segurança 
26.1 Cor na segurança do trabalho 
26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. 
26.1.2 As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. 
26.1.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. 
NormaRegulamentadora nº 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 
Norma Regulamentadora nº 28 - Fiscalização e Penalidades 
28.1.1 A fiscalização do cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador será efetuada obedecendo ao disposto nos Decretos n.º 55.841, de 15/03/65, e n.º 97.995, de 26/07/89, no Título VII da CLT e no § 3º do art. 6º da Lei n.º 7.855, de 24/10/89 e nesta Norma Regulamentadora. 
28.1.2 Aos processos resultantes da ação fiscalizadora é facultado anexar quaisquer documentos, quer de pormenorização de fatos circunstanciais, quer comprobatórios, podendo, no exercício das funções de inspeção do trabalho, o agente de inspeção do trabalho usar de todos os meios, inclusive audiovisuais, necessários à comprovação da infração. 
Norma Regulamentadora nº 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 
29.1.1 Objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. 
Norma Regulamentadora nº 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
 30.1.1 Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. 
30.1.1.1 Para outras categorias de trabalhadores que realizem trabalhos a bordo de embarcações a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores se dará na forma especificada nos Anexos a esta norma. 
30.2.1 Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizadas no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas embarcações utilizadas na prestação de serviços. 
Norma Regulamentadora nº 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. 
31.1.1 Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. 31.2 Campos de Aplicação 
31.2.1 Esta Norma Regulamentadora se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades. 
31.2.2 Esta Norma Regulamentadora também se aplica às atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários. 
Norma Regulamentadora nº 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 
32.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
32.1.2 Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. 
Norma Regulamentadora nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 33.1.1 Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. 
33.1.2 Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 
Norma Regulamentadora nº 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. 
34.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. 
34.1.2 Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. 
Norma Regulamentadora nº 35 - Trabalho em Altura. 
35.1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. 35.1.2 Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda. 
35.1.3 Esta norma se complementa com as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas, com as normas internacionais aplicáveis. 
Norma Regulamentadora nº 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados 
36.1.1 O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego http://portal.met.gov.br
Importância das normas
Podemos destacar que as Normas Regulamentadoras são fundamentais, uma vez que dá ao empregador condições de suprir às necessidades dos trabalhadores no que tange à saúde e segurança no trabalho, diminuindo assim a exposição aos riscos ocupacionais e, como consequência, os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
 
As NRs também orientam os trabalhadores acerca da observação e seu cumprimento.
AULA 5 : SESMT E CIPA
NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT)
Esta Norma Regulamentadora tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
 
Também conhecida como NR 4, ou simplesmente SESMT, esta norma é composta por uma equipe de profissionais especialistas em segurança e saúde do trabalhador.
 
De acordo com esta NR, as empresas públicas ou privadas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) manterão obrigatoriamente Serviços Especializados em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT). 
Profissionais que atuam nos SESMT
Agora, veremos quem são os profissionais que atuam nos SESMT.
Enfermeiros do Trabalho : Enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Enfermagem.
Engenheiros de Segurança do Trabalho : Engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação.
Médico do Trabalho : Médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação. Ele também pode ser portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador oudenominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do MEC, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina.
Auxiliares/Técnicos de Enfermagem do Trabalho : Auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem, portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo MEC.
Técnicos de Segurança do Trabalho : Técnico portador de comprovação de Registro Profissional, expedido pelo Ministério do Trabalho.
Graus de risco
A composição do SESMT de cada empresa deverá ser dimensionada de acordo com o grau de risco e número de empregados do estabelecimento. O grau de risco refere-se ao potencial que o trabalho tem de causar acidentes ou doenças, e varia de 1 a 4. Vamos ver alguns exemplos:
Grau de risco 1
Empresa cujo grau de risco para executar suas atividades principais não exige esforço demasiado do empregado. Existe o risco, porém, em menor escala. Exemplo: uma atividade associativa, com atividades de organizações políticas ou religiosas.
Grau de risco 2
Empresa cujo grau de risco para executar suas atividades principais exige mais esforços do empregado com relação à empresa com grau de risco 1. O risco é de maior intensidade, porém, não interfere excessivamente na saúde do trabalhador. Atividades recreativas, culturais e desportivas. Exemplo: atividade cinematográfica.
Grau de risco 3 
Empresa cujo grau de risco para a execução de suas atividades principais já requer cuidados especiais, diferentemente das empresas de graus de riscos 1 e 2. É o caso da saúde e serviços sociais. Exemplo: atividades de atendimento hospitalar, industrial, entre outros.
Grau de risco 4
Empresas onde a exposição aos riscos é intensa. As atividades laborais são única e exclusivamente de riscos à saúde, ao bem-estar e à vida do trabalhador. Exemplos: indústrias extrativas, siderúrgicas e metalúrgicas.
Competências dos profissionais do SESMT
Embora as atividades dos profissionais do SESMT sejam essencialmente preventivas, deve-se fazer atendimento de emergência quando necessário.
 
