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EXPLICAÇÃO INDISPENSÁVEL O Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura vem mantendo — dentre as atividades específicas estipu- ladas em seu Regimento — aprovado pelo Dec. n° 57 481, de 24-12-965 (DO. de 29 subseqüente), e alterado pelo de nú- mero 61 399, datado de 22-9-967, com publicação no Diário Ofi- cial de 25 do mesmo mês, — um serviço especializado de edição de obras de caráter educativo, documentário e científico, consti- tuindo, tais livros, diversas coleções, já bastante difundidas entre os interessados nesses assuntos. Assim, pois, como trabalho que se enquadra no esquema acima referido, a presente monografia se refere à carreira de Técnico de Administração, que teve seu currículo aprovado pelo Egrégio Conselho Federal de Educação, em Parecer datado de 1965, outorgando-lhe o nível universitário. Espera, assim, a dirigente do Serviço de Documentação do M . E . C . bem cumprir o Regimento do órgão, no que diz respeito às suas finalidades editoriais. Rio de Janeiro, julho de 1969. — Maria de Lourdes Costa c Silva de Abreu, Diretora. O A U T O R PEDRO GUIMARÃES PINTO, Jornalista e Técnico de Adminis- tração do M . E . C , exerce, no Conselho Federal de Cultura. a função de Assessor-Coordenador para Assuntos Gerais, em Bra- sília, e é Membro da Junta Executiva do Conselho Regional dos Técnicos de Administração — 1ª Região ( D F . ) . POSDCORB LUTHER GULIK valeu-se da palavra «Posdcorb» para sinteti- zar os têrmos «Administração e Gerência», do seguinte modo: P LANING (PLANEJAMENTO) O RGANIZING (ORGANIZAÇÃO) S TAFFING (ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL) D IRECTING (DIREÇÃO, COMANDO) CO ORDINATING (COORDENAÇÃO) R EPORTING (PUBLICIDADE, DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO, PROPAGANDA) B UDGETING (ELABORAÇÃO, EXECUÇÃO E FIS- CALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA) A D M I N I S T R A Ç Ã O C O M P R O M I S S O Consta desta obra a documentação básica do nôvo curso e da nova profissão, colocada em têrmos legítimos, em nível superior. O Brasil precisa ampliar as dimensões de sua cultura, em todos os campos do saber. «A cultura é o contexto e a educação é o instrumento através do qual a cultura se aperfeiçoa.» O acréscimo de mais uma profissão, de formação universi- tária, com objetivos tecnológicos, de que tanto necessita o Brasil, como a que a Lei nº 4 769 legalizou, constitui excepcional criação do Estado Federal, para o aceleramento do progresso do País. Proclamo, aqui, em nome dos Técnicos de Administração, sua determinação cujo rumo é a pesquisa permanente, o engajamento nos objetivos nacionais. Haja, pois, o elo entre os fins tecnoló- gicos em que o País está empenhado e as atividades-meio, infra- estrutura para o desenvolvimento gradativo da Pátra. Assim, partir-se-á para o estudo sério e a pesquisa metodi- zada. Não se pretende possuir usura de conhecimentos, mas o espírito aberto ao debate franco e construtivo, forma, por exce- lência, de comunicação e de cultura. Observação Especial: A bibliografia sôbre Administração Geral é uma das mais ricas, indo além de mil livros e autores. Nota do Autor: Algumas citações dêste livro foram colhidas em Taylor e Fayol (Benedito Silva), Curso de Organização do Trabalho (Cesar Can- tanhede), Princípios de Organização Científica (Taylor) , Administrarão In- dustrial e Geral (Fayol) , Apontamentos do Curso de Organização do Tra- balho — Serviços Holerith — freqüentado pelo autor, em 1940, Sksena, «Organização do Trabalho». OBJETIVO — A G R A D E C I M E N T O O acréscimo de mais uma profissão regulamentada — a de ADMINISTRAÇÃO —, de formação universitária, com objetivos tecnológicos, de que tanto necessita o Brasil, integrando em um só currículo os dois campos, o de administração pública e o de emprêsa, constitui excepcional criação do Govêrno Federal, para o aceleramento do progresso integrado do País. Êste livro, que reúne os documentos básicos de Administra- ção, visa a contribuir para esclarecer os Técnicos de Administra- ção em atuação profissional (os concursados, com ou sem tese; os readaptados pelo método experimental; os de acesso provindos de oficiais de administração e de assistentes de administração) — todos responsáveis pelo nôvo currículo superior e pelo atual estágio da carreira —, os Técnicos de Administração de Emprêsas, os estudantes desta atividade apaixonante, que constitui um elo entre os fins e os meios do progresso social, assim como as unidades de ensino de administração existentes e que forem implantadas. Aqui deixo patentes meus agradecimentos: — Ao Congresso Nacional; — Ao Govêrno Revolucionário que sancionou a Lei n.° 4.769, de 9 de setembro de 1965, a qual — regulamentando diversas profissões universitárias — melhorou o padrão de atividades superiores; — Ao Consultor-Geral da República, Dr. Adroaldo Mesquita da Costa; — Ao atual Reitor da Universidade Federal do Rio de Ja- neiro e ex-titular da Pasta da Educação e Cultura, Prof. Dr . Raymundo de Castro Moniz de Aragão; — Ao Conselho Federal de Educação, especialmente aos Con- selheiros Durmeval Trigueiro Mendes (por sua magistral síntese no relatório do currículo sôbre a filosofia da Ad- ministração) e Antônio Martins Filho (pelo desvelo com que encaminhou a votação no plenário do C . F . E . ) ; — Ao Dr . Francisco Luiz Leitão, à época Secretário-Geral do Conselho; — À Técnica de Educação Júlia Azevedo Acioli, então Se- cretária da Câmara de Planejamento e hoje Secretária- Geral do referido Colegiado; — À Associação Brasileira dos Técnicos de Administração (sediada em Brasília) . A todos, os agradecimentos pela presteza com que definiram e deliberaram o Currículo e os Atos complementares do Curso de Administração. Em todos êsses estágios do processo, jamais faltou o acen- drado espírito público, em prol da concretização da meta desejada pelos integrantes da carreira de Técnico de Administração. Brasília, julho de 1969. — Pedro Guimarães Pinto, Téc- nico de Administração. GENERALIDADES I N T R O D U Ç Ã O O Técnico de Administração é o elemento moderador nos grandes conflitos de nosso tempo. As atribuições das hierarquias governamentais, federais, estaduais e municipais e as inumeráveis conquistas no planejamento, na coordenação, na organização e mé- todos, quer nas emprêsas públicas, quer, sobretudo, nas emprêsas de iniciativas particulares, têm sido obtidas e implantadas — com inovação diuturna — com o apoio e a dedicação dos Técnicos de Administração, constituindo vanguarda criadora nas soluções dos conflitos e problemas cotidianos. Já foi o tempo dos «técnicos improvisados». Hoje em dia, sem o estudo metodizado, adensado, continuado, associado a per- manente pesquisa, nenhum técnico (ou cientista) poderá ter êxito. O profissional se esboroa nas implicações de cada problema, de cada caso surgido, se não tiver a infra-estrutura cultural para enfrentá-los. É preciso ter e possuir a variação do raciocínio lógico ou cien- tífico, acuidade, imaginação, saber manejar os métodos «científicos e filosóficos», usar a logística como apoio para contornar, abordar, discenir, ponderar, ver mais longe. Estamos em pleno estágio da racionalização. «Todos têm necessidade, em maior ou menor grau, de noções de adminis- tração» . «O E N S I N O DE ADMINISTRAÇÃO DEVE, POIS, SER GERAL: R U D I M E N T A R NAS ESCOLAS PRIMÁRIAS, UM P O U C O MAIS P R O F U N D O NAS ESCOLAS SECUNDÁ- RIAS E, G R A N D E M E N T E DESENVOLVIDO, NAS ESCO- LAS SUPERIORES.» (HENRY FAYOL) . Ao procurarmos estabelecer as alternativas possíveis e reco- mendáveis para o ensino da Administração no Brasil, necessário se torna conceituar a Administração. A ausência dessa posição fundamental tem conduzido os diversos centros de ensino especia- lizado a uma diversificação deconceitos, desnecessária e até preju- dicial para estudantes, professôres, para os próprios estabeleci- mentos e para o País. O conceito da Administração tem variado no tempo e no espaço: na Itália, por exemplo, aproxima-se do Direito Adminis- trativo ou da Contabilidade; na Alemanha, é menos preocupação humanística do que um ramo da Engenharia de Produção; nos Estados Unidos está mais ligado à Economia, no campo da Admi- nistração Empresarial, enquanto os estudiosos da Administração Pública passam a adquirir autonomia no contexto das Ciências Sociais; e na França identifica-se, em grande parte, com os Estu- dos de Ciência Política. Os brasileiros têm procurado a posição mais eclética, considerando a Administração um ramo autônomo das Ciências Sociais, embora haja exceções, como o Curso de Ad- ministração e Gerência da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e outros (*) . Na Universidade de Brasília, em todos os estudos para fixa- ção do currículo pleno do Curso Superior de Administração, decor- rentes da aprovação do Currículo mínimo pelo Conselho Federal de Educação, temos procurado dinamizar um sentido integral (não apenas eclético) da Administração, partindo de conceitos inter- disciplinares e chegando à concepção de uma atividade ultradis- ciplinar. (*) (Revista de Administração Pública — F G V — Rio — GB Nº 2-1967. «O Estudo da Administração nos Diversos Níveis de Ensino» — Bruno L . S . Manzolillo — Instituto de Ci- ências Humanas da Universidade de Brasília) . JUSTIFICAÇÃO DO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO (*) O «Discurso Sôbre o Método» (DESCARTES) ainda está atualizado para sua aplicação à moderna administração, pois suas quatro divisões, EVIDÊNCIA, ANÁLISE, SÍNTESE e E N U - MERAÇÃO, integradas