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apostila arbitragem 2016 (Renato Horta)

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Curso de conciliação, mediação e 
arbitragem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Renato Horta 
2016 
 
Mini-currículo 
 
Mestre em Direito pela Universidade FUMEC (2016); Graduado em Direito pela Fundação Universidade de Itaúna 
(2004); conselheiro jurídico do COEJAMG – Conselho Estadual de Juizado Arbitral de Minas Gerais (2016), 
bolsista da FAPEMIG (2016); professor auxiliar de Metodologia científica do curso de graduação em Direito na 
Universidade FUMEC (2016); estágio docência no Núcleo de mediação e conciliação da Universidade FUMEC 
(2016); e membro do Núcleo de Pesquisa do PPGD da Universidade FUMEC (2016); professor de Direito Civil no 
CFDs da APMMG – Academia de Polícia Militar de Minas Gerais (2014); árbitro inscrito no CONFEJAB – 
Conselho Federal do Juizado Arbitral do Brasil (2015); árbitro membro do COJAM – Câmara de Orientação 
Jurídica, Arbitragem e Conciliação (2007-2015); professor de Legislação Ambiental, Legislação Acidentária e 
Previdenciária, Organizações e Normas Técnicas, Direito Minerário, Direito do Trabalho, Legislação profissional e 
ética no CEB-CECON (2007-2011); advogado inscrito na Seccional Minas Gerais (2005). 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. Disposições gerais 
1.1 Conceitos 
1.2 Classificação 
1.3 Fontes do direito 
1.4 Hierarquia das leis 
1.5 Acesso à justiça 
 
2. Formas de resolução de conflitos 
 
3. Mediação 
 
4. Conciliação 
 
5. Arbitragem 
5.1 Conceito 
5.2 Evolução da arbitragem no mundo e no Brasil 
5.3 Natureza jurídica do procedimento arbitral 
5.4 Características do procedimento arbitral 
5.5 Árbitro(s) 
5.5.1 Responsabilidade funcional do árbitro (criminal) 
5.5.2 Responsabilidade funcional do árbitro (civil) 
 
6. Convenção de arbitragem e seus efeitos 
6.1 Espécies 
6.2 Natureza jurídica da convenção arbitral 
6.3 Características da convenção arbitral 
 
7. Procedimento arbitral 
7.1 Primeira fase 
7.2 Segunda fase 
7.3 Terceira fase 
7.4 Quarta fase 
7.5 Recurso arbitral? 
7.6 Controle de legalidade pelo Poder Judiciário 
 
8. Polêmicas e impedimentos à arbitragem 
8.1 Relação de consumo 
8.2 Relação trabalhista 
 
Apêndice 
 
Referências 
1. Disposições gerais 
 
1.1 Conceitos 
 
Os conceitos aqui apresentados são dispostos de forma superficial com o intuito de 
proporcionar relativo nivelamento entre os diferentes interessados. 
 
Sociedade: é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. Origem etimológica: 
societas “associação amistosa com outros”. 
 
Sociedade civil: é uma expressão que indica o conjunto de organizações e instituições cívicas 
voluntárias que constituem os alicerces de uma sociedade em funcionamento, desvinculado da 
estrutura estatal. 
 
Estado: forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com 
poderes, internamente, soberanos para governar um povo dentro de uma área territorial 
delimitada. 
 
Teorias da formação da sociedade e do Estado: Os homens se reúnem por meio de um 
“contrato social” em que limitam suas liberdades. 
Segundo Thomas Hobbes a criação da sociedade e do Estado são simultâneos. Os homens se 
reuniram para por fim às guerras. Segundo esse autor quem criou a soberania foi a própria 
sociedade e o soberano como criatura não teria aderido ao contrato social, não se vinculando a 
ele, apenas exercendo a soberania com o fim de conceder unidade política (defesa do 
Absolutismo – O Leviatã). A unidade poderia ser mantida por qualquer meio, ainda que tirana. 
Para John Locke a sociedade é prévia ao Estado. Os homens se reuniram em sociedade para 
conseguirem segurança, em defesa de suas liberdades e patrimônio, para conseguir isso foi 
criado um ente ficto com poderes soberanos, o Estado. (defesa da burguesia – 1º e 2º Tratado 
sobre o governo civil). 
Para Jean Jacques Rousseau a sociedade é prévia ao Estado. Os homens se reuniram em 
sociedade para por fim a corrupção, melhorar a vida dos cidadãos e evitar a degeneração social. 
Para que isso acontecesse foi necessário criar um ser ficto, o Estado. (defesa da democracia – O 
contrato social) 
 
Funções (poderes) estatais: Legislativo, executivo e judiciário, todos possuem funções típicas e 
atípicas. 
 
Direito: ciência jurídica instrumentalizada por meio de um conjunto de regras e princípios que 
regulam as relações sociais. Etimologia: directum, aquilo que é reto, correto ou coerente. 
Emannuel Kant: “Direito é um conjunto de condições, segundo as quais, o arbítrio de cada um 
pode coexistir com o arbítrio dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade.” 
Direito como ciência jurídica: estuda, de forma abstrata, as normas que regulam as relações 
jurídicas em sociedade. 
Direito como instrumento: normas jurídicas. 
 
1.2 Classificação 
 
Direito natural: possui origem no século IV a.C. vinculado aos astros e na Idade Média à 
divindade. Direitos naturais seriam direitos inerentes ao ser humano, garantidos a todos, 
universalmente aceito em todas as sociedades, atemporal, ilimitado, superior a qualquer outro 
direito e fundamentado em valores absolutos. 
Direito positivo: desenvolvido com o fim do Absolutismo e tinha como intuito limitar o poder 
do soberano. Seria um direito criado pelo homem, intitulado como neutro, coercitivo, 
autopiético, sistêmico, temporal, variável conforme a localidade, tempo e sociedade. 
Direito pós-positivo: possui origem no período posterior a Segunda Grande Guerra e tinha 
como intuito conter o legalismo e os crimes contra a humanidade. Seria um direito criado pelo 
homem, vinculado a princípios axiologicamente fixados, influenciado por questões sociais, 
políticas, culturais e religiosas, coercitivo, temporal, variável conforme a localidade, tempo e 
sociedade. 
 
Direito público: direito positivo criado pelo Estado em que uma das partes é o próprio Estado e 
cujas regras não podem ser alteradas por convenção entre as partes. 
Direito privado: direito positivo criado pelo Estado em que nenhuma das partes é o Estado e 
cujas regras podem ser alteradas conforme desejo das partes. 
Direito público-privado: constitui a verificação da invasão de normas públicas sobre as 
privadas e das privadas sobre as públicas. 
 
Direito material: direito substantivo que apresenta regras de condutas. 
Direito processual: direito instrumental que apresenta a forma jurídica de executar o direito 
material. 
 
1.3 Fontes do direito 
 
O direito não se confunde com a lei, o direito consiste na interpretação sistemática de normas 
jurídicas aplicadas pelos tribunais e interpretadas por toda a sociedade. 
 
Lei em sentido amplo: regramento vinculativo. 
Lei em sentido restrito: regra de conteúdo geral e abstrato criado pelo poder público 
(convencimento racional). 
Costumes: regras sociais consideradas pela comunidade envolvida como obrigatórias em 
virtude de suas práticas reiteradas (convencimento tradicional). 
Jurisprudência: interpretações reiteradas de normas jurídicas pelos tribunais (convencimento 
racional). 
Doutrina: interpretações do ordenamento jurídico realizado por estudiosos do direito 
(convencimento racional). 
Equidade: igualdade, simetria, retidão, imparcialidade, 
conformidade (convencimento racional e tradicional). 
 
1.4 Hierarquia das leis 
 
A pirâmide hierárquica representa o pensamento de Hans Kelsen 
(1881-1973) sobre a unidade do direito e condição de validade 
jurídica normativa. 
Segundo Kelsen, independentemente da classificação jurídica 
adotada, um ordenamento jurídico possuiria validade na norma superior não podendo contrariá-
la. 
Ainda que a pirâmide representeas ideias do jurista alemão, a sua criação é atribuída a Adolf 
Merckl (1890-1970), aluno de Kelsen. 
A pirâmide é utilizada didaticamente por sua representação lúdica que representa as normas 
superiores em área menor que as inferiores, fato verdadeiro, quando observamos que, 
quantitativamente, há mais leis inferiores que superiores. 
 
1.5 Acesso à justiça 
 
As relações interpessoais podem gerar controversas as quais podem repercutir em litígios que 
atentam contra a paz social indispensável para garantir a igualdade, liberdade, propriedade 
(concepção de J. Locke), assim como a vida digna e boa em comunidade (concepção de 
Rousseau). 
Atento a isso o Estado cria regras para guiar comportamentos sociais a evitar litígios e, quando 
instaurados, para nortear o caminho para solução do conflito. 
No mundo ocidental influenciado pela cultura europeia e pela compreensão judaico-cristã, o 
termo justiça passou a ser compreendido como decorrência de princípios relacionados à 
igualdade e liberdade. 
 
