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Administração (em nível superior)

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EXPLICAÇÃO INDISPENSÁVEL 
O Serviço de Documentação do Ministério da Educação e 
Cultura vem mantendo — dentre as atividades específicas estipu-
ladas em seu Regimento — aprovado pelo Dec. n° 57 481, de 
24-12-965 (DO. de 29 subseqüente), e alterado pelo de nú-
mero 61 399, datado de 22-9-967, com publicação no Diário Ofi-
cial de 25 do mesmo mês, — um serviço especializado de edição 
de obras de caráter educativo, documentário e científico, consti-
tuindo, tais livros, diversas coleções, já bastante difundidas entre 
os interessados nesses assuntos. 
Assim, pois, como trabalho que se enquadra no esquema acima 
referido, a presente monografia se refere à carreira de Técnico 
de Administração, que teve seu currículo aprovado pelo Egrégio 
Conselho Federal de Educação, em Parecer datado de 1965, 
outorgando-lhe o nível universitário. 
Espera, assim, a dirigente do Serviço de Documentação do 
M . E . C . bem cumprir o Regimento do órgão, no que diz respeito 
às suas finalidades editoriais. 
Rio de Janeiro, julho de 1969. — Maria de Lourdes Costa 
c Silva de Abreu, Diretora. 
O A U T O R 
PEDRO GUIMARÃES PINTO, Jornalista e Técnico de Adminis-
tração do M . E . C , exerce, no Conselho Federal de Cultura. 
a função de Assessor-Coordenador para Assuntos Gerais, em Bra-
sília, e é Membro da Junta Executiva do Conselho Regional dos 
Técnicos de Administração — 1ª Região ( D F . ) . 
POSDCORB 
LUTHER GULIK valeu-se da palavra «Posdcorb» para sinteti-
zar os têrmos «Administração e Gerência», do seguinte modo: 
P LANING (PLANEJAMENTO) 
O RGANIZING (ORGANIZAÇÃO) 
S TAFFING (ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL) 
D IRECTING (DIREÇÃO, COMANDO) 
CO ORDINATING (COORDENAÇÃO) 
R EPORTING (PUBLICIDADE, DOCUMENTAÇÃO, 
INFORMAÇÃO, PROPAGANDA) 
B UDGETING (ELABORAÇÃO, EXECUÇÃO E FIS-
CALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA) 
A D M I N I S T R A Ç Ã O 
C O M P R O M I S S O 
Consta desta obra a documentação básica do nôvo curso e 
da nova profissão, colocada em têrmos legítimos, em nível superior. 
O Brasil precisa ampliar as dimensões de sua cultura, em 
todos os campos do saber. «A cultura é o contexto e a educação 
é o instrumento através do qual a cultura se aperfeiçoa.» 
O acréscimo de mais uma profissão, de formação universi-
tária, com objetivos tecnológicos, de que tanto necessita o Brasil, 
como a que a Lei nº 4 769 legalizou, constitui excepcional criação 
do Estado Federal, para o aceleramento do progresso do País. 
Proclamo, aqui, em nome dos Técnicos de Administração, sua 
determinação cujo rumo é a pesquisa permanente, o engajamento 
nos objetivos nacionais. Haja, pois, o elo entre os fins tecnoló-
gicos em que o País está empenhado e as atividades-meio, infra-
estrutura para o desenvolvimento gradativo da Pátra. 
Assim, partir-se-á para o estudo sério e a pesquisa metodi-
zada. Não se pretende possuir usura de conhecimentos, mas o 
espírito aberto ao debate franco e construtivo, forma, por exce-
lência, de comunicação e de cultura. 
Observação Especial: A bibliografia sôbre Administração Geral é uma 
das mais ricas, indo além de mil livros e autores. 
Nota do Autor: Algumas citações dêste livro foram colhidas em Taylor 
e Fayol (Benedito Silva), Curso de Organização do Trabalho (Cesar Can-
tanhede), Princípios de Organização Científica (Taylor) , Administrarão In-
dustrial e Geral (Fayol) , Apontamentos do Curso de Organização do Tra-
balho — Serviços Holerith — freqüentado pelo autor, em 1940, Sksena, 
«Organização do Trabalho». 
OBJETIVO — A G R A D E C I M E N T O 
O acréscimo de mais uma profissão regulamentada — a de 
ADMINISTRAÇÃO —, de formação universitária, com objetivos 
tecnológicos, de que tanto necessita o Brasil, integrando em um 
só currículo os dois campos, o de administração pública e o de 
emprêsa, constitui excepcional criação do Govêrno Federal, para 
o aceleramento do progresso integrado do País. 
Êste livro, que reúne os documentos básicos de Administra-
ção, visa a contribuir para esclarecer os Técnicos de Administra-
ção em atuação profissional (os concursados, com ou sem tese; 
os readaptados pelo método experimental; os de acesso provindos 
de oficiais de administração e de assistentes de administração) — 
todos responsáveis pelo nôvo currículo superior e pelo atual estágio 
da carreira —, os Técnicos de Administração de Emprêsas, os 
estudantes desta atividade apaixonante, que constitui um elo entre 
os fins e os meios do progresso social, assim como as unidades de 
ensino de administração existentes e que forem implantadas. 
Aqui deixo patentes meus agradecimentos: 
— Ao Congresso Nacional; 
— Ao Govêrno Revolucionário que sancionou a Lei n.° 4.769, 
de 9 de setembro de 1965, a qual — regulamentando 
diversas profissões universitárias — melhorou o padrão 
de atividades superiores; 
— Ao Consultor-Geral da República, Dr. Adroaldo Mesquita 
da Costa; 
— Ao atual Reitor da Universidade Federal do Rio de Ja-
neiro e ex-titular da Pasta da Educação e Cultura, 
Prof. Dr . Raymundo de Castro Moniz de Aragão; 
— Ao Conselho Federal de Educação, especialmente aos Con-
selheiros Durmeval Trigueiro Mendes (por sua magistral 
síntese no relatório do currículo sôbre a filosofia da Ad-
ministração) e Antônio Martins Filho (pelo desvelo com 
que encaminhou a votação no plenário do C . F . E . ) ; 
— Ao Dr . Francisco Luiz Leitão, à época Secretário-Geral 
do Conselho; 
— À Técnica de Educação Júlia Azevedo Acioli, então Se-
cretária da Câmara de Planejamento e hoje Secretária-
Geral do referido Colegiado; 
— À Associação Brasileira dos Técnicos de Administração 
(sediada em Brasília) . 
A todos, os agradecimentos pela presteza com que definiram 
e deliberaram o Currículo e os Atos complementares do Curso de 
Administração. 
Em todos êsses estágios do processo, jamais faltou o acen-
drado espírito público, em prol da concretização da meta desejada 
pelos integrantes da carreira de Técnico de Administração. 
Brasília, julho de 1969. — Pedro Guimarães Pinto, Téc-
nico de Administração. 
GENERALIDADES 
I N T R O D U Ç Ã O 
O Técnico de Administração é o elemento moderador nos 
grandes conflitos de nosso tempo. As atribuições das hierarquias 
governamentais, federais, estaduais e municipais e as inumeráveis 
conquistas no planejamento, na coordenação, na organização e mé-
todos, quer nas emprêsas públicas, quer, sobretudo, nas emprêsas 
de iniciativas particulares, têm sido obtidas e implantadas — com 
inovação diuturna — com o apoio e a dedicação dos Técnicos de 
Administração, constituindo vanguarda criadora nas soluções dos 
conflitos e problemas cotidianos. 
Já foi o tempo dos «técnicos improvisados». Hoje em dia, 
sem o estudo metodizado, adensado, continuado, associado a per-
manente pesquisa, nenhum técnico (ou cientista) poderá ter êxito. 
O profissional se esboroa nas implicações de cada problema, de 
cada caso surgido, se não tiver a infra-estrutura cultural para 
enfrentá-los. 
É preciso ter e possuir a variação do raciocínio lógico ou cien-
tífico, acuidade, imaginação, saber manejar os métodos «científicos 
e filosóficos», usar a logística como apoio para contornar, abordar, 
discenir, ponderar, ver mais longe. 
Estamos em pleno estágio da racionalização. «Todos têm 
necessidade, em maior ou menor grau, de noções de adminis-
tração» . 
«O E N S I N O DE ADMINISTRAÇÃO DEVE, POIS, SER 
GERAL: R U D I M E N T A R NAS ESCOLAS PRIMÁRIAS, UM 
P O U C O MAIS P R O F U N D O NAS ESCOLAS SECUNDÁ-
RIAS E, G R A N D E M E N T E DESENVOLVIDO, NAS ESCO-
LAS SUPERIORES.» (HENRY FAYOL) . 
Ao procurarmos estabelecer as alternativas possíveis e reco-
mendáveis para o ensino da Administração no Brasil, necessário 
se torna conceituar a Administração. A ausência dessa posição 
fundamental tem conduzido os diversos centros de ensino especia-
lizado a uma diversificação deconceitos, desnecessária e até preju-
dicial para estudantes, professôres, para os próprios estabeleci-
mentos e para o País. 
O conceito da Administração tem variado no tempo e no 
espaço: na Itália, por exemplo, aproxima-se do Direito Adminis-
trativo ou da Contabilidade; na Alemanha, é menos preocupação 
humanística do que um ramo da Engenharia de Produção; nos 
Estados Unidos está mais ligado à Economia, no campo da Admi-
nistração Empresarial, enquanto os estudiosos da Administração 
Pública passam a adquirir autonomia no contexto das Ciências 
Sociais; e na França identifica-se, em grande parte, com os Estu-
dos de Ciência Política. Os brasileiros têm procurado a posição 
mais eclética, considerando a Administração um ramo autônomo 
das Ciências Sociais, embora haja exceções, como o Curso de Ad-
ministração e Gerência da Pontifícia Universidade Católica do Rio 
de Janeiro e outros (*) . 
Na Universidade de Brasília, em todos os estudos para fixa-
ção do currículo pleno do Curso Superior de Administração, decor-
rentes da aprovação do Currículo mínimo pelo Conselho Federal 
de Educação, temos procurado dinamizar um sentido integral (não 
apenas eclético) da Administração, partindo de conceitos inter-
disciplinares e chegando à concepção de uma atividade ultradis-
ciplinar. 
(*) (Revista de Administração Pública — F G V — Rio — 
GB Nº 2-1967. 