com o Bom-Senso, combinadas com as teorias de Fayol, Taylor e Ford, ajudam a elucidar e a desenvol- ver o raciocínio ao enfrentar o Técnico de Administração os pro- blemas surgidos. (*) Ver obra do autor «Organização Científica do Trabalho e Direção Democrática do Serviço Público». DESCARTES Reportemo-nos aos pensamentos dos Mestres. Os preceitos cartesianos estão a desafiar nosso tempo com os indeterminismos fatais. «O bom senso é a coisa mais bem repartida dêste mundo, porque cada um de nós pensa ser dêle bem provido; quer mesmo aquêles que são mais difíceis de se contentar com qualquer coisa não costumam desejar mais do que o que têm. Não é verossímil que todos se enga- nem; ao contrário, isto mostra que o poder de bem julgar c de distinguir o verdadeiro do falso, que é própriamente o que se chama o BOM SENSO ou razão, é natural' mente igual em todos os homens; e, assim, a diversidade de nossas opiniões não resulta de serem umas mais razoá- veis do que outras, mas sómente de conduzirmos nossos pensamentos por diversas vias, e de não considerarmos as mesmas coisas. Porque não basta ter o espírito bom. o principal é aplicá-lo bem. As grandes almas são capa- zes dos maiores vícios como das maiores virtudes; e os que andam lentamente podem avançar muito mais, se seguirem o caminho direito, do que os que correm e dêle se afastam.» As quatro normas de René Descartes, nascido em Touraine, em La Haye, hoje La Haye-Descartes, a 31 de março de 1596, antes enunciadas, são as seguintes: «1ª Evidência: — Não receber mais coisa alguma como verdadeira, que eu não conhecesse evi- dentemente ser tal; isto é, evitar cuida- dosamente a precipitação e a prevenção. e nada compreender em meus juízos além do que se patenteasse tão clara e distin- tamente ao meu espírito, que eu não ti- vesse qualquer ocasião de pôr em dú- vida , > «2ª Análise: — Dividir cada uma das dificuldades que eu houvesse de examinar em tantas par- celas quantas pudessem ser, e fôssem exigidas para resolvê-las melhor.» «3* Síntese: — Conduzir, por ordem, meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para su- bir pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo certa ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.>> «4ª Enumevação: — Fazer, por tôda parte, enumerações tão completas e revisões tão gerais que eu ficasse certo de nada omitir.» * * * A Administração ou a Ciência da Administração localizou e fixou o axioma de que há «sempre um modo melhor de realizar qualquer operação ou movimento numa organização». Administração é essência de Bom-Senso; é Sabedoria Funcio- nal . Em sentido amplo, pode ser conceituada como a nova «enge- nharia social». É o próprio encontro do conhecimento geral, par- tindo da teoria científica da organização, planejamento e métodos — até a técnica do contrôle, da eficiência e da produtividade. Em administração, em última análise, planejamos para orga- nizar e organizamos para racionalizar, conduzindo o corpo social com integração e equilíbrio, como acentuei em recente artigo «De- partamentalização», ao analisar a reforma administrativa instituída pelo Dec.-lei nº 200-67. «Importa, antes de tudo — acentua o Professor Durmeval Trigueiro no relatório perante o plenário do C . F . E , para fixação do currículo de Administração —, fixar o sentido e os objetivos das ciências administrativas, largamente aclarados por suas ori- gens e evolução. Na realidade, de vertentes diversas flui a orien- tação dada a êsses estudos, acompanhando de perto os padrões culturais de cada país. Na Europa o approach tem sido eminente- mente jurídico, o que explica até certo ponto que se tenha endu- recido, lã, a distinção entre administração pública e a adminis- tração de emprêsas, com prevalência da primeira, no que respeita aos estudos acadêmicos, em grande parte absorvidos pelo direito público. Nos Estados Unidos prepondera a perspectiva imposta pela ciência política e pelas ciências sociais, refletindo-se tal cri- tério, tanto quanto o anterior, sôbre a divisão de campos acima referida, embora em sentido contrário, de atenuação ou diluição das diferenças. Com efeito, a noção de público, nos Estados Uni- dos, como lembra André Molitor, se aproxima bastante da noção de social, e nesta confluem as atividades do Estado e as decorren- tes da iniciativa privada. Acertadamente pondera o mesmo autor, no seu relatório para a Unesco, «Public Administration», da série T H E UNIVERSITY T E A C H I N G O F SOCIAL SCIENCES, que as condições da sociedade americana, sua mobilidade social e ocupacional, tornam bastante tênues as fronteiras entre a organiza- ção dos serviços públicos e a do setor privado.» HENRY FAYOL Fayol permanece, desde os albores do século XX até nossos dias — dessa era atômica melancólica —, o grande teórico e tra- tadista da administração geral. É o inventor social do nosso século. Seus princípios enunciados em sua obra básica «Administration Industrielle et Générale» estão vivos e atuais, como os de Descar- tes. na generalidade teórica. Êsse engenheiro francês disciplinou e difundiu os princípios de racionalização neste século e conduziu a cultura a projeções organizadoras. Cultura aqui como «manifes- tação e expressão de um povo. artística, científica, religiosa e lite- rária». Vejamos algumas das recomendações de Fayol, aplicáveis às emprêsas e ao serviço público: As cinco capacidades administrativas: Primeira — a capacidade de elaborar e fazer elaborar o plano de ação; Segunda — a capacidade de organizar, especialmente no cons- tituir o corpo social (organização); Terceira — a capacidade de liderar, a arte de manejar os homens; Quarta — a capacidade de harmonizar os atos, de fazer con- vergirem os esforços (coordenação); Quinta — a capacidade de comparar o programado com o executado, o plano com a ação, a instrução com a exe- cução (contrôle) . Os deveres administrativos, definidos por Fayol, são:1') Velar por que o plano de ação seja maduramente ela- borado e firmemente executado; 2') vigiar para que o organismo social e o organismo mate- rial se mantenham em relação lógica com o propósito, os recursos e as necessidades da emprêsa; 3º) estabelecer direção única, competente e vigorosa; 4°) harmonizar as ações, coordenar os esforços; 5º) formular decisões claras, nítidas e precisas; 6º) seguir uma boa política de recrutamento; cada serviço deve ter à sua frente um homem competente e ativo, e cada funcionário deve estar no lugar em que possa pres- tar os melhores serviços; 7º) definir nitidamente as atribuições; 8º) encorajar o gosto das iniciativas e das responsabilidades; 9º) remunerar eqüitativa e hábilmente os serviços recebidos; 10º) impor sanções às faltas e aos erros; l l º ) fazer observar a disciplina; 12º) velar por que os interêsses particulares sejam subordi- nados aos interêsses da emprêsa ou do serviço público; 13º) prestar particular atenção à unidade de comando; 14º) supervisionar a ordem material e a ordem social; 15º) submeter tudo a contrôle; 16º) combater os abusos de regulamentação, de formalismo burocrático, de papelório supérfluo, etc.» A Administração desempenha no govêrno de todos os negó- cios, grandes ou pequenos, industriais, comerciais, políticos, reli- giosos ou de qualquer outra natureza, um papel muito importante. Proponho-me a expor minhas idéias sôbre a maneira pela qual êsse papel se deveria projetar, localizando êsse criador da harmo- nia organizacional em seis operações presentes a tôdas as ativi- dades de organização: Operações técnicas — Operações Comerciais — Operações Financeiras — Operações de Segurança — Operações de Conta- bilidade ou Contábeis — Operações Administrativas, simbolizando a previsão, a organização própriamente dita, o comando, a coor- denação e o contrôle. O bom administrador deverá possuir qualidades distribuídas, também, em seis grupos: a) físicas (saúde, vigor, atividade); b) intelectuais (aptidão para compreender e apreender, critério, vigor e destreza mental); c) morais (energia, firmeza, coragem das responsabilidades, iniciativa, dedicação, tato, dignidade); d) cultura geral (noções diversas estranhas ao domínio da fun- ção que vai exercer); e) conhecimentos especiais e referentes à função que vai desempenhar); f)experiência (tirocínio, autodo- mínio, manejo dos instrumentos). E M E R S O N Prevendo o rendimento e a eficiência, recomendou que se traçasse plano definido, que se estabelecesse o predomínio do bom- senso, da disciplina, da honestidade nos acôrdos, dos registros pre- cisos, imediatos e adequados, da fixação de programas e padrões. de normas e instruções precisas para o trabalho. São elementos indispensáveis à chefia competente. HENRY FORD Ford, o gênio industrial do século XX, talvez tenha sido o implantador mais significativo da racionalização, corporificando as teorias e as idéias de Fayol e Taylor. humanizando, assim, a enge- nharia e socializando a produção de veículos, em têrmos amplos. no gigantesco complexo industrial de nosso tempo, influindo até na ação de Governos, através das técnicas da eficiência e do «ritmo» operacional. FREDERICK W I N S L O W TAYLOR Êste engenheiro siderúrgico preocupou-se com o estudo das funções de preparação e de execução e com a análise dos tempos e dos movimentos. Criou princípios fundamentais para seus sis- temas: 1º) desenvolver para cada elemento do trabalho operário um método científico que substitua os antigos métodos empíricos; 2º) especializar, formar e conduzir o operário, ensinando-lhe o melhor processo de trabalhar; 3º) acompanhar de perto cada operário, para assegurar-se de que o trabalho está sendo feito conforme as regras estabelecidas; 4º) dividir igualmente a responsabilidade e a tarefa entre a direção e o operário, encarregando-se aquêle de tudo o que possa ultrapassar a competência dêste. Todos êsses precursores da organização do trabalho tiveram suas vivências e experiências na indústria, na emprêsa de inicia- tiva particular. Ganhariam as comunidades se seus governos as transplantassem, com o rigor e as adaptações necessárias, para suas áreas de atividade, objetivando a redução dos custos operacionais na administração pública. * * * A administração sempre existiu implicitamente em tôdas as realizações humanas; das construções improvisadas à engenharia e da ordem jurídica à criatividade científica, ela sempre condiciona o sucesso ou o fracasso de todos os empreendimentos humanos. artísticos, econômicos, militares, políticos, religiosos, ou cientí- ficos. Por esta razão todos se consideram administradores, do pes- cador ao engenheiro, e só sentem a necessidade da técnica quando o insucesso esmaga a ambição do leviano que pensa saber admi- nistrar sem ter estudado (A . Nogueira de Faria — D N ) . Há vinte e sete anos era criada a carreira de Técnico de Administração, no Quadro do Departamento Administrativo do Serviço Público ( D A S P ) , pelo Dec.