É importante frisar que as equipes dos SESMT e da CIPA devem manter contato permanente, pois este trabalho em conjunto tem como resultado não só a diminuição de acidentes de trabalho, mas também das doenças ocupacionais.
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
Falando em CIPA, vamos estudar com mais detalhes esta Norma Regulamentadora, que é muito importante e considerada uma das mais conhecidas.
 
Esta Norma Regulamentadora estabelece a obrigatoriedade de as empresas públicas e privadas manterem em funcionamento uma comissão cujo objetivo é trabalhar, preventivamente, para neutralizar ou eliminar riscos ambientais por meio da recomendação de medidas de segurança que visem melhorar as condições de trabalho.
Você sabe quem pode fazer parte da CIPA?
 
A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados. Sendo que os representantes dos empregadores (titular e suplente) serão por eles escolhidos, e os representantes dos empregados (titular e suplente) serão eleitos por voto secreto. 
Lembrando que qualquer funcionário pode ser candidatar à CIPA.
 
Os funcionários que fazem parte da CIPA também são conhecidos como “cipeiros” e têm mandato de um ano, sendo permitida uma reeleição.
De acordo com esta NR, é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
Dimensionamento da CIPA
O dimensionamento da CIPA será feito levando em consideração o grau de risco da empresa, o número de funcionários e o seu componente - Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE), conforme estabelecido pelo Quadro I da NR-5 em consonância com o Quadro I da NR 4.
É importante destacar que a CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com cronograma preestabelecido.
 
Essas reuniões são realizadas dentro do expediente normal da empresa e em local apropriado. Elas terão atas assinadas pelos representantes, com encaminhamento de cópias para todos os membros.
 
Então, cabe à empresa promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.
Atribuições dos integrantes da CIPA
Você sabe o que os membros da CIPA fazem? Então, vamos ver:
Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.
Elaborar um plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho.
Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho, visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas.
Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho.
Requisitar à empresa as cópias das CAT (comunicações de acidente do trabalho) emitidas.
Promover anualmente, em conjunto com o SESMT, a SIPAT.
SIPAT
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Trata-se de uma semana com muitas atividades para os trabalhadores, promovidas pela empresa com o objetivo de divulgar, orientar e promover prevenção de acidentes, segurança e saúde do trabalhador, de forma lúdica e descontraída.
Acidentes de trabalho
Agora que já vimos um pouco mais sobre as NRs 4 e 5, vamos entender sobre acidentes de trabalho?
 
"Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho" (Art. 19 da Lei nº 8.213/91).
A Lei nº 8.213/91 equipara a acidentes de trabalho:
 
O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; 
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; 
c) Ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
 
O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho: 
a) Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
b) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
c) No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
 
§1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
Fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes
Devemos ressaltar que existem dois fatores preponderantes para a ocorrência de acidentes de trabalho:
Atos inseguros
São caracterizados por ações voluntárias e até mesmo involuntárias por parte dos trabalhadores e independem das condições que o ambiente ofereça. Para evitar que atos inseguros aconteçam, os trabalhadores devem evitar:
• Usar roupas inadequadas e adornos;
• Fumar ou usar chamas próximo de inflamáveis e explosivos;
• Intervir em máquinas em funcionamento;
• Usar máquinas e equipamentos sem treinamento devido;
• Não utilização do equipamento de proteção individual.
Condições inseguras
Estão diretamenterelacionadas com fatores ambientais e compreendem irregularidades ou defeitos materiais, irregularidades técnicas e riscos ambientais existentes nos locais de trabalho.
Deve-se evitar também esses fatores:
 
• Falha ou deficiência de manutenção das máquinas;
• Falta de ordem ou disposição dos materiais;
• Instalações elétricas inadequadas;
• Irregularidades e defeitos no piso;
• Defeitos em escadas e plataformas elevadas;
• Iluminação inadequada.
Vimos que os acidentes de trabalho podem ocorrer devido à falha humana ou a algum problema relacionado ao ambiente de trabalho.
 
Se cada um fizer a sua parte, o número de acidentes será reduzido. Portanto, temos que incentivar os trabalhadores para a utilização correta dos equipamentos de proteção individual e manuseio de materiais.
 
