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FACULDADE ESTÁCIO DE TERESINA BACHARELADO EM ENFERMAGEM ESTUDO DE CASO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM TRANSTORNOS MENTAIS TERESINA-PI 2022 RAFAELA ROSA DE SOUSA ESTUDO DE CASO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM TRANSTORNOS MENTAIS Estudo de caso apresentado à disciplina de Ensino Clínico em Saúde Mental Prático como requisito para avaliação da disciplina. Prof º. Enfer. Ítalo Arão Pereira Ribeiro. TERESINA-PI 2022 SUMÁRIO 1. ATIVIDADE PRÁTICA ........................................................................... 1 1.1. HOLOCAUSTO BRASILEIRO: UMA RESENHA CRÍTICA .................. 1 2. CASO CLÍNICO ....................................................................................... 3 3. CASO CLÍNICO 1 .................................................................................... 6 4. ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE MENTAL (PRÁTICO) ....................... 8 4.1. CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA ....................................................................................... 8 4.2. CASO CLÍNICO 1 .................................................................................. 9 4.3. CASO CLÍNICO 2 ................................................................................. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 13 1 1. ATIVIDADE PRÁTICA O perído de que antecede a Rpé conhecido como uma fase sombria da historia do tratamento das pessoas portadoras de transtorno mentais, neste sentidi, após assistirem o documentário “Holocausto brasileiro”, e realizar a leitura da atual PNSM, tecem uma resenha crítica comaparando os fatos que ocorreram no passado, antes da RP, com o atual cenário da saúde mantal brasileira. 1.1.HOLOCAUSTO BRASILEIRO: UMA RESENHA CRÍTICA O “Holocausto brasileiro” é baseado no livro Homono de Daniela Arbex e Armando Mendz - mostra o genocídio que aconteceu no Hospital Colônia em Barbacena (MG) enquanto discute questões atinentes ao papel dos manicômios. O filme “Holocausto brasileiro” relata uma história do Hospital psiquiátrico de Barbacena (CHPB), em Minas Gerais, Brasil. Em 1903, o antigo hospital colônia viveu uma história de extermínio entre 1930 e 1980 com mais de 60 mil vítimas. De acordo com depoimentos dos pacientes internados no hospital psiquiátrico, eles eram torturados, violentadas e mortos e seus cadáveres foram vendidos para faculdades de medicina, e as ossadas comercializadas. No inicio da década de 70, com fechamento do de neuropsiquiatria infantil de Oliveira, dezenas de crianças foram transferidas para o hospital colônia. A tragédia brasileira de Barbacena foi algo marcante na historia brasileira, pois inúmeros pacientes eram internados à força e submetidos ao frio, à fome e a doenças. Sem contar que a maioria das pessoas era tristes, introvertidas, epilépticas, alcóolatras, homossexuais, prostitutas, meninas que engravidaram dos patrões, esposas trancadas pelos maridos, moças que perderam a castidade antes do casamento, crianças rejeitadas pelos pais por terem nascido imperfeitos. Em um dos depoimentos o maquinista Mario Lara, relata que cuidar de doido era uma tarefa muito difícil. Já a ex- enfermeira relatava que todas as quartas-feira chegava um ônibus cheio de pacientes passando mal e que situação além de muito difícil era precária, pois na época não havia mantimentos para oferecer um cuidado digno ao paciente, nos diversos comentários a maioria enfatiza o estado de calamidade do hospital psiquiátrico e o quanto os pacientes era maltratados e expostos aos mais 2 diversos tipos de desumanidades. Sem duvidas foi uma época desumana e que deixou diversos traumas para os pacientes e colaboradores do hospital psiquiátrico. Uma historia que nos leva a uma reflexão sobre como a sociedade pôde ser omissa em esconder um passado tão cruel e cheio de marcas que ainda causam dor em todos os envolvidos no holocausto. Com base no filme, pode-se perceber que os pacientes eram tratados de forma banal, cruel e desumana, o conceito de tratamento de saúde mental era basicamente inexistente, nem da pra identificar como uma forma de tratamento o que se acontecia na antiguidade e sim com uma forma de maus tratos e desumanidades, eles eram simplesmente pego e jogado no hospício, esquecidos e maltratados, expostos