-lei nº 2 136, de 12 de abril de 1940, com 150 cargos, preenchidos por concurso público, com defesa de tese, recrutando pessoal qualificado, de nível superior, procedente de quase tôdas as profissões liberais: médicos, enge- nheiros, arquitetos, advogados, vanguardeiros do alto nível em que é mantida a carreira, hoje regularmente classificada, em nível uni- versitário, cujo Curso de Administração é ministrado em curriculo de 4 anos. ENSINO M E T O D I Z A D O É preciso disseminar Cursos de Administração, eficientes e sérios. Em 1949, o autor dêste trabalho, em tese apresentada ao DASP, apoiando projetos históricos, já defendia a necessidade da implantação de uma Escola Superior de Administração Pública, idéia posteriormente concretizada pela Fundação Getúlio Vargas. ao criar duas Escolas, a de Administração Pública (Rio de Ja- neiro) e a de Administração de Emprêsas (São Paulo) . Administração, que deve começar pelo planejamento, ou seja, calcular o futuro, é hoje profissão liberal, com todos os direitos e prerrogativas outorgadas pela Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965 (Diários Oficiais de 13-9-1965 e 17-11-1965 — veto), e Decreto n 61 934-67, que assegura privilégios para as atividades seguintes: — pesquisas, estudos, análises, interpretações, plane- jamentos, implantação, coordenação e contrôle dos traba- lhos nos campos da administração, como sejam: — admi- nistração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos, administração de material, administração fi- nanceira, relações públicas, administração mercadológica, administração da produção, relações industriais e outras atividades vinculadas à profissão de Técnico de Admi- nistração; — estudos e pareceres, organização de relatórios. planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral. além de orientação para Chefia Intermediária e Direção Superior. Hoje em dia, os Técnicos de Administração ocupam cargos de Chefia Intermediária e de Direção Superior em diferentes órgãos, como profissionais de nível universitário. Recentemente, o Conselho Federal de Educação do Ministé- rio da Educação e Cultura, com base na Lei nº 4 769-65. já men- cionada, reformulou o currículo mínimo do Curso de Administra- ção, face à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n9 4 024-61), definindo-o como Curso Universitário, com quatro anos de duração, para a formação de Técnico de Administração. (O texto da Resolução do C . F . E , está incluído no presente livro. juntamente com o Relatório.) A divisão do trabalho resulta da previsão, do planejamento, da organização, da coordenação e do contrôle, tendo três carac- terísticas fundamentais: — a) localização da responsabilidade; b) definição precisa da tarefa a executar; c) unidadede direção ou de comando. Um chefe único e um programa único (princípio da localiza- ção da responsabilidade e da definição da tarefa a executar), para um conjunto de operações que visem ao mesmo fim (princípio da unidade de direção), pois, para agir. um agente não deve receber ordens senão de um chefe único (princípio da unidade de comando) . CHEFIA E LIDERANÇA CONCEITUAÇÃO Dadas as diversidades de organização de emprêsas e de sis- temas governamentais, nunca iguais — apesar de obedecerem a certos fundamentos doutrinários, — as características de adminis- tração, especialmente no domínio oficial, dificultam conceituar, ortodoxamente, o que seja chefia e liderança. Contudo, em bases gerais e doutrinárias, será possível um pensamento uniforme, iden- tificando-se os dois têrmos como uma capacitação para influenciar outras pessoas, quando grupadas, definindo em conjunto um es- fôrço coordenado para perseguir objetivos comuns. Desde logo, verifica-se que certos atributos e qualidades, positivos e negativos, que permanecem no indivíduo, exigem da chefia ou da liderança cabedal de habilidades para conduzi-lo, dis- cipliná-lo e conjugá-lo, objetivando a realização de sua tarefa, Chefia é: — influenciar; — sugestionar cooperação; — convencer co-responsabilidade de tarefas; — demonstrar as vantagens do trabalho em equipe; — provar a importância da tarefa de cada um. Alfred M. Cooper, com grande experiência de Direção e Administração, condensa sua opinião sôbre as responsabilidades do Chefe, do seguinte modo: a) responsabilidade pela efetividade da produção; b) responsabilidade pela segurança, saúde e condições físi- cas dos subordinados; c) responsabilidade pela formação e desenvolvimento da moral do grupo; d) responsabilidade pela cooperação com os superiores, cole- gas de direção e os próprios subordinados; E . W . SMITH resume sua opinião em três itens: a) planejamento; b) execução; c) contrôle. SUPERVISÃO E GERÊNCIA DE SERVIÇOS O Professor Wagner Estelita Campos procedeu a um inqué- rito entre 67 alunos, onde se encontravam alguns chefes, para apuração de qualificações pessoais para a supervisão e gerência de serviços (liderança), tendo obtido o seguinte resultado: A — Inteligência 61 indicações B — Energia Física e Nervosa . . . . 60 C — Integridade Moral 48 D — Eqüidade 45 E — Iniciativa 43 F — Capacidade Técnica 42 G — Cultura Geral 41 H — Lealdade 40 I — Cordialidade e Afeição 39 J — Entusiasmo 36 K — Capacidade Administrativa . . . . 34 L — Autoconfiança 29 M — Bom Humor 28 N — Conhecimento da Natureza Humana 27 O — Energia 27 P — Decisão 25 Q — Coragem 24 «A ação do chefe, divorciada dos princípios fundamentais que regem o assunto, poderá resultar na indisciplina e na baixa do moral do grupo. No inquérito procedido pelo Professor Wagner Estelita Campos, no citado curso, do qual foi o coordenador, o resultado entre 51 alunos foi o seguinte: 1º) parcialidade, favoritismo 37 2º) rispidez, mau humor 35 3º) tendência autocrática (intransigência, auto- ritarismo, intolerância, arbitrariedade, etc.) 31 4º) deslealdade, falsidade 31 5º) saúde deficiente 29 6°) incompetência (desconhecimento do serviço) 27 7º) desinterêsse, desânimo, falta de entusiasmo 21 8º) vaidade, presunção, exibicionismo 21 9º) inacessibilidade, falta de espírito de coope- ração 20 10º) displicência, indolência 19 l l º ) indecisão, falta de autoconfiança 19 12º) mêdo, pusilanimidade 16 13º) falta de cultura geral 16 14º) falta de caráter 15 15º) horror à responsabilidade 15 16º) incapacidade de manter a disciplina, falta de energia, bondade excessiva 15 17º) inconsistência, incoerência 13 18º) falta de inteligência, curteza de vista 13 19º) inveja dos subordinados 12 20º) ausência de noção de responsabilidade . . . . ll 21º) impaciência, falta de autocontrole ll 22°) pessimismo ll 23º) desconfiança dos subordinados, incapaci- dade em delegar atribuições ll 24º) falta de compostura, linguagem de «giria» 10 25º) incapacidade administrativa 10 26º) não reconhecer valor nos subordinados . . . 10 27º) desatenção à dignidade alheia 10 Conclui o Professor W . E . Campos, diante de sua experiên- cia e observação pela existência de quatorze falhas na chefia inadequada: 1º) rispidez, mau humor; 2º) tendência autocrática; 3º) falta de inteligência; 4º) inveja dos subordinados; 5º) receio de ser ofuscado pelos subordinados; 6º) incapacidade administrativa; 7º) teimosia, irredutibilidade de opiniões; 8º) relutância em delegar atribuições; 9º) falta de estímulo ao esfôrço dos subordinados; 10º) «apropriação indébita» do esfôrço alheio; l l º ) julgamento «apressado» dos subordinados, uns perante os outros; 12º) protelação sistemática de resoluções; 13°) subserviência para com os superiores; 14º) exigir do subordinado esfôrço ou trabalho de que o pró- prio chefe não é capaz. Em contrapartida a essas falhas na chefia despreparada T E A D (tratadista) observa que a direção,, como tôda «arte», tem suas «técnicas», ou mais própriamente, «táticas», para que sejam obtidos bons resultados. Enumera o mesmo autor as seguintes atitudes «TÉCNICAS»: — expedição de ordens; — repreensão; — elogio; — manutenção de uma atitude pessoal correta; — obtenção de sugestões; — fortalecimento do sentimento de identidade do grupo; — cuidados na apresentação ao grupo; — criação da disciplina própria do grupo; — afastamento de «falsos rumôres». Na expedição de ordens, o mesmo autor ( T E A D ) manda observar: a) ser claro; b) ser explícito; c) usar um tom de voz adequado; d) empregar frases corteses; e) evitar