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Apontamentos sobre as tópicas

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Apontamentos sobre as tópicas 
Teoria Psicanalítica 
3° e 4º semestre 
Prof.ª Maria Lucia Moreira 
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1ª TÓPICA
Pré-consciente
Consciente
Inconsciente
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A. CONSCIENTE
Freud - divisão dos conteúdos da mente: conscientes ou não. 
Consciente - Sistema de Percepção-Consciência (Pc-Cs). 
Localização - periferia do aparelho psíquico. 
Função - re­cepcionar as informações vindas do exterior
 (“essa é a Rua Guaibê”) 
 e do interior (“estou com fome") 
- sem conservar nenhum traço/marca duradoura dessas informações. 
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A. CONSCIENTE
A consciência é um fato fugaz e nunca um arquivo. O ato da Consciência é temporalmente circunstancial, momentâneo. Cuida dos processos do pensamento, do juízo, da parte consciente da evocação. 
A percepção que temos do mundo é consciência. As lembranças, inclusive as do sonho e devaneio são consciência. 
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B. PRÉ-CONSCIENTE
É um sistema situado entre o Consciente e o Inconsciente. 
É o lugar hipotético onde estão as representações que, não sendo conscientes, podem vir a sê-lo, bastando que a pessoa se interesse por elas (Exemplo: "O que você almoçou hoje?"). Como está próximo do Cs, é como se fosse um pequeno arquivo que contém elementos que nesse momento estão fora da consciência. 
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B. PRÉ-CONSCIENTE
Seus conteúdos podem ser recuperados por um ato de vontade, que vai fazê-los entrar no consciente. 
O processo de delegar uma idéia ao pré-consciente chama-se repressão. 
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B. PRÉ-CONSCIENTE
O sistema pré-consciente rege-se pelo processo secundário. Está separado do sistema inconsciente pela censura, que não permite que os conteúdos e os processos inconscientes passem para o Pcs sem sofrerem transformações. Eles devem ser transcritos para a sintaxe de Pcs-Cs. Exemplo: é no inconsciente que está o impulso à formação dos sonhos. O desejo inconsciente liga-se a pensamentos oníricos pertencentes ao Pcs-Cs. 
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B. PRÉ-CONSCIENTE
O sistema de energia do Pcs é energia ligada. 
O princípio é o da realidade. 
A representação pré-consciente está ligada à linguagem verbal, às representações de palavras”. 
O funcionamento do sistema Pcs atinge o controle da motilidade, o pensamento ágil, a atenção, a memória e o raciocínio. 
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C. INCONSCIENTE
“Se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria inconsciente” 
(LAPLANCHE & PONTALIS, 1985). 
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C. INCONSCIENTE
Do ponto de vista tópico, é o lugar das representações recalcadas. 
Tem caráter dinâmico: é uma força ativa que se exprime nas doenças mentais, nos sonhos e na vida consciente (lapsos, esquecimentos, atos falhos em geral); exerce uma pressão para a consciência.
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C. INCONSCIENTE: seu conteúdo 
Os representantes psíquicos das pulsões; 
Conteúdos filogenéticos não adquiridos, formações herdadas, constituem o núcleo do inconsciente (“protofantasias” ou fantasias originárias) – recalcamento primitivo (“o que na pré-história foi realidade de fato, tornou- se realidade psíquica);
	Conteúdos recalcados durante a vida (recalcamento posterior). 
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C. INCONSCIENTE: seu modo de funcionamento 
Ausência de Contradição: quando dois impulsos psíquicos carregados de desejo tornam- se ativos, eles não se anulam nem se reduzem, mesmo se suas finalidades se revelam incompatíveis entre si. Exemplo: amor e ódio. 
Ausência de Negação e de Dúvida: ele tende unicamente à satisfação afirmativa de seus desejos. É regulado exclusivamente pelo princípio de prazer. 
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C. INCONSCIENTE: seu modo de funcionamento 
Ausência de Temporalidade: 
	1) seus conteúdos não são organizados em função da ordem de suas ocorrências;
	2) seus conteúdos não se alteram ao longo da história de vida do sujeito (encontra-se aí a explicação de como eventos da infância registradas no inconsciente podem exercer plenamente seus efeitos na vida do sujeito adulto. 
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C. INCONSCIENTE: seu modo de funcionamento 
O Inconsciente: dispensa toda e qualquer referência à realidade; ele ignora a realidade externa, podendo substituí-Ia pela realidade psíquica. 
É estruturado por relações de semelhança e de contiguidade. 
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C. INCONSCIENTE: seu modo de funcionamento 
As relações de semelhança e contiguidade coincidem respectivamente com os processos de condensação e deslocamento. Na condensação uma idéia pode apropriar-se da energia de várias outras, reunindo-as em um todo único. No deslocamento uma idéia pode ceder a outra sua intensidade energética. 