ao frio e castigos desumanos. Antigamente nem se pensava em transtorno mental ou em uma doença mental, nos tempos antigos esses problemas eram visto como maus espíritos, almas perdidas, deuses, magos, demônios, quando apresentavam comportamentos agressivos, muitas vezes era entendidos de maneira e eram tratados com práticas mágicas e religiosas. No entanto na atualidade os pacientes não são mais visto como doidos e sim como pessoas que possui um transtorno mental e que precisa ser tratado, trazendo uma forma completamente diferente da antiguidade. Onde os pacientes possui um atendimento mais humano e especifico pra o seu problema de saúde, podendo contar com inúmeras formas de atendimentos e tratamentos que vão desde uma psicoterapia a uma internação. Antes da reforma psiquiátrica o doente mental era considerado um perigo para a sociedade, por isso, era ele excluído da sociedade. No entanto com a reforma esse conceito foi sendo mudado, surgindo novos modelos de assistir o paciente psiquiátrico. A assistência ao paciente psiquiátrico passou a ter um novo objetivo, o de reabilitar esses sujeitos. Nesse contexto surgiu o centro de atenção psicossocial, o CAPS, que é um local de assistência à saúde mental, e tem como objetivo diminuir a gravidade do sofrimento mental, objetivando a reabilitação psicossocial dos indivíduos, e proporcionar maior grau de socialização dessas pessoas. Ainda convém lembrar que o atendimento em liberdade é um direito do paciente, regulamentado pela Lei 102016/01, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, todavia, tal lei não garante o processo de transformação sociocultural que de fato seria responsável por tratamento mais digno e inclusivo para os pacientes que 3 sofrem com algum tipo de transtorno psiquiátrico. 2. CASO CLÍNICO T.F.G é uma jovem de 19 anos, negra, solteira, evangélica e com ensino médio incompleto. Reside com a mãe, pai, avó e duas irmãs. T. veio ao hospital trazida pela mãe que relata que há cerca de um ano a paciente iniciou quadro de alteração comportamental como retração social, atitudes de mania, alucinações, pensamentos desorganizados com piora há 3 meses, evoluindo para um quadro de mutismo e catatonia. A adolescente já fez tratamento psiquiátrico em 2015porém não frequentava o acompanhamento no ambulatório de Psiquiatria Infantil como era solicitado. Embora fizesse uso regular dos medicamentos Risperidona e Haloperidol, a mãe relata que a filha só ficava em casa, embaixo das cobertas. Tímida desde os 8 anos T. Não tinha muitos amigos, era reservada. Boa aluna frequentava a escola normalmente, mas abandonou os estudos aos 17 anos, pois a prima que era sua única amiga não estava mais frequentando a mesma escola. Sua infância ocorreu sem anormalidades, até seus 16 anos a família relata que ela era alegre, jogava vídeo game com as primas, adorava cachorros, era obediente em casa e ajudava nas tarefas domésticas. Não tinha contato com vizinhos e não possuía muitos amigos. Sempre retraída e reservada. Nega antecedentes familiares psiquiátricos. Segundo relato materno, aos 17 anos T. começou com obsessões por operações matemáticas. Ouvia vozes ameaçando-a caso nãosolucionasse as operações, nestes momentos ficava irritada e ansiosa. Via imagens, vultos, pessoas más e animais peçonhentos como cobras. Paciente fazia troca do dia pela noite, pois referia piora das vozes durante o período noturno, também apresentava falta de apetite. Via a si mesma no caixão e a morte de outras pessoas, aumentando seu isolamento. Houve um episódio em que não conseguiu resolver os cálculos dizendo que tiraria a própria vida. Outra obsessão era tomar banho e lavar as mãos, utilizando um pote de creme condicionador por dia e mais de uma barra de sabonete. A adolescente foi internada pela mãe, apresentando embotamento afetivo em catatonia e edema em membros inferiores com 3+/4+. Foi submetida a exames laboratoriais e análise vascular para avaliar a necessidade de utilização de meias elásticas. Também passa por acompanhamento com fisioterapeuta e nutricionista. Durante internação relatada neste caso, paciente seguia em estado de catatonia, mutismo, higiene precária, cabelos 4 despenteados e em posição ortostática. Não contactua, não possui expressão facial, necessitando de ajuda para se alimentar e realizar procedimentos de higiene, não apresenta mobilidade nem controle dos