ordens simultâneas; f) reduzir ao mínimo as ordens negativas e evitar as ordens contraditórias. F O R M A Ç Ã O PARA LIDERANÇA A D E Q U A D A As renovadas conquistas tecnológicas e os novos impulsos inovadores, em todos os campos do saber humano, estão recla- mando a cada momento formação para a liderança adequada, para o nôvo estágio da produtividade e da eficiência, para a civilização do progresso e da fartura. «No mundo em que vivemos o sentido da rapidez e de avanço tecnológico tem sido tão importante que o administrador deve possuir uma fé inquebrantável para que não seja superado.» Em Aula Inaugural do Primeiro Curso Intensivo para Admi- nistradores (Suplemento D E S E D / 4 ) , o Presidente do Banco do Brasil, Dr . Nestor Jost, afirmando que educação é progresso, sen- tenciou «que o progresso mais intenso, em todos os quadrantes da terra, é conseqüência de um maior conhecimento das ciências, das artes e das técnicas, e que os países detentores da liderança mundial tiveram o êxito de sua política alicerçado na pesquisa. nos laboratórios e nas escolas. Haveremos de concluir que, se quisermos, verdadeiramente, marchar para o pleno aproveitamento do imenso potencial físico e humano de que dispomos, precisare- mos incrementar as atividades escolares, não só sob a forma tra- dicional, mas, sobretudo, pela informação especializada.» O Ministro da Educação e Cultura, Deputado Tarso Dutra. em seu discurso de posse a 16 de março de 1967, ponderou: «Se se pretende ir desde logo abrindo caminho para a fixa- ção de critérios de valorização dos elementos educativos, em subs- tituição a uma mentalidade excessivamente estatizada das velhas estruturas do serviço público, é porque se deve compreender que ao sôpro das reformas caberá acionar uma corajosa renovação de métodos e diretrizes que assegurem, nesta altura do século,, um suporte básico para o maior rendimento das atividades criadoras da educação, da cultura, da ciência, da pesquisa e da tecnologia, em nosso País.» (Revista MEC nº 37) . EXORTAÇÃO AO ESTUDO O BRASIL PRECISA DE T O D O S E DECADA UM (Transcrito da Revista MEC nº 40) «Lede. Estudai. Estudai sempre. Tereis oportunidades inú- meras de aplicar os ensinamentos que recebestes. Novas e lon- gas perspectivas estão se abrindo diante de vós. Qualquer que seja a vossa carreira. No direito, começam a estudar-se as gran- des leis do espaço aéreo e o primeiro tratado sôbre a utilização do espaço cósmico foi assinado, há alguns meses. Na medicina, rasgam-se vias que levarão à derrota as doenças degenerativas, à conquista de mais saúde, mais bem-estar, maior expectativa de vida. Na física, os raios Laser descerram novos mundos. Na biolo- gia, proclama-se a possibilidade de criação de microorganismos em laboratórios. Na engenharia, na arquitetura, no urbanismo, novas estruturas vão surgindo, e as cidades, os edifícios e os serviços públicos que lhes assegurarão funcionamento seguro e eficaz aguar- dam as pranchetas, os cálculos e a imaginação dos especialistas. Na odontologia, que se aproxima cada vez mais da medicina, já se usam aparelhos movidos por jato e estudam-se processos que evitarão muitas doenças por longo período. Na economia ensaiam- se novas combinações suscetíveis de oferecer melhores oportuni- dades de níveis satisfatórios de vida aos menos favorecidos pela fortuna. A educação marcha, decisivamente, para ser, ao mesmo tempo, investimento e bem de consumo, e aquêles dentre vós con- cluintes de filosofia, que se destinem ao magistério, ou à pesquisa, encontrarão, sem dúvida, maiores atrativos para o exercício da missão suprema a que um ser humano possa dedicar-se.» «Quero lembrar-vos que o Brasil necessita de todos e de cada um. O nível da inteligência, a qualidade da fibra moral, o desen- volvimento da cultura e o sentimento da responsabilidade cívica do povo como um todo são os fatôres determinantes da grandeza das nações.» (Discurso do Presidente Costa e Silva, como Para- ninfo dos diplomandos da Universidade Federal da Paraíba-1967). CAPACIDADE PARA IMPLANTAR E CRIAR NOVAS TÉCNICAS (*) Os americanos inventaram a eficiência e estão sempre pre- ocupados em medi-la. em têrmos de produtividade, para os menores atos da vida. Na Rússia, a eficiência foi desprezada e substituída pelo «stakanovismo», o qual consistia em produzir voluntáriamente mais, por meio de um esfôrço muscular extra; e até hoje os engenheiros da Usiminas que têm estagiado em usinas soviéticas observaram que o excesso de pessoal em certos setores contradiz irracionalmente a alta eficiência das grandes unidades de produção. O que a delegação brasileira observou na Rússia representa uma radical mudança nessa atitude, nos mais altos aspectos da administração. A rápida evolução dos processos de produção, a automação e os métodos de administrar e controlar essa produção represen- tam um salto tão grande na produtividade que a noção de efici- ência passa a fazer parte do próprio processo tecnológico, tornan- do-se inerente a êle. Em outras palavras, a tecnologia moderna está ligada a um tão grande aumento de eficiência que representa na realidade uma revolução econômica, diante da qual é preciso adaptar até a máquina administrativa e burocrática do país, cri- ando homens novos, capazes de entendê-la e operá-la. A nação tôda terá que ser engajada na grande tarefa eman- cipadora. Não existem problemas regionais ou setoriais. O Bra- sil terá que se habilitar para atravessar os próximos decênios, em condições de competir com as nações desenvolvidas tecnológi- camente. O Estado, a Emprêsa e a Universidade terão que constituir o instrumento vital do nosso desenvolvimento. O planejamento da nossa prosperidade terá que manter, uni- dos, os três grandes elementos que fizeram neste século a 2ª Re- volução Industrial. Nenhum govêrno poderá promover o desenvolvimento alie- nando a emprêsa e a Universidade do respectivo processo. A juventude brasileira é a matéria-prima fundamental para a construção do futuro nacional. O caso universitário não é repres- sivo, porém, técnico. Urge que a emprêsa se una à Universidade (*) Engenheiro Amaro Lanari Junior — agradecimento no Instituto de Engenharia de São Paulo quando ali recebia o titulo de «Engenheiro do Ano» — in Correio Braziliense, de 14-12-1967. para salvar o futuro desta grande nação. O preço das nossas esperanças de amanhã serão as nossas dúvidas de hoje. Os problemas de formação do pessoal que teve e tem a Usi- minas, numa escala extraordinária, são os mesmos de tôda a indús- tria brasileira, em graus diferentes, porém de não menor impor- tância. São os mesmos que tem o Brasil para preparar o seu povo com vistas ao pleno desenvolvimento econômico. O Brasil luta para vencer a miséria, a ignorância e o subde- senvolvimento, às vêzes desordenadamente, às vêzes irracional- mente, mas sempre com o objetivo de não desenganar o nosso orgulho de sermos brasileiros, nem frustrar a dignidade de nossa condição humana. O círculo vicioso da ignorância e do pauperismo só pode ser quebrado do lado da educação; essa educação entendida como a aptidão profissional de cada um para compreender e exercer sua função social numa sociedade moderna, eminentemente técnica e científica. Existe no Brasil um «analfabetismo cultural» há pouco defi- nido como a incapacidade de homens ditos cultos de compreende- rem o papel da tecnologia e da ciência na vida moderna. Para vencer a miséria não basta alfabetizar, é preciso ensinar um ofício; não basta ter o curso secundário, é preciso aprender uma técnica; não basta graduar-se engenheiro, é preciso adquirir capacidade para absorver, implantar e criar novas técnicas. LIDERANÇA DEMOCRÁTICA O lider democrático deve promover o debate e conversar com os liderados; fazer consultas e diligenciar o comando e a coorde- nação; grupar as iniciativas, a organização e o planejamento. Prestigiar as criaturas, elogiando-as, pelas suas realizações, quando surgirem oportunidades, constitui boa norma de liderança. Estabelece-se, em conseqüência, o tão desejado clima de harmonia social do grupo, consolidando-se a intercomunicação, em atmosfera de cordialidade. A liderança democrática estimula a eficiência, induz motiva- ção espontânea de cada um em suas atividades, agrupa todos no sentimento pleno de solidariedade funcional. É preciso formar os chefes, os líderes a fim de que o conceito de «dirigir» não se confunda com o despotismo e o conceito «ser- vir» não se conceba como servilhismo, aqui parafraseando Bernardo Pereira de Vasconcelos. Urge a concretização, no Serviço Público, de uma liderança democrática autêntica e progressiva. CRIAÇÃO DA CARREIRA DE TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL EXPOSIÇÃO DE M O T I V O S Nº 2 487 EM 30 DE DEZEMBRO DE 1939 Excelentíssimo Senhor Presidente da República A Lei n.° 284, de 1936, concretizando o passo inicial para a reforma do aparelhamento administrativo da União — realiza- ção das de maior vulto e alcance do govêrno de Vossa Excelên- cia — adotou, como princípio fundamental, a «formação de car- reiras para os funcionários civis federais». 2. Assim, a profissionalização do pessoal e, paralelamente, a padronização do material, significaram diretrizes primeiras, objeti- vando amoldar, às precípuas finalidades racionalizadoras da re- forma, as duas peças mestras do mecanismo da administração pública. 3. Efetivamente, a formação de carreiras, profissionalizando o pessoal, permite que as funções cometidas aos servidores do Estado se agrupem, especificamente, segundo suas características próprias, o que possibilita maior rendimento com menor dispêndio de tempo. Imperativo do princípio fundamental da divisão de trabalho, a formação de carreiras realiza, de logo, o corolário primeiro daquele princípio, que é a especialização de funções. 