«O Estudo da Administração nos Diversos Níveis de 
Ensino» — Bruno L . S . Manzolillo — Instituto de Ci-
ências Humanas da Universidade de Brasília) . 
JUSTIFICAÇÃO DO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO (*) 
O «Discurso Sôbre o Método» (DESCARTES) ainda está 
atualizado para sua aplicação à moderna administração, pois suas 
quatro divisões, EVIDÊNCIA, ANÁLISE, SÍNTESE e E N U -
MERAÇÃO, integradas com o Bom-Senso, combinadas com as 
teorias de Fayol, Taylor e Ford, ajudam a elucidar e a desenvol-
ver o raciocínio ao enfrentar o Técnico de Administração os pro-
blemas surgidos. 
(*) Ver obra do autor «Organização Científica do Trabalho e Direção 
Democrática do Serviço Público». 
DESCARTES 
Reportemo-nos aos pensamentos dos Mestres. Os preceitos 
cartesianos estão a desafiar nosso tempo com os indeterminismos 
fatais. 
«O bom senso é a coisa mais bem repartida dêste 
mundo, porque cada um de nós pensa ser dêle bem 
provido; quer mesmo aquêles que são mais difíceis de se 
contentar com qualquer coisa não costumam desejar mais 
do que o que têm. Não é verossímil que todos se enga-
nem; ao contrário, isto mostra que o poder de bem julgar 
c de distinguir o verdadeiro do falso, que é própriamente 
o que se chama o BOM SENSO ou razão, é natural' 
mente igual em todos os homens; e, assim, a diversidade 
de nossas opiniões não resulta de serem umas mais razoá-
veis do que outras, mas sómente de conduzirmos nossos 
pensamentos por diversas vias, e de não considerarmos 
as mesmas coisas. Porque não basta ter o espírito bom. 
o principal é aplicá-lo bem. As grandes almas são capa-
zes dos maiores vícios como das maiores virtudes; e os 
que andam lentamente podem avançar muito mais, se 
seguirem o caminho direito, do que os que correm e dêle 
se afastam.» 
As quatro normas de René Descartes, nascido em 
Touraine, em La Haye, hoje La Haye-Descartes, a 31 
de março de 1596, antes enunciadas, são as seguintes: 
«1ª Evidência: — Não receber mais coisa alguma como 
verdadeira, que eu não conhecesse evi-
dentemente ser tal; isto é, evitar cuida-
dosamente a precipitação e a prevenção. 
e nada compreender em meus juízos além 
do que se patenteasse tão clara e distin-
tamente ao meu espírito, que eu não ti-
vesse qualquer ocasião de pôr em dú-
vida , > 
«2ª Análise: — Dividir cada uma das dificuldades que 
eu houvesse de examinar em tantas par-
celas quantas pudessem ser, e fôssem 
exigidas para resolvê-las melhor.» 
«3* Síntese: — Conduzir, por ordem, meus pensamentos, 
começando pelos objetos mais simples e 
mais fáceis de serem conhecidos, para su-
bir pouco a pouco, como por degraus, até 
o conhecimento dos mais compostos, e 
supondo mesmo certa ordem entre os que 
não se precedem naturalmente uns aos 
outros.>> 
«4ª Enumevação: — Fazer, por tôda parte, enumerações tão 
completas e revisões tão gerais que eu 
ficasse certo de nada omitir.» 
* * * 
A Administração ou a Ciência da Administração localizou e 
fixou o axioma de que há «sempre um modo melhor de realizar 
qualquer operação ou movimento numa organização». 
Administração é essência de Bom-Senso; é Sabedoria Funcio-
nal . Em sentido amplo, pode ser conceituada como a nova «enge-
nharia social». É o próprio encontro do conhecimento geral, par-
tindo da teoria científica da organização, planejamento e métodos 
— até a técnica do contrôle, da eficiência e da produtividade. 
Em administração, em última análise, planejamos para orga-
nizar e organizamos para racionalizar, conduzindo o corpo social 
com integração e equilíbrio, como acentuei em recente artigo «De-
partamentalização», ao analisar a reforma administrativa instituída 
pelo Dec.-lei nº 200-67. 
«Importa, antes de tudo — acentua o Professor Durmeval 
Trigueiro no relatório perante o plenário do C . F . E , para fixação 
do currículo de Administração —, fixar o sentido e os objetivos 
das ciências administrativas, largamente aclarados por suas ori-
gens e evolução. Na realidade, de vertentes diversas flui a orien-
tação dada a êsses estudos, acompanhando de perto os padrões 
culturais de cada país. Na Europa o approach tem sido eminente-
mente jurídico, o que explica até certo ponto que se tenha endu-
recido, lã, a distinção entre administração pública e a adminis-
tração de emprêsas, com prevalência da primeira, no que respeita 
aos estudos acadêmicos, em grande parte absorvidos pelo direito 
público. Nos Estados Unidos prepondera a perspectiva imposta 
pela ciência política e pelas ciências sociais, refletindo-se tal cri-
tério, tanto quanto o anterior, sôbre a divisão de campos acima 
referida, embora em sentido contrário, de atenuação ou diluição 
das diferenças. Com efeito, a noção de público, nos Estados Uni-
dos, como lembra André Molitor, se aproxima bastante da noção 
de social, e nesta confluem as atividades do Estado e as decorren-
tes da iniciativa privada. Acertadamente pondera o mesmo autor, 
no seu relatório para a Unesco, «Public Administration», da série 
T H E UNIVERSITY T E A C H I N G O F SOCIAL SCIENCES, 
que as condições da sociedade americana, sua mobilidade social e 
ocupacional, tornam bastante tênues as fronteiras entre a organiza-
ção dos serviços públicos e a do setor privado.» 
HENRY FAYOL 
Fayol permanece, desde os albores do século XX até nossos 
dias — dessa era atômica melancólica —, o grande teórico e tra-
tadista da administração geral. É o inventor social do nosso século. 
Seus princípios enunciados em sua obra básica «Administration 
Industrielle et Générale» estão vivos e atuais, como os de Descar-
tes. na generalidade teórica. Êsse engenheiro francês disciplinou 
e difundiu os princípios de racionalização neste século e conduziu 
a cultura a projeções organizadoras. Cultura aqui como «manifes-
tação e expressão de um povo. artística, científica, religiosa e lite-
rária». Vejamos algumas das recomendações de Fayol, aplicáveis 
às emprêsas e ao serviço público: 
As cinco capacidades administrativas: 
Primeira — a capacidade de elaborar e fazer elaborar o plano 
de ação; 
Segunda — a capacidade de organizar, especialmente no cons-
tituir o corpo social (organização); 
Terceira — a capacidade de liderar, a arte de manejar os 
homens; 
Quarta — a capacidade de harmonizar os atos, de fazer con-
vergirem os esforços (coordenação); 
Quinta — a capacidade de comparar o programado com o 
executado, o plano com a ação, a instrução com a exe-
cução (contrôle) . 
Os deveres administrativos, definidos por Fayol, são:1') Velar por que o plano de ação seja maduramente ela-
borado e firmemente executado; 
2') vigiar para que o organismo social e o organismo mate-
rial se mantenham em relação lógica com o propósito, 
os recursos e as necessidades da emprêsa; 
3º) estabelecer direção única, competente e vigorosa; 
4°) harmonizar as ações, coordenar os esforços; 
5º) formular decisões claras, nítidas e precisas; 
6º) seguir uma boa política de recrutamento; cada serviço 
deve ter à sua frente um homem competente e ativo, e 
cada funcionário deve estar no lugar em que possa pres-
tar os melhores serviços; 
7º) definir nitidamente as atribuições; 
8º) encorajar o gosto das iniciativas e das responsabilidades; 
9º) remunerar eqüitativa e hábilmente os serviços recebidos; 
10º) impor sanções às faltas e aos erros; 
l l º ) fazer observar a disciplina; 
12º) velar por que os interêsses particulares sejam subordi-
nados aos interêsses da emprêsa ou do serviço público; 
13º) prestar particular atenção à unidade de comando; 
14º) supervisionar a ordem material e a ordem social; 
15º) submeter tudo a contrôle; 
16º) combater os abusos de regulamentação, de formalismo 
burocrático, de papelório supérfluo, etc.» 
A Administração desempenha no govêrno de todos os negó-
cios, grandes ou pequenos, industriais, comerciais, políticos, reli-
giosos ou de qualquer outra natureza, um papel muito importante. 
Proponho-me a expor minhas idéias sôbre a maneira pela qual 
êsse papel se deveria projetar, localizando êsse criador da harmo-
nia organizacional em seis operações presentes a tôdas as ativi-
dades de organização: 
Operações técnicas — Operações Comerciais — Operações 
Financeiras — Operações de Segurança — Operações de Conta-
bilidade ou Contábeis — Operações Administrativas, simbolizando 
a previsão, a organização própriamente dita, o comando, a coor-
denação e o contrôle. 
O bom administrador deverá possuir qualidades distribuídas, 
também, em seis grupos: a) físicas (saúde, vigor, atividade); 
b) intelectuais (aptidão para compreender e apreender, critério, 
vigor e destreza mental); c) morais (energia, firmeza, coragem 
das responsabilidades, iniciativa, dedicação, tato, dignidade); 
d) cultura geral (noções diversas estranhas ao domínio da fun-
ção que vai exercer); e) conhecimentos especiais e referentes à 
função que vai desempenhar); f)experiência (tirocínio, autodo-
mínio, manejo dos instrumentos). 
E M E R S O N 
Prevendo o rendimento e a eficiência, recomendou que se 
traçasse plano definido, que se estabelecesse o predomínio do bom-
senso, da disciplina, da honestidade nos acôrdos, dos registros pre-
cisos, imediatos e adequados, da fixação de programas e padrões. 
de normas e instruções precisas para o trabalho. São elementos 
indispensáveis à chefia competente. 
HENRY FORD 
Ford, o gênio industrial do século XX, talvez tenha sido o 
implantador mais significativo da racionalização, corporificando as 
teorias e as idéias de Fayol e Taylor. humanizando, assim, a enge-
nharia e socializando a produção de veículos, em têrmos amplos. 
no gigantesco complexo industrial de nosso tempo, influindo até 
na ação de Governos, através das técnicas da eficiência e do 
«ritmo» operacional. 
