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Abram Eksterman, RJ
Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica
Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro
Medicina Psicossomática: conceitos básicos
Conceito Geral
Estudo empírico das relações mente-corpo em
Medicina e formulação das bases teóricas para a
compreensão sistêmica das doenças e das intervenções
transdisciplinares da terapêutica.
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Medicina Psicossomática: conceitos básicos
1. Estudo das relações mente-corpo em Medicina
2. Estudo psicanalítico das enfermidades somáticas
3. Psicogênese (sociogênese) das enfermidades
somáticas (patologia)
4. Estudo das relações médico-paciente e das ações
psicológicas na prática médica em geral
(psicologia médica)
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Medicina Psicossomática: conceitos básicos
5. Intervenção terapêutica do psicólogo no hospital 
geral (psicologia hospitalar).
6. Humanização da prática médica (filosofia
médica/antropologia médica).
7. MEDICINA
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Desenvolvimento Histórico da Psicossomática
1885: FREUD  Conversão
1899: PAVLOV  Influência das emoções nos processos
fisiológicos
1912: ADLER  Locus minoris resistentiae
1922: DEUTSCH Organoneuroses
1934: CANNON  Estados emergenciais
1943: DUNBAR  Perfis de personalidade
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Desenvolvimento Histórico da Psicossomática
 1946: SEYLE  Síndrome geral de adaptação
 1950: ALEXANDER  Conflito específico
 1957: HINKLE, WOLFF  Fatores ambientais
 1963: Von UEXKÜLL Diferenciação dos transtornos
de conversão
MARTY, de M’UZAN  “pensée opératoire”
 1966: SCHÄFER  Sociopsicossomática
 1967: ENGEL  Fatores biopsicossociais
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Desenvolvimento Histórico da Psicossomática
 1973: SIFNEOS, NEMIAH  Alexithymia
 1975: BATESON  Teoria geral dos sistemas
 1981: LOCKE  Psiconeuroimunologia
 1982: MATURANA  Sistemas autopoiéticos
 1985: BESEDOVSKY  Prova da interação entre o 
Sistema Nervoso Central e o 
Sistema Imunitário
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Danilo Perestrello (1916-1989) e a Medicina da Pessoa
 Relação transpessoal
 “A doença, portanto, não é algo que vem
de fora e se superpõe ao homem, é sim
um modo peculiar de a pessoa se 
expressar em circunstâncias adversas. É, 
pois, como suas várias outras
manifestações, um modo de existir, ou
melhor, de coexistir, já que, 
propriamente, o homem não existe, 
coexiste. E como o ser humano não é 
um sistema fechado, todo o seu ser se 
comunica com o ambiente, com o 
mundo, e mesmo quando
aparentemente não existe comunicação, 
isto já é uma forma de comunicação, 
com o silêncio, às vezes, é mais
eloqüente do que a palavra.”
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Psicologia Médica: Braço clínico da Psicossomática
Estabelece e garante o vínculo terapêutico
Discrimina distúrbios funcionais circunstanciais de 
patologia somática
Previne intercorrências iatropatogênicas
inconscientemente induzidas dentro da relação 
profissional de saúde - paciente 
Singulariza o caso clínico
Reduz o custo da ação médica
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
ONDE
COMO Instrumentalizando com modelos de atuação-pedagogia
Houver ignorância psicológica
Produzindo consciência-Psicodinâmica
Atuando na terapêutica (Introduzindo-se na equipe)
Houver impregnação irracional
Houver conflito institucional
QUANDO
Espaços intermediários de Assistência
Relação médico- paciente
Relação na equipe de saúde
Relações Institucionais
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Modos de intervenção da Psicologia Médica no Hospital 
Geral
Como o profissional de saúde a utiliza
Instrumento: “ História da Pessoa”
Técnica: Anamnese não-dirigida
Treinamento: Psicologia Médica (relação com 
o paciente)
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Sigmund Freud e a Psicossomática
 Freud (1856-1939)  Criou a Psicanálise (1896/1900)
 A Psicanálise permite compreender
a relação mente-corpo
 Portanto, indiretamente, a 
Psicossomática.
 Porém, Freud nunca se dedicou a 
Psicossomática diretamente.