4. Com base nessa orientação,o funcionalismo público civil — exceção, apenas, dos titulares de cargos isolados — foi incluído em carreiras profissionais, divididas em classes. 5. Entretanto, a criação do organismo de contrôle e super- visão do serviço público — Conselho Federal do Serviço Público Civil, depois transformado no Departamento Administrativo do Serviço Público — acarretou o surgimento de funções novas, com caráter específico, anteriormente não consideradas, desde que, sómente após a reforma, se cuidou de racionalizar, coordenar e controlar a estrutura e o funcionamento da máquina administra- tiva, antes entregue ao sabor da rotina e do empirismo. 6. O Decreto-lei n.° 579, de 30 de julho de 1938, deter- minou que os «trabalhos do D . A . S . P . serão executados por funcionários e extranumerários requisitados dos Ministérios, além dos extranumerários que êle admitir, na forma da legislação em vigor». 7. Mas as atribuições cometidas ao D . A . S . P . (art. 2.° do citado Decreto-lei N.° 579, de 38) não se enquadram entre as que definem, caracteristicamente, as várias carreiras profissio- nais integradas pelos funcionários requisitados dos Ministérios. 8. Tais atribuições, segundo Fayol, que se distribuem pelos 5 elementos constitutivos da administração — previsão, orga- nização, comando, coordenação e contrôle — têm um caráter específico e, por isso mesmo, o desenvolvimento do seu conjunto constitui uma técnica, os seus princípios, leis e métodos próprios. 9. Torna-se imperativa, destarte, em obediência ao princípio fundamental da formação de carreiras, a criação da carreira de Técnico de Administração, a fim de que, do exercício das atribuições específicas cometidas ao D . A . S . P . , se incumba um corpo de profissionais especializados e não ocupantes de cargos de outras carreiras, de profissão diversa, 10. É, ainda, de se considerar que, a importância e a res- ponsabilidade das funções de que se trata exigem, para o seu eficiente exercício, e para o recrutamento de elementos capazes, não só a adaptação e o afeiçoamento do funcionário às tarefas que integram a respectiva profissão, como, também, níveis de re- muneração compensadores. 11 . Aliás, a experiência vem demonstrando — com a rea- lização de provas de habilitação para extranumerários do D.A.S.P. — a eficiência, para o serviço, da seleção orientada pelo critério da especialização de funções 12. Na classificação dos funcionários públicos civis, há uma distinção de origem, que os agrupa em 2 categorias, de ordem geral: os que se incumbem das tarefas própriamente administra- tivas, e os que se incumbem das tarefas de execução. Os pri- meiros, conforme acentua Wilmerding, são os que «assist the Political officers of government in the formulation of policy» e os últimos os que «merely carry out orders, accumulate facts, or engage in special ressearch». 13. Ora, as carreiras integrantes dos quadros da adminis- tração, se incluem, em sua quase totalidade, na 2ª categoria citada. Necessária, pois, a criação da carreira de Técnico de Administra- ção, a que se cometerão as atribuições capitais da primeira cate- goria, as quais, ainda segundo Wilmerding, são principalmente, «by definition, to supplement the work of the political heades of government». 14. Além do mais, faz-se preciso que a reforma adminis- trativa — cuja execução e desenvolvimento se atribuíram, consti- tucionalmente ao D . A . S . P . — tenha o seu corpo de executores e continuadores, pois, sómente assim, ela se revestirá do caráter orgânico que lhe permitirá, de um lado, unidade e homogeneidade e, de outro, continuidade de ação. 15. Com a efetivação da medida ora proposta a Vossa Ex- celência, poderá atingir plenamente seus objetivos, um dos prin- cipais aspectos da reforma administrativa e que vem alcançando resultados positivos, mercê de sua racional centralização: a seleção. É que esta, se já vem contribuindo para a moralização e eficiência da administração, sómente poderá integrar-se em suas finalidades quando puder visar, também, o recrutamento dos que se incumbi- rão, não sómente da execução, mas, ainda, da direção, contrôle e organização dos serviços públicos. 16. O projeto de decreto-lei, anexo, dá, à carreira proposta, os níveis I e M, respectivamente inicial e final, por onde se distribuem os 150 cargos que a compõem, com a seguinte estrutura: 12 — classe M 18 — classe L 27 — classe K 36 — classe J 57 — classe I 150 17. O provimento dos cargos — que se fará por concurso de provas, exigida a apresentação de uma tese, a ser defendida oralmente — processar-se-á em 3 fases sucessivas: 50 cargos em 1940, 50 em 1941 e 50 em 1942. 18. Essa medida, sôbre consultar a conveniência de serem os cargos preenchidos na medida das necessidades da administra- ção, prevista por êste Departamento com o desenvolvimento pro- gressivo da reforma, possibilitará que, criada a carreira e lançadas as bases do concurso, se estimule o estudo da técnica administra- tiva e se atraiam, à prestação das posteriores fases do concurso, elementos que, eventualmente, não hajam podido concorrer à primeira. 19. A criação da carreira de Técnico de Administração acarretará os seguintes aumentos de despesa, nos próximos exer- cícios financeiros: em 1940 506:400$0 1941 1.688:000$0 1942 2.700:800$0 Para êsse cálculo, levou-se em conta a circunstância de que, pro- cessando-se as fases do concurso no 1.° trimestre de cada ano, o respectivo aumento de despesa deve ser calculado a partir do mês de junho em 1940 e do mês de abril de 1941 e 1942. quando poderão estar empossados os ocupantes dos cargos a se preenche- rem. Uma vez providos todos os cargos, a despesa com essa carreira será de 3.038:400$ anuais. 20. Essa despesa, além de ser materialmente compensada. em parte, pela redução das verbas destinadas à admissão de ex- tranumerários, à medida que o D. A. S. P. fôr sendo lotado com técnicos de administração, será, por outro lado, compensada, de sobejo, pelo alcance da medida, em tôda a administração, alcance que se manifestará, sobretudo, no maior rendimento, quantitativo e qualitativo, dos serviços públicos. 2 1 . Convém salientar, ainda, que a instituição dessa carreira trará as vantagens de evitar-se a requisição de funcionários e extranumerários dos diversos órgãos dos serviços públicos e possi- bilitar o regresso às suas repartições daqueles que estão servindo neste Departamento. 22. Em face do exposto, e no elevado intuito de aparelhar a reforma administrativa, em tão boa hora encetada por Vossa Excelência, com o seu corpo de executores profissionalizados, êste Departamento tem a honra de submeter à apreciação de Vossa Excelência o incluso projeto de decreto-lei. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência os protestos do meu mais profundo respeito. — Moacyr Briggs. — Presidente interino. DECRETO-LEI Nº 2 136, DE 12 DE ABRIL DE 1940 Cria a carreira de Técnico de Administração, no Quadro Permanente do Departamento Administrativo do Serviço Público, e dá outras providências. O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição. Decreta: Art . 1.° Fica criada, no Quadro Permanente do Departa- mento Administrativo do Serviço Público, a carreira de Técnico de Administração, composta de cento e cinqüenta (150) cargos e com a seguinte estrutura: 12 — classe M 18 — » L 27 — » K 36 — » J 57 — » I Art. 2." Os ocupantes dos cargos dessa carreira terão exer- cício no Departamento Administrativo do Serviço Público, caben- do-lhes o estudo das questões de administração do serviço pú- blico civil. Art . 3.° O provimento dos cargos integrantes da carreira far-se-á por concurso de provas, na conformidade do disposto neste artigo, e de acôrdo com asinstruções que forem expedidas. § 1.° Além da prestação dessas provas, o candidato apresen- tará uma tese, que defenderá oralmente. § 2.° O provimento a que se refere o artigo será realizado em três (3) fases sucessivas, da seguinte forma: I — Em 1940, para 4 cargos da classe M, 6 da classe L, 9 da classe K, 12 da classe J e 19 da classe I; II — Em 1941, para 4 cargos da classe M, 6 da classe L, 9 da classe K, 12 da classe J e 19 da classe I: III — Em 1942, para 4 cargos da classe M, 6 da classe L, 9 da classe K, 12 da classe J e 19 da classe I. § 3º Os candidatos habilitados no concurso serão nomea- dos para as diferentes classes, na ordem da respectiva classificação. § 4.° O concurso prescreverá com o provimento dos cargos para os quais foi aberto. § 5.° Os cargos não providos em uma fase, incorporar-se-ão, automáticamente, aos da seguinte; para os não providos na última fase, abrir-se-á nôvo concurso. Art. 4.° À medida que forem sendo providos os cargos da carreira de Técnico de Administração, voltarão, aos respectivos serviços ou repartições, os funcionários e extranumerários requi- sitados pelo Departamento Administrativo do Serviço Público, que excederem à sua lotação. Art . 6.° Até que seja expedida regulamentação da carreira, o provimento de todos os cargos criados por êste Decreto-lei e das vagas que vierem a se verificar, só poderá ser feito por no- meação, mediante concurso, ao qual poderão concorrer pessoas estranhas ao funcionalismo. Art. 7.° êste Decreto-lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Rio de Janeiro, em 12 de abril de 1940, 119° da Independência e 52.