esfíncteres, apenas pisca os olhos. Neste período os profissionais também relataram que as reações da paciente eram irregulares com o passar dos dias. O comportamento era divergente e haviam dias de progresso onde T. respondia a comandos, apresentava contato visual e era capaz de se alimentar sozinha quando não estava sob observação e em outros dias permanecia catatônica e recusava alimentação. Houveram episódios violentos onde teve que ser mobilizada na cama. Paciente ficou internada por 74 dias. Seus exames laboratoriais (hemograma, TGO, TGP, uréia, creatinina, sódio, potássio, magnésio e cálcio) não revelaram nenhuma alteração, apresentava Glasgow 15 e bom estado geral. Medicações utilizadas foram: Lorazepam 2mg 1 cp a noite, Olanzapina 5mg 4 cp a noite, Cumarina 15mg + Troxerrutina 90mg12/12h, Risperidona 3mg 12/12h e Fitoterápico loção para pernas e pés após o banho. Recebeu alta com o quadro diagnóstico de esquizofrenia catatônica (F20.2). Havendo melhora do quadro, paciente consegue alimentar-se sozinha, contactar com os olhos e responder alguns sinais. A mãe foi orientada quanto à importância do seguimento ambulatorial e sobre o uso correto das medicações: Lorazepan 2mg 1 comprimido à noite e Olanzapina 5mg 4 comprimido à noite. 1 - Identificar quais funções psíquicas está alterado e dizer os termos da semiologia psiquiátrica. Retração social/ termo: Alteração na função de afetividade/ Afastamento social. Atitudes de desanimo/ termo: Alteração na função do pensamento/ Hipomania. Alucinações/ termo: Alteração na função do senso de percepção/ Alucinações. Pensamentos desordenados/ termo: Alteração na forma de pensamento/ Pensamentos incarente. Mutismos/ termo: Alteração na função de linguagem/ Mutismo. Catatonia/ termo: Alteração na psicotricidade. Obseção por operações matemáticas/ termo: Alteração na função do pensamento obsessivos/ Pensamento obsessivo. Ouve vozes ameaçando-a/ termo: Alteração na função de senso-percepção/ Alucinação auditiva. 5 Ver imagens, vultos, pessoas más... / termo: Alteração na função de senso- percepção/ Alucinação visual. Falta de apatite/ termo: Alteração funcional do organismo/ Inapetência Via a se mesma no caixão e a morte de outras pessoas/ termo: Alteração na função de senso-percepção/ Despersonalização. 2 - Qual a classe farmacológico dos medicamentos utilizados pela paciente; Risperidona/ Haloperidol/ Lorazepam/ Olanzapina: Antepsicoticos atípicos; Cumarina/ + Troxerrutina: Antivaricosos; Fitoterápico loção para pernas e pés após o banho: Fitoterápicos. 3 - Qual tipo de esquizofrenia? Justifique a sua resposta. Catatonica. Por que a paciente posuia disturbios do movimento, multimos, falta de interação com as pessoas ao redor, recusava alimentos, movimentos corporais estranhos, alucinações, delírios, teve atividade motora diminuída, declínio na reação a estímulos externos, postura inadequada sendo assim sua integridade física além de mental encontrava-se ameaçada. Como não se alimentava, não fazia higiene pessoal e permanecia em mutismo foi necessária à internação. 4 - Quais os sintomas positivos e negativos desse caso, descreva-os? Sintomas positivos: - Alucinações; - Pensamentos desordenados; - Delírios - Disturbios do movimento. Sintomas negativos: - Redução de afeto; - Diminuiçao dos sentimentos de prazer na vida cotidiana; - Dificuldade de iniciar e manter atividades; - Redução na fala. 6 3. CASO CLÍNICO 1 GS, sexo feminino, 76 anos de idade, viúva há mais de 25 anos e mãe de 3 filhos independentes. Vive sozinha e é autónoma. Costureira de profissão reformou-se aos 65 anos de idade. No entanto, continua a trabalhar, fazendo arranjos numa loja de roupa. Sem antecedentes psiquiátricos conhecidos e sem história familiar psiquiátrica. Nega consumos etílicos, tabagista ou outras substâncias. Nega alergias alimentares ou medicamentosas. Como antecedentes orgânicos apresenta HAS, medicada com losartana 25mg 2x ao dia. Foi levada ao Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu - HAA pela filha, por se apresentar com períodos de agitação psicomotora, humor elevado, verborreia, ideação delirante de grandiosidade e insônia quase total com 4 semanas de evolução. A paciente começou por apresentar um aumento da sua atividade física, passando dias e noites a mudar a mobília de sua casa de sítio, lavando várias vezes os cortinados, subindo e descendo inúmeras vezes as