 Indiretamente, através do estudo do 
vínculo terapêutico
(transferência/contratransferência), 
permitiu o nascimento da Psicologia
Médica, braço clínico da
Psicossomática.
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
“A Concepção Psicanalítica da Perturbação 
Psicogênica da Visão” (1910)
 Transtornos psicorgânicos:
 Por repressão (histeria como modelo) 
 Por toxicidade (neurose atual como modelo)
 “Locus minoris resistentiae” de Alfred Adler
 Chicago
 Paris
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Freud: conversão
1ª etapa: formação de substituto 
(ameaça à rep. si mesmo) somática  disfunções
idéia inervação sensorial  alucinações
corporal motora  paralisia/excitação
Desejo
supressão total  embotamento emocional intenso 
emoção
supressão parcial  embotamento emocional moderado
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Freud: conversão
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
enfraquecimento 
das defesas
Retorno do reprimido reforço dos impulsos 2ª etapa  sintomas
conversivos
estímulos da realidade (expressão
simbólica
do conflito)
Freud: somatização
ausência de satisfação psíquico 
Desejo sintoma
inadequação da satisfação corporal
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Medicina Psicossomática: Chicago (década 1940)
 Doença orgânica e simbolização: pesquisa sobre os conflitos 
desencadeadores de doenças psicossomáticas e sobre os tipos de 
personalidade propícios a desenvolverem doenças psicossomáticas. 
 Franz Alexander: conflitos específicos na etiologia psicossomática 
(asma brônquica, colite ulcerativa, doença de Graves, hipertensão 
essencial, úlcera péptica, artrite reumatóide e neurodermatite)
 Flanders Dunbar (1902-1959): tipos de personalidade como fator 
etiológico (acidentes, oclusão coronária, doença hipertensiva, angina, 
arritmia, febre reumática e artrite reumatóide, doença cardíaca 
reumática, diabetes)
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Medicina Psicossomática: Paris (década 1960)
Doença orgânica e dificuldade de simbolização
 Pierre Marty: pensamento operatório
 (Peter Sifneos: alexitimia ou embotamento 
afetivo)
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Psicossomática e Pierre Marty
 Pierre Marty (1918-1993) 
e Abram Eksterman
em Madrid em 1990.
 Atribui à doença dos pais durante sua
adolescência seu interesse pela
Psicossomática. 
 1962 -“Pensée Opératoire” em “L’Investigation
Psychanalytique”com Michel de M’Uzan e 
Christian David.
 Psiquiatra, psicanalista, chegou a presidente
da SPP em 1969. 
 Com Michel Fain fundou em 1972 a IPSO.
 Concepção psicossomática dos seres
humanos: “Les mouvements individuels de 
vie e de mort” (1976) e “L’Ordre
Psychosomatique” (1980)
 Psicoterapia para deficientes em “mentalizar”, 
usando a função materna do analista para
reativar a relação.
 Hospital “Poterne-des-Peupliers”, hoje
Hospital Pierre Marty.
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Marty – pensamento operatório
Um homem de mais de sessenta anos, casado, filhos e netos, foi internado para investigação
de dor abdominal na região do hipocôndrio esquerdo, próxima às cicatrizes decorrentes de
um acidente automobilístico sofrido há quarenta anos e no qual foi transfixado por uma
barrade ferro. Vinha sendo acompanhado ambulatorialmente há quase dois anos sem
melhora e foi internado para diagnostico diferencial que incluía o de somatização. Na
enfermaria o paciente sempre se mostrou uma pessoa cordata, amável, disponível, nunca
reclamava de nada e sempre elogiava as pessoas que o atendiam. Seu discurso era quase
monotemático, girando sempre em torno da evolução da sua dor. Não a relacionava com
nenhum evento de sua vida ou a qualquer outra coisa. Nada foi encontrado no vários exames
a que foi submetido, exceto uma pequena massa em seu estômago, sem características de
malignidade e sem nenhuma relação com a queixa álgica. O paciente melhorou enquanto
estava sendo cogitada a possibilidade de uma investigação cirúrgica.
Abram Eksterman, cf. 