° da República. GETÚLIO VARGAS A. de Souza Costa LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL EM VIGOR LEI Nº 4 769 — DE 9 DE SETEMBRO DE 1965 Dispõe sôbre o exercício da profissão de Técnico de Administração, e dá outras providências. O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5 452, de 1º de maio de 1943, é acrescido da categoria profis- sional de Técnico de Administração. § 1º VETADO. § 2º Terão os mesmos direitos e prerrogativas dos bacha- réis em Administração, para o provimento dos cargos de Técnico de Administração do Serviço Público Federal, os que hajam sido diplomados no exterior, em cursos regulares de administração, após a revalidação dos diplomas no Ministério da Educação e Cultura, bem como os que, embora não diplomados, VETADO, ou diplomados em outros cursos de ensino superior e médio, contem cinco anos, ou mais, de atividades próprias ao campo profissional de Técnico de Administração, VETADO. Art. 2" A atividade profissional de Técnico de Administra- ção será exercida, como profissão liberal ou não. VETADO, me- diante: a) pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral, chefia intermediária, direção superior; b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e contrôle dos trabalhos nos campos da administração VETADO, como administração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos, administração de material. administração financeira, relações públicas, administração merca- dológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que êsses se desdobrem ou aos quais sejam conexos; c) VETADO. Art. 3º O exercício da profissão de Técnico de Adminis- tração é privativo: a) dos bacharéis em Administração Pública ou de Emprêsas, diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, ofi- cial, oficializado ou reconhecido, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de Educação, nos termos da Lei nº 4 024, de 20 de dezembro de 1961; b) dos diplomados no exterior, em cursos regulares de Ad- ministração, após a revalidação do diploma no Ministério da Edu- cação e Cultura, bem como dos diplomados, até à fixação do refe- rido currículo, por cursos de bacharelado em Administração, de- vidamente reconhecidos; c) dos que, embora não diplomados nos têrmos das alíneas anteriores, ou diplomados em outros cursos superiores e de ensino médio, contem, VETADO, cinco anos, ou mais, de atividades próprias do campo profissional de Técnico de Administração definido no art. 2º. Parágrafo único. A aplicação dêste artigo não prejudicará a situação dos que, até a data da publicação desta Lei, ocupem o cargo de Técnico de Administração, VETADO, OS quais gozarão de todos os direitos e prerrogativas estabelecidos nêste diploma legal. Art. 4º Na administração pública, autárquica, VETADO, é obrigatória, a partir da vigência desta Lei, a apresentação de diplo- ma de Bacharel em Administração, para o provimento e exercício de cargos técnicos de administração, ressalvados os direitos dos atuais ocupantes de cargos de Técnico de Administração. § lº Os cargos técnicos a que se refere êste artigo serão definidos no regulamento da presente Lei, a ser elaborado pela Junta Executiva, nos têrmos do art. 18. § 2° A apresentação do diploma não dispensa a prestação de concurso, quando exigido para o provimento do cargo. Art. 5º Aos Bacharéis em Administração é facultada a ins- crição nos concursos, para provimento das cadeiras de Administra- ção VETADO, existentes em qualquer ramo do ensino técnico ou superior, e nas dos cursos de Administração. Art. 6° São criados o Conselho Federal de Técnicos de Ad- ministração (C.F.T.A.) e os Conselhos Regionais de Técnicos de Administração (C.R.T.A.), constituindo em seu conjunto uma au- tarquia dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia técnica, administrativa e financeira, vinculada ao Minis- tério do Trabalho e Previdência Social. Art. 7º O Conselho Federal de Técnicos de Administração, com sede em Brasília, Distrito Federal, terá por finalidade: a) propugnar por uma adequada compreensão dos problemas administrativos e sua racional solução; b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de Técnico de Administração; c) elaborar seu regimento interno; d) dirimir dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais; c) examinar, modificar e aprovar os regimentos internos dos Conselhos Regionais; f) julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas pelos C.R.T.A.; g) votar e alterar o Código de Deontologia Administrativa, bem como zelar pela sua fiel execução, ouvidos os C.R.T.A.; h) aprovar anualmente o orçamento e as contas da autar- quia; i) promover estudos e campanhas em prol da racionalização administrativa do País. Art. 8º Os Conselhos Regionais de Técnicos de Adminis- tração (C.R.T.A.), com sede nas Capitais dos Estados e no Dis- trito Federal, terão por finalidade: a) dar execução às diretrizes formuladas pelo Conselho Fe- deral de Técnicos de Administração; b) fiscalizar, na área da respectiva jurisdição, o exercício da profissão de Técnico de Administração; c) organizar e manter o registro de Técnicos de Adminis- tração; d) julgar as infrações e impor as penalidades referidas nesta Lei; e) expedir as carteiras profissionais dos Técnicos de Admi- nistração; f) elaborar o seu regimento interno para exame e aprovação pelo C.F.T.A. Art. 9º O Conselho Federal de Técnicos de Administração compor-se-á de brasileiros natos ou naturalizados que satisfaçam às exigências desta Lei e terá a seguinte constituição: a) nove membros efetivos, eleitos pelos representantes dos sindicatos e das associações profissionais de Técnicos de Adminis- tração, que, por sua vez, elegerão dentre si o seu Presidente; b) nove suplenteseleitos juntamente com os membros efe- tivos. Parágrafo único. Dois terços, pelo menos, dos membros efe- tivos, assim como dos membros suplentes, serão necessáriamente Bacharéis em Administração, salvo nos Estados em que, por mo- tivos relevantes, isso não seja possível. Art. 10. A renda do C.F.T.A. é constituída de: a) vinte por cento (20%) da renda bruta dos C.R.T.A., com exceção dos legados, doações ou subvenções; b) doações e legados; c) subvenções dos Govêrnos Federal, Estaduais e Munici- pais, ou de emprêsas e instituições privadas; d) rendimentos patrimoniais; e) rendas eventuais. Art. l l . Os C.R.T.A. serão constituidos de nove membros, eleitos da mesma forma estabelecida para o órgão federal. Art. 12. A renda dos C.R.T.A. será constituída de: a) oitenta por cento (80%) da anuidade estabelecida pelo C.F.T.A. e revalidada trienalmente; b) rendimentos patrimoniais; c) doações e legados; d) subvenções e auxílios dos Govêrnos Federal, Estaduais c Municipais, ou, ainda, de emprêsas e instituições particulares; e) provimento das multas aplicadas; f) rendas eventuais. Art. 13. Os mandatos dos membros do C.F.T.A. e os dos membros dos C.R.T.A. serão de 3 (três) anos, podendo ser reno- vados. § lº Anualmente, far-se-á a renovação do têrço dos mem- bros do C.F.T.A. e dos C.R.T.A. § 2º Para os fins do parágrafo anterior, os membros do C.F.T.A. e dos C.R.T.A., na primeira eleição que se realizar nos têrmos da presente Lei, terão, 3 (três), o mandato de 1 (um) ano, 3 (três), o de 2 (dois) anos. e 3 (três), mandato de 3 (três) anos. Art. 14. Só poderão exercer a profissão de Técnico de Ad- ministração os profissionais devidamente registrados nos C.R.T.A., pelos quais será expedida a carteira profissional. § 1° A falta do registro torna ilegal, punível, o exercício da profissão de Técnico de Administração. § 2º A carteira profissional servirá de prova para fins de exercício profissional, de carteira de identidade e terá fé em todo o território nacional. Art. 15. Serão obrigatóriamente registrados nos C.R.T.A. as emprêsas, entidades e escritórios técnicos que explorem, sob qualquer forma, atividades do Técnico de Administração, enun- ciadas nos têrmos desta Lei. § lº VETADO. § 2° O registro a que se refere êste artigo VETADO será feito gratuitamente pelos C.R.T.A. Art. 16. Os Conselhos Regionais de Técnicos de Adminis- tração aplicarão penalidades aos infratores dos dispositivos desta Lei, as quais poderão ser: a) multa de 5% (cinco por cento) a 50% (cinqüenta por cento) do maior salário-mínimo vigente no País aos infratores de qualquer artigo; b) suspensão de seis meses a um ano ao profissional que demonstrar incapacidade técnica no exercício da profissão, assegu- rando-lhe ampla defesa; c) suspensão, de um a cinco anos, ao profissional que, no âmbito de sua atuação, fôr responsável, na parte técnica, por fal- sidade do documento, ou por dolo, em parecer ou outro documento que assinar. § 1º VETADO. § 2º No caso de reincidência da mesma infração, praticada dentro do prazo de cinco anos, após a primeira, além da aplicação da multa em dôbro, será determinado o cancelamento do registro profissional. Art. 17. Os Sindicatos e Associações Profissionais de Téc- nicos de Administração cooperarão com o C.F.T.A. para a divul- gação das modernas técnicas de administração no exercício da profissão. Art. 18. Para promoção das medidas preparatórias à exe- cução desta Lei, será constituída por Decreto do Presidente da República, dentro de 30 dias, uma Junta Executiva integrada de. dois representantes indicados pelo D . A . S . P . , ocupantes de cargos de Técnico de Administração; de dois Bacharéis em Administração, indicados pela Fundação Getúlio Vargas; de três Bacharéis em Administração, representantes das Universidades que mantenham curso superior de Administração, um dos quais indicado pela Fundação Universidade de Brasília e os outros dois por indicação do Ministro da Educação. Parágrafo