FREDERICK W I N S L O W TAYLOR 
Êste engenheiro siderúrgico preocupou-se com o estudo das 
funções de preparação e de execução e com a análise dos tempos 
e dos movimentos. Criou princípios fundamentais para seus sis-
temas: 
1º) desenvolver para cada elemento do trabalho operário 
um método científico que substitua os antigos métodos 
empíricos; 
2º) especializar, formar e conduzir o operário, ensinando-lhe 
o melhor processo de trabalhar; 
3º) acompanhar de perto cada operário, para assegurar-se 
de que o trabalho está sendo feito conforme as regras 
estabelecidas; 
4º) dividir igualmente a responsabilidade e a tarefa entre a 
direção e o operário, encarregando-se aquêle de tudo o 
que possa ultrapassar a competência dêste. 
Todos êsses precursores da organização do trabalho tiveram 
suas vivências e experiências na indústria, na emprêsa de inicia-
tiva particular. Ganhariam as comunidades se seus governos as 
transplantassem, com o rigor e as adaptações necessárias, para suas 
áreas de atividade, objetivando a redução dos custos operacionais 
na administração pública. 
* * * 
A administração sempre existiu implicitamente em tôdas as 
realizações humanas; das construções improvisadas à engenharia 
e da ordem jurídica à criatividade científica, ela sempre condiciona 
o sucesso ou o fracasso de todos os empreendimentos humanos. 
artísticos, econômicos, militares, políticos, religiosos, ou cientí-
ficos. Por esta razão todos se consideram administradores, do pes-
cador ao engenheiro, e só sentem a necessidade da técnica quando 
o insucesso esmaga a ambição do leviano que pensa saber admi-
nistrar sem ter estudado (A . Nogueira de Faria — D N ) . 
Há vinte e sete anos era criada a carreira de Técnico de 
Administração, no Quadro do Departamento Administrativo do 
Serviço Público ( D A S P ) , pelo Dec.-lei nº 2 136, de 12 de abril 
de 1940, com 150 cargos, preenchidos por concurso público, com 
defesa de tese, recrutando pessoal qualificado, de nível superior, 
procedente de quase tôdas as profissões liberais: médicos, enge-
nheiros, arquitetos, advogados, vanguardeiros do alto nível em que 
é mantida a carreira, hoje regularmente classificada, em nível uni-
versitário, cujo Curso de Administração é ministrado em curriculo 
de 4 anos. 
ENSINO M E T O D I Z A D O 
É preciso disseminar Cursos de Administração, eficientes e 
sérios. Em 1949, o autor dêste trabalho, em tese apresentada ao 
DASP, apoiando projetos históricos, já defendia a necessidade da 
implantação de uma Escola Superior de Administração Pública, 
idéia posteriormente concretizada pela Fundação Getúlio Vargas. 
ao criar duas Escolas, a de Administração Pública (Rio de Ja-
neiro) e a de Administração de Emprêsas (São Paulo) . 
Administração, que deve começar pelo planejamento, ou seja, 
calcular o futuro, é hoje profissão liberal, com todos os direitos e 
prerrogativas outorgadas pela Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 
1965 (Diários Oficiais de 13-9-1965 e 17-11-1965 — veto), e 
Decreto n 61 934-67, que assegura privilégios para as atividades 
seguintes: 
— pesquisas, estudos, análises, interpretações, plane-
jamentos, implantação, coordenação e contrôle dos traba-
lhos nos campos da administração, como sejam: — admi-
nistração e seleção de pessoal, organização e métodos, 
orçamentos, administração de material, administração fi-
nanceira, relações públicas, administração mercadológica, 
administração da produção, relações industriais e outras 
atividades vinculadas à profissão de Técnico de Admi-
nistração; 
— estudos e pareceres, organização de relatórios. 
planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral. 
além de orientação para Chefia Intermediária e Direção 
Superior. 
Hoje em dia, os Técnicos de Administração ocupam cargos 
de Chefia Intermediária e de Direção Superior em diferentes 
órgãos, como profissionais de nível universitário. 
Recentemente, o Conselho Federal de Educação do Ministé-
rio da Educação e Cultura, com base na Lei nº 4 769-65. já men-
cionada, reformulou o currículo mínimo do Curso de Administra-
ção, face à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 
n9 4 024-61), definindo-o como Curso Universitário, com quatro 
anos de duração, para a formação de Técnico de Administração. 
(O texto da Resolução do C . F . E , está incluído no presente livro. 
juntamente com o Relatório.) 
A divisão do trabalho resulta da previsão, do planejamento, 
da organização, da coordenação e do contrôle, tendo três carac-
terísticas fundamentais: 
— a) localização da responsabilidade; b) definição precisa 
da tarefa a executar; c) unidadede direção ou de comando. 
Um chefe único e um programa único (princípio da localiza-
ção da responsabilidade e da definição da tarefa a executar), para 
um conjunto de operações que visem ao mesmo fim (princípio 
da unidade de direção), pois, para agir. um agente não deve 
receber ordens senão de um chefe único (princípio da unidade 
de comando) . 
CHEFIA E LIDERANÇA 
CONCEITUAÇÃO 
Dadas as diversidades de organização de emprêsas e de sis-
temas governamentais, nunca iguais — apesar de obedecerem a 
certos fundamentos doutrinários, — as características de adminis-
tração, especialmente no domínio oficial, dificultam conceituar, 
ortodoxamente, o que seja chefia e liderança. Contudo, em bases 
gerais e doutrinárias, será possível um pensamento uniforme, iden-
tificando-se os dois têrmos como uma capacitação para influenciar 
outras pessoas, quando grupadas, definindo em conjunto um es-
fôrço coordenado para perseguir objetivos comuns. 
Desde logo, verifica-se que certos atributos e qualidades, 
positivos e negativos, que permanecem no indivíduo, exigem da 
chefia ou da liderança cabedal de habilidades para conduzi-lo, dis-
cipliná-lo e conjugá-lo, objetivando a realização de sua tarefa, 
Chefia é: 
— influenciar; 
— sugestionar cooperação; 
— convencer co-responsabilidade de tarefas; 
— demonstrar as vantagens do trabalho em equipe; 
— provar a importância da tarefa de cada um. 
Alfred M. Cooper, com grande experiência de Direção e 
Administração, condensa sua opinião sôbre as responsabilidades 
do Chefe, do seguinte modo: 
a) responsabilidade pela efetividade da produção; 
b) responsabilidade pela segurança, saúde e condições físi-
cas dos subordinados; 
c) responsabilidade pela formação e desenvolvimento da 
moral do grupo; 
d) responsabilidade pela cooperação com os superiores, cole-
gas de direção e os próprios subordinados; 
E . W . SMITH resume sua opinião em três itens: 
a) planejamento; 
b) execução; 
c) contrôle. 
SUPERVISÃO E GERÊNCIA DE SERVIÇOS 
O Professor Wagner Estelita Campos procedeu a um inqué-
rito entre 67 alunos, onde se encontravam alguns chefes, para 
apuração de qualificações pessoais para a supervisão e gerência 
de serviços (liderança), tendo obtido o seguinte resultado: 
A — Inteligência 61 indicações 
B — Energia Física e Nervosa . . . . 60 
C — Integridade Moral 48 
D — Eqüidade 45 
E — Iniciativa 43 
F — Capacidade Técnica 42 
G — Cultura Geral 41 
H — Lealdade 40 
I — Cordialidade e Afeição 39 
J — Entusiasmo 36 
K — Capacidade Administrativa . . . . 34 
L — Autoconfiança 29 
M — Bom Humor 28 
N — Conhecimento da Natureza 
Humana 27 
O — Energia 27 
P — Decisão 25 
Q — Coragem 24 
«A ação do chefe, divorciada dos princípios fundamentais que 
regem o assunto, poderá resultar na indisciplina e na baixa do 
moral do grupo. No inquérito procedido pelo Professor Wagner 
Estelita Campos, no citado curso, do qual foi o coordenador, o 
resultado entre 51 alunos foi o seguinte: 
1º) parcialidade, favoritismo 37 
2º) rispidez, mau humor 35 
3º) tendência autocrática (intransigência, auto-
ritarismo, intolerância, arbitrariedade, etc.) 31 
4º) deslealdade, falsidade 31 
5º) saúde deficiente 29 
6°) incompetência (desconhecimento do serviço) 27 
7º) desinterêsse, desânimo, falta de entusiasmo 21 
8º) vaidade, presunção, exibicionismo 21 
9º) inacessibilidade, falta de espírito de coope-
ração 20 
10º) displicência, indolência 19 
l l º ) indecisão, falta de autoconfiança 19 
12º) mêdo, pusilanimidade 16 
13º) falta de cultura geral 16 
14º) falta de caráter 15 
15º) horror à responsabilidade 15 
16º) incapacidade de manter a disciplina, falta de 
energia, bondade excessiva 15 
17º) inconsistência, incoerência 13 
18º) falta de inteligência, curteza de vista 13 
19º) inveja dos subordinados 12 
20º) ausência de noção de responsabilidade . . . . ll 
21º) impaciência, falta de autocontrole ll 
22°) pessimismo ll 
23º) desconfiança dos subordinados, incapaci-
dade em delegar atribuições ll 
24º) falta de compostura, linguagem de «giria» 10 
25º) incapacidade administrativa 10 
26º) não reconhecer valor nos subordinados . . . 10 
27º) desatenção à dignidade alheia 10 
Conclui o Professor W . E . Campos, diante de sua experiên-
cia e observação pela existência de quatorze falhas na chefia 
inadequada: 
1º) rispidez, mau humor; 
2º) tendência autocrática; 
3º) falta de inteligência; 
4º) inveja dos subordinados; 
5º) receio de ser ofuscado pelos subordinados; 
6º) incapacidade administrativa; 
7º) teimosia, irredutibilidade de opiniões; 
8º) relutância em delegar atribuições; 
9º) falta de estímulo ao esfôrço dos subordinados; 
10º) «apropriação indébita» do esfôrço alheio; 
l l º ) julgamento «apressado» dos subordinados, uns perante 
os outros; 
12º) protelação sistemática de resoluções; 
13°) subserviência para com os superiores; 
14º) exigir do subordinado esfôrço ou trabalho de que o pró-
prio chefe não é capaz. 