Contudo, o conceito e definição de justiça variaram conforme o tempo, Mauro Cappelletti e 
Bryant Garth, em estudo descritivo sobre a evolução do acesso à justiça, classificados em 
“ondas” ou “momentos”, observaram uma evolução histórico-jurídica no tempo e espaço. 
 
1ª Onda de acesso à justiça: Os referidos autores observaram que o primeiro questionamento 
relacionado ao acesso à justiça traçava sinonímia entre Judiciário e justiça, se ocupando em 
promover medidas a conceder meios às classes sociais menos favorecidas financeiramente para 
que alcance o Judiciário. 
No Brasil foram editadas: Lei de assistência judiciária gratuita (Lei 1060/1950), Lei da 
defensoria pública (Ordenações Filipinas de 1823), Juizados Especiais (9099/1995). Essas leis 
tinham como intuito a busca pela garantia individual aos pobres de acesso à justiça estatal. 
2ª Onda de acesso à justiça: Com o crescimento dos grandes conglomerados industriais, a 
crescente preocupação comunitária e o desafio de proteção do meio ambiente, as medidas 
individuais já não eram mais suficientes, pois os interesses sociais não estavam mais restritos 
aos interesses individuais, mas também a interesses difusos, comunitários e metas individuais. 
A Segunda Onda alterou todo o pensamento jurídico até então voltado para o individualismo. A 
título de exemplo foram editadas, no Brasil, leis como: PNMA (Lei 6938/1981), LACP (Lei 
7347/1985) e CDC (Lei 8078/1990). 
3ª Onda de acesso à justiça: A maior abertura ao Judiciário sobrecarregou o Estado-Juiz e 
estampou sua incapacidade em responder aos conflitos levados ao seu crivo com a rapidez que 
a sociedade tecnológica hipercomplexa exige, aliada à perspectiva ideológica emancipadora do 
Estado Democrático de Direito. 
Com o objetivo de alcançar a solução do litígio, a Terceira Onda desvinculou do Judiciário o 
sentido de justiça, objetivando o resultado satisfatório às partes envolvidas e a paz social. Com 
esse fim foram editadas as Leis: Lei de arbitragem (Lei 9307/1996), Lei dos Juizados Especiais 
(Lei 9099/1995), Lei de mediação (Lei 13.140/2015) e CPC (Lei 13105/2015). 
 
2. Formas de resolução de conflitos 
 
Os conflitos nas relações interpessoais são comuns e em uma sociedade plural e hipercomplexa 
se tornam cada vez mais frequentes. 
 
São formas de resolução de conflitos: 
 
 
Ocorrerá a autotutela quando uma das partes envolvidas resolve o conflito através da força. É a 
forma mais primitiva de resolução de litígios. 
A resolução de conflitos com a imposição forçada é, em regra, vedada pelo ordenamento 
jurídico. 
 
A autocomposição ocorrerá quando as partes, sem envolvimento de um terceiro, resolve o 
conflito. 
Existem duas espécies: 
1- negociação: é o ajuste realizado pelas partes antes da existência de conflito, com o fim de 
evitar futura controversa; 
2- transação: é o ajuste realizado pelas partes antes ou depois da existência de um conflito, por 
meio de concessões mútuas, com o fim de evitar ou por fim a um litígio. 
 
Os efeitos da composição autônoma envolvem: renúncia ou submissão total ou parcial de 
direitos e/ou obrigações. 
 
A heterocomposição ocorrerá quando as partes por meio de auxílio de um terceiro resolvem 
resolver seus litígios. 
Existem duas espécies: 
1- Estatal: é decidida ou auxiliada por um terceiro pertencente ao Judiciário para encontrar a 
solução do litígio; 
2- Paraestatal: é decidida ou auxiliada por um terceiro não integrante do Judiciário para 
encontrar a solução do conflito. 
 
A modalidade estatal para resolução de conflitos é centralizada na figura do magistrado, que é 
um terceiro estranho ao conflito com conhecimento jurídicos comprovados por meio de 
concurso público de provas e títulos ou por concurso de classe restrita à OAB e ao Ministério 
Público. 
O magistrado possui poderes e limitações inerentes à jurisdição, devendo dizer qual o direito 
positivado a ser aplicado no caso concreto para solucionar o litígio. A decisão proferida pelo 
magistrado possui coercibilidade. 
Ainda que exista o magistrado, dentro do procedimento judicial, conforme a disponibilidade do 
direito envolvido, poderão as partes resolver seus conflitos por meio de acordos judiciais, totais 
ou parciais a que o magistrado deverá homologar quando cumpridos os termos legais. 
Consciente dessa possibilidade o legislador previu a necessidade do Judiciário promover a 
conciliação ou mediação entre as partes litigantes, havendo previsão para tanto nos processos 
que tramitam na Justiça do Trabalho (1943), nos juizados especiais cíveis e criminais (1995) e 
no rito sumário previsto no CPC/1973. 
A resolução 125/2010 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) instituiu a Política Judiciária 
Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Judiciário, 
incumbindo aos órgãos judiciário a promoção da mediação e a conciliação, bem como 
prestação de atendimento e orientação ao cidadão. 
O atual CPC (Código de Processo Civil) determina o incentivo de ações destinadas à resolução 
consensual (art. 3º, §3º do CPC), vindo a regulamentar os centros judiciários de solução 
consensual de conflitos em seus artigos 165 a 175. 
As resoluções consensuais conquistada na conciliação ou na mediação em centros judiciários 
devem ser homologadas pelo magistrado (art. 334, §11 do CPC), requisito que então lhe 
concederá validade legal. 
 
Na modalidade paraestatal, em regra, caberá aos envolvidos escolher um terceiro para intervir, 
auxiliar ou resolver o conflito. Todas as espécies heterônomas extrajudiciais são independentes, 
porém, não há impedimento para que se convirjam antes, durante ou depois de seu início. 
O acordo firmado tanto na conciliação como na mediação terão força de título executivo 
extrajudicial, sendo indispensável para a sua validade que o termo de acordo seja referendado 
pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos 
transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal (art. 784, IV do CPC). 
Caso tal termo não possua o referendo dos acima mencionados, ainda sim poderão possuir 
força executiva extrajudicial, quando possuir assinatura de duas testemunhas (art. 784, III do 
CPC). 
A arbitragem também é meio paraestatal que se inicia com a vontade das partes em abrir mão 
da jurisdição estatal, em que, depois de instituída se torna obrigatória. Na arbitragem as partes 
escolhem o tribunal/câmara/instituição ou arbitro(s) (ad hoc), que têm atribuições 
jurisdicionais, excetuando o juízo de satisfação para dirimir conflitos de natureza patrimonial e 
disponível. Não havendo acordo sobre a escolha do(s) árbitro(s) depois de firmada a convençãoarbitral, caberá ao magistrado decidir em processo judicial específico, os contornos 
indispensáveis, à instituição da arbitragem. 
A decisão arbitral é título executivo judicial irrecorrível. 
 
A Lei 9.307/96 dispõe sobre a arbitragem, porém, tal legislação apesar de avançada não é 
novidade já que o Dec. 737, de 25.11.1850 e o Código Civil de 1916 já disciplinavam o 
instituto, ainda que de forma precária. 
 
3. Mediação extrajudicial 
 
Conceito de mediação: “meio alternativo concebido através de atividade técnica, exercida por 
terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e 
estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.” (parágrafo 
único do art. 1º da Lei 13140/2015). 
 
Conceito mediador: “pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer 
mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou 
associação, ou nele inscrever-se.” (art. 9º da Lei 13140/2015) 
 
São princípios da mediação: 
I - imparcialidade do mediador; 
II - isonomia entre as partes; 
III - oralidade; 
IV - informalidade; 
V - autonomia da vontade das partes; 
VI - busca do consenso; 
VII - confidencialidade; 
VIII - boa-fé; 
IX - independência (CPC). 
 
São limites aos quais não cabem mediação: 
I - direitos indisponíveis que não comportam transação; 
II - assuntos sobre os quais não foram acordados mediação quando se tratar de mediação 
contratada (§1º do art. 2º da Lei nº 13140/2015). 
 
Vínculo jurídico com a mediação extrajudicial será: 
I – contratual particular pre-litígio; 
II – voluntário ou institucional pós-litígio. 
 