único. Os representantes de que trata êste artigo serão indicados ao Presidente da República em lista dáplice. Art. 19. À Junta Executiva de que trata o artigo anterior caberá: a) elaborar o projeto de regulamento da presente Lei e sub- metê-lo à aprovação do Presidente da República; b) proceder ao registro, como Técnico de Administração, dos que o requererem, nos têrmos do art. 3º; c) estimular a iniciativa dos Técnicos de Administração na criação de associações profissionais e sindicatos; d) promover, dentro de 180 (cento e oitenta) dias, a reali- zação das primeiras eleições para a formação do Conselho Federal de Técnicos de Administração (C.F.T.A.) e dos Conselhos Re- gionais de Técnicos de Administração (C.R.T.A.). § 1º Será direta a eleição de que trata a alínea d dêste artigo, nela votando todos os que forem registrados, nos têrmos da alínea b. § 2º Ao formar-se o C.F.T.A., será extinta a Junta Executi- va, cujo acervo e cujos cadastros serão por êle absorvidos. Art. 20. O disposto nesta Lei só se aplicará aos serviços municipais, às emprêsas privadas e às autarquias e sociedades de economia mista dos Estados e Municípios, após comprovação, pelos Conselhos Técnicos de Administração, da existência, nos Municí- pios em que êsses serviços, emprêsas, autarquias ou sociedades de economia mista tenham sede, de técnicos legalmente habilitados. em número suficiente para o atendimento nas funções que lhes são próprias. Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 9 de setembro de 1965; 144° da Independência e 77'' da República. H. CASTELLO BRANCO Arnaldo Sussekind AVISO CAIXA ECONÔMICA FEDERAL DE BRASÍLIA Departamento de Administração — Div. Administrativa «Para conhecimento dos funcionários ocupantes de cargo de Assistente de Administração 16-B, transcrevemos abaixo o que decidiu a Comissão de Acesso, em reunião, no dia 30 do mês próximo passado: «Solicitar dos funcionários ocupantes de cargo de Assistente de Administração nível 16-B, no menor prazo pos- sível, três dias a contar de 10 do corrente mês, a apresentação do diploma de Técnico de Administração, nos têrmos do art. 3º da Lei nò 4 769, de 9 de setembro de 1965». LEI Nº 4 769 — DE 9 DE SETEMBRO DE 1965 (*) O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional manteve e eu promulgo, nos têrmos do § 3º, do art. 70, da Constituição Federal, a seguinte parte mantida pelo Congresso Nacional após veto presidencial do Projeto que se transformou na Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965, que dispõe sôbre o exercício da profissão de Técnico de Administração e dá outras providências. Art. 3° . . . c . . . na data da vigência desta lei». Brasília, 12 de novembro de 1965; 144º da Independência e 77° da República. H. CASTELLO BRANCO (*) D.O. de 13-9-65, pág. 9337. D E C R E T O Nº 58 670 — DE 20 DE J U N H O DE 1966 Constitui Janta Executiva para promoção das medi- das preparatórias à execução da Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965, que dispõe sôbre o exercício da pro- fissão de Técnico de Administração e dá outras provi- dências. O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe con- fere o art. 87, nº I, da Constituição, decreta: Art. 1º A Junta Executiva criada e com as atribuições pre- vistas na Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965, fica constituída dos seguintes membros, sob a presidência do primeiro: Ibany da Cunha Ribeiro e Isnard Garcia de Freitas, represen- tando o Departamento Administrativo do Serviço Público; Aluizo Loureiro Pinto e Carlos José Malfurari, representando a Fundação Getúlio Vargas; Antônio Ramos Machado, representando a Fundação Univer sidade de Brasília; SérgioAlexandre Alencastro Gosande, representando a Uni- versidade Federal de Minas Gerais: e Dailson Silveira de Araújo, representando a Universidade Federal do Ceará. Art. 2º As despesas de viagens e estadas dos membros da Junta, para cumprimento das tarefas que lhes impõe o presente Decreto, serão custeadas pelos respectivos órgãos de origem, como se afastados estivêssem a serviço dos mesmos. Art. 3º O Diretor-Geral do Departamento Administrativo do Serviço Público, mediante requisição do Presidente da Junta. promoverá o fornecimento de instalações, material e pessoal ne- cessários aos serviços do órgão. Art. 4º Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publi- cação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 20 de junho de 1966; 145º da Independência e 78º da República. H. CASTELLO BRANCO Pedro Aleixo Walter Perachi Barcellos DECRETO Nº 61 934 — DE 22 DE DEZEMBRO DE 1967 Dispõe sôbre a regulamentação do exercício da pro- fissão de Técnico de Administração e a constituição do Conselho Federal de Técnicos de Administração, de acôrdo com a Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1969. e dá outras providências. O Presidente da República, usando da atribuição que lhe con- fere o art . 83, item II, da Constituição, e tendo em vista o que determina a Lei nº 4 769, de 9 de setembro de 1965, decreta: Art. 1º Fica aprovado o Regulamento que com êste baixa. assinado pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social, que dis- põe sôbre o exercício da profissão liberal de Técnico de Adminis- tração e a constituição do Conselho Federal de Técnicos de Ad- ministração e dos Conselhos Regionais. Art. 2º Êste Decreto entrará em vigor na data de sua pu- blicação. Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 22 de dezembro de 1967; 146º da Independência e 79° da República. A. COSTA E SILVA Jarbas G. Passarinho R E G U L A M E N T O DA LEI Nº 4 769, DE 9 DE SETEMBRO DE 1965, Q U E REGULA O EXERCÍCIO DA PROFIS- SÃO DE T É C N I C O DE ADMINISTRAÇÃO. TÍTULO I Da Profissão de Técnico de Administração CAPÍTULO I Do Técnico de Administração Art. 1º O desempenho das atividades de Administração, em qualquer dos seus campos, constitui o objeto da profissão liberal de Técnico de Administração, de nivel superior. Art. 2º A designação profissional e o exercício da profissão de Técnico de Administração, acrescida ao Grupo da Confedera- ção Nacional das Profissões Liberais, constantes do Quadro de Atividades e profissões anexo à Consolidação das Leis do Traba- lho aprovada pelo Decreto-lei nº 5 452, de lº de maio de 1943, são privativos: a) dos bacharéis em Administração diplomados no Brasil, em cursos regulares de ensino superior, oficiais, oficializados ou reconhecidos, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de Educação, nos têrmos da Lei nº 4 024, de 20 de dezembro de 1961, bem como dos que, até a fixação do referido currículo, te- nham sido diplomados por cursos de bacharelado em Adminis- tração devidamente reconhecidos; b) dos diplomados no exterior, em cursos regulares de Ad- ministração, após a revalidação do diploma no Ministério da Edu- cação e Cultura; c) dos que, embora não diplomados nos têrmos das alíneas anteriores, ou diplomados em outros cursos superiores ou de ensino médio, contassem, em 13 de setembro de 1965, pelo menos cinco anos de atividades próprias no campo profissional de Técnico de Administração definido nêste Regulamento. Parágrafo único. E' ressalvada a situação dos que, em 13 de setembro de 1965, ocupavam cargos de Técnico de Adminis- tração no serviço público federal, estadual ou municipal, aos quais são assegurados todos os direitos e prerrogativas previstos nêste Regulamento. CAPÍTULO II Do Campo e da Atividade Profissional Art. 3º A atividade profissional do Técnico de Administra- ção, como profissão, liberal ou não, compreende: a) elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, arbi- tragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de organização; b) pesquisas, estudos, análises, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e contrôle dos trabalhos nos campos de administração geral, como administração e seleção de pessoal, or- ganização, análise, métodos e programas de trabalho, orçamento, administração de material e financeira, relações públicas, adminis- tração mercadológica, administração de produção, relações indus- triais, bem como outros campos em que êstes se desdobrem ou com os quais sejam conexos; c) exercício de funções e cargos de Técnicos de Administra- ção do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal, Autárquico, Sociedades de Economia Mista, emprêsas estatais, paraestatais e privadas, em que fique expresso e declarado o título do cargo abrangido; d) o exercício de funções de chefia ou direção, intermediária ou superior, assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus com- partimentos, da Administração pública ou de entidades privadas, cujas atribuições envolvam, principalmente, a aplicação de conhe- cimentos inerentes às técnicas de administração; e) o magistério em matérias técnicas do campo da adminis- tração e organização. Parágrafo único. A aplicação do disposto nas alíneas c, d e e não prejudicará a situação dos atuais ocupantes de cargos, fun- ções e empregos, inclusive de direção, chefia, assessoramento e consultoria no Serviço Público e nas entidades privadas, enquanto os exercerem. Art. 4" Na Administração Pública Federal, Estadual ou Mu- nicipal, direta ou indireta, é obrigatória, para o provimento e exer- cício de cargos de Técnico de Administração, a apresentação de diploma de Bacharel em Administração ou a comprovação de que o candidato adquiriu os mesmos direitos e prerrogativas na forma das alíneas a a c do art . 