Decio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Sifneos - alexithymia
Uma mulher de pouco mais de cinqüenta anos sofreu um espasmo em uma hemiface e
internou-se para se submeter a tratamento cirúrgico. Alérgica a conservantes, a paciente
apresentou grave episódio alérgico ao se alimentar com refeição fora da dieta recomendada,
sua cirurgia foi suspensa e recebeu alta para fazer tratamento de dessensibilização para
poder ser anestesiada. Durante sua curta permanência na enfermaria contou as tragédias de
sua vida de uma maneira distante e com pouca emoção: tornou-se a filha mais velha de doze
irmãos com a morte da irmã mais velha quando tinha um ano; perdeu a mãe, de quem
sempre foi muito ligada, recentemente (quinze dias); aos dez anos foi violentada por um tio,
episódio que escondeu dos pais e só revelou à mãe pouco antes dela falecer; perdeu o pai
(alcoólatra) aos treze anos; precisou fugir com seus filhos de seu marido, que a espancava e,
como é muito freqüente em mulheres vítimas de violência sexual, não consegue ter prazer
sexual.
Abram Eksterman, cf. 
Décio Tenenbaum
CMP-Santa Casa
Michael Balint e a Psicossomática
Mihály Maurice Bergmann (1896-
1970)
 Pai médico-generalista. Interessa-se pela relação médico-paciente.
 1914 –Estudos médicos.Univiversidade Semmelweiss, Budapest.
 Ainda namorada, Alice estimula leitura de “Tres Ensaios…” e “Totem e 
Tabu” de Freud. Assiste palestras de S.Ferenczi.
 1916 – Ferido, como combatente, na Grande Guerra.
 1920 – Casamento com Alice Székely Kóvacs.
 Análise com Hans Sachs (Berlim).
 Doutorado em Bioquímica. Trabalha com Otto Warburg. Trabalha no 
Instituto de Psicanálise de Berlim.
 1924 - Retornam a Budapest. Análise com Sandor Ferenczi.
 1938 - Migram para a Inglaterra (Manchester). Alice morre.
 1945 – Pais cometem suicídio, evitando prisão pelos nazis.
 1949 – Encontra Enid Flora Eicholz, assistente social no Instituto 
Tavistock de Relações Humanas. Inicia com ela os Grupos de 
Discussão, depois chamados “Grupos Balint”.
 1958 – Michael e Enid casam.
 1967 – A convite de Abram Eksterman e Danilo Perestrello, vem ao 
Brasil como Presidente de Honra da I Reunião Nacional de Medicina 
Psicossomática na Academia Nacional de Medicina, Rio de Janeiro.
 1968 –Presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise
 1970 – Morre em Londres, 31 de dezembro.

Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Balint: teorias psicanalíticas que influenciam a 
psicossomática
 1930 – Biologismo (S.Ferenczi)
 1933 - Psicossomática
 1935 - Desenvolvimento psicossexual
 1937 - Amor primário e amor objetal. Unidade dual 
(Alice Balint)
 1952 – Amor e ódio
 1952 - Regressão: tipologia – ocnofílico e filobático
 1968 – Falha básica
Grupos Balint
Conceito
 Reunião uni ou multiprofissional destinada a
diagnosticar e elaborar tensões irracionais que
perturbam a tarefa assistencial de seu(s) executor(es),
pervertendo ou impedindo a sua realização de forma
eficaz e adequada.
Objetivo
 Educacional
 Assistencial
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Grupos Balint
Organização
 Ed.: Profissionais de saúde
Ass.: Equipe de saúde
Técnicas
 Ed.: Discussão de situações clínicas
Ass.: Discussão de caso clínico
Tempo
 Ed.: Cerca de dois anos
Ass.: Uma ou mais reuniões
Primeira experiência brasileira: 
 1963, 7a. Enf. Hosp. Geral da Santa Casa da Misericórdia do RJ, 
com Abram Eksterman
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Michael Balint e a 
Psicossomática
 Balint, M. ( 1957) The doctor, his patient and
the illness. London. Pitman Medical. 2nd 
edition (1964, reprinted 1986) Edinburgh. 
Churchill Livingstone.