escadas de sua casa, sem evidência de fadiga física ou necessidade de dormir. Também terá contratado pessoas para fazerem obras em sua casa, gastando segundo a família dinheiro desnecessariamente. Ia várias vezes por semana ao cabeleireiro, bem como comprou muita roupa nova. Uma semana antes da ida ao HAA, iniciou períodos de humor disfórico e heteroagressividade dirigida aos familiares. Na admissão no HAA apresentava-se agitada e inquieta, com contato desinibido. Evidenciava elação do humor, com verborreia, taquipsiquismo, pressão no discurso e ideação delirante de grandiosidade, não sendo evidente atividade alucinatória auditiva ou visual. Foi realizado descarte de patologia orgânica, tendo sido efetuado estudo analítico (hemograma completo, bioquímica com função renal, hepática, glicemia, ionograma, função tiroideia, doseamento de vitamina B12 e ácido fólico) e imagiológico (TC cerebral), onde não foi detectada qualquer alteração de relevo. A paciente não apresentava crítica para a sua condição mórbida, apesar disso aceitou ser internada voluntariamente (para estudo e compensação psicopatológica). Durante o internamento foi realizada avaliação neuropsicológica, que não demonstraram déficit cognitivo. Iniciou tratamento farmacológico com ácido valpróico 250mg e risperidona 1mg, com melhoria progressiva dos sintomas e retomando o nível de funcionalidade prévio. Teve alta com diagnóstico de Perturbação Bipolar tipo I, Episódio Maníaco, e iniciou seguimento regular em consulta externa. Realizou também RMN que não demonstrou nenhuma anomalia estrutural, bem como EEG que não apresentou atividade convulsiva. Por apresentar efeitos extrapiramidais, foi necessário reduzir a risperidona 7 para 0, 5mg/dia. Um mês depois, iniciou quadro de humor depressivo, lentificação psicomotora, apatia e abolia, apresentando delírios com ideias depreciativas. Progressivamente, foi ficando com deterioração franca do nível de funcionamento prévio, associado à anorexia com recusa alimentar, tendo sido novamente internada. Foramnovamente excluídas causas orgânicas. Foi medicada com ácido valpróico 250mg, risperidona 0.5mg e venlafaxina 75mg com melhoria progressiva dos sintomas. A paciente teve alta compensada com o diagnóstico de Episódio Depressivo Maior Grave, com Sintomas Psicóticos, e retomou o seu nível de funcionamento prévio. Encontrase em seguimento em consulta externa desde 2013, mantendo a mesma medicação e sem episódios posteriores de descompensação. Apresenta o mesmo nível de autonomia (continua a viver só, continua a costurar para loja de roupa). 1. Quais funções psíquicas demonstraram-se alteradas? Estado de excitação mental e atividade motora aumentadas/ Agitação psicomotora. Alteração efetiva/ Humor elevado. Fala compulsivamente e tem um discurso incoerente/ Verborreia; Ideação delirante de grandiosidade/ Delírios. Insônia/ Prasmagtizado. Aceleração do ritmo do pensamento ou do psiquismo geral/ Taquipsiquismo; O discurso pode estar acelerado (rapido), fala em grande quantidade é caratecrizado po pressão no discurso/ Logorréico. 2. Qual a classe farmacológica dos medicamentos utilizados no tratamento do transtorno da paciente? Losartana: Ante- hipertensivo da classe de bloqueadores de angiotensina II, Ácido valpróico: Anticonvulsivante e estabilizador do humor que age aumentando os níveis do GABA no cérebro. Risperidona: Antepsicoticos atípicos. Venlafaxina: Antidepressivos chamados inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalin. 3. Qual o possível diagnóstico da paciente? E quais características clínicas definem esse diagnóstico? Perturbação Bipolar tipo I, Episódio Maníaco. Caracterizam-se pela elevação do humor e humor deprimido. Primeiro um 8 período de humor elevado é conhecido como um ‘episódio maníaco’ e um período de humor deprimido é conhecido como um ‘episódio depressivo’. 4. ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE MENTAL (PRÁTICO) 4.1. CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA 4.1.1. ANAMNESE PSQUIÁTRICA 1. Identificação. 2. Queixa Principal. 3. História da Doença Atual. 4. Antecedentes - História Médica e Psiquiátrica. 5. Antecedentes - História Pessoal: a) História Pré-Natal / Nascimento. b) Infância - desenvolvimento. c) Adolescência. d) Idade Adulta. 6. Antecedentes - História Familiar 7. Personalidade Pré-Mórbida. 8. Exame Físico. 