Consequências da ausência de uma das partes à audiência de mediação contratual: 
Ninguém é obrigado a permanecer no procedimento de mediação, porém, o não comparecimento 
em audiência preliminar de mediação quando instituída contratualmente, pode acarretar 
consequências financeiras a parte recalcitrante, como, o pagamento de 50% das custas do 
procedimento extracontratual em caso propositura de ação judicial que conclua pela 
sucumbência daquele que recusou ao procedimento extrajudicial prévio (art. 22, §2º, IV da Lei 
13140/2015). 
Consequências da ausência de uma das partes à audiência de mediação institucional: 
O art. 334, §8º do CPC não atribuir multa à ausência injustificada das partes, acreditando se 
tratar de escolha do legislador em virtude da natureza da relação próxima. 
 
Pode ser mediador: 
I - pessoa capaz; 
II - pessoa que tenha a confiança das partes; 
III - pessoa capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de 
conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se; ou 
IV - pessoa que componha qualquer tipo de conselho, entidade de classe, câmara ou associação, 
ou nele inscrever-se, desde que escolhida pelas partes; ou 
V - pessoas cadastradas a funcionarem como mediadores nos centros judiciários. 
 
Responsabilidade do mediador: 
O mediador exceto o voluntário não institucionalizado, responde como se funcionário público 
fosse, nos termos do art. 327 do CP c/c art. 8º da Lei 13140/2015. 
 
Técnicas de mediação: 
 
1- Abertura: faz-se a colocação das regras do procedimento. O mediador ouve cuidadosamente 
as partes; 
2- Investigação: aqui se aborda profundamente o conflito, buscando suas causas e genealogia; 
3- levantamento de opções: levantam-se necessidades e os desejos de cada um, sem haver, num 
primeiro momento, compromisso com a aplicabilidade das alternativas; 
4- negociação das opções: é o momento em que aspectos da realidade e da possibilidade de cada 
parte são levados em conta. Concessões são feitas dentro do espírito de ganhos mútuos; 
5- Agenda: compromissos parciais e provisórios podem ser feitos com o objetivo de testar se as 
alternativas acordadas realmente funcionam na prática; 
6- Fechamento: É entabulado acordo contendo data, forma e as condições para o cumprimento. 
 
4. Conciliação extrajudicial 
 
Conceito de conciliação: é um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes 
confiam a uma terceira pessoa neutra e imparcial capaz de aproximar os litigantes e propor 
soluções, não possuindo, entretanto poder decisório. 
 
Conceito conciliador: “Terceiro escolhido pelas partes ou escolhido por instituição e aceito 
pelas partes, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as 
partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de 
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.” (§2º do art. 165 do NCPC) 
 
São princípios da conciliação: 
I - imparcialidade do mediador; 
II - isonomia entre as partes; 
III - oralidade; 
IV - informalidade; 
V - autonomia da vontade das partes; 
VI - busca do consenso; 
VII - confidencialidade; 
VIII - boa-fé; 
 
São limites aos quais não cabem mediação: 
I - direitos indisponíveis que não comportam transação; 
II - assuntos sobre os quais não foram acordados conciliação. 
 
Vínculo jurídico com a conciliação: 
I – legal; 
II – voluntário. 
 
Consequências da ausência de conciliação legal: 
O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado 
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da 
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do 
Estado. 
Consequências da ausência de conciliação voluntária: 
Ninguém é obrigado a permanecer no procedimento de conciliação, não havendo consequências 
a ausência em procedimento extrajudicial. 
 
Pode ser conciliador: 
Aplica-se o mesmo que foi dito ao mediador. 
 
Responsabilidade do conciliador: 
Aplica-se o mesmo que foi dito ao mediador. 
 
Técnicas de conciliação: 
1- Abertura: faz-se a colocação das regras do procedimento. O conciliador ouve rapidamente as 
partes; 
2- Levantamento de opções: o conciliador solicita à parte que foi chamada para que apresente 
propostas para o fim ou prevenção do litígio; 
3- Análise das propostas: o conciliador explica sobre os riscos do conflito, as benesses do 
acordo, fazendo sugestões e propondo formas e meios para solucionar o conflito, sempre dentro 
de uma proposta já apresentada; 
4- Agenda: compromissos parciais e provisórios podem ser feitos com o objetivo de testar se as 
alternativas acordadas realmente funcionam na prática; 
5- Fechamento: É entabulado acordo contendo data, forma e as condições para o cumprimento. 
 
5. Arbitragem 
 
5.1 Conceito 
 
A atual lei de arbitragem brasileira estabelece os contornos da arbitragem moderna, sendo 
possível apresentar o conceito por meio do exame do texto normativo. Utilizando dessa 
abordagem é possível afirmar que a arbitragem é um método heterogêneo de resolução de 
conflitos, ou seja, a arbitragem existirá quando um terceiro estranho ao conflito, escolhido pelas 
partes tenha a incumbência de resolver o conflito, conforme limites determinados em convenção 
manifestamente aderida pelas partes envolvidas, possuindo a decisão proferida pelo árbitro 
escolhido força executiva e vinculante como uma sentença judicial (art. 1º; art. 3º; art. 13, §1º e 
art. 31). 
 
Delimitado os contornos da Arbitragem, temos por afastado o instituto da autotutela e da 
autocomposição, métodos autônomos de resolução de conflitos, fundamentados, 
respectivamente, na força ou na renúncia e concessões, sem a intervenção de terceiros, cuja 
decisão não é dotada de força executiva. Da mesma forma temos por afastada a natureza estatal, 
pois ausente o representante do Estadona relação arbitral, mesmo quando o árbitro é, 
excepcionalmente, escolhido por magistrado. 
 