Em contrapartida a essas falhas na chefia despreparada 
T E A D (tratadista) observa que a direção,, como tôda «arte», tem 
suas «técnicas», ou mais própriamente, «táticas», para que sejam 
obtidos bons resultados. Enumera o mesmo autor as seguintes 
atitudes «TÉCNICAS»: 
— expedição de ordens; 
— repreensão; 
— elogio; 
— manutenção de uma atitude pessoal correta; 
— obtenção de sugestões; 
— fortalecimento do sentimento de identidade do grupo; 
— cuidados na apresentação ao grupo; 
— criação da disciplina própria do grupo; 
— afastamento de «falsos rumôres». 
Na expedição de ordens, o mesmo autor ( T E A D ) manda 
observar: 
a) ser claro; 
b) ser explícito; 
c) usar um tom de voz adequado; 
d) empregar frases corteses; 
e) evitar ordens simultâneas; 
f) reduzir ao mínimo as ordens negativas e evitar as ordens 
contraditórias. 
F O R M A Ç Ã O PARA LIDERANÇA A D E Q U A D A 
As renovadas conquistas tecnológicas e os novos impulsos 
inovadores, em todos os campos do saber humano, estão recla-
mando a cada momento formação para a liderança adequada, para 
o nôvo estágio da produtividade e da eficiência, para a civilização 
do progresso e da fartura. 
«No mundo em que vivemos o sentido da rapidez e de avanço 
tecnológico tem sido tão importante que o administrador deve 
possuir uma fé inquebrantável para que não seja superado.» 
Em Aula Inaugural do Primeiro Curso Intensivo para Admi-
nistradores (Suplemento D E S E D / 4 ) , o Presidente do Banco do 
Brasil, Dr . Nestor Jost, afirmando que educação é progresso, sen-
tenciou «que o progresso mais intenso, em todos os quadrantes 
da terra, é conseqüência de um maior conhecimento das ciências, 
das artes e das técnicas, e que os países detentores da liderança 
mundial tiveram o êxito de sua política alicerçado na pesquisa. 
nos laboratórios e nas escolas. Haveremos de concluir que, se 
quisermos, verdadeiramente, marchar para o pleno aproveitamento 
do imenso potencial físico e humano de que dispomos, precisare-
mos incrementar as atividades escolares, não só sob a forma tra-
dicional, mas, sobretudo, pela informação especializada.» 
O Ministro da Educação e Cultura, Deputado Tarso Dutra. 
em seu discurso de posse a 16 de março de 1967, ponderou: 
«Se se pretende ir desde logo abrindo caminho para a fixa-
ção de critérios de valorização dos elementos educativos, em subs-
tituição a uma mentalidade excessivamente estatizada das velhas 
estruturas do serviço público, é porque se deve compreender que 
ao sôpro das reformas caberá acionar uma corajosa renovação de 
métodos e diretrizes que assegurem, nesta altura do século,, um 
suporte básico para o maior rendimento das atividades criadoras 
da educação, da cultura, da ciência, da pesquisa e da tecnologia, 
em nosso País.» 
(Revista MEC nº 37) . 
EXORTAÇÃO AO ESTUDO 
O BRASIL PRECISA DE T O D O S E DECADA UM 
(Transcrito da Revista MEC nº 40) 
«Lede. Estudai. Estudai sempre. Tereis oportunidades inú-
meras de aplicar os ensinamentos que recebestes. Novas e lon-
gas perspectivas estão se abrindo diante de vós. Qualquer que 
seja a vossa carreira. No direito, começam a estudar-se as gran-
des leis do espaço aéreo e o primeiro tratado sôbre a utilização 
do espaço cósmico foi assinado, há alguns meses. Na medicina, 
rasgam-se vias que levarão à derrota as doenças degenerativas, 
à conquista de mais saúde, mais bem-estar, maior expectativa de 
vida. Na física, os raios Laser descerram novos mundos. Na biolo-
gia, proclama-se a possibilidade de criação de microorganismos em 
laboratórios. Na engenharia, na arquitetura, no urbanismo, novas 
estruturas vão surgindo, e as cidades, os edifícios e os serviços 
públicos que lhes assegurarão funcionamento seguro e eficaz aguar-
dam as pranchetas, os cálculos e a imaginação dos especialistas. 
Na odontologia, que se aproxima cada vez mais da medicina, já 
se usam aparelhos movidos por jato e estudam-se processos que 
evitarão muitas doenças por longo período. Na economia ensaiam-
se novas combinações suscetíveis de oferecer melhores oportuni-
dades de níveis satisfatórios de vida aos menos favorecidos pela 
fortuna. A educação marcha, decisivamente, para ser, ao mesmo 
tempo, investimento e bem de consumo, e aquêles dentre vós con-
cluintes de filosofia, que se destinem ao magistério, ou à pesquisa, 
encontrarão, sem dúvida, maiores atrativos para o exercício da 
missão suprema a que um ser humano possa dedicar-se.» 
«Quero lembrar-vos que o Brasil necessita de todos e de cada 
um. O nível da inteligência, a qualidade da fibra moral, o desen-
volvimento da cultura e o sentimento da responsabilidade cívica 
do povo como um todo são os fatôres determinantes da grandeza 
das nações.» (Discurso do Presidente Costa e Silva, como Para-
ninfo dos diplomandos da Universidade Federal da Paraíba-1967). 
CAPACIDADE PARA IMPLANTAR E CRIAR NOVAS 
TÉCNICAS (*) 
Os americanos inventaram a eficiência e estão sempre pre-
ocupados em medi-la. em têrmos de produtividade, para os 
menores atos da vida. Na Rússia, a eficiência foi desprezada e 
substituída pelo «stakanovismo», o qual consistia em produzir 
voluntáriamente mais, por meio de um esfôrço muscular extra; e 
até hoje os engenheiros da Usiminas que têm estagiado em usinas 
soviéticas observaram que o excesso de pessoal em certos setores 
contradiz irracionalmente a alta eficiência das grandes unidades de 
produção. 
O que a delegação brasileira observou na Rússia representa 
uma radical mudança nessa atitude, nos mais altos aspectos da 
administração. 
A rápida evolução dos processos de produção, a automação 
e os métodos de administrar e controlar essa produção represen-
tam um salto tão grande na produtividade que a noção de efici-
ência passa a fazer parte do próprio processo tecnológico, tornan-
do-se inerente a êle. Em outras palavras, a tecnologia moderna 
está ligada a um tão grande aumento de eficiência que representa 
na realidade uma revolução econômica, diante da qual é preciso 
adaptar até a máquina administrativa e burocrática do país, cri-
ando homens novos, capazes de entendê-la e operá-la. 
A nação tôda terá que ser engajada na grande tarefa eman-
cipadora. Não existem problemas regionais ou setoriais. O Bra-
sil terá que se habilitar para atravessar os próximos decênios, em 
condições de competir com as nações desenvolvidas tecnológi-
camente. 
O Estado, a Emprêsa e a Universidade terão que constituir 
o instrumento vital do nosso desenvolvimento. 
O planejamento da nossa prosperidade terá que manter, uni-
dos, os três grandes elementos que fizeram neste século a 2ª Re-
volução Industrial. 
Nenhum govêrno poderá promover o desenvolvimento alie-
nando a emprêsa e a Universidade do respectivo processo. 
A juventude brasileira é a matéria-prima fundamental para a 
construção do futuro nacional. O caso universitário não é repres-
sivo, porém, técnico. Urge que a emprêsa se una à Universidade 
(*) Engenheiro Amaro Lanari Junior — agradecimento no Instituto de 
Engenharia de São Paulo quando ali recebia o titulo de «Engenheiro do Ano» 
— in Correio Braziliense, de 14-12-1967. 
para salvar o futuro desta grande nação. O preço das nossas 
esperanças de amanhã serão as nossas dúvidas de hoje. 
Os problemas de formação do pessoal que teve e tem a Usi-
minas, numa escala extraordinária, são os mesmos de tôda a indús-
tria brasileira, em graus diferentes, porém de não menor impor-
tância. São os mesmos que tem o Brasil para preparar o seu povo 
com vistas ao pleno desenvolvimento econômico. 
O Brasil luta para vencer a miséria, a ignorância e o subde-
senvolvimento, às vêzes desordenadamente, às vêzes irracional-
mente, mas sempre com o objetivo de não desenganar o nosso 
orgulho de sermos brasileiros, nem frustrar a dignidade de nossa 
condição humana. 
O círculo vicioso da ignorância e do pauperismo só pode ser 
quebrado do lado da educação; essa educação entendida como a 
aptidão profissional de cada um para compreender e exercer sua 
função social numa sociedade moderna, eminentemente técnica e 
científica. 
Existe no Brasil um «analfabetismo cultural» há pouco defi-
nido como a incapacidade de homens ditos cultos de compreende-
rem o papel da tecnologia e da ciência na vida moderna. 
Para vencer a miséria não basta alfabetizar, é preciso ensinar 
um ofício; não basta ter o curso secundário, é preciso aprender 
uma técnica; não basta graduar-se engenheiro, é preciso adquirir 
capacidade para absorver, implantar e criar novas técnicas. 
LIDERANÇA DEMOCRÁTICA 
O lider democrático deve promover o debate e conversar com 
os liderados; fazer consultas e diligenciar o comando e a coorde-
nação; grupar as iniciativas, a organização e o planejamento. 
Prestigiar as criaturas, elogiando-as, pelas suas realizações, 
quando surgirem oportunidades, constitui boa norma de liderança. 
Estabelece-se, em conseqüência, o tão desejado clima de harmonia 
social do grupo, consolidando-se a intercomunicação, em atmosfera 
de cordialidade. 
A liderança democrática estimula a eficiência, induz motiva-
ção espontânea de cada um em suas atividades, agrupa todos no 
sentimento pleno de solidariedade funcional. 
É preciso formar os chefes, os líderes a fim de que o conceito 
de «dirigir» não se confunda com o despotismo e o conceito «ser-
vir» não se conceba como servilhismo, aqui parafraseando Bernardo 
Pereira de Vasconcelos. 
Urge a concretização, no Serviço Público, de uma liderança 
democrática autêntica e progressiva. 
CRIAÇÃO DA CARREIRA DE TÉCNICO DE 
ADMINISTRAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO 
FEDERAL 
EXPOSIÇÃO DE M O T I V O S Nº 2 487 
EM 30 DE DEZEMBRO DE 1939 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República 
A Lei n.° 284, de 1936, concretizando o passo inicial para 
a reforma do aparelhamento administrativo da União — realiza-
ção das de maior vulto e alcance do govêrno de Vossa Excelên-
cia — adotou, como princípio fundamental, a «formação de car-
reiras para os funcionários civis federais». 