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C. INCONSCIENTE: seu modo de funcionamento 
O regime energético é móvel e livre, o que permite as operações de deslocamento e condensação. O acento energético pode passar, constante e livremente, de uma representação e outra. 
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2ª TÓPICA
http://goo.gl/8Jb0nK
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2ª TÓPICA
O modelo da 2ª Tópica surgiu por causa da crescente importância do subsistema defensivo que Freud vai encontrando na clínica. 
A maior parte das defesas era inconsciente e o ego era a sede dessas defesas. Então os limites do ego deviam ser alongados, obrigando Freud a remodelar a 1ª Tópica, partindo para a segunda. 
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2ª TÓPICA
A partir da viragem de 1920, Freud elabora sua 2ª Tópica, apresentada em 1923. 
A 2ª Tópica não anula a primeira. Ela é formada de Id, Ego e Superego. 
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 ID
Id - de onde vem essa palavrinha, que em palavras cruzadas apareceu como “substrato instintivo da mente”?
Id é a forma latina do pronome neutro “isso”, designa falta de sujeito - “aquilo” (lembra o pronome “it” do inglês). 	 
“Aquilo foi mais forte do que eu”, aquilo veio-me de repente, etc. Esse termo é de Groddek - “somos vividos por forças desconhecidas e indomáveis”.
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 ID
Na ocasião do nascimento, o id é a totalidade do aparelho psíquico. 
É o sistema original da personalidade, é a matriz, de onde saem o ego e o superego. É o reservatório de energia psíquica porque está em contato direto com os processos corporais, tem uma abertura para o somático. 
O id não se distingue da descrição de inconsciente feita por Freud, a não ser por essa abertura (para o somático). Retira sua energia dos processos corporais. 
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 ID
“No começo tudo era id” (Freud) 
O id é a fonte da libido. 
É cego, impulsivo e irracional. Não tem vontade unificada. 
É ocupado pelas pulsões de vida e de morte. 
Não conhece julgamento de valor, ignorando o bem, o mal e a moralidade. 
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 ID
Só se ocupa de descarregar afetivamente, satisfazer os impulsos. 
Reina no id o princípio do prazer, e opera o processo primário. 
Isto é: o id funciona de maneira a descarregar a tensão das estimulações (externas ou internas) imediatamente. Esse princípio de redução da tensão é chamado princípio do prazer. 
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 ID
O id opera pelo processo primário, isto é, tenta descarregar a tensão for­mando a imagem de um objeto que removerá a tensão. Exemplos: Pessoa faminta e imagem mental do alimento; (experiência alucinatória do bebê ou do homem no deserto; o sonho noturno que é a tentativa de satisfação de desejo; as alucinações e visões dos psicóticos). 
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 EGO
Mas, ninguém pode viver com imagens mentais de comida. Desenvolve-se então, um processo chamado secundário que é concomitante à formação do Ego. 
Aos poucos, o contato com as pressões da realidade vai provocar uma espécie de organização secundária da periferia do id, fazendo que parte de tal massa indiferenciada se estruture - mais ou menos como a crosta de um pão. 
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 EGO
A origem de ego é, portanto, o id em contato com mundo exterior. A diferenciação progressiva das camadas superficiais do id se produz em torno do sis­tema Pcpt-Cs (percepção-consciência). 
“O ego é aquela parte do id que se modificou pela proximidade e influência do mundo externo”. (Freud) 
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 EGO
O ego é portanto, aquela parte da psique que se relaciona com o meio ambiente, objetivando
alcançar o máximo de gratificação ou descarga para o id, por intermédio do sistema percepção - consciência (Pcpt - Cs). 
O desenvolvimento do ego nunca é brusco, ele se constrói progressivamente. 
É uma organização que tende a uma unidade, que funciona proporcionando à pessoa estabilidade e identidade. 
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 EGO
Grande parte do ego é inconsciente. Exemplo: a série de rituais de que padece um neurótico obsessivo. Ele “assiste” a essa maneira de se comportar, mas não consegue interferir no sentido de modificá-la ou controlá-la; embora o lugar desse padecimento seja o ego, ele é totalmente inconsciente. 
O ego é o pólo psicológico da personalidade id - o “biológico”; superego - pólo social e cultural). 
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 EGO
É também o pólo defensivo, cuja representação máxima é a ação repressiva que se manifesta clinicamente como resistência; é o lugar dos mecanismos de defesa e portanto, em grande parte, inconsciente. 
O ego é a representação da pessoa total: Imagem da pessoa; 
Instância encarregada de lhe defender os interesses. É o executor das pulsões. 