 
5.2 Evolução da arbitragem no mundo e no Brasil 
 
A Arbitragem possui origem ainda na Grécia e Roma antiga, alcançando proteção 
constitucional na Constituição Francesa de 1791. 
Os ideais revolucionários franceses que preconizavam uma liberdade ampla para o indivíduo 
sustentavam a autonomia e a capacidade atribuída aos cidadãos para acordarem formas 
alternativas de resolução de suas controversas independente do Estado-juiz. 
A autonomia da vontade privada continuou sendo reverenciada no código civil francês de 1804, 
que atribuía força vinculante aos acordos de vontade prevalecendo inclusive sobre a lei. 
A Arbitragem na França se tornou o instrumento ideal de reação contra a aristocracia que 
compunham as cortes judiciárias, porém, pouco depois da publicação do Código napoleônico, 
em 9 de maio de 1806, foi promulgada lei sobre arbitragem francesa fundada no positivismo, 
que desestimulou a utilização do instituto arbitral por causa das rigorosas formalidades 
impostas, algo que contrariava a liberdade e a autonomia privada ampla, até então desenhada 
sobre a Revolução Francesa. 
No Brasil, a Constituição Política do Império, de 25 de março de 1824, também fez previsões 
acerca da possibilidade de nomeação de árbitros pelas partes interessadas para julgarem ações 
cíveis e penais civilmente intentadas. O Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850 
e o decreto regulamentador nº 737, de 25 de novembro do mesmo ano, estabeleceu a 
Arbitragem no setor, que poderia se dar de forma compulsória ou facultativa. 
O referido Código e Decreto consagraram a arbitragem compulsória (necessária) para tratar de 
inúmeros assuntos relacionados à reparação de danos, termos contratuais, locações, defeitos do 
negócio jurídico, obrigações, sociedade mercantil e créditos, assim como a arbitragem 
facultativa (voluntária) para questões relacionadas a seguro. 
Examinando o Decreto regulamentador, mesmo se tratando de arbitragem necessária, ainda 
havia reverência à autonomia da vontade das partes envolvidas, pois, essas poderiam renunciar 
ao direito de recurso por meio de convenção a qual não se exigia maiores formalidades, fato 
este que trouxe maior celeridade à resolução do conflito. 
Neste momento já se observa que a autonomia da vontade não possuía a mesma liberdade 
anterior, se tratando de uma nova autonomia privada fundada “na liberdade de as pessoas 
regularem através de contratos, ou mesmo de negócios jurídicos unilaterais, quando possível, 
os seus interesses”. 
O Decreto nº 3.900, de 26 de junho de 1867 estabeleceu pela primeira vez em nosso país a 
cláusula compromissória, porém, atribuiu a esta o status de pacto de contrahendo, ou seja, 
“contrato de execução subordinado à vontade de um ou dos dois contraentes, para que outro 
produza seus normais efeitos”. 
Apesar de trazer algum avanço ao instituto da Arbitragem, o pacto de contrahendo trazia 
desconfortos, pois “o interesse prático na realização do pré-contrato, se tem como finalidade 
impor às partes a obrigação de celebrar novo contrato, seu conteúdo consistiria numa obrigação 
de fazer. Ora, consoante o entendimento dominante, a eficácia das obrigações dessa espécie 
subordina-se a regra nemo praecise cogi potest ad factum. O devedor de prestação de fato não 
pode ser compelido a cumprir especificamente o prometido. Sua recusa converterá a obrigação 
de fazer, pois, em obrigação de indenizar. Assim sendo, o pré-contrato perde todo o interesse 
prático, porque não realiza sua função específica. O contrato futuro, cuja conclusão se procura 
garantir mediante o pactum de contrahendo, somente se concluirá se uma das partes o quiser, 
eis que é livre para descumprir em se sujeitando ao pagamento de perdas e danos”. 
O status de pacto de contrahendo atribuído à cláusula compromissória já se mostrava 
anacrônico por ancorar a Arbitragem no formalismo contratual que, já neste período dava lugar 
ao consensualismo, a força obrigatória e válida dos contratos justificada pela ideia de respeito à 
palavra voluntariamente dada, independente da forma específica. 
Influenciado pelas codificações napoleônicas, os ordenamentos romano-germânicos do século 
XVIII ao século XIX foram erguidos sobre a filosofia liberal e positiva que aflorou da 
Revolução Francesa. 
A ordem pública passou a estabelecer maiores barreiras à autonomia da vontade, que não 
possuindo caráter absoluto está submetida às limitações contidas no positivado ordenamento 
jurídico. 
No Brasil, a influência napoleônica se fez presente no Código Civil, Lei nº 3071, de 1º de 
janeiro de 1916, que também regulou o instituto da Arbitragem em seus artigos 1037 a 1048, 
revogando as demais normas que tratavam sobre o tema. 
A arbitragem estava inserida no Título II, “Dos efeitos das obrigações”, Capítulo X, “Do 
compromisso, sendo latente a natureza contratual da arbitragem e a autonomia privada”. 
A regulamentação da Arbitragem pelo Código Civil de 1916 manteve o retrocesso imposto ao 
instituto, pois perpetuou o caráter de pactum de contrahendo, anteriormente fixado, assim 
como a submissão à revisão jurisdicional do laudo arbitral (art. 1045) e a possibilidade de 
recurso das decisões arbitrais (art. 1046), mesmo diante de cláusula “sem recurso” e “pena 
convencional”. 
O acréscimo benéfico ao instituto da Arbitragem trazido pelo Código resumia-se a maior 
amplitude daqueles que podem funcionar como árbitros, “quem quer que tenha a confiança das 
partes” (art. 1043) e a atribuição funcional do árbitro a quem são “juízes do fato e direito, não 
sendo sujeito ou seu julgamento a alçada, ou recurso, exceto se o contrário convencionarem as 
partes” (art. 1041), fato este que levou o instituto da Arbitragem à hibernação, enquanto fora do 
país a Arbitragem se desenvolvia. 
Diante das mudanças políticas e ideológicas na economia e na sociedade, o cenário legislativo 
e jurídico foi alterado e as regras e interpretações legislativas tiveram que se adequar às novas 
exigências da vida moderna globalizante e atender aos anseios sociais, dentro de um Estado 
Social. 
Em 1923 foi instalada, em Paris, a CCI (Câmara de Comércio Internacional), passando a 
França a adotar e reconhecer um novo modelo de regime arbitral, direcionado ao comércio 
exterior e vinculante aos signatários. 
Em 1958, foi realizada a Convenção de Nova Iorque que tratava do reconhecimento e a 
execução de sentenças Arbitrais estrangeiras, convenção esta que o Brasil é signatário, tendo 
sido aprovado pelo Congresso Nacional e promulgado o Decreto nº 4.311, de 23 de julho de 
2002. 
Na década de 1980, a CCI realizou grandes reformas relacionadas à Arbitragem interna e 
externa na França, e logo após, em 1985, a UNCITRAL (Comissão das Nações Unidas para o 
Direito Comercial Internacional) editou, em Nova Iorque, lei-modelo sobre a Arbitragem 
comercial internacional que passou a influenciar normas internas de inúmeros países pelo 
mundo. 
O papel da autonomia das partes foi reconhecido pela UNCITRAL como o mais importante 
princípio a ser observado pelas legislações nacionais ao se estabelecerem regras para a 
Arbitragem. 
No Brasil, o texto original da Constituição de 05 de outubro de 1988, já tratava, 
especificamente, da Arbitragem facultando às partes a possibilidade de, frustrada a negociação 
coletiva de trabalho, eleger árbitros para solucionar o conflito ou ajuizar dissídio coletivo 
trabalhista. 
Em 11 de setembro de 1990, foi sancionado o Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei nº 
8078 de proteção e defesa do consumidor com status de norma de ordem pública e interesse 
social. 
O referido Código elencou, em rol exemplificativo, as cláusulasabusivas e, portanto nulas de 
pleno direito, dentre as quais a imposição compulsória da arbitragem (art. 51, VII). 
Vale destacar que o CDC não trouxe qualquer inovação no mundo jurídico, isto porque a 
arbitragem compulsória no Brasil vigorou em um curto período de tempo, exatos doze anos, 
sobre matérias restritas fixadas no Código Comercial e no seu Decreto regulador, quando então 
foram derrogados pelo Decreto nº 3.900, de 26 de junho de 1867 e, definitivamente, afastado 
do mundo jurídico nacional. 
Ocorre que as restrições à liberdade contratual, intensificada no início do século XX, 
reduziram, drasticamente, a autonomia privada, fato este que retraiu a capacidade dos 
contratantes e, por via de consequência, da própria arbitragem fundada na autonomia da 
vontade. 
A ampliação da Arbitragem e o seu retorno, após longo período de hibernação, se deu com a 
edição da Lei Marco Maciel, Lei nº 9307, de 23 de setembro de 1996, que trouxe grandes 
avanços e autonomia ao Instituto, mantendo o caráter facultativo, afastando qualquer meio 
compulsório, em revência ao princípio da autonomia da vontade privada e do princípio 
constitucional da inafastabilidade, já predeterminada no Decreto nº 3900, de 26 de junho de 
1867. 
Também foram mantidas as possibilidades de julgamento arbitral por equidade ou direito, 
possibilidades estas já previstas no Decreto nº 3900/1867, porém os métodos de julgamento 
colocados às partes foram ampliados abrindo possibilidade para a realização de arbitragem com 
base nos princípios gerais de Direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais do 
comércio. 
Assim como previsto no Código Civil de 1916, a arbitragem está limitada a direitos relativos ao 
patrimônio disponível das partes, restando também ampla a possibilidade da escolha do(s) 
árbitro(s) que deve possuir a confiança das partes e a capacidade civil desejada, ou entidade 
especializada. 
Em 31 de outubro de 2001, foi editada lei que alterou o art. 109 da lei 6404/1976 (dispõe sobre 
as sociedades por ações) reeditando a arbitragem compulsória, agora relativa, quando 
estabelece que o estatuto da sociedade pode determinar que as divergências entre os acionistas 
e a companhia, ou entre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, poção ser 
solucionadas mediante arbitragem, nos termos em que especificar. 
Superado o período inicial de desconfiança que pairava sobre a Lei geral de arbitragem, em 26 
de maio de 2015 foi editada pela Lei nº 13.129, que proporcionou adequação e atualização 
textual à Lei nº 9307/96; normatizando tutelas cautelares, interrupção da prescrição, a 
possibilidade de sentença arbitral parcial, os efeitos da declaração de nulidade da sentença 
arbitral e a possibilidade da Administração Pública utilizar arbitragens conforme balizas 
estabelecidas pelo Direito Público. 
Mesmo com o avanço, as restrições impostas à autonomia da vontade conduziu o instituto da 
Arbitragem a um papel coadjuvante como método de resolução de conflitos, criando uma 
cultura conflituosa, morosa, formalista e dependente da ação estatal jurisdicional. 
Tal cenário acabou por proporcionar injustiças e descontentamentos sociais, destacando a 
incapacidade do Judiciário em resolver de forma ágil, especializada e confiável os conflitos 
sociais. 
 
5.3 Natureza jurídica do procedimento arbitral 
 
A natureza jurídica é o resultado da classificação de determinado instituto a uma grande 
categoria jurídica. 
O procedimento arbitral tem natureza tanto pública por possuir regras cogentes e o árbitro deter 
jurisdição, como também privada, porque as partes, conforme autorização legal, podem alterar 
o procedimento, escolhendo, por exemplo, a forma de julgamento, se por: 
1- Direito: todo o ordenamento jurídico incluindo textos normativos, súmulas, jurisprudências e 
doutrina; 
2- Equidade: A equidade possui como fundamento a boa-fé, o equilíbrio e a justiça material, 
não se confundindo com a justiça social ou contratual, devendo o árbitro mitigar o rigor legal, 
observar a moral, ética, os costumes e os princípios constitucionais; 
3- Princípios gerais do direito: princípios que possuem aplicação ampla independente do ramo 
do direito inserido; 
4- Usos e costumes: Segundo Hans-Georg Gadamer, usos e costumes teriam fundamento de 
validade na tradição, dotados livremente, mas não criados por livre inspiração; 
5- Regras internacionais do comércio: são princípios e regras de diversas fontes internacionais, 
sendo a principal delas o costume e contratos internacionais. 
 