2º dêste Regulamento, ressalvado o dis- posto no parágrafo único do art. 2° dêste Regulamento. Parágrafo único. A apresentação do diploma não dispensa a prestação de concurso para o provimento do cargo, quando o exija a lei. Art. 5º No caso de insuficiência de Técnico de Administra- ção, comprovada por falta de inscrição em recrutamento ou seleção pública, poderão os órgãos públicos, autárquicos ou sociedades de economia mista, bem como quaisquer emprêsas privadas, solicitar ao Conselho Regional de sua jurisdição licença para o exercício da profissão de Técnico de Administração por pessoa não habili- tada, portadora de diploma de curso superior. § 1° A licença será concedida por período de até dois anos, renovável, mediante nova solicitação, se comprovada ainda a insu- ficiência de Técnicos de Administração. § 2º A licença referida nêste artigo vigorará exclusivamente para o Município para o qual foi solicitada, proibida expressa- mente a transferência para outro Município. Art. 6º Os documentos referentes à ação profissional, de que trata o art. 3º dêste Regulamento, serão obrigatóriamente elabora- dos e assinados por Técnicos de Administração, devidamente re- gistrados na forma em que dispuser êste Regulamento, salvo no caso de exercício de cargo público. Parágrafo único. É obrigatória a citação do número de regis- tro no Conselho Regional após a assinatura. Art. 7º As autoridades federais, estaduais e municipais, bem como as emprêsas privadas, deverão obrigatóriamente exigir a as- sinatura do Técnico de Administração devidamente registrado, nos documentos mencionados no art . 3º dêste Regulamento, exceto quando se tratar de documentos oficiais assinados por ocupantes do cargo público respectivo. Art. 8º O Conselho Federal de Técnicos de Administração e os Conselhos Regionais, por iniciativa própria ou mediante de- núncias das autoridades judiciais ou administrativas, promoverão a responsabilidade do Técnico de Administração, nos casosde dolo, fraude ou má-fé, adotando as providências cabíveis à ma- nutenção de um sadio ambiente profissional, sem prejuízo da ação administrativa ou criminal que couber. CAPÍTULO III Do Exercício Profissional Art. 9º Para o exercício da profissão de Técnico de Admi- nistração é obrigatória a apresentação da Carteira de Identidade de Técnico de Administração, expedida pelo Conselho Regional de Técnicos de Administração, juntamente com prova de estar o pro- fissional em pleno gôzo dos seus direitos sociais. Art. 10. A falta de registro torna ilegal e punível o exer- cício da profissão de Técnico de Administração. Art. l l . O exercício profissional de que trata êste Regula- mento será fiscalizado pelos competentes Conselhos Regionais e pelo Conselho Federal de Técnicos de Administração, aos quais cabem a orientação e a disciplina no exercício da profissão de Técnico de Administração em todo o Território Nacional. CAPÍTULO IV Da Sociedade entre Profissionais Art. 12. As sociedades de prestação de serviços profissionais mencionados nêste Regulamento só poderão se constituir ou fun- cionar sob a responsabilidade de Técnico de Administração devida- mente registrado e no pleno gôzo de seus direitos sociais. § 1º O Técnico de Administração, ou os Técnicos de Admi- nistração, que fizerem parte das sociedades mencionadas nêste ar- tigo, responderão, individualmente, perante os Conselhos, pelos atos praticados pelas Sociedades em desacôrdo com o Código de Deontologia Administrativa. § 2º As sociedades a que alude êste artigo são obrigadas a promover o seu registro prévio no Conselho Regional da área de sua atuação, e nos de tantas em quantas atuarem, ficando obriga- das a comunicar-lhes quaisquer alterações ou ocorrências poste- riores nos seus atos constitutivos. Art. 13. As atuais sociedades existentes ficam obrigadas a se adaptarem às exigências contidas nêste Capítulo, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data da publicação dêste Regulamento. TÍTULO II Do Conselho Federal de Técnicos de Administração CAPÍTULO I Da Autarquia Art. 14. O Conselho Federal de Técnicos de Administração e os Conselhos Regionais de Técnicos de Administração dos Es- tados e Territórios, criados pela Lei n" 4 769, de 9 de setembro de 1965, constituem em seu conjunto uma autarquia dotada de perso- nalidade jurídica de direito público, com autonomia técnica, ad- ministrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, sob a denominação de Conselho Federal de Técnicos de Administração, com o subtítulo de «Regional», com a designação da região quando fôr o caso. Art. 15. A Autarquia Conselho Federal de Técnicos de Ad- ministração, no seu conjunto, terá Quadro de Pessoal próprio, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho. Parágrafo único. Poderão ser requisitados, na forma da Lei, servidores da Administração Pública, direta ou indireta, para ser- virem ao Conselho Federal de Técnicos de Administração, ou em seu conjunto, os quais não perderão sua condição de funcionários públicos. Art. 16. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Art. 17. A responsabilidade administrativa e financeira do Conselho Federal e de cada Conselho Regional de Técnicos de Administração caberá aos respectivos Presidentes. Parágrafo único. Até 31 de março do exercício seguinte àquele a que se refiram, as prestações de contas dos Conselhos Regionais de Técnicos de Administração, depois de apreciadas pelos respectivos plenários, serão encaminhadas ao Conselho Fe- deral de Técnicos de Administração, o qual as apresentará, com o seu parecer e juntamente com a sua própria prestação de contas, apreciada pelo respectivo plenário, à Inspetoria Geral de Finanças do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Art. 18. As entidades sindicais, associações profissionais e Faculdades cooperarão com o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Técnicos de Administração, para a divulgação das modernas técnicas de administração e dos processos de racionali- zação administrativa do País. Art. 19. Para os efeitos do disposto no artigo anterior, os órgãos citados celebrarão acôrdos ou convênios de assistência téc- nica e financeira, tendo em vista, sôbretudo, o interêsse nacional, a ampliação e a intensificação dos estudos e pesquisas administra- tivas, para o melhor aproveitamento dos Técnicos de Adminis- tração. CAPÍTULO II Da Finalidade, Sede e Fôro Art. 20. O Conselho Federal de Técnicos de Administração, com sede e fôro em Brasília, Distrito Federal, terá por finalidade: a) propugnar por uma adequada compreensão dos problemas administrativos e sua racional solução; b) orientar e disciplinar o exercício da profissão de Técnico de Administração; c) elaborar o seu regimento; d) dirimir dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais; e) examinar, modificar e aprovar os regimentos internos dos Conselhos Regionais; /) julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas pelos Conselhos Regionais de Técnicos de Administração; g) votar e alterar o Código de Deontologia Administrativa, bem como zelar pela sua fiel execução, ouvidos os Conselhos Re- gionais de Técnicos de Administração; h) aprovar, anualmente, o orçamento e as contas da autar- quia; i) promover estudos e campanhas em prol da racionalização administrativa do País. CAPÍTULO III Da Composição Art. 21. O Conselho Federal de Técnicos de Administração compor-se-á de brasileiros natos ou naturalizados, que satisfaçam às exigências da Lei n9 4 769, de 9 de setembro de 1965, e terá a seguinte constituição: a) nove membros efetivos, eleitos pelos representantes dos sindicatos e das associações profissionais de Técnicos de Adminis- tração que, por sua vez, elegerão dentre si o seu Presidente; b) nove suplentes eleitos juntamente com os membros efe- tivos. Parágrafo único. Dois terços, pelo menos, dos membros efe- tivos, assim como dos membros suplentes, serão necessáriamente bacharéis em Administração, salvo nos Estados em que por moti- vos relevantes, isso não seja possível. CAPÍTULO IV Dos Mandatos e das Eleições Art. 22. Os mandatos dos membros do Conselho Federal de Técnicos de Administração e dos respectivos suplentes serão de três (3) anos, podendo ser renovados. Art. 23. Na primeira eleição que se realizar, na forma dêste Regulamento, os membros eleitos do Conselho Federal de Técni- cos de Administração e os respectivos suplentes terão: 3 (três) mandato de 1 (um) ano; 3 (três) mandato de 2 (dois) anos; e 3 (três) mandato de 3 (três) anos. Parágrafo único. A renovação do têrço dos membros do Conselho Federal de Técnicos de Administração e dos respectivos suplentes far-se-á anualmente. Art. 24. As eleições dos membros do Conselho Federal de Técnicos de Administração e dos respectivos suplentes serão rea- lizadas em Brasília, Distrito Federal, pelos representantes dos Sin- dicatos e das Associações Profissionais de Técnicos de Adminis- tração existentes no Brasil, devidamente registrados no Ministério do Trabalho e Previdência Social. Art. 25. A convocação para as eleições a que se refere o artigo anterior será feita pelo Conselho Federal de Técnicos de Administração, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, antes do tér- mino do mandato. Art. 26. A Assembléia de Representantes Eleitorais consti- tuída nos têrmos dêste Regulamento, deliberará em primeira con- vocação com a presença de pelo menos 2/3 (dois terços) de seus componentes credenciados e, 24 (vinte e quatro) horas depois, com a presença de qualquer número de representantes credenciados. § lº A Assembléia a que se refere êste artigo será instalada pelo Presidente do Conselho Federal de Técnicos de Administra- ção, ou seu substituto legal,
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