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Exame físico- Crânio, face e olhos •Crânio O exame físico