2. Assim, a profissionalização do pessoal e, paralelamente, a 
padronização do material, significaram diretrizes primeiras, objeti-
vando amoldar, às precípuas finalidades racionalizadoras da re-
forma, as duas peças mestras do mecanismo da administração 
pública. 
3. Efetivamente, a formação de carreiras, profissionalizando 
o pessoal, permite que as funções cometidas aos servidores do 
Estado se agrupem, especificamente, segundo suas características 
próprias, o que possibilita maior rendimento com menor dispêndio 
de tempo. Imperativo do princípio fundamental da divisão de 
trabalho, a formação de carreiras realiza, de logo, o corolário 
primeiro daquele princípio, que é a especialização de funções. 
4. Com base nessa orientação,o funcionalismo público civil 
— exceção, apenas, dos titulares de cargos isolados — foi incluído 
em carreiras profissionais, divididas em classes. 
5. Entretanto, a criação do organismo de contrôle e super-
visão do serviço público — Conselho Federal do Serviço Público 
Civil, depois transformado no Departamento Administrativo do 
Serviço Público — acarretou o surgimento de funções novas, com 
caráter específico, anteriormente não consideradas, desde que, 
sómente após a reforma, se cuidou de racionalizar, coordenar e 
controlar a estrutura e o funcionamento da máquina administra-
tiva, antes entregue ao sabor da rotina e do empirismo. 
6. O Decreto-lei n.° 579, de 30 de julho de 1938, deter-
minou que os «trabalhos do D . A . S . P . serão executados por 
funcionários e extranumerários requisitados dos Ministérios, além 
dos extranumerários que êle admitir, na forma da legislação em 
vigor». 
7. Mas as atribuições cometidas ao D . A . S . P . (art. 2.° 
do citado Decreto-lei N.° 579, de 38) não se enquadram entre 
as que definem, caracteristicamente, as várias carreiras profissio-
nais integradas pelos funcionários requisitados dos Ministérios. 
8. Tais atribuições, segundo Fayol, que se distribuem pelos 
5 elementos constitutivos da administração — previsão, orga-
nização, comando, coordenação e contrôle — têm um caráter 
específico e, por isso mesmo, o desenvolvimento do seu conjunto 
constitui uma técnica, os seus princípios, leis e métodos próprios. 
9. Torna-se imperativa, destarte, em obediência ao princípio 
fundamental da formação de carreiras, a criação da carreira de 
Técnico de Administração, a fim de que, do exercício das atribuições 
específicas cometidas ao D . A . S . P . , se incumba um corpo de 
profissionais especializados e não ocupantes de cargos de outras 
carreiras, de profissão diversa, 
10. É, ainda, de se considerar que, a importância e a res-
ponsabilidade das funções de que se trata exigem, para o seu 
eficiente exercício, e para o recrutamento de elementos capazes, 
não só a adaptação e o afeiçoamento do funcionário às tarefas 
que integram a respectiva profissão, como, também, níveis de re-
muneração compensadores. 
11 . Aliás, a experiência vem demonstrando — com a rea-
lização de provas de habilitação para extranumerários do D.A.S.P. 
— a eficiência, para o serviço, da seleção orientada pelo critério 
da especialização de funções 
12. Na classificação dos funcionários públicos civis, há uma 
distinção de origem, que os agrupa em 2 categorias, de ordem 
geral: os que se incumbem das tarefas própriamente administra-
tivas, e os que se incumbem das tarefas de execução. Os pri-
meiros, conforme acentua Wilmerding, são os que «assist the 
Political officers of government in the formulation of policy» e 
os últimos os que «merely carry out orders, accumulate facts, or 
engage in special ressearch». 
13. Ora, as carreiras integrantes dos quadros da adminis-
tração, se incluem, em sua quase totalidade, na 2ª categoria citada. 
Necessária, pois, a criação da carreira de Técnico de Administra-
ção, a que se cometerão as atribuições capitais da primeira cate-
goria, as quais, ainda segundo Wilmerding, são principalmente, 
«by definition, to supplement the work of the political heades 
of government». 
14. Além do mais, faz-se preciso que a reforma adminis-
trativa — cuja execução e desenvolvimento se atribuíram, consti-
tucionalmente ao D . A . S . P . — tenha o seu corpo de executores 
e continuadores, pois, sómente assim, ela se revestirá do caráter 
orgânico que lhe permitirá, de um lado, unidade e homogeneidade 
e, de outro, continuidade de ação. 
15. Com a efetivação da medida ora proposta a Vossa Ex-
celência, poderá atingir plenamente seus objetivos, um dos prin-
cipais aspectos da reforma administrativa e que vem alcançando 
resultados positivos, mercê de sua racional centralização: a seleção. 
É que esta, se já vem contribuindo para a moralização e eficiência 
da administração, sómente poderá integrar-se em suas finalidades 
quando puder visar, também, o recrutamento dos que se incumbi-
rão, não sómente da execução, mas, ainda, da direção, contrôle 
e organização dos serviços públicos. 
16. O projeto de decreto-lei, anexo, dá, à carreira proposta, 
os níveis I e M, respectivamente inicial e final, por onde se 
distribuem os 150 cargos que a compõem, com a seguinte estrutura: 
12 — classe M 
18 — classe L 
27 — classe K 
36 — classe J 
57 — classe I 
150 
17. O provimento dos cargos — que se fará por concurso 
de provas, exigida a apresentação de uma tese, a ser defendida 
oralmente — processar-se-á em 3 fases sucessivas: 50 cargos em 
1940, 50 em 1941 e 50 em 1942. 
18. Essa medida, sôbre consultar a conveniência de serem 
os cargos preenchidos na medida das necessidades da administra-
ção, prevista por êste Departamento com o desenvolvimento pro-
gressivo da reforma, possibilitará que, criada a carreira e lançadas 
as bases do concurso, se estimule o estudo da técnica administra-
tiva e se atraiam, à prestação das posteriores fases do concurso, 
elementos que, eventualmente, não hajam podido concorrer à 
primeira. 
19. A criação da carreira de Técnico de Administração 
acarretará os seguintes aumentos de despesa, nos próximos exer-
cícios financeiros: 
em 1940 506:400$0 
1941 1.688:000$0 
1942 2.700:800$0 
Para êsse cálculo, levou-se em conta a circunstância de que, pro-
cessando-se as fases do concurso no 1.° trimestre de cada ano, o 
respectivo aumento de despesa deve ser calculado a partir do mês 
de junho em 1940 e do mês de abril de 1941 e 1942. quando 
poderão estar empossados os ocupantes dos cargos a se preenche-
rem. Uma vez providos todos os cargos, a despesa com essa 
carreira será de 3.038:400$ anuais. 
20. Essa despesa, além de ser materialmente compensada. 
em parte, pela redução das verbas destinadas à admissão de ex-
tranumerários, à medida que o D. A. S. P. fôr sendo lotado com 
técnicos de administração, será, por outro lado, compensada, de 
sobejo, pelo alcance da medida, em tôda a administração, alcance 
que se manifestará, sobretudo, no maior rendimento, quantitativo 
e qualitativo, dos serviços públicos. 
2 1 . Convém salientar, ainda, que a instituição dessa carreira 
trará as vantagens de evitar-se a requisição de funcionários e 
extranumerários dos diversos órgãos dos serviços públicos e possi-
bilitar o regresso às suas repartições daqueles que estão servindo 
neste Departamento. 
22. Em face do exposto, e no elevado intuito de aparelhar 
a reforma administrativa, em tão boa hora encetada por Vossa 
Excelência, com o seu corpo de executores profissionalizados, 
êste Departamento tem a honra de submeter à apreciação de 
Vossa Excelência o incluso projeto de decreto-lei. 
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência os 
protestos do meu mais profundo respeito. — Moacyr Briggs. — 
Presidente interino. 
DECRETO-LEI Nº 2 136, DE 12 DE ABRIL DE 1940 
Cria a carreira de Técnico de Administração, no 
Quadro Permanente do Departamento Administrativo do 
Serviço Público, e dá outras providências. 
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe 
confere o artigo 180 da Constituição. 
Decreta: 
Art . 1.° Fica criada, no Quadro Permanente do Departa-
mento Administrativo do Serviço Público, a carreira de Técnico 
de Administração, composta de cento e cinqüenta (150) cargos 
e com a seguinte estrutura: 
12 — classe M 
18 — » L 
27 — » K 
36 — » J 
57 — » I 
Art. 2." Os ocupantes dos cargos dessa carreira terão exer-
cício no Departamento Administrativo do Serviço Público, caben-
do-lhes o estudo das questões de administração do serviço pú-
blico civil. 
Art . 3.° O provimento dos cargos integrantes da carreira 
far-se-á por concurso de provas, na conformidade do disposto neste 
artigo, e de acôrdo com asinstruções que forem expedidas. 
§ 1.° Além da prestação dessas provas, o candidato apresen-
tará uma tese, que defenderá oralmente. 
§ 2.° O provimento a que se refere o artigo será realizado 
em três (3) fases sucessivas, da seguinte forma: 
I — Em 1940, para 4 cargos da classe M, 6 da classe L, 
9 da classe K, 12 da classe J e 19 da classe I; 
II — Em 1941, para 4 cargos da classe M, 6 da classe L, 
9 da classe K, 12 da classe J e 19 da classe I: 
III — Em 1942, para 4 cargos da classe M, 6 da classe L, 
9 da classe K, 12 da classe J e 19 da classe I. 
§ 3º Os candidatos habilitados no concurso serão nomea-
dos para as diferentes classes, na ordem da respectiva classificação. 
§ 4.° O concurso prescreverá com o provimento dos cargos 
para os quais foi aberto. 
§ 5.° Os cargos não providos em uma fase, incorporar-se-ão, 
automáticamente, aos da seguinte; para os não providos na última 
fase, abrir-se-á nôvo concurso. 
Art. 4.° À medida que forem sendo providos os cargos da 
carreira de Técnico de Administração, voltarão, aos respectivos 
serviços ou repartições, os funcionários e extranumerários requi-
sitados pelo Departamento Administrativo do Serviço Público, que 
excederem à sua lotação. 