Além disso, a empresa deverá seguir corretamente as orientações das Normas Regulamentadoras.
AULA 6 : Segurança do trabalhador
NR 6 – Equipamento de proteção individual (EPI)
Considera-se equipamento de proteção individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
É importante destacar que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco, e em perfeito estado de conservação.
De acordo com a NR 6, compete ao SESMT ou à CIPA recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.
 
Quando não existir SESMT nem CIPA, cabe ao empregador selecionar o EPI adequado, mediante orientação de profissionais tecnicamente habilitados.
Temos que ficar atentos, pois o EPI de fabricação nacional ou importada só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo competente do Ministério do Trabalho e Emprego.
Exemplos de EPIs
O EPI mais conhecido na área da saúde são as luvas. Temos outros EPIs não só na área da saúde, mas em outros segmentos de trabalho. 
O uso do EPI é muito importante para a prevenção de acidentes e adoecimentos. Por isso precisamos orientar os trabalhadores sobre a importância da utilização do EPI da forma correta.
 
Importante: as empresas devem oferecer treinamento aos trabalhadores quanto ao uso correto do equipamento.
Responsabilidades da empresa e dos empregados
Conheça agora as principais responsabilidades da empresa e dos empregados:
Empresa
Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade;
Exigir o uso do equipamento;
Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação do EPI;
Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
Responsabilizar-se pela manutenção periódica.
Empregados
Usar o EPI, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso;
Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
NR 23 – Proteção contra incêndios
A NR 23 é curta, mas muito importante para a segurança do trabalhador em relação a incêndios.
 
Os empregadores devem ficar atentos quanto às informações que constam nesta NR, para proporcionar aos trabalhadores um ambiente seguro.
Nesta norma, consta que todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.
O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre:
 
a) Utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;
b) Procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança;
c) Dispositivos de alarme existentes.
Saída de emergência
É preciso atenção às seguintes informações:
Placa - As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.
Porta - Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência.
Maçaneta - Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho.
 
As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento.
NR 26 – Sinalização de segurança
A NR 26 extremamente importante, pois um ambiente de trabalho sinalizado evita muitos acidentes. Isso porque o trabalhador fica mais cauteloso quando se depara com um símbolo ou uma cor de alerta.
 
Segundo esta NR, os estabelecimentos ou locais de trabalho devem adotar cores para a segurança, a fim de indicar e advertir seus colaboradores acerca dos riscos existentes. Mas atenção:
A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes.
O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão ou fadiga ao trabalhador.
Como utilizar as sinalizações da forma correta?
Veja o seguinte exemplo: um produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores. O que fazer?
A empresa deverá entrar em contato com entidades especializadas que emitam as normas de sinalização correta. Estas entidades podem ser nacionais ou internacionais.
 
No caso do produto químico é preciso estar de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da ONU.
Não podemos esquecer que os trabalhadores devem ser orientados quanto à sinalização de segurança, seja ela representada por cores ou por símbolos.
NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde
A NR 32 é muito importante para os profissionais da área da saúde, pois ela contém as diretrizes básicas para a execução de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde.
Vale destacar que, para esta NR, estabelecimentos de saúde são aqueles que prestam serviços de assistência à saúde da população, além de todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.
Os principais assuntos desta norma estão voltados para a segurança no manuseio dos riscos biológicos, riscos químicos, radiações ionizantes e resíduos.
Riscos biológicos
Em relação ao risco biológico, a NR faz considerações sobre dois programas:
PPRA
PCMSO
Proíbe comportamentos nos postos de trabalho, como o consumo de alimentos, o fumo, o uso de adornos e de calçados abertos, entre outros.
A reutilização e a desconexão manual de agulhas são igualmente proibidas, sendo assegurado o uso de materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança.
Cita a importância da vacinação dos trabalhadores e ressalta que o empregador deve fornecer as vacinas necessárias. Toda a rotina da unidade, inclusive aquela necessária para as situações de emergência com agentes biológicos, deve estar disponível por escrito.
Riscos químicos
Em relação ao risco químico, a NR trata dos produtos químicos em geral e destaca os gases medicinais e os medicamentos e drogas de risco. 
Esta NR também traz determinações sobre a manipulação de produtos quimioterápicos antineoplásicos; gases anestésicos e resíduos do serviço de saúde.
RÓTULO = Os produtos químicos devem conter o rótulo original e, quando manipulados, devem estar devidamente identificados.
RADIAÇÃO IONIZANTE
Em relação à radiação ionizante, a NR determina a necessidade de o estabelecimento cumprir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), incluindo o Plano de Proteção Radiológica (PPR), aprovado pelo CNEN e discutido pela CIPA e contemplado no PCMSO.
Há uma série de detalhamentos sobre capacitação, uso de EPI e outras considerações, incluindo:Necessidade de manter um registro individual dos trabalhadores do setor, com descrição de suas funções, registro de doses de radiação recebidas, entre outras informações. Esse registro deve ser guardado no estabelecimento por 30 anos após a demissão do funcionário.
Necessidade de afastamento da trabalhadora gestante das atividades que envolvam exposição à radiação ionizante.
Detalhamentos sobre o funcionamento do serviço de Medicina Nuclear, serviços de radiodiagnóstico e de radioterapia.
AULA 7 – ERGONOMIA, RISCOS AMBIENTAIS E AMBIENTES INSALUBRES
Antes de começarmos a estudar a NR 9 - PPRA, precisamos entender algumas definições.
Riscos ambientais
Consideram-se riscos ambientais agentes existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
 