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 EGO
 Para poder lidar com o mundo externo são funções do ego: 
Controle motor (cavaleiro que conduz o cavalo);
Percepção; 
Memória (uma biblioteca de lembranças); 
Retardamento na descarga, que posteriormente evoluirá para o fenômeno complexo que é o pensamento. 
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 EGO
 Fatores responsáveis pelo desenvolvimento progressivo do ego: 
Crescimento Físico (maturação); 
Experiência: 1°) relação do bebê com seu próprio
 corpo. (“O ego é antes de tudo, um ego corporal” - Freud). 
 2°) Identificação. 
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 EGO
Os três senhores implacáveis do ego: 
Id; 
Superego; 
Mundo Exterior. 
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 EGO
Descartes: “Penso, logo sou”. 
Lacan: “Penso onde não sou, portanto sou onde não me penso”. 
Descartes: “O Eu é o lugar da verdade”. 
Freud: “O ego é sobretudo o lugar do ocultamento”. 
Freud nos fala do sujeito de desejo. Antes de Freud, o sujeito se identificava com a consciência. 
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 EGO
O EGO do “Esboço da Psicanálise” - Vol. 23, p.170 
O Ego tem: 
Movimento voluntário à disposição; 
A tarefa de auto-preservação. Desempenha essa tarefa, no que diz respeito à: 
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 EGO
NO QUE DIZ RESPEITO AOS ACONTECIMENTOS EXTERNOS
Dando conta dos estímulos; 
Armazenando experiências à respeito deles (na memória); 
Evitando estímulos excessivamente fortes (pela fuga); 
Lidando com estímulos moderados (através da adaptação); 
Aprendendo a ocasionar modificações convenientes no mundo externo para a própria vantagem (através da atividade). 
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 EGO
NO QUE DIZ RESPEITO A ACONTECIMENTOS INTERNOS, EM RELAÇÃO AO ID 
Obtendo controle sobre as exigências dos instintos; 
Permitindo-lhe ou não a satisfação (executor dos impulsos do Id); Transferindo a satisfação para ocasiões e circunstâncias favoráveis do mundo externo; 
Ou suprimindo suas excitações inteiramente. 
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 EGO
 É guiado em sua atividade pela consideração das tensões presentes, ou nele introduzidas. Um aumento no desprazer que é esperado é recebido como um sinal de angústia, (em função de “um perigo” interno ou externo). 
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 SUPEREGO (1923)
 Tem papel de juiz ou censor, relativamente ao ego. 
Suas funções: “consciência” moral; 
 formação de ideais; 
 auto-observação. 
 “É o herdeiro do complexo de Édipo” (Freud). 
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 SUPEREGO (1923)
	A formação do superego é correlativa do declínio do complexo de Édipo: a criança, renunciando à satisfação dos seus desejos edipianos atingidos pela interdição, transforma o seu investimento nos pais em identificação com os pais, interioriza a interdição.
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 SUPEREGO (1923)
	Embora seja a renúncia aos desejos edipianos amorosos e hostis que está no princípio da formação do superego, este, segundo Freud, é enriquecido pelas contribuições ulteriores das exigências sociais e culturais (educação, religião, moralidade). 
	O Superego não é a interiorização dos pais, está identificado com o Superego dos próprios pais. 
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 SUPEREGO (1923)
	A diferença entre consciência moral e formação de ideais é ilustrada na diferença entre sentimento de culpa e sentimento de inferioridade. Estes dois sentimentos são resultado de uma tensão entre o ego e o superego, mas o primeiro relaciona-se com consciência moral e o segundo com o ideal do ego. 
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Com a formação do Superego, o controle dos pais é substituído pelo Autocontrole. 
Qualquer conduta humana é, portanto, o produto complexo de um arranjo Biopsicossocial. 
Em outras palavras: 
 De um Id que só quer desejar; 
 De um Superego que também manda desejar mas segundo os valores culturais incorporados desde a vida infantil; 
 De um Ego que tenta conciliar essas duas instâncias mediante transações e acordos. 
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1ª E 2ª TÓPICAS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREUD, S. O ego e o id. In: ________. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. vol. 19. Rio de Janeiro: Imago, 1923.
FREUD, S. Esboço da psicanálise. In: ________. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. vol. 23. Rio de Janeiro: Imago, 1940.
KUSNETZOFF, J. C. Introdução à psicopatologia psicanalítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. cap. 5. 
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. B. Vocabulário da psicanálise. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
REIS, A. O. A.; MAGALHÃES, L. M. A.; GONÇALVES, W. L. Teorias da personalidade em Freud, Reich e Jung. São Paulo: EPU, 1984.

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