 (1959). Thrills and regressions. London: 
Hogarth
 Balint, M., and Balint, E. (1961) 
Psychotherapeutic techniques in medicine. 
London. Tavistock publications.
 Balint, M., Balint, E., Gosling, R. And
Hildebrand, P. (1966) A study of doctors. 
London. Tavistock publications.
 Balint, M., Joyce, D., Marinker, M. And
Woodcock, J. ( 1970) Treatment or diagnosis: a 
study of repeat prescriptions in general 
practice. London. Tavistock publications
Livros de Interesse em Psicossomática
Michael Balint e a 
Psicossomática
 Individual Differences of Behaviour in 
Early Infancy. Dissertation for Master of
Science in Psychology. London, 1945. 
 Primary Love and Psycho-Analytic
Technique. 1956. 
 Thrills and Regressions. 1959. 
 German translation: Angstlust und Regression. 
Stuttgart: Klett-Cotta, 1991. 
 Basic Fault. 1967. 
 The Clinical Diary of Sándor Ferenczi.
Edited by Judith Dupont. Translated by
Michael Balint and Nicola Zarday Jackson. 
First cloth edition, 1988
Livros de Interesse em Psicanálise
M. Balint: “Basic Fault”
 Deficiência na estruturação da personalidade devido a
falhas do ambiente em atender as necessidades
psicobiológicas das etapas iniciais do desenvolvimento.
Essas relações objetais primitivas depois se convertem em
compulsões .
 1957 – Primeira referência em “O Médico, o Doente e a
Doença”.
 1958 – Em “Tres áreas da mente” menciona a área da “Falha
Básica”.
 1968 – “A falha básica: aspectos terapêuticos da regressão”,
livro onde desenvolve críticas ao conceito de “narcisismo
primário”, conforme exposto por S.Freud.
M. Balint: “Basic Fault”
Três zonas mentais
 1 . Área da falha básica
 2. Área do conflito edípico
 3. Área de criação
M.Balint: questões técnicas relativas à área da falha básica
 Exclusividade da relação bi-pessoal, onde só contam as
necessidades do paciente.
 Uma força distinta do conflito (própria da zona edípica)
manifesta-se em ansiedades que impulsionam o paciente a
perseverar em velhos modelos de relações objetais, tipo
“ocnofílico”, caracterizado por adesão desesperada ao
objeto, e “filobático”, caracterizado por demonstrações de
auto-suficiência, afastando supostos objetos perigosos, na
tentativa de manter uma relação harmoniosa com seu
mundo objetal dentro da perspectiva de um “amor
primário”.
 Prevalecem processos não-verbais de linguagem, o que não
é típico no adulto.
M. Balint, a Escola Húngara de Psicanálise e sua
influência na Psicossomática
 Desenvolveu-se entre as duas Grandes Guerras, liderada por Sandor
Ferenczi, que em 1919 foi o primeiro psicanalista a ensinar Psicanálise
em uma Universidade (Univ. de Budapest).
 Distinguiam-se por não reconhecer o “narcisismo primário”, como
preconizado por Freud e acentuavam a importância da relação mãe-
filho.
 Contribuíram para a teoria dos instintos (o instinto de apego maternal
– Imre Hermann – e o papel da deficiência psicológica – S. Ferenczi e
M. Balint.)
 Nomes mundiais estiveram associados ao grupo: Franz Alexander
(Alexander Ferenc Gabor), Alice Balint, Geza Roheim, René A. Spitz,
Sandor Radó, Sandor Lorand, Margareth Mahler, Daniel Rapaport.
Escola Húngara de Psicanálise e sua influência na Psicossomática
 Sándor Ferenczi (Sandor Fränkel) (1873-1933) – Interpretasintomas
físicos, hoje considerados psicossomáticos, como os da colite ulcerativa,
como fenômenos conversivos. Líder da Escola Húngara.
 Franz Alexander (1891-1964) – relações dinâmicas entre o corpo e a mente;
estudo das sete doenças típicas (úlcera péptica, colite ulcerativa,
hipertensão essencial, neurodermatite, asma brônquica, artrite
reumatóide, doença de Graves. Fundação da Revista “Psychosomatic
Medicine” (1939).
 René Arpad Spitz (1887-1974) – depressão anaclítica; hospitalismo.
 Sándor Radó (1890-1972) – Psicanálise do desenvolvimento. Analisou
Wilhelm Reich, Heinz Hartmann, Otto Fenichel.
 Sándor Lorand (1893-1987) – Analisado por Ferenczi. Foco antropológico
e clínico.
 Therese Benedek(1892-1977) – Analisada por Ferenczi. Psicanálise e
desenvolvimento. Interdependência dos fatores hormonais e economia
psicossexual. Díada mãe-filho.
 Geza Roheim (1891-1964) – Aplicação da Psicanálise à culturas primitivas.
Professor de Antropologia na Universidade de Budapest.
Diferenças entre a visão biológica e a psicológica
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Biológica Psicológica
VÊ
OUVE
ENTENDE
ATUA
O CORPO O SÍMBOLO
O SINTOMA O TEXTO
O DIAGNÓSTICO A HISTÓRIA
NA CAUSA NA RELAÇÃO
Biológico
PACIENTE
Psicológico
PSICOSSOMÁTICA
Caso clínico 1
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Estou falando com uma puérpera e me chama atenção a mãe do leito ao 
lado, uma mulher negra de cabelos crespos, que tem a seu lado um bebê 
branco muito branco, com muito cabelo liso e preto...
Falo: “Que lindinho e que cabeludo!”
Ao que ele me responde: “É sim ! Os meu filhos são todos assim! 
Parecem com pai, branco, e de cabelo liso. Só tenho uma filha, a mais 
velha, que está com 8 anos, que é assim branquinha, mas tem cabelo 
crespo. As pessoas pensam que nem são meus filhos.”
Caso clínico 1
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Enquanto fala, observo seus traços. É negra com olhos ligeiramente 
puxados e seu nariz é fino. Vejo que o bebê tem esses traços. Mostro isso a 
ela dizendo: “Pode ser parecido com o pai, mas veja os olhos e o nariz são 
iguais aos seus – reforço – o olho puxadinho igual ao seu...”
Sorrimos juntas e ela observa e concorda...
Falamos mais um pouco e se faz o necessário para a mudança de leito. Ela 
pede que a ajude levando o bebê, pois está um pouco tonta devido à 
cesárea. Quando fui colocar o bebê na cama, ela o pega no colo e acalenta 
com carinho.
Caso clínico 1
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Observo e sinto que a mãe e bebê se uniram naquela identificação. Não é 
mais um bebê na cama... 
Penso quantas vezes, desde que esse bebê veio a ela, os médicos, 
enfermeiras e outras mães da enfermaria não a olharam como eu, para 
aquela diferença. Estava implícito em cada olhar: “nem parece filho dela...”
Então, mamãe e bebê se encontraram identificados em sua maternidade.
Caso clínico 2
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
E.H.R., feminina, branca, 13 anos, natural do RJ
Paciente internada em franca anasarca. Segundo informações fornecidas
pelos familiares, sua doença iniciara-se um mês antes da internação, com
aparecimento de edemas, primeiro pálpebras e posteriormente
generalizados. Nessa mesma época, a doença manifestava astenia e
anorexia. Levada a um médico, foi submetida a tratamento com antibióticos
e diuréticos. Com isso, houve regressão parcial dos edemas, o que se
manteve até aproximadamente uma semana atrás, quando houve
recrudescimento do quadro clínico, sendo então encaminhada ao nosso
Serviço para investigação e tratamento. Era ainda mencionado, no quadro
clínico, oligúria, urina “cor de coca-cola” e dispnéia desde o início da doença.
Também apresentava febre, alterações gastro-intestinais, tosse e
expectoração.
Caso clínico 2
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
A História Patológica Pregressa revelava apenas presença de otite desde o
nascimento (sic). Não havia informações relevantes quanto a História da
Família, História Fisiológica ou História Social.
O exame físico evidenciou uma paciente com facies renal, aparentando
doença aguda; idade aparente menor que a cronológica; desenvolvimento
mental de difícil avaliação, já que a paciente parecia surda, não respondia
qualquer solicitação verbal, limitando-se a sorrir. Em anasarca.
A paciente evoluiu bem, reduzindo 7 kg em seu peso corporal, e, embora
seu comportamento na enfermaria não fosse compatível com o de uma
criança de 13 anos, já que permanecia retraída, sem reagir às solicitações,
sem conversar nem mesmo com as crianças de sua idade, causando certa
estranheza, a verdade é que não nos detivemos em investigar a causa de tal
atitude, considerando que a mesma evoluía bem
Caso clínico 2
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Em determinado momento, contudo, passou a apresentar tosse não
produtiva, acompanhada de febre e diarréia de fezes líquidas (com número
incontável de evacuações), sintomas esses que não cediam às medidas
habituais, o que seguido pela reativação do quadro edemigênico com
agravamento progressivo do estado geral. Nessa ocasião ficou claramente
evidenciada a total impossibilidade de comunicação com a paciente, a qual
se recusava a fornecer qualquer informação sobre seu estado, permanecendo
apática no leito, geralmente suja de fezes, recusando alimento e não
cooperando com o exame físico.
Entramos então em contato com os responsáveis pela paciente,
procurando obter maiores informações a seu respeito. Ficamos cientes de
que a mesma vivera juntamente com outros seis irmãos e os pais condições
subumanas e sem qualquer higiene ou conforto, em local da Baixada
Fluminense. Cerca de um mês antes da internação, passou a viver em
companhia dos atuais responsáveis, em condições sócio- econômicas
consideravelmente melhores.
Caso clínico 3
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Um rapaz de 23 anos, solteiro, universitário, de bom nível social, é
enviado a um gastroenterologista para prescrições dietéticas. Quem o envia
é outro colega, graduado em especialidade afim, que já lhe havia
diagnosticado colite ulcerativa, diagnóstico apoiado em exames do reto, em
clister opaco (exame radiológico) e em biópsia.
Já estava adequadamente medicado e seguia uma dieta há um mês. A
dieta prescrita fora: arroz em papa, chuchu na água e sal, caldo de carne,
água de coco, chá e torradas. Com essa dieta o paciente emagreceu 8 kg,
decaindo seu estado geral, estado que estava satisfatório ao procurar esse
médico.
Na época não havia qualquer indicação para o paciente ser internado. O
segundo médico encontrou o doente deitado em casa, assistido por uma
mãe muito ansiosa.
Caso clínico 3
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Ouviu do paciente uma história de poucos elementos, mas muito
significativa. Apurou que o paciente, há dois meses, depois de uma
decepção amorosa com alguém de quem se sentia muito dependente,
passou a apresentar diarréia sanguinolenta e dor abdominal.
Nessa mesma época, premido por dificuldades econômicas da mãe, teve
de assumir dois empregos, pois a mãe tornara-se sua dependente (o pai
havia morrido quatro anos antes, de doença cardíaca aguda).
O doente se apresenta muito amável nessa consulta, embora se
mostrasse apenas preocupado com a doença e muito obediente. Dava a
impressão de que tudo que se lhe dissesse iria cumprir. Durante a
consulta, elogiou a forma com a mãe cumpria rigorosamente a dieta do
primeiro médico.
Caso clínico 3
Abram Ekstercman
CMP-Santa Casa
Contrariando a expectativa do paciente e da mãe, o segundo médico
recomendou uma dieta apenas restritiva em resíduos celulósicos e temperos
fortes. O doente praticamente podia se alimentar de forma normal.
Precisou o médico escrever e assinar para que a dieta fosse seguida. Dessa
forma, em uma semana, o paciente recuperou quase um quilo e em um mês e
meio,6 kg., voltando a trabalhar.
O paciente também mudou de conduta: no início desse novo tratamento ia
sempre ao consultório do médico acompanhado da mãe; passou a ir sozinho. À
princípio, sempre consultava a mãe sobre qualquer nova orientação clínica;
abandonou essa atitude.
Estranhamente, o primeiro médico começou a telefonar com freqüência
para o paciente para que esse fosse ao seu consultório a fim de realizar novos
exames de controle do reto. Achava que, afinal, era ainda seu doente, embora
já estivesse sob orientação clínica do segundo médico.”
eksterman@gmail.com
www.medicinapsicossomatica.com.br
Obrigado