Independente de qual forma de julgamento for escolhida estará limitada aos bons costumes e à 
ordem pública. 
Os bons costumes correspondem a uma moralidade social média. 
A ordem pública relaciona-se com estrutura axiológica aceita socialmente como a boa-fé. 
A Administração Pública por estar vinculada ao princípio da legalidade/juridicidade também 
estará vinculada, exclusivamente, ao julgamento conforme o Direito, afastadas todas as demais 
possibilidades. 
 
5.4. Características do procedimento arbitral 
 
A arbitragem possui características próprias inerentes ao seu procedimento merecendo 
destaque: 
 
1- Mais céleres por não admitir recurso da decisão ao Judiciário, além de possuir limite 
temporal que culminará com a conclusão do procedimento; 
2- Legitimidade democrática, pois o(s) profissional(is) que irá(ão) julgar possui(em) a 
confiança sendo escolhido(s) pela(s) partes ; 
3- Mais seguro, pois as partes poderão conferir a expertise do julgador antes desse proferir 
sentença arbitral; 
4- Menos formal; 
5- Sigiloso, exceto quanto uma das partes for a Administração Pública; 
6- Flexível e consensual por abrir oportunidade às partes para que convencionem ritos e 
procedimentos; 
7- Possibilidade de participação ainda que não assistido por advogado; 
8- Possibilidade da delimitação da forma de julgamento, exceto quando uma das partes for a 
Administração Pública; 
9- Revisão judicial contra ilegalidades; 
10- Produção de título executivo judicial. 
 
5.5. Árbitro(s) 
 
Poderá ser árbitro qualquer pessoa que possua capacidade jurídica e tenha sido escolhido pelas 
partes diretamente ou por tribunal ou câmara segundo a vontade dos envolvidos. 
Excepcionalmente o árbitro poderá ser escolhido por magistrado. 
 
5.5.1. Responsabilidade funcional do árbitro (criminal) 
 
Existem crimes que somente pessoas que detém algum cargo ou função pública podem 
cometer, estes crimes são conhecidos como “crimes próprios” e estão espalhados na legislação 
pátria. 
 
Os árbitros quando no exercício de suas funções ou em razão delas, ficam equiparados aos 
funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal. 
 
São exemplos de crimes próprios capitulados no Código Penal, entre outros: 
Peculato: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito 
próprio ou alheio; 
Extravio, sonegação ou inutilização de livros ou documentos: Art. 314 - Extraviar livro oficial 
ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total 
ou parcialmente. 
Concurssão: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
Corrupção: Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem. 
Prevaricação: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-locontra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
Violação do sigilo funcional: Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e 
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação. 
 
A sentença proferida pelo juiz arbitral é titulo executivo judicial, sendo o árbitro juiz de fato e 
de direito, não se admitindo recurso contra a decisão exarada e não se sujeitando a 
homologação judicial. Em virtude dessa equiparação seus atos quando criminosos são 
considerados crimes próprios. 
 
5.5.2. Responsabilidade funcional do árbitro (civil) 
 
As partes podem fixar prazo para a apresentação da sentença arbitral, não sendo este fixado o 
prazo limite para se proferir a decisão será de até 6 (seis) meses a contar da instauração da 
arbitragem (assinatura da carta de missão). 
 
As partes podem fixar multa pecuniária caso a sentença arbitral seja apresentada a destempo 
podendo, em todo caso, a parte que se sentir lesada intentar ação judicial requerendo perdas e 
danos. 
Poderá as partes decidir por prorrogar o prazo para apresentação da sentença arbitral, 
concedendo mais prazo ao(s) árbitro(s). 
 
Não sendo a sentença prolatada no prazo legal de seis meses, o processo será extinto sem 
julgamento de mérito, podendo o árbitro ser acionado a reparar/indenizar perdas e danos. 
 
Para que o processo seja extinto por inércia do árbitro, caberá a parte notificar o mesmo ou 
tribunal para que em 10 (dez) dias prolate a decisão, ultrapassado o prazo fixado poderá o 
tribunal ou/e o árbitro responder pelos danos causados em virtude da extinção da arbitragem 
sem resolução de mérito. 
 
6. Convenção de arbitragem e seus efeitos 
 
6.1. Espécies 
 
A convenção de arbitragem é o meio pelo qual as partes se obrigam mutuamente e 
expressamente a se submeterem à arbitragem, reconhecendo o afastamento da jurisdição 
estatal. 
A convenção de arbitragem se divide em compromisso arbitral e cláusula arbitral. 
 
 Compromisso arbitral 
 
Convenção de arbitragem Vazia 
 
 Cláusula arbitral 
 
 Cheia 
 
Compromisso arbitral: termo escrito, assinado pelas partes que normalmente estão em litígio. 
Poderá ser assinado a qualquer tempo, mesmo que precedido de cláusula arbitral. Possui como 
finalidade afastar a jurisdição estatal e delimitar a arbitragem. O compromisso arbitral é 
assinado após a instauração do litígio, por liberalidade comum ou mediante carta-convite 
expedida por uma das partes. 
 
Cláusula arbitral: termo escrito, assinado pelas partes que não estão em litígio. Possui a 
finalidade de afastar eventual litígio junto ao Judiciário. A cláusula de arbitragem é assinada 
pelas partes antes da instauração da lide por liberalidade comum. 
Cláusula arbitral cheia: deverá contar com: 
1- eleição do órgão convencional de solução de conflitos; ou 
2- eleição de árbitro ad hoc; ou 
3- definição de critérios para nomeação de árbitro(s). 
Cláusula compromissória vazia: não há definição mínima como acima enumerado, porém, 
ainda assim, possui força vinculante entre as partes. Poderá ser completada por meio de 
compromisso arbitral ou por decisão judicial. 
 
6.2. Natureza jurídica da convenção arbitral 
 
A convenção arbitral tem natureza privada, obrigacional, regida pelo princípio da vontade ou 
autodeterminação, possuindo as partes livre e manifesta escolha sobre seus termos até a 
assinatura. 
Em virtude da natureza jurídica contratual, a convecção de arbitragem está submetida às 
condições gerais de existência, validade e eficácia do negócio jurídico. 
Para Dimitri Dimoulis, negócio jurídico é qualquer estipulação de consequências jurídicas, 
realizada por sujeitos de direito no âmbito do exercício da autonomia da vontade. Seu 
fundamento é a manifestação de vontade das partes, isto é, dos sujeitos de uma relação jurídica. 
A ausência de elementos de existência e requisitos de validade pode tornar o ato nulo ou 
anulável conforme a gravidade, e a impossibilidade de substituir o elemento ou requisito 
viciado. 
 
Elementos de 
existência 
Requisitos de validade Fatores de eficácia 
Vontade Manifestação livre e consciente Condição – futura e incerta 
(cláusula) 
Termo – futuro e certo 
(compromisso) 
Partes Capazes 
Objeto Direitos patrimoniais disponíveis 
Forma Escrita 
 
A convenção de arbitragem quando inserida a Administração Pública passa a ter natureza 
híbrida, ainda que obrigacional, regida pelos princípios do direito público, com especial 
atenção aos princípios da indisponibilidade do patrimônio público e do interesse público. 
Para que a Administração Pública possa aderir à convenção arbitral é necessário ato 
administrativo, que deve observar os limites legais. 
Para Hely Lopes Meirelles o ato administrativo compreende toda manifestação unilateral da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si. 
O ato administrativo possui elementos de existência, requisitos de validade e fatores de eficácia 
semelhantes ao ato jurídico, conforme a seguir: 
 
Elementos de existência Requisitos de validade Fator de eficácia 
Agente Competente Condição – futura e 
incerta (cláusula) 
Termo – futuro e 
certo (compromisso) 
Finalidade Atendimento ao interesse público 
Motivo Verdadeiro e legal 
Objeto Direitos patrimoniais disponíveis 
Forma Escrita 
 
6.3. Características das modalidades de convenção arbitral 
 
1- A cláusula arbitral poderá estar inserida no instrumento contratual principal ou poderá ser 
entabulado fora do mesmo, desde que faça referência inequívoca ao primeiro; 
2- Inserida no contrato, a cláusula arbitral deve ser escrita de forma clara e precisa; 
3- É perfeitamente possível a estipulação de cláusula arbitral em contratos de adesão desde que 
clara, precisa, escrito em negrito, e apresente campo específico para a assinatura referente a 
cláusula. Se tratando de relações de consumo além das características mencionadas, deve ainda 
possui fonte mínima equivalente a 12; 
4- A cláusula arbitral é autônoma em relação ao contrato, ou seja, ainda que exista alguma 
irregularidade no contrato principal isso não desqualifica a cláusula arbitral; 
5- Todo cláusula arbitral, cheia ou vazia, vincula seus aderentes. Existindo resistência de uma 
das partes na instituição da arbitragem cuja origem é uma cláusula vazia, caberá ao magistrado 
instituí-la por meio de procedimento próprio em que serão ouvidas as partes. Caso o 
recalcitrante não compareça em juízo para a escolha do árbitro, o juiz irá nomeá-lo a rogo, 
servindo a sentença como compromisso arbitral. Porém, se o Autor não comparecer em 
audiência o processo judicial será extinto sem resolução de mérito (art. 7º, §§6º e 7º da lei de 
arbitragem) 
6- O compromisso arbitral poderá ser instituído por instrumento particular assinado pelas partes 
e por duas testemunhas, por instrumento público assinado pelas partes ou, ainda, judicialmente 
nos autos do processo judicial. 
 