9. Exame Psiquiátrico. Atenção/Concentração; Orientação; Capacidade Intelectual/Inteligência; Juízo Crítico da Realidade/Insigth; Conduta/vontade/psicomotricidade; Linguagem; Pensamento (forma/curso/conteúdo); Senso-percepção; Afeto; Humor; Memória (recente/remota/imediata) 10. Evolução de Enfermagem 4.1.2 Exemplo de evolução/admissão: 18:30 Pct. Admitido nessa instituição consciente, orientado auto e desorientado alopsiquicamente, cooperativo, com presença de tiques, receptivo ao diálogo, com discurso taquilalia e ecolalia. Apresentando memória recente prejudicada e pensamento 9 de produção ilógico, curso rápido e conteúdo com presença de delírio persecutório. Atenção hipovigil, com afeto lábil e humor disfórico. Quanto à sensopercepção, alucinações audiovisuais e tátil presente. Capacidade intelectual/inteligência prejudicada. Insight/Juízo crítico alterado. Apresenta insônia e higiene precária. Aceitando dieta e medicações oferecidas. Eliminações fisiológicas presentes. Acd. Rafaela Rosa de Sousa de Enfermagem Estácio de Teresina. 4.2. CASO CLÍNICO 1 28/02/2022 – 18:30h. Paciente de iniciais J.M.M., mulher, 45 anos, branca, católica, servidora pública federal, divorciada há mais de 5 anos e residente no município de Teresina-PI, veio conduzida pelo SAMU até o Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu (HAA), após apresentar comportamento bizarro e heteroagressivo com alguns familiares, dizendo abceder ordens de um capitão do exército dos EUA, que estava ali para ajudar-lhe a combater seus inimigos. Acompanhada pela sua filha R.A.R., que relata ter observado nos últimos dias comportamento estranho da sua mãe como: falar sozinha (com tom e frequência da fala mais rápida do que de costume) reclamar de cheiro forte pela casa e de ver pessoas correndo pelos quartos gritando seu nome. Relata ainda, que sua mãe deixou de sair de casa, por medo de interagir com os familiares e vizinhos, pois acredita que os mesmos fazem parte de um complô para roubarem sua herança milionária deixada pelo seu ex-marido e que por ser muita rica, todos a invejavam e querem seu dinheiro. No trabalho, colegas chegaram a relatar que nas últimas semanas J.M.M. andava meio distraída e pouco se concentrava nas atividades, chegou a discutir com vários funcionários utilizando palavrões e frases obscenas. Não tem tomado banho ou se alimentado direito já algum tempo e na resolução de contas e pagamentos de algumas dívidas, tem apresentado dificuldades para somar e subtrair, repassando trocos e pagando até a mais do que era cobrado. Segundo sua filha, J.M.M., há 5 anos já havia passado por histórico de duas internações por forte depressão, após o término do seu relacionamento. Durante a infância e adolescência, sofreu maus-tratos do seu pai, que durante muitos anos teve problemas com álcool e cigarro. Já na vida adulta, demonstrou-se sempre ser uma mulher centrada em seu trabalho e com bom relacionamento interpessoal com todos, sendo uma das melhores funcionárias do seu setor e sempre se reunindo com amigos e familiares aos finais de semana para ir ao 10 shopping, viajar e frequentar academia e clubes de danças. Dona de uma personalidade firme, sempre foi vista como uma profissional eficiente, responsável e assídua em suas obrigações trabalhistas e como mãe, demonstrando-se interessada em acompanhar a rotina acadêmica e pessoal dos filhos. Possuindo boas condições financeiras, financiou junto com seu marido, sua primeira casa em um condomínio de alto padrão na zona leste da capital, ao qual tinha planos futuros de reformar e deixar a casa com o seu toque de organização. Já no HAA ao ser questionada sobre seu estado de saúde, começava a introduzir outros assuntos e nunca respondia as perguntas feitas pela equipe médica, assim como, em alguns momentos repetia por várias vezes algumas palavras ditas pelo médico e criar palavras inexistentes em nosso vocabulário. Quando expressava uma frase, esta apresentava-se sem associação lógica entre as palavras utilizadas, com mudanças bruscas de humor. Acreditava que todos ao seu redor faziam parte de uma grande encenação e que o consultório era um cenário de teatro, chegando a visualizar o estetoscópio do médico como uma serpente que queria lhe morder. Ao ser perguntada sobre seu nome, ano e local onde estava naquele momento, disse seu nome completo, porém, afirmou que estava em um teatro e que o ano era 1970. Em alguns