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Perguntas TGP

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
ICM – FACULDADE DE DIREITO 
Teoria Geral Do Processo – Roberto Vieira 
 
ALUNO: Luidgi Silva Almeida - 112084023 
 
(1- Após realizar um divórcio em cartório, umas das partas requisita o pagamento de 
pensão alimentícia a outra. Pergunta-se : é cabível tal ação? 
Resposta: 
Entrou em vigor na data de 04 de janeiro a Lei n.º 11.441/2007 que trata das separações e 
divórcios que podem ser feitos por via administrativa, ou seja, pelo cartório, sem passar pela 
homologação judicial que por vezes pode se tornar excessivamente demorada. Para tanto, 
existem requisitos básicos para a utilização correta da via administrativa, assim, o casal não 
pode ter filhos menores de 18 anos ou incapazes que necessitem de tutela ainda que tenham 
alcançado a maioridade; a escritura pública deve ser lavrada por tabelião de notas 
expressando a livre decisão do casal acerca do valor e do modo de pagamento dos alimentos 
que um dos cônjuges ao outro, ou a dispensa deste pagamento; bem como a descrição e a 
partilha dos bens adquiridos durante o casamento e caso desejar um dos cônjuges que tiver 
adotado o sobrenome do outro decidirá mantê-lo ou não. 
(2- Estrangeiro domiciliado no Brasil e com bens no país estabelece em testamento que o 
processo de inventário deste ser realizado no seu país de origem. Tal pedido é válido 
segundo as leis brasileiras? 
Resposta: 
Ainda que o de cujus (falecido) seja estrangeiro e tenha estabelecido em testamento que o 
processo de inventário tenha de ser realizado em seu país de origem é obrigatório que haja 
inventário no Brasil. mesmo que o inventário tenha sido completado no exterior, e ainda que 
haja uma decisão estrangeira determinando a transferência do imóvel brasileiro aos herdeiros, 
esta decisão estrangeira não vale no Brasil e não poderá ser homologada no país. De acordo 
com o Art. 89, do Código Civil, compete à autoridade judiciária brasileira conhecer as ações 
relativas a imóveis situados no Brasil e proceder ao inventário e partilha de bens, situados no 
Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território 
nacional. Caso não haja o inventário brasileiro, o registro de transferência do imóvel jamais 
será realizado, pois os cartórios, observando a lei, não aceitarão inventário ou certidão de 
partilha emitida o exterior como documento hábil a embasar a transferência da propriedade. 
 
(3- Brasileiro residente no Brasil é condenado para tribunal internacional por crimes 
contra a humanidade. Levando-se em conta a sua não condenação no Brasil pra esse 
crime responde: a condenação no TI pode condicionar prisão do mesmo? Seria caso de 
eventual deportação do nacional para cumprimento de pena no exterior? 
Resposta: 
A não previsão em nossa Constituição de qualquer hipótese – seja o crime praticado 
comum, especial, político, e também os chamados ‘internacionais’ – de extradição de 
brasileiro nato, com o que se reconhece a adesão, em nossa Carta, desse princípio em 
matéria de direito internacional, que veda a extradição de seus filhos. 
 A Constituição brasileira de 1988, no seu art. 5º, incisos LI e LII, dispõe, 
respectivamente, que “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em 
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”; e 
também que “não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de 
opinião”. Tais incisos do art. 5º da Constituição, pertencendo ao rol dos direitos 
fundamentais, estão cobertos pelo art. 60, § 4º, inc. IV, da mesma Carta, segundo o 
qual “não será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir os direitos 
e garantias individuais”. 
 
(4- Clévio, condenado civilmente a indenizar a família de suposta vítima sua, foi 
considerado no processo penal inocente em decorrência de legítima defesa. Pergunta: 
cabe a revisão da indenização estabelecida no âmbito cível em face de decisão do 
âmbito penal transitada em julgado? 
Resposta: 
 Constituindo cláusula pétrea da Constituição (artigo 5º, inciso XXXVI), a coisa julgada, 
salvo casos-limites, deve sempre prevalecer, só podendo ser impugnada nas formas previstas 
pelo constituinte originário (ação rescisória e revisão criminal). Neste caso, o condenado 
civilmente deve requerer ação rescisória. Clévio pedir revisão De acordo com o Art. 475-L. A 
impugnação somente poderá versar sobre: VI - qualquer causa impeditiva, modificativa ou 
extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, 
desde que superveniente à sentença. 
(5- Documento comprobatório de dívida objeto de ação cível já transitado em julgado é 
julgado posteriormente em processo penal como documento falso, também transitado 
em julgado. Cabe a revisão da ação cível face a decisão penal, sendo que ambas já 
estão transitadas em julgado? 
Resposta: 
 Da mesma forma que se deve proteger o instituto da coisa julgada, proporcionando 
segurança e estabilidade às decisões judiciais, deve-se zelar pela possibilidade de sua 
relativização quando da ocorrência de certas hipóteses, mesmo que não contempladas 
pelo sistema processual vigente, no Art. 485. Vemos que “A sentença de mérito, 
transitada em julgado, pode ser rescindida quando: IX - fundada em erro de fato, 
resultante de atos ou de documentos da causa”

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