7. Procedimento arbitral 
 
O procedimento arbitral deve sempre observar os princípios da ampla defesa e do contraditório, 
podendo ser dividido, didaticamente, em quatro fases: 
 
7.1. Primeira fase: formação da relação jurídico-processual e instauração da arbitragem 
 
1- O pedido inicial, contendo as delimitações das controversas endereçadas à Câmara, Tribunal 
ou ao árbitro(ad hoc); 
 
2- Havendo cláusula compromissória será expedida citação a(s) parte(s) ex adversa. Ausente tal 
cláusula, será expedida carta-convite, objetivando a assinatura de compromisso arbitral 
(formação da relação jurídico-processual); 
 
3- Poderá o árbitro ou Tribunal determinar o adiantamento de verbas para despesas e 
diligências necessárias. 
 
4- Os requerimentos iniciais podem ser alterados até a assinatura da “ata de missão” ou “termo 
de referencia”, quando então, aceito o encargo pelo(s) árbitro(s), restará instaurada a arbitragem. 
 
7.2. Segunda fase: defesa 
 
1- A defesa será oferecida no prazo convencionado; 
 
Requerimentos Decisão acolhedora Exemplos 
Preliminar 
Extinção com ou sem 
resolução de mérito arbitral. 
Competência, suspeição ou 
impedimento. 
Extinção com resolução de 
mérito arbitral. 
Invalidade ou ineficácia da 
convenção. 
Prejudicial de 
mérito 
Decisão parcial. 
Lei aplicável ou matéria a ser 
julgada. 
Mérito Decisão final. 
Toda e qualquer matéria conforme 
limites convencionais e legais. 
 
2- A reconvenção deverá observar os limites estabelecidos na cláusula arbitral ou/e regulamento 
da câmara ou tribunal arbitral. 
3- São possíveis pedidos cruzados entre demandados quando: 
a) a celeuma trazida estiver compreendida entre as balizas da cláusula ou compromisso arbitral, 
ou ainda do regulamento da câmara ou tribunal arbitral; 
b) quando entre os demandados também exista convenção arbitral. 
4- A lei arbitral determina que a revelia não impedirá a arbitragem, cabendo a judicialização 
quando diante de cláusula vazia, ou, se tratando de cláusula cheia a continuidade do 
procedimento com os elementos disponíveis. 
Em todo caso, na arbitragem, não haverá a figura da confissão ficta, justamente por ausência de 
previsão legal e em razão do princípio da verdade real que norteia o processo. 
5- Participação de terceiros (não se trata de intervenção de terceiros): 
 
Modalidades Condições Consequências da recusa 
Assistência Aceitação dos envolvidos 
Poderão ser necessários 
procedimentos posteriores. 
Denunciação da lide 
Aceitação dos envolvidos, 
carta-convite, participação 
na escolha do árbitro e 
compromisso arbitral. 
Poderá restringir direitos. 
Litisconsórcio 
Se obrigatório conduzirá à 
extinção sem resolução de 
mérito. 
Oposição 
Poderão ser necessários 
procedimentos posteriores. 
Chamamento ao processo 
Poderão ser necessários 
procedimentos posteriores. 
Correção da ilegitimidade 
passiva 
Inadmissível - 
 
7.3. Terceira fase: instrutória 
 
A produção probatória em sede de arbitragem alinha-se ao sistema de provas do CPC, limitada 
à lide e ao princípio do ônus. 
A recusa em prestar depoimentos pessoal não deve ser avaliada em desfavor da parte faltosa, 
pois, a arbitragem deve pautar-se pela verdade real. 
O árbitro na busca pela verdade real deve conduzir a produção de provas distribuindo ônus, 
conforme cláusula ou compromisso arbitral, vontade das partes, regulamento e/ou a lei. 
Havendo resistência na obtenção de documentos públicos ou recusa de depoimento 
testemunhal, poderá ser requisitada força coercitiva ao magistrado togado como: busca e 
apreensão e condução coercitiva. 
O(s) árbitro(s) poderá(ão) indeferir provas que julgar(em) desnecessárias, inúteis ou supérfluas. 
 
Requerimento medidas cautelares 
 
 Judiciário 
I- Antes de instaurado o procedimento arbitral 
 Arbitragem 
II- Após instauração do procedimento arbitral Arbitragem 
 
As medidas cautelares serão executadas pelo Poder Judiciário a quem não é dado rever a decisão 
arbitral. 
 
7.4. Quarta fase: Sentença 
 
Sentença arbitral será necessariamente escrita e enviada ao conhecimento das partes, pondo fim 
ao trabalho do árbitro e ao compromisso arbitral. 
Havendo vários árbitros a decisão se dará por maioria. Se não for obtida a maioria, prevalecerá o 
voto do presidente do tribunal arbitral. O voto divergente pode ser declarado em separado. 
Se durante o processamento, ou mesmo na sentença arbitral verificar que a questão diga respeito 
a direito indisponível poderá suspender o feito, aconselhando as partes a buscarem o Judiciário, 
para que depois de resolvida a pendência os autos retornem à arbitragem. 
 
São requisitos obrigatórios da sentença arbitral: 
 
a) relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio; 
b) fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, 
mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por equidade, costumes, princípios 
gerais do direito ou normas internacionais de comércio; 
c) dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas 
e estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e a 
d) data e o lugar em que foi proferida. 
 
No procedimento arbitral caberá ao árbitro decidir todo ou parcialmente o litígio a ele 
submetido. 
 
Hipóteses de extinção da arbitragem: 
 
I- Sem resolução de mérito: 
a) escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham 
declarado, expressamente, não aceitar substituto; 
b) falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as partes 
declarem, expressamente, não aceitar substituto; e 
c) tendo expirado o prazo para proferir sentença, desde que a parte interessada tenha notificado o 
árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação 
e apresentação da sentença arbitral. 
 
II- Com resolução de mérito: 
a) acolhimento total das pretensões autorias; 
b) acolhimento parcial das pretensões autorais; 
c) não acolhimento das pretensões autorais. 
 
7.5. Recurso arbitral? 
 
No prazo de cinco dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência pessoal da sentença 
arbitral, a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou 
ao tribunal arbitral que: 
a) corrija qualquer erro material da sentença arbitral; 
b) esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se pronuncie 
sobre ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão. 
 
O requerimento de esclarecimento é dirigido ao(s) próprio(s) árbitro(s) e poderá possuir efeitos 
infringentes. 
 
O poder judiciário não possui competência para rever a decisão arbitral, juízo de reprovação, 
mas possui poder para anular decisão arbitral quando eivada de ilegalidade. 
 
Contudo, o tribunal, câmara ou convenção arbitral poderá prever possibilidade de recursos ao 
próprio tribunal ou câmara, mas jamais ao judiciário. 
 
7.6. Controle de legalidade pelo Poder Judiciário 
 
A sentença arbitral não está submetida a revisão ordinária pelo Judiciário. Porém, no prazo de 90 
dias, o interessado poderá propor ação declaratória de nulidade da sentença arbitral, podendo 
ser arguido quando: 
 
a) for nula a convenção de arbitragem; 
b) emanou de quem não podia ser árbitro; 
c) não contiver os requisitos da sentença; 
d) for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; 
e) comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; 
f) proferida fora do prazo 
g) forem desrespeitados os princípios da arbitragem. 
 
Outra possibilidade de se atacar judicialmente a sentença arbitral seria a apresentação de 
impugnação ao cumprimento de sentença, sendo possível impugnar os seguintes pontos: 
a) faltaou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; 
b) inexigibilidade do título; 
c) ilegitimidade das partes; 
 
8. Polêmicas e impedimentos à arbitragem 
 
8.1. Relação de consumo 
 
A Lei 8.078/90, Código de Defesa do Consumidor, institui como cláusula abusiva e, portanto 
nula de pleno direito, a utilização compulsória da arbitragem (art. 51, VII). Em que pese muitos 
acreditarem que tal dispositivo vede a possibilidade da utilização da arbitragem, entendemos de 
forma diferente, assim como grande parte dos autores, tal como, Silvo de Sálvio Venosa e 
Selma Maria Ferreira Lemes, entre outros. 
 