Art . 6.° Até que seja expedida regulamentação da carreira, 
o provimento de todos os cargos criados por êste Decreto-lei 
e das vagas que vierem a se verificar, só poderá ser feito por no-
meação, mediante concurso, ao qual poderão concorrer pessoas 
estranhas ao funcionalismo. 
Art. 7.° êste Decreto-lei entrará em vigor na data da sua 
publicação, revogadas as disposições em contrário. 
Rio de Janeiro, em 12 de abril de 1940, 119° da Independência 
e 52.° da República. 
GETÚLIO VARGAS 
A. de Souza Costa 
LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL EM VIGOR 
LEI Nº 4 769 — DE 9 DE SETEMBRO DE 1965 
Dispõe sôbre o exercício da profissão de Técnico de 
Administração, e dá outras providências. 
O Presidente da República 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte Lei: 
Art. 1º O Grupo da Confederação Nacional das Profissões 
Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo 
à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei 
nº 5 452, de 1º de maio de 1943, é acrescido da categoria profis-
sional de Técnico de Administração. 
§ 1º VETADO. 
§ 2º Terão os mesmos direitos e prerrogativas dos bacha-
réis em Administração, para o provimento dos cargos de Técnico 
de Administração do Serviço Público Federal, os que hajam sido 
diplomados no exterior, em cursos regulares de administração, 
após a revalidação dos diplomas no Ministério da Educação e 
Cultura, bem como os que, embora não diplomados, VETADO, ou 
diplomados em outros cursos de ensino superior e médio, contem 
cinco anos, ou mais, de atividades próprias ao campo profissional 
de Técnico de Administração, VETADO. 
Art. 2" A atividade profissional de Técnico de Administra-
ção será exercida, como profissão liberal ou não. VETADO, me-
diante: 
a) pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, 
assessoria em geral, chefia intermediária, direção superior; 
b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, 
implantação, coordenação e contrôle dos trabalhos nos campos da 
administração VETADO, como administração e seleção de pessoal, 
organização e métodos, orçamentos, administração de material. 
administração financeira, relações públicas, administração merca-
dológica, administração de produção, relações industriais, bem 
como outros campos em que êsses se desdobrem ou aos quais 
sejam conexos; 
c) VETADO. 
Art. 3º O exercício da profissão de Técnico de Adminis-
tração é privativo: 
a) dos bacharéis em Administração Pública ou de Emprêsas, 
diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, ofi-
cial, oficializado ou reconhecido, cujo currículo seja fixado pelo 
Conselho Federal de Educação, nos termos da Lei nº 4 024, de 20 
de dezembro de 1961; 
b) dos diplomados no exterior, em cursos regulares de Ad-
ministração, após a revalidação do diploma no Ministério da Edu-
cação e Cultura, bem como dos diplomados, até à fixação do refe-
rido currículo, por cursos de bacharelado em Administração, de-
vidamente reconhecidos; 
c) dos que, embora não diplomados nos têrmos das alíneas 
anteriores, ou diplomados em outros cursos superiores e de ensino 
médio, contem, VETADO, cinco anos, ou mais, de atividades próprias 
do campo profissional de Técnico de Administração definido no 
art. 2º. 
Parágrafo único. A aplicação dêste artigo não prejudicará a 
situação dos que, até a data da publicação desta Lei, ocupem o 
cargo de Técnico de Administração, VETADO, OS quais gozarão de 
todos os direitos e prerrogativas estabelecidos nêste diploma legal. 
Art. 4º Na administração pública, autárquica, VETADO, é 
obrigatória, a partir da vigência desta Lei, a apresentação de diplo-
ma de Bacharel em Administração, para o provimento e exercício 
de cargos técnicos de administração, ressalvados os direitos dos 
atuais ocupantes de cargos de Técnico de Administração. 
§ lº Os cargos técnicos a que se refere êste artigo serão 
definidos no regulamento da presente Lei, a ser elaborado pela 
Junta Executiva, nos têrmos do art. 18. 
§ 2° A apresentação do diploma não dispensa a prestação 
de concurso, quando exigido para o provimento do cargo. 
Art. 5º Aos Bacharéis em Administração é facultada a ins-
crição nos concursos, para provimento das cadeiras de Administra-
ção VETADO, existentes em qualquer ramo do ensino técnico ou 
superior, e nas dos cursos de Administração. 
Art. 6° São criados o Conselho Federal de Técnicos de Ad-
ministração (C.F.T.A.) e os Conselhos Regionais de Técnicos de 
Administração (C.R.T.A.), constituindo em seu conjunto uma au-
tarquia dotada de personalidade jurídica de direito público, com 
autonomia técnica, administrativa e financeira, vinculada ao Minis-
tério do Trabalho e Previdência Social. 
Art. 7º O Conselho Federal de Técnicos de Administração, 
com sede em Brasília, Distrito Federal, terá por finalidade: 
a) propugnar por uma adequada compreensão dos problemas 
administrativos e sua racional solução; 
b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de Técnico 
de Administração; 
c) elaborar seu regimento interno; 
d) dirimir dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais; 
c) examinar, modificar e aprovar os regimentos internos dos 
Conselhos Regionais; 
f) julgar, em última instância, os recursos de penalidades 
impostas pelos C.R.T.A.; 
g) votar e alterar o Código de Deontologia Administrativa, 
bem como zelar pela sua fiel execução, ouvidos os C.R.T.A.; 
h) aprovar anualmente o orçamento e as contas da autar-
quia; 
i) promover estudos e campanhas em prol da racionalização 
administrativa do País. 
Art. 8º Os Conselhos Regionais de Técnicos de Adminis-
tração (C.R.T.A.), com sede nas Capitais dos Estados e no Dis-
trito Federal, terão por finalidade: 
a) dar execução às diretrizes formuladas pelo Conselho Fe-
deral de Técnicos de Administração; 
b) fiscalizar, na área da respectiva jurisdição, o exercício da 
profissão de Técnico de Administração; 
c) organizar e manter o registro de Técnicos de Adminis-
tração; 
d) julgar as infrações e impor as penalidades referidas 
nesta Lei; 
e) expedir as carteiras profissionais dos Técnicos de Admi-
nistração; 
f) elaborar o seu regimento interno para exame e aprovação 
pelo C.F.T.A. 
Art. 9º O Conselho Federal de Técnicos de Administração 
compor-se-á de brasileiros natos ou naturalizados que satisfaçam 
às exigências desta Lei e terá a seguinte constituição: 
a) nove membros efetivos, eleitos pelos representantes dos 
sindicatos e das associações profissionais de Técnicos de Adminis-
tração, que, por sua vez, elegerão dentre si o seu Presidente; 
b) nove suplenteseleitos juntamente com os membros efe-
tivos. 
Parágrafo único. Dois terços, pelo menos, dos membros efe-
tivos, assim como dos membros suplentes, serão necessáriamente 
Bacharéis em Administração, salvo nos Estados em que, por mo-
tivos relevantes, isso não seja possível. 
Art. 10. A renda do C.F.T.A. é constituída de: 
a) vinte por cento (20%) da renda bruta dos C.R.T.A., 
com exceção dos legados, doações ou subvenções; 
b) doações e legados; 
c) subvenções dos Govêrnos Federal, Estaduais e Munici-
pais, ou de emprêsas e instituições privadas; 
d) rendimentos patrimoniais; 
e) rendas eventuais. 
Art. l l . Os C.R.T.A. serão constituidos de nove membros, 
eleitos da mesma forma estabelecida para o órgão federal. 
Art. 12. A renda dos C.R.T.A. será constituída de: 
a) oitenta por cento (80%) da anuidade estabelecida pelo 
C.F.T.A. e revalidada trienalmente; 
b) rendimentos patrimoniais; 
c) doações e legados; 
d) subvenções e auxílios dos Govêrnos Federal, Estaduais 
c Municipais, ou, ainda, de emprêsas e instituições particulares; 
e) provimento das multas aplicadas; 
f) rendas eventuais. 
Art. 13. Os mandatos dos membros do C.F.T.A. e os dos 
membros dos C.R.T.A. serão de 3 (três) anos, podendo ser reno-
vados. 
§ lº Anualmente, far-se-á a renovação do têrço dos mem-
bros do C.F.T.A. e dos C.R.T.A. 
§ 2º Para os fins do parágrafo anterior, os membros do 
C.F.T.A. e dos C.R.T.A., na primeira eleição que se realizar nos 
têrmos da presente Lei, terão, 3 (três), o mandato de 1 (um) 
ano, 3 (três), o de 2 (dois) anos. e 3 (três), mandato de 3 (três) 
anos. 
Art. 14. Só poderão exercer a profissão de Técnico de Ad-
ministração os profissionais devidamente registrados nos C.R.T.A., 
pelos quais será expedida a carteira profissional. 
§ 1° A falta do registro torna ilegal, punível, o exercício da 
profissão de Técnico de Administração. 
§ 2º A carteira profissional servirá de prova para fins de 
exercício profissional, de carteira de identidade e terá fé em todo 
o território nacional. 
Art. 15. Serão obrigatóriamente registrados nos C.R.T.A. 
as emprêsas, entidades e escritórios técnicos que explorem, sob 
qualquer forma, atividades do Técnico de Administração, enun-
ciadas nos têrmos desta Lei. 
§ lº VETADO. 
§ 2° O registro a que se refere êste artigo VETADO será feito 
gratuitamente pelos C.R.T.A. 
Art. 16. Os Conselhos Regionais de Técnicos de Adminis-
tração aplicarão penalidades aos infratores dos dispositivos desta 
Lei, as quais poderão ser: 
a) multa de 5% (cinco por cento) a 50% (cinqüenta por 
cento) do maior salário-mínimo vigente no País aos infratores de 
qualquer artigo; 
b) suspensão de seis meses a um ano ao profissional que 
demonstrar incapacidade técnica no exercício da profissão, assegu-
rando-lhe ampla defesa; 
c) suspensão, de um a cinco anos, ao profissional que, no 
âmbito de sua atuação, fôr responsável, na parte técnica, por fal-
sidade do documento, ou por dolo, em parecer ou outro documento 
que assinar. 
§ 1º VETADO. 
§ 2º No caso de reincidência da mesma infração, praticada 
dentro do prazo de cinco anos, após a primeira, além da aplicação 
da multa em dôbro, será determinado o cancelamento do registro 
profissional. 
