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Aula 10 Pratica contábil informatizada Demonstrações Contábeis Obrigatórias

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Aula 10 Pratica contábil informatizada Demonstrações Contábeis Obrigatórias
Demonstração contábeis
O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação viável acerca da posição financeira, do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de uma determinada entidade que seja útil nas respectivas tomadas de decisões econômicas, permitindo, simultaneamente, mostrar os resultados da gestão por parte dos gerentes dos recursos que lhes foram confiados e colocados à disposição. 
Para satisfazer estes objetivos, as demonstrações financeiras proporcionam informação acerca dos ativos, passivos, capital próprio, rendimentos e gastos e outras alterações do capital próprio e ainda acerca dos fluxos de caixa.  
As demonstrações financeiras obrigatórias
Demonstrações contábeis segundo a lei 6.404/76
A lei 6.404/76, no artigo 176, determina que ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) 
As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
Balanço patrimonial
O Balanço Patrimonial é o mais importante relatório gerado pela Contabilidade. É, pois, a principal Demonstração Financeira.
Veja a estrutura vigente do Balanço Patrimonial de acordo com o art.178 da Lei 6.404/76, com as alterações da lei nº 11.941/09. 
Demonstração do Resultado do Exercício
A DRE, como uma demonstração contábil obrigatória a todos os tipos societários, apresenta-se como extrema utilidade aos acionistas necessários, alterarem a política dos negócios da empresa. 
Com uma DRE bem elabora, voltada aos usuários segundo seus interesses e retratando a real situação da empresa, será possível uma administração totalmente voltada para a eficiência e a competência e por outro lado, maleável aos interesses dos usuários de maneira geral e isenta das interferências legais.   
Modelo de DRE
 RECEITA OPERACIONAL BRUTA(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 
(-) CUSTOS DAS VENDAS= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS (+/-) RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IR E DA CSLL
(-) Provisão para Imposto de Renda  
(-) Contribuição Social Sobre o Lucro 
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 
 (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido. De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, a companhia poderá, à sua opção, incluir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados nas demonstrações das mutações do patrimônio líquido.
"A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."  
De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade “a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evidenciar, em um determinado período, as mutações nos resultados acumulados da entidade”. 
Assim, retratando as movimentações ocorridas na conta de lucros ou prejuízos acumulados do patrimônio liquido, fornecendo explicações sobre seu comportamento ao longo do exercício social. 
Modelo de demonstração
Modelo
 
Saldo do início do período (X0)       
± Ajustes de exercícios anteriores    
Saldo Ajustado                                      
± Lucro ou Prejuízo do Exercício (X1)    
+ Reversões de Reservas                     
Saldo à disposição                               
(-) Destinações do Exercício
     (-) Reservas                                     
     (-) Dividendos                                
Saldo no fim do Exercício 
Atenção: Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.    
A Entidade que elaborar a demonstração das mutações do patrimônio líquido, nela incluirá a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
A elaboração da DMPL é facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser incluída nesta demonstração.
 A DMPL é uma demonstração mais completa e abrangente, já que evidencia a movimentação de todas as contas do Patrimônio Líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro . 
As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, você sabe quais são eles?
Mutações nas Contas Patrimoniais
1 - Itens que afetam o Patrimônio Total:
 
a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
b) redução por dividendos;
c) acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor);
d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
e) acréscimo por subscrição e integralização de capital;
f) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.
2 - Itens que não afetam o total do patrimônio:
 
a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas;
b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras;
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados;
d) compensação de Prejuízos com Reservas.
Você conhece quais os procedimentos a serem seguidos na elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido?
imprimir all pg 8.
Demonstração dos Fluxos de Caixa
A DFC tornou-se obrigatória para todas as companhias abertas, com a sanção da Lei n° 11.638/07. Entretanto, as companhias fechadas com Patrimônio Líquido, na data do balanço, superior a R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) também estão obrigadas à elaboração da mesma.  
A DFC demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo, considerando que o caixa engloba as contas Caixa e Bancos, mostrando então as entradas e as saídas de valores monetários. 
O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo projetado. Pode ser apresentado por meio de 2 formas: o método direto e o método indireto.
* O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do Lucro Líquido Ajustado. Mostra efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período.
Modelo Demonstração do fluxo de caixa - Método direto
 
INGRESSOS DE RECURSOS 
Recebimentos de clientes 
Pagamentos a fornecedores 
Despesas administrativas e comerciais 
Despesas financeiras 
Impostos 
Mão de obra direta 
(=) Ingressos de recursos provenientes das operações 
Recebimentos por vendas do imobilizado 
(=) Total dos ingressos dos recursos financeirosDESTINAÇÕES DE RECURSOS 
Aquisição de bens do imobilizado
Pagamentos de Empréstimos bancários
(=) Total das destinações de recursos financeiros 
Variação líquida de Disponibilidades
(+) Saldo inicial
(=) Saldo final de Disponibilidade
*O método indireto é aquele no qual os recursos provenientes das atividades operacionais são demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da empresa. 
Modelo Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto
 
ORIGENS 
Lucro líquido do exercício
Mais: 
        Depreciações
        Aumento em imposto de renda a pagar
        Aumento em fornecedores 
Menos: 
        Aumento em clientes 
(=) Caixa gerado pelas operações 
Venda do Imobilizado 
(=) Total dos ingressos de Disponibilidade 
APLICAÇÕES 
        Pagamento de Empréstimos bancários 
        Aquisição de Imobilizado 
       (=) Total das aplicações de Disponibilidades
Variação líquida das Disponibilidades 
(+) Saldo inicial
Demonstração do Valor Adicionado
A DVA é o informe contábil evidenciando, de forma sintética, os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição.
Obviamente, por se tratar de um demonstrativo contábil, suas informações devem ser extraídas da escrituração, com base nas Normas Contábeis vigentes e tendo como base o Princípio Contábil da Competência.
A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados no processo de produção da empresa.
Demonstração do Valor Adicionado como ferramenta gerencial
A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte forma:
O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão global de desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço conjugado de todos os seus fatores de produção.
A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos permitindo a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.
Como complementações às demonstrações que ajudam na tomada de decisão destacam-se:
a) Relatório da Administração;
b) Notas Explicativas;
c) Parecer dos Auditores.
 
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Relatório da Administração
Não faz parte das demonstrações contábeis propriamente ditas, mas a lei exige a apresentação do relatório, devendo evidenciar os principais fatos administrativos e financeiros ocorridos no período, os investimentos feitos em outras entidades, a política de distribuição de dividendos, a política de reinvestimento de lucros etc. 
Notas explicativas: As demonstrações contábeis devem ser complementadas por Notas Explicativas, quadros analíticos e outras demonstrações contábeis necessárias para uma plena avaliação da situação e da evolução patrimonial de uma empresa.  
As NEs têm por objetivo complementar as demonstrações contábeis mostrando os critérios contábeis utilizados pelas organizações, inclusive a composição do saldo de determinadas contas, os métodos de depreciação e critérios de avaliação dos elementos patrimoniais. 
As Notas devem conter no mínimo a descrição dos critérios de avaliação dos elementos patrimoniais e das práticas contábeis adotadas, dos ajustes dos exercícios anteriores, reavaliações, ônus sobre ativos, detalhamento das dívidas de longo prazo, do capital e dos investimentos relevantes em outras empresas etc. 
Parecer dos Auditores independentes: No Brasil, a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76, sendo alterada em parte pela Lei nº 11.638/07), determina que as demonstrações contábeis sejam auditadas por auditores independentes registrados na CVM.  
Sua responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base no processo de auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria, de modo que seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.
Processo de auditoria: Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro.  
Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

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