A legislação consumerista veda a utilização compulsória, ou seja, obrigatória da arbitragem, 
dessa forma verifica-se que há possibilidade de utilização da arbitragem em relações de 
consumo, desde que esta opção não se dê de forma obrigatória, ou seja, que se dê de maneira 
livre. 
 
Observa-se que tal premissa constitui regra no direito brasileiro desde 1867, quando foi editado 
o Decreto nº 3.900. 
 
Os contratos de adesão que prevejam cláusula de arbitragem devem possuir termos claros e 
destacados com espaço destinado à assinatura das partes demonstrando que a adesão se deu de 
forma consciência. Se tratando de compromisso arbitral sem prévia cláusula a adesão 
espontânea é óbvia, pois originária de carta-convite não vinculante. 
 
8.2. Relação trabalhista 
 
Os direitos do trabalhador são irrenunciáveis, portanto indisponíveis, porém, as questões 
patrimoniais relativas a tais direitos podem ser negociáveis, portanto disponíveis. Este 
entendimento norteia a aplicação da arbitragem em relações trabalhistas individuais. 
 
Contudo, decisões judiciais vêm, costumeiramente, anulando sentenças arbitrais entendendo 
que somente seria possível a analise arbitral se tratando de dissídio coletivo. 
 
A confusão se dá em razão a interpretação restritiva dada ao §1º do art. 114 da CF/88, onde diz: 
“§1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.” 
A Constituição Federal destacou a possibilidade dos direitos coletivos serem resolvidos em 
sede da arbitragem, porém não proibiu que relações individuais sejam arbitradas. 
 
Assim acreditamos que nada impede que as relações trabalhistas individuais também sejam 
submetidas à arbitragem, cabendo ao poder judiciário, caso assim entenda, anular aquilo que 
esteja em desacordo com a legislação. 
8.3. Arbitragem em sociedade empresarial 
 
A relação entre os sócios, acionistas e administradores poderão ser reguladas por arbitragem, 
tanto em documentos instituidores como parassociais. Quando a adesão se dá a unanimidade não 
se apresenta qualquer polêmica, contudo, quando não diversos questionamentos podem aflorar. 
 
A lei 10303/2001 e a lei 13129/2015, promoveram alterações importantes na lei 6404/1976, que 
dispões sobre as sociedades anônimas. 
 
A grande polêmica relaciona-se ao caráter compulsório da arbitragem quando instituída em 
documentos instituidores àqueles novos membros da sociedade, isto porque, aos dissidentes é 
facultada a retirada mediante reembolso do valor de suas ações (art. 136-A da lei 6404/1976). 
 
Respeitando o posicionamento contrário arrimado na natureza do ato que vincula a pessoa à 
sociedade empresarial, o compreendendo como ato plurilateral e não bilateral de adesão, 
divergimos por compreender que o princípio da inafastabilidade da jurisdição somente é 
possível quando a parte de forma livre e consciente escolher renunciar ao direito fundamental de 
primeira geração. 
 
 
 
M
O
D
E
L
APÊNDICE 
 
 
 
 
Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
Procedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
NOTIFICAÇÃO – CLÁUSULA VAZIA 
 
Com a finalidade de solucionar conflitos de forma mais ágil, harmoniosa e menos formal, 
gostaríamos de convidar V. Sa. ou preposto com carta de preposição e autorização com poderes 
bastante para comparecer no dia 24 de julho de 2016, às 16h, na sede deste Tribunal de Justiça 
Arbitral, localizado na Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG, para firmar o 
compromisso arbitral, nos termos do parágrafo único do art. 6º da Lei 9307/96, conforme 
cláusula arbitral pactuada. 
 
O não comparecimento na data e horário fixados será considerado como resistência à instituição 
da arbitragem, sendo proposta ação judicial para que se estabeleça o compromisso arbitral como 
determina o art. 7º e seus respectivos parágrafos, todos da Lei 9307/96. 
 
 
Belo Horizonte, 24 de junho de 2016. 
 
 
Tribunal de Justiça Arbitral 
 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
Procedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
NOTIFICAÇÃO – CLÁUSULA CHEIA 
 
Com a finalidade de solucionar conflitos de forma mais ágil, harmoniosa e menos formal, 
gostaríamos de convidar V. Sa. ou preposto com carta de preposição e autorização com poderes 
bastante para comparecer no dia 24 de julho de 2016, às 16h, na sede deste Tribunal de Justiça 
Arbitral, localizado na Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG, para 
participar da audiência preliminar de tentativa de conciliação/mediação e demais definições que 
se fizerem necessárias. 
Não sendo obtida a conciliação/mediação, poderá a parte interessada arguir questões relativas ao 
art. 20 da Lei 9307/96, quando então superada esta fase, tais requerimentos restarão preclusos. 
O não comparecimento do requerido na referida audiência não obstará o prosseguimento da 
arbitragem 
 
Belo Horizonte, 24 de junho de 2016. 
 
 
Tribunal de Justiça Arbitral 
 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
Procedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
CARTA-CONVITE 
 
O Tribunal de Justiça Arbitral tem o prazer de convidar V. Sa. ou preposto com carta de 
preposição e autorização com poderes bastante para instituir compromisso arbitral com o 
objetivo de solucionar de forma breve, ágil e harmoniosa as controversas oriundas do assunto 
acima descrito que envolvem o(a) requerido e o(a) requerente, evitando demandas judiciais 
longas e dispendiosas. 
Disponibilizamos o dia 24 de julho de 2016, às 16h, em nossa sede localizada na Av. Augusto 
de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG, onde iremos esclarecer todas as eventuais dúvidas 
que porventura possam existir, assim como disponibilizaremos termo indispensável para a 
instituição da arbitragem. 
 
Belo Horizonte, 24 de junho de 2016. 
 
 
Tribunal de Justiça Arbitral 
 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
 
 
REQUERIMENTO INICIAL 
 
Registro nº:__________________________*. 
* A ser preenchido pelo Tribunal de Justiça Arbitral. 
 
REQUERENTE 
NOME/RAZÃO SOCIAL:_________________________________________________ 
CPF/CNPJ:___________________________ CI:_______________________________ 
ENDEREÇO:__________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
CONTATO TELEFÔNICO:_______________________________________________ 
 
REQUERIDO 
NOME/RAZÃO SOCIAL:_________________________________________________ 
CPF/CNPJ:___________________________ CI:_______________________________ 
ENDEREÇO:_________________________________________________________________________________________________________________________________ 
CONTATO TELEFÔNICO:_______________________________________________ 
 
Possui cláusula arbitral? 
 Não 
 Sim Cheia* Vazia* 
* A ser preenchido pelo Tribunal de Justiça Arbitral. 
 
Resumo da reclamação e apresentação dos requerimentos 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________. 
 
Belo Horizonte, ___/___/_____ Requerente: __________________________________ 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
Procedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
CARTA DE MISSÃO 
 
 
 
 
 
Eu, ___________(nome completo)___________, ___________(nacionalidade)______, estado 
civil_____________________, profissão _____________________inscrito no CPF nº_______-
____, portador da Carteira de Identidade nº ____________, residente na 
____________________________________________________________, inscrito no Tribunal 
de Justiça Arbitral, localizado na Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG, 
escolhido voluntariamente pela partes/escolhido pela parte (identificação e qualificação 
completa)/delegado pelo Tribunal de Justiça Arbitral, após ler e conhecer os termos da 
convenção, assim como suas delimitações e matéria, conforme registro nº _________________, 
aceito a nomeação ao cargo de árbitro, comprometendo-me a desempenhar o ofício dentro dos 
parâmetros legais e convencionais, proferindo sentença arbitral dentro do prazo fixado, na sede 
do Tribunal de Justiça Arbitral em dia e hora a ser intimadas as partes. 
______(local)______, ____ de ______________ de __________. 
 
___________(Assinatura do árbitro)______ 
Nome do árbitro 
 
 
 
 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
Procedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
COMPROMISSO ARBITRAL 
 
Registro nº:__________________________*. 
* A ser preenchido pelo Tribunal de Justiça Arbitral. 
 