Art. 17. Os Sindicatos e Associações Profissionais de Téc-
nicos de Administração cooperarão com o C.F.T.A. para a divul-
gação das modernas técnicas de administração no exercício da 
profissão. 
Art. 18. Para promoção das medidas preparatórias à exe-
cução desta Lei, será constituída por Decreto do Presidente da 
República, dentro de 30 dias, uma Junta Executiva integrada de. 
dois representantes indicados pelo D . A . S . P . , ocupantes de cargos 
de Técnico de Administração; de dois Bacharéis em Administração, 
indicados pela Fundação Getúlio Vargas; de três Bacharéis em 
Administração, representantes das Universidades que mantenham 
curso superior de Administração, um dos quais indicado pela 
Fundação Universidade de Brasília e os outros dois por indicação 
do Ministro da Educação. 
Parágrafo único. Os representantes de que trata êste artigo 
serão indicados ao Presidente da República em lista dáplice. 
Art. 19. À Junta Executiva de que trata o artigo anterior 
caberá: 
a) elaborar o projeto de regulamento da presente Lei e sub-
metê-lo à aprovação do Presidente da República; 
b) proceder ao registro, como Técnico de Administração, 
dos que o requererem, nos têrmos do art. 3º; 
c) estimular a iniciativa dos Técnicos de Administração na 
criação de associações profissionais e sindicatos; 
d) promover, dentro de 180 (cento e oitenta) dias, a reali-
zação das primeiras eleições para a formação do Conselho Federal 
de Técnicos de Administração (C.F.T.A.) e dos Conselhos Re-
gionais de Técnicos de Administração (C.R.T.A.). 
§ 1º Será direta a eleição de que trata a alínea d dêste 
artigo, nela votando todos os que forem registrados, nos têrmos 
da alínea b. 
§ 2º Ao formar-se o C.F.T.A., será extinta a Junta Executi-
va, cujo acervo e cujos cadastros serão por êle absorvidos. 
Art. 20. O disposto nesta Lei só se aplicará aos serviços 
municipais, às emprêsas privadas e às autarquias e sociedades de 
economia mista dos Estados e Municípios, após comprovação, pelos 
Conselhos Técnicos de Administração, da existência, nos Municí-
pios em que êsses serviços, emprêsas, autarquias ou sociedades de 
economia mista tenham sede, de técnicos legalmente habilitados. 
em número suficiente para o atendimento nas funções que lhes 
são próprias. 
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 9 de setembro de 1965; 144° da Independência e 77'' 
da República. 
H. CASTELLO BRANCO 
Arnaldo Sussekind 
AVISO 
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL DE BRASÍLIA 
Departamento de Administração — Div. Administrativa 
«Para conhecimento dos funcionários ocupantes de cargo de 
Assistente de Administração 16-B, transcrevemos abaixo o que 
decidiu a Comissão de Acesso, em reunião, no dia 30 do mês 
próximo passado: «Solicitar dos funcionários ocupantes de cargo 
de Assistente de Administração nível 16-B, no menor prazo pos-
sível, três dias a contar de 10 do corrente mês, a apresentação 
do diploma de Técnico de Administração, nos têrmos do art. 3º 
da Lei nò 4 769, de 9 de setembro de 1965». 
LEI Nº 4 769 — DE 9 DE SETEMBRO DE 1965 (*) 
O Presidente da República 
Faço saber que o Congresso Nacional manteve e eu promulgo, 
nos têrmos do § 3º, do art. 70, da Constituição Federal, a seguinte 
parte mantida pelo Congresso Nacional após veto presidencial do 
Projeto que se transformou na Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 
1965, que dispõe sôbre o exercício da profissão de Técnico de 
Administração e dá outras providências. 
Art. 3° . . . 
c . . . na data da vigência desta lei». 
Brasília, 12 de novembro de 1965; 144º da Independência e 
77° da República. 
H. CASTELLO BRANCO 
(*) D.O. de 13-9-65, pág. 9337. 
D E C R E T O Nº 58 670 — DE 20 DE J U N H O DE 1966 
Constitui Janta Executiva para promoção das medi-
das preparatórias à execução da Lei nº 4 769, de 9 de 
setembro de 1965, que dispõe sôbre o exercício da pro-
fissão de Técnico de Administração e dá outras provi-
dências. 
O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe con-
fere o art. 87, nº I, da Constituição, decreta: 
Art. 1º A Junta Executiva criada e com as atribuições pre-
vistas na Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965, fica constituída 
dos seguintes membros, sob a presidência do primeiro: 
Ibany da Cunha Ribeiro e Isnard Garcia de Freitas, represen-
tando o Departamento Administrativo do Serviço Público; 
Aluizo Loureiro Pinto e Carlos José Malfurari, representando 
a Fundação Getúlio Vargas; 
Antônio Ramos Machado, representando a Fundação Univer 
sidade de Brasília; 
SérgioAlexandre Alencastro Gosande, representando a Uni-
versidade Federal de Minas Gerais: e 
Dailson Silveira de Araújo, representando a Universidade 
Federal do Ceará. 
Art. 2º As despesas de viagens e estadas dos membros da 
Junta, para cumprimento das tarefas que lhes impõe o presente 
Decreto, serão custeadas pelos respectivos órgãos de origem, como 
se afastados estivêssem a serviço dos mesmos. 
Art. 3º O Diretor-Geral do Departamento Administrativo 
do Serviço Público, mediante requisição do Presidente da Junta. 
promoverá o fornecimento de instalações, material e pessoal ne-
cessários aos serviços do órgão. 
Art. 4º Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publi-
cação, revogadas as disposições em contrário. 
Brasília, 20 de junho de 1966; 145º da Independência e 78º 
da República. 
H. CASTELLO BRANCO 
Pedro Aleixo 
Walter Perachi Barcellos 
DECRETO Nº 61 934 — DE 22 DE DEZEMBRO DE 1967 
Dispõe sôbre a regulamentação do exercício da pro-
fissão de Técnico de Administração e a constituição do 
Conselho Federal de Técnicos de Administração, de 
acôrdo com a Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1969. 
e dá outras providências. 
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe con-
fere o art . 83, item II, da Constituição, e tendo em vista o que 
determina a Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965, decreta: 
Art. 1º Fica aprovado o Regulamento que com êste baixa. 
assinado pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social, que dis-
põe sôbre o exercício da profissão liberal de Técnico de Adminis-
tração e a constituição do Conselho Federal de Técnicos de Ad-
ministração e dos Conselhos Regionais. 
Art. 2º Êste Decreto entrará em vigor na data de sua pu-
blicação. 
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 22 de dezembro de 1967; 146º da Independência e 
79° da República. 
A. COSTA E SILVA 
Jarbas G. Passarinho 
R E G U L A M E N T O DA LEI Nº 4 769, DE 9 DE SETEMBRO 
DE 1965, Q U E REGULA O EXERCÍCIO DA PROFIS-
SÃO DE T É C N I C O DE ADMINISTRAÇÃO. 
TÍTULO I 
Da Profissão de Técnico de Administração 
CAPÍTULO I 
Do Técnico de Administração 
Art. 1º O desempenho das atividades de Administração, em 
qualquer dos seus campos, constitui o objeto da profissão liberal 
de Técnico de Administração, de nivel superior. 
Art. 2º A designação profissional e o exercício da profissão 
de Técnico de Administração, acrescida ao Grupo da Confedera-
ção Nacional das Profissões Liberais, constantes do Quadro de 
Atividades e profissões anexo à Consolidação das Leis do Traba-
lho aprovada pelo Decreto-lei nº 5 452, de lº de maio de 1943, 
são privativos: 
a) dos bacharéis em Administração diplomados no Brasil, 
em cursos regulares de ensino superior, oficiais, oficializados ou 
reconhecidos, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de 
Educação, nos têrmos da Lei nº 4 024, de 20 de dezembro de 
1961, bem como dos que, até a fixação do referido currículo, te-
nham sido diplomados por cursos de bacharelado em Adminis-
tração devidamente reconhecidos; 
b) dos diplomados no exterior, em cursos regulares de Ad-
ministração, após a revalidação do diploma no Ministério da Edu-
cação e Cultura; 
c) dos que, embora não diplomados nos têrmos das alíneas 
anteriores, ou diplomados em outros cursos superiores ou de ensino 
médio, contassem, em 13 de setembro de 1965, pelo menos cinco 
anos de atividades próprias no campo profissional de Técnico de 
Administração definido nêste Regulamento. 
Parágrafo único. E' ressalvada a situação dos que, em 13 
de setembro de 1965, ocupavam cargos de Técnico de Adminis-
tração no serviço público federal, estadual ou municipal, aos quais 
são assegurados todos os direitos e prerrogativas previstos nêste 
Regulamento. 
CAPÍTULO II 
Do Campo e da Atividade Profissional 
Art. 3º A atividade profissional do Técnico de Administra-
ção, como profissão, liberal ou não, compreende: 
a) elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, arbi-
tragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos 
inerentes às técnicas de organização; 
b) pesquisas, estudos, análises, interpretação, planejamento, 
implantação, coordenação e contrôle dos trabalhos nos campos de 
administração geral, como administração e seleção de pessoal, or-
ganização, análise, métodos e programas de trabalho, orçamento, 
administração de material e financeira, relações públicas, adminis-
tração mercadológica, administração de produção, relações indus-
triais, bem como outros campos em que êstes se desdobrem ou 
com os quais sejam conexos; 
c) exercício de funções e cargos de Técnicos de Administra-
ção do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal, Autárquico, 
Sociedades de Economia Mista, emprêsas estatais, paraestatais e 
privadas, em que fique expresso e declarado o título do cargo 
abrangido; 
d) o exercício de funções de chefia ou direção, intermediária 
ou superior, assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus com-
partimentos, da Administração pública ou de entidades privadas, 
cujas atribuições envolvam, principalmente, a aplicação de conhe-
cimentos inerentes às técnicas de administração; 
e) o magistério em matérias técnicas do campo da adminis-
tração e organização. 
Parágrafo único. A aplicação do disposto nas alíneas c, d e 
e não prejudicará a situação dos atuais ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos, inclusive de direção, chefia, assessoramento e 
consultoria no Serviço Público e nas entidades privadas, enquanto 
os exercerem. 