Vamos ver em que consiste cada um destes agentes?
Agentes Físicos : São as diversas formas de energia às quais os trabalhadores possam estar expostos, tais como: ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
Agentes Químicos : São substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Agentes Biológicos : São considerados agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Agora sim, podemos definir a NR 9 - PPRA:
Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
O PPRA é um documento onde consta um conjunto de ações da empresa para a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores. 
Para a elaboração deste programa, algumas etapas devem ser cumpridas:
• Antecipação e reconhecimentos dos riscos;
• Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
• Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
• Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
• Monitoramento da exposição aos riscos;
• Registro e divulgação dos dados.
Elaboração do PPRA
Quem elabora o PPRA?
De acordo com a própria NR 9, a elaboração, implantação, acompanhamento e avaliação do PPRA podem ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver esse Programa.
Empregador
Estabelece, implanta e assegura o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição.
Trabalhadores
I. Colaboraram e participam da implantação e execução do PPRA;
 
II. Seguem as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;
 
III. Informam ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
Atenção!
Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se deles.
 
O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto, para as devidas providências.
Mapa de riscos
Aproveitando os agentes que compõem os riscos ambientais e somando aos riscos ocupacionais ergonômicos e de acidentes, pode-se confeccionar o mapa de riscos.
NR 15 - Atividades e operações insalubres
A NR 15 aborda situações consideradas insalubres no ambiente de trabalho.
 
Essas situações estão divididas por riscos e agentes e estão contempladas em anexos afixados na NR.
Para melhor entendermos esta Norma Regulamentadora, precisamos saber o que é limite de tolerância, pois esta informação será útil não só para caracterizar o ambiente insalubre, mas também para a confecção do PPRA (NR 9).
O "limite de tolerância" é entendido como a concentração ou intensidade, máxima ou mínima, relacionada à natureza e ao tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral.
NR 15 – Insalubridade
A NR 15 também orienta quanto ao adicional incidente sobre o salário mínimo da região, caso seja constatado que o ambiente de trabalho é insalubre:
Insalubridade de Grau Máximo 40 %
Insalubridade de Grau Médio 20 %
Insalubridade de Grau Mínimo 10 %
A eliminação ou neutralização da insalubridade acontece:
• Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; 
• Com a utilização de equipamento de proteção individual.
Cabe à autoridade regional competente, em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização.
 
A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.
NR 16 - Atividades e operações perigosas
Para a NR 16, o exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30%, incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade. Exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 litros para os inflamáveis líquidos e 135 quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.
NR 17 – Ergonomia
A Ergonomia é um assunto muito importante. Atualmente existem muitos afastamentos e aposentadorias devido ao distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT). Está baseada nas ciências biológicas e se relaciona de forma dependente e direta com outras disciplinas,tais como: Anatomia, Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Engenharia e Arquitetura, Administração e Engenharia de Produção.
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos, a fim de melhorar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas (Associação Internacional de Ergonomia, 2000).
Fatores que interferem no ambiente de trabalho
É muito importante considerarmos que alguns fatores podem interferir no ambiente de trabalho e provoquem desgaste ao trabalhador.
Organização do trabalho – Normas de trabalho, modo de operar, conteúdo do trabaçho e ritmo do trabalho.
Características físicas do trabalhador – idade, sexo, peso, estatura, condições fisiológicas e de saúde.
Características do ambiente – Conforto visual, iluminação, conforto térmico, conforto acústico.
Componentes do local de trabalho – Características, área, mobiliário, dimensões, ferramentas e equipamentos, entre outros.
Características psicossociais do trabalhador – Diferenças individuais,

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