 
 
 
Por este instrumento particular de compromisso arbitral, de um lado (nome, profissão, estado 
civil e endereço) e de outro lado (nome, profissão, estado civil e endereço), têm entre si justo e 
contratado o seguinte: 
1. Os contratantes resolveram submeter o seguinte litígio ________________________ à 
arbitragem na forma da Lei n.º 9.307/96, pelo que firmam o presente compromisso arbitral que é 
a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem a um/três/cinco... 
árbitro(s) de uma ou mais pessoas, conforme define o art. 9.º do citado dispositivo legal, 
afastando a jurisdição estatal 
2. Os contratantes, de comum acordo, escolhem como árbitro(s) o(s) senhor(es) (nome, profissão 
e domicílio). 
2. Os contratantes, de comum acordo, escolhem delegar a escolha do(s) árbitro(s) ao Tribunal de 
Justiça Arbitral. 
 
3. Ajustam que a matéria objeto da arbitragem será _____________________________. 
4. A sentença arbitral será proferida em até _________ dias, na sede do Tribunal de Justiça 
Arbitral localizado na Av Augusto de Lima, 407, sl. 1105, Belo Horizonte/MG, mediante 
intimação prévia das partes. Será franqueada cópia da sentença à(s) parte(s) ou procurador(es) 
presente, sendo sentença arquivada na sede do Tribunal Arbitral pelo prazo prescricional legal 
conforme a demanda, quando então será incinerado, garantido, em todo caso, o sigilo a exceção 
dos casos públicos definidos em lei. 
5. A arbitragem será realizada em ______(local ou locais)______. 
6. De comum acordo, estabelecem as partes, autorizar(em) o(s) árbitro(s) a julgar(em) 
por:_______________________________. 
7. Indicam as partes os seguintes dispositivos/regras corporativas aplicáveis à arbitragem, que 
poderão ser utilizadas na arbitragem, sendo essas:_________________. 
9. Estabelecem as partes que os honorários do(s) árbitro(s) bem como as despesas com a 
arbitragem e eventuais honorários de perito, serão pagas conforme regulamento interno do 
Tribunal de Justiça Arbitral a qual todos têm pleno, preciso e geral conhecimento. 
 
Assim, por estarem justas e contratadas, firmam o presente compromisso, na presença de duas 
testemunhas a tudo presente, para que este surta seus efeitos legais e de direito. 
 
______(local)______, ____ de ______________ de __________. 
 
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______(Assinatura)______ 
Nome da parte 
 
______(Assinatura)______ 
Nome da parte 
 
______(Assinatura)______ 
Nome da testemunha 
 
______(Assinatura)______ 
Nome da testemunha 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MG 
Procedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
ATA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO - OBTIDA 
Data: ____ de _____________de________. 
Registro nº:__________________________. 
Reclamante:__________________________. 
CPF/CNPJ nº_________________________. 
Preposto:____________________________. 
CPF nº______________________________. 
CI nº _______________________________. 
Advogado:___________________________. 
OAB/__:_____________________________. 
 
Reclamante:__________________________. 
CPF/CNPJ nº_________________________. 
Preposto:____________________________. 
CPF nº______________________________. 
CI nº _______________________________. 
Advogado:___________________________. 
OAB/__:_____________________________. 
 
Na data acima, na sala de audiência, na presença do(a) árbitro, Sr
(a)
_________________ 
______________________________, apregoadas, compareceram ambas as partes 
acompanhadas de advogado. 
Iniciados os trabalhos, proposta a conciliação, com êxito, nos seguintes termos: 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________. 
Isso posto, homologo(amos), por sentença arbitral, para que produza seus jurídicos e legais 
efeitos, a transação celebrada entre Reclamante e Reclamado, em consequência, julgo extinto o 
processo arbitral, com resolução de mérito. 
Nada mais. E, para constar, eu, _______________ escrevente, lavrei e assinei o presente 
documento. 
 
Árbitro(s):__________________. Escrevente: __________________. 
Reclamante:_________________. Advogado:___________________. 
Reclamado:_________________. Advogado:___________________. 
 
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Av. Augusto de Lima, 407, sala 1105, Belo Horizonte/MGProcedimento: 023/2016 
Requerente: João das couves; 
Requerido: Maria Joana; 
Assunto: descumprimento de cláusula contratual. 
 
 
ATA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO – NÃO OBTIDA 
 
Data: ____ de _____________de________. 
Registro nº:__________________________. 
 
Reclamante:__________________________. 
CPF/CNPJ nº_________________________. 
Preposto:____________________________. 
CPF nº______________________________. 
CI nº _______________________________. 
Advogado:___________________________. 
OAB/__:_____________________________. 
 
Reclamante:__________________________. 
CPF/CNPJ nº_________________________. 
Preposto:____________________________. 
CPF nº______________________________. 
CI nº _______________________________. 
Advogado:___________________________. 
OAB/__:_____________________________. 
 
Na data acima, na sala de audiência, na presença do(a) árbitro, Sr
(a)
_________________ 
______________________________, apregoadas, compareceram ambas as partes 
acompanhadas de advogado. 
Iniciados os trabalhos, proposta a conciliação, sem êxito. 
Em seguida, indagada às partes as provas a produzir, as partes requereram a produção de 
prova_______________________________________________________________, sendo 
informado a ambas que a guia de pagamento dos valores das custas de intimação de testemunhas 
e honorários periciais deverão ser retiradas na secretaria do Tribunal Arbitral logo após o 
encerramento desta audiência e recolhido no prazo máximo de ____ dias, devendo nesse mesmo 
prazo ser entregue cópia do comprovante de pagamento e da respectiva guia na mesma 
secretaria, mediante protocolo. Sob pena de indeferimento. 
Nada mais. E, para constar, eu, _______________ escrevente, lavrei e assinei o presente 
documento. 
 
Árbitro(s):__________________. Escrevente: __________________. 
Reclamante:_________________. Advogado:___________________. 
Reclamado:_________________. Advogado:___________________. 
 
 
 
 
Referências 
 
BRAGA, Rodrigo Bernades. Teoria e prática da Arbitragem. Belo Horizonte: Del Rey. 2009. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. 
Disponível em: <<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao 
compilado.htm>> Acessado em 03 de fevereiro de 2.015. 
BRASIL. Constituição Política do Império do Brasil, de25 de março de 1824. Disponível 
em: <<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.ht m>> Acessado em: 
05 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Decreto 737, de 25 de novembro de 1850. Disponível em: <<http://www.pla 
nalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Historicos/DIM/DIM737.htm>> Acessado em: 08 de fevereiro de 
2015. 
BRASIL. Decreto 1030, de 14 de novembro de 1890. Disponível em: << http://www.p 
lanalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D1030.htm>> Acessado em: 19 de outubro de 2015. 
BRASIL. Decreto 3900, de 26 de junho de 1867. Disponível em: <<http://www.planal 
to.gov.br/ccivil_03/decreto/Historicos/DIM/DIM3900.htm>> Acessado em: 19 de outubro de 
2015. 
BRASIL. Decreto 4311, de 23 de julho de 2002. Disponível em: <<http://www.planalt 
o.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4311.htm>> Acessado em 10 de fevereiro de 2002. 
BRASIL. Decreto nº 62.978, de 11 de julho de 1968. Disponível em: <<http://www2.c 
amara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-62978-11-julho-1968-404261-publicac 
aooriginal-1-pe.html>> Acessado em 24 de outubro de 2015. 
BRASIL. Lei 556, de 25 de junho de 1850. Disponível em: <<http://www.planalto.gov 
.br/ccivil_03/leis/l0556-1850.htm>>Acessado em: 05 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei 1060/50, de 05 de fevereiro de 1950. Disponível em: <<http://www.pla 
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1060compilada.htm>> Acessado em: 05 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei 3071, de 1º de janeiro de 1916. Disponível em: <<http://www.planalto. 
gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm>> Acessado em: 08 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei 5860, de 11 de janeiro de 1973. Disponível em: <<http://www.planalto. 
gov.br/ccivil_03/leis/l5869.htm>> Acessado em: 08 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei 6404, de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: << http://www.planal 
to.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>> Acessado em: 10 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei nº 7510, de 4 de julho de 1986. Disponível em: << http://www.planalto. 
gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7510.htm#art1>> Acessado em: 24 de outubro de 2015. 
BRASIL. Lei 8078, de 11 de setembro de 1990. Disponível em: << http://www.planal 
to.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>> Acessado em: 09 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei 9307, de 23 de setembro de 1996. Disponível em: <<http://www.planalto 
.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm>> Acessado em 03 de fevereiro de 2.015. 
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to.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10303.htm#art2>> Acessado em 10 de fevereiro de 2015. 
BRASIL. Lei 10406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: << http://www.planalto 
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Paulo: Saraiva, 2009. 
CNJ. Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010. Disponível em: <<http://www.cn 
j.jus.br/atos-administrativos/atos-da-presidencia/323-resolucoes/12243-resolucao-no-125-de-
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FRANÇA. Décrété le 14, Ventôse na XI (Código Civil Francês, de 21 de março de 1804). 
Disponível em: <<http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k1061517/f5.image>> Acessado em: 18 
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