Art. 4" Na Administração Pública Federal, Estadual ou Mu-
nicipal, direta ou indireta, é obrigatória, para o provimento e exer-
cício de cargos de Técnico de Administração, a apresentação de 
diploma de Bacharel em Administração ou a comprovação de que 
o candidato adquiriu os mesmos direitos e prerrogativas na forma 
das alíneas a a c do art . 2º dêste Regulamento, ressalvado o dis-
posto no parágrafo único do art. 2° dêste Regulamento. 
Parágrafo único. A apresentação do diploma não dispensa a 
prestação de concurso para o provimento do cargo, quando o exija 
a lei. 
Art. 5º No caso de insuficiência de Técnico de Administra-
ção, comprovada por falta de inscrição em recrutamento ou seleção 
pública, poderão os órgãos públicos, autárquicos ou sociedades de 
economia mista, bem como quaisquer emprêsas privadas, solicitar 
ao Conselho Regional de sua jurisdição licença para o exercício 
da profissão de Técnico de Administração por pessoa não habili-
tada, portadora de diploma de curso superior. 
§ 1° A licença será concedida por período de até dois anos, 
renovável, mediante nova solicitação, se comprovada ainda a insu-
ficiência de Técnicos de Administração. 
§ 2º A licença referida nêste artigo vigorará exclusivamente 
para o Município para o qual foi solicitada, proibida expressa-
mente a transferência para outro Município. 
Art. 6º Os documentos referentes à ação profissional, de que 
trata o art. 3º dêste Regulamento, serão obrigatóriamente elabora-
dos e assinados por Técnicos de Administração, devidamente re-
gistrados na forma em que dispuser êste Regulamento, salvo no 
caso de exercício de cargo público. 
Parágrafo único. É obrigatória a citação do número de regis-
tro no Conselho Regional após a assinatura. 
Art. 7º As autoridades federais, estaduais e municipais, bem 
como as emprêsas privadas, deverão obrigatóriamente exigir a as-
sinatura do Técnico de Administração devidamente registrado, nos 
documentos mencionados no art . 3º dêste Regulamento, exceto 
quando se tratar de documentos oficiais assinados por ocupantes 
do cargo público respectivo. 
Art. 8º O Conselho Federal de Técnicos de Administração 
e os Conselhos Regionais, por iniciativa própria ou mediante de-
núncias das autoridades judiciais ou administrativas, promoverão 
a responsabilidade do Técnico de Administração, nos casosde 
dolo, fraude ou má-fé, adotando as providências cabíveis à ma-
nutenção de um sadio ambiente profissional, sem prejuízo da ação 
administrativa ou criminal que couber. 
CAPÍTULO III 
Do Exercício Profissional 
Art. 9º Para o exercício da profissão de Técnico de Admi-
nistração é obrigatória a apresentação da Carteira de Identidade 
de Técnico de Administração, expedida pelo Conselho Regional de 
Técnicos de Administração, juntamente com prova de estar o pro-
fissional em pleno gôzo dos seus direitos sociais. 
Art. 10. A falta de registro torna ilegal e punível o exer-
cício da profissão de Técnico de Administração. 
Art. l l . O exercício profissional de que trata êste Regula-
mento será fiscalizado pelos competentes Conselhos Regionais e 
pelo Conselho Federal de Técnicos de Administração, aos quais 
cabem a orientação e a disciplina no exercício da profissão de 
Técnico de Administração em todo o Território Nacional. 
CAPÍTULO IV 
Da Sociedade entre Profissionais 
Art. 12. As sociedades de prestação de serviços profissionais 
mencionados nêste Regulamento só poderão se constituir ou fun-
cionar sob a responsabilidade de Técnico de Administração devida-
mente registrado e no pleno gôzo de seus direitos sociais. 
§ 1º O Técnico de Administração, ou os Técnicos de Admi-
nistração, que fizerem parte das sociedades mencionadas nêste ar-
tigo, responderão, individualmente, perante os Conselhos, pelos 
atos praticados pelas Sociedades em desacôrdo com o Código de 
Deontologia Administrativa. 
§ 2º As sociedades a que alude êste artigo são obrigadas a 
promover o seu registro prévio no Conselho Regional da área de 
sua atuação, e nos de tantas em quantas atuarem, ficando obriga-
das a comunicar-lhes quaisquer alterações ou ocorrências poste-
riores nos seus atos constitutivos. 
Art. 13. As atuais sociedades existentes ficam obrigadas a 
se adaptarem às exigências contidas nêste Capítulo, no prazo de 
180 (cento e oitenta) dias, contados da data da publicação dêste 
Regulamento. 
TÍTULO II 
Do Conselho Federal de Técnicos de Administração 
CAPÍTULO I 
Da Autarquia 
Art. 14. O Conselho Federal de Técnicos de Administração 
e os Conselhos Regionais de Técnicos de Administração dos Es-
tados e Territórios, criados pela Lei n" 4 769, de 9 de setembro de 
1965, constituem em seu conjunto uma autarquia dotada de perso-
nalidade jurídica de direito público, com autonomia técnica, ad-
ministrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Trabalho e 
Previdência Social, sob a denominação de Conselho Federal de 
Técnicos de Administração, com o subtítulo de «Regional», com a 
designação da região quando fôr o caso. 
Art. 15. A Autarquia Conselho Federal de Técnicos de Ad-
ministração, no seu conjunto, terá Quadro de Pessoal próprio, 
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho. 
Parágrafo único. Poderão ser requisitados, na forma da Lei, 
servidores da Administração Pública, direta ou indireta, para ser-
virem ao Conselho Federal de Técnicos de Administração, ou em 
seu conjunto, os quais não perderão sua condição de funcionários 
públicos. 
Art. 16. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. 
Art. 17. A responsabilidade administrativa e financeira do 
Conselho Federal e de cada Conselho Regional de Técnicos de 
Administração caberá aos respectivos Presidentes. 
Parágrafo único. Até 31 de março do exercício seguinte 
àquele a que se refiram, as prestações de contas dos Conselhos 
Regionais de Técnicos de Administração, depois de apreciadas 
pelos respectivos plenários, serão encaminhadas ao Conselho Fe-
deral de Técnicos de Administração, o qual as apresentará, com o 
seu parecer e juntamente com a sua própria prestação de contas, 
apreciada pelo respectivo plenário, à Inspetoria Geral de Finanças 
do Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
Art. 18. As entidades sindicais, associações profissionais e 
Faculdades cooperarão com o Conselho Federal e os Conselhos 
Regionais de Técnicos de Administração, para a divulgação das 
modernas técnicas de administração e dos processos de racionali-
zação administrativa do País. 
Art. 19. Para os efeitos do disposto no artigo anterior, os 
órgãos citados celebrarão acôrdos ou convênios de assistência téc-
nica e financeira, tendo em vista, sôbretudo, o interêsse nacional, 
a ampliação e a intensificação dos estudos e pesquisas administra-
tivas, para o melhor aproveitamento dos Técnicos de Adminis-
tração. 
CAPÍTULO II 
Da Finalidade, Sede e Fôro 
Art. 20. O Conselho Federal de Técnicos de Administração, 
com sede e fôro em Brasília, Distrito Federal, terá por finalidade: 
a) propugnar por uma adequada compreensão dos problemas 
administrativos e sua racional solução; 
b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de Técnico 
de Administração; 
c) elaborar o seu regimento; 
d) dirimir dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais; 
e) examinar, modificar e aprovar os regimentos internos dos 
Conselhos Regionais; 
/) julgar, em última instância, os recursos de penalidades 
impostas pelos Conselhos Regionais de Técnicos de Administração; 
g) votar e alterar o Código de Deontologia Administrativa, 
bem como zelar pela sua fiel execução, ouvidos os Conselhos Re-
gionais de Técnicos de Administração; 
h) aprovar, anualmente, o orçamento e as contas da autar-
quia; 
i) promover estudos e campanhas em prol da racionalização 
administrativa do País. 
CAPÍTULO III 
Da Composição 
Art. 21. O Conselho Federal de Técnicos de Administração 
compor-se-á de brasileiros natos ou naturalizados, que satisfaçam 
às exigências da Lei n9 4 769, de 9 de setembro de 1965, e terá 
a seguinte constituição: 
a) nove membros efetivos, eleitos pelos representantes dos 
sindicatos e das associações profissionais de Técnicos de Adminis-
tração que, por sua vez, elegerão dentre si o seu Presidente; 
b) nove suplentes eleitos juntamente com os membros efe-
tivos. 
Parágrafo único. Dois terços, pelo menos, dos membros efe-
tivos, assim como dos membros suplentes, serão necessáriamente 
bacharéis em Administração, salvo nos Estados em que por moti-
vos relevantes, isso não seja possível. 
CAPÍTULO IV 
Dos Mandatos e das Eleições 
Art. 22. Os mandatos dos membros do Conselho Federal de 
Técnicos de Administração e dos respectivos suplentes serão de 
três (3) anos, podendo ser renovados. 
Art. 23. Na primeira eleição que se realizar, na forma dêste 
Regulamento, os membros eleitos do Conselho Federal de Técni-
cos de Administração e os respectivos suplentes terão: 3 (três) 
mandato de 1 (um) ano; 3 (três) mandato de 2 (dois) anos; e 
3 (três) mandato de 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A renovação do têrço dos membros do 
Conselho Federal de Técnicos de Administração e dos respectivos 
suplentes far-se-á anualmente. 
Art. 24. As eleições dos membros do Conselho Federal de 
Técnicos de Administração e dos respectivos suplentes serão rea-
lizadas em Brasília, Distrito Federal, pelos representantes dos Sin-
dicatos e das Associações Profissionais de Técnicos de Adminis-
tração existentes no Brasil, devidamente registrados no Ministério 
do Trabalho e Previdência Social. 
Art. 25. A convocação para as eleições a que se refere o 
artigo anterior será feita pelo Conselho Federal de Técnicos de 
Administração, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, antes do tér-
mino do mandato. 
Art. 26. A Assembléia de Representantes Eleitorais consti-
tuída nos têrmos dêste Regulamento, deliberará em primeira con-
vocação com a presença de pelo menos 2/3 (dois terços) de seus 
componentes credenciados e, 24 (vinte e quatro) horas depois, 
com a presença de qualquer número de representantes credenciados. 
§ lº A Assembléia a que se refere êste artigo será instalada 
pelo Presidente do Conselho Federal de Técnicos de Administra-
ção, ou seu substituto legal,

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