momentos da consulta, J.M.M. falava de assuntos da sua infância, ao tempo em que não conseguia se lembrar de fatos que ocorreram nos últimos dias. Todas as suas ações e atitudes eram conduzidas pelos seus atuais pensamentos. CASO CLÍNICO 1 PLANO DE CUIDADOS DIAGNOSTICOS DE ENGERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM RESULTADOS ESPERADOS Comportamento bizarro e heteroagressivo (Risco de comportamento agressivo) - Medidas preventivas iniciadas e o seu impacto; - Promover conforto por meio de terapia por música; - Tranquilizar; - Ouvir sempre as tristezas e emoções; - Mobilizar o corpo em situação de crise. Nenhum comportamento agressivo Isolamento social (Autoestima comprometida) -Estimular a autoestima mediante a ludoterapia e da terapia de grupo; - Apoiar e elogiar a cliente com a sua imagem corporal; - Insentivar a psicoterapia em grupo. Autoestima melhorada. 11 4.3. CASO CLÍNICO 2 “Maria da Angola, 25 anos, natural de Oeiras, residente emTaboca do Pau Ferrado há 5 anos, durante a infância, brincava bastante com as demais crianças da rua e tinha bom relacionamento com os colegas, tanto no bairro quanto na escola. Sobre seu pai, pedreiro, diz que era ambicioso e batalhador; mais nervoso que a mãe, o que não chegava a provocar conflitos, fato confirmado pela irmã. Nunca esteve próximo da filha, pois saía cedo para trabalhar e só retornava no fim do dia, cansado e muitas vezes sem paciência para brincar com seus filhos pequenos. Diz ter sempre se considerado uma pessoa muito sincera, e diz ter passado por problemas devido a desprezo, fofocas e discussões: ”Nunca gostei de mentiras, por isso que sofro muito”. Aproximadamente aos 20 anos começa a apresentar características diferentes como destaca sua irmã: acreditava que todos os homens que a conheciam estavam apaixonados por ela, sempre se referia a eles com palavras de baixo calão, depreciativas, tentou matar-se 4 vezes decorrente de vozes audioverbais que mandavam que ela se matasse. Passou alguns meses triste, sem falar com as pessoas, imóvel, na mesma posição por dias. Aos 24 anos já passou por 3 internações psiquiátricas, insônia e sonhos vívidos de desastre, alucinações auditivas frequentes e sentimentos ambíguos em relação às pessoas objeto de suas alucinações. Lúcia apresentou-se à primeira consulta bem-vestida. Estava cooperativa, aparentava tristeza e desconfiança. Consciente, orientada no tempo, no espaço e autopsiquicamente. Humor deprimido. Inteligência normal”. 12 CASO CLÍNICO 2 PLANO DE CUIDADOS DIAGNOSTICOS DE ENGERMAGEM INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM RESULTADOS ESPERADOS Alucinações auditivas - Informar à família sobre a alucinação presente; - Mmonitorar o regime medicamentoso. Alucinação em nível diminuído Insônia atual - Ensinar técnica de relaxamento; -Informar sobre o regime medicamentoso. Padrão de sono melhorado Diminuição da autoestima (tristeza e desccconfiança) - Estimular a autoestima mediante a ludoterapia e da terapia de grupo; - Apoiar e elogiar a cliente com a sua imagem corporal. - Terapia em grupo e individual. Autoestima melhorada 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, José Miguel Caldas de. Política de saúde mental no Brasil: o que está em jogo nas mudanças em curso. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. e00129519, 2019. AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. SciELO-Editora FIOCRUZ, 2007 Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica [recurso eletrônico] / Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017. DE ARAÚJO, Danielle Fortunato; ALVES, Aline Fernandes. HOLOCAUSTO BRASILEIRO: uma resenha crítica. Psicologia e Saúde em debate, v. 5, n. Suppl. 2, p. 80-80, 2019. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. E-pub. Editado também como livro impresso em 2019. ISBN 978-85-8271-506-2 1. Psicopatologia. 2. Transtornos mentais. I. Título. VALENTIM, Olga; LARANJEIRA, Carlos; QUERIDO, Ana. Atividade Psicomotora e Comportamento Auto e Heteroagressivo. 2020. 1.1. HOLOCAUSTO BRASILEIRO: UMA RESENHA CRÍTICA 2. CASO CLÍNICO 3. CASO CLÍNICO 1 4. ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE MENTAL (PRÁTICO) 4.1. CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA 4.2. CASO CLÍNICO 1 4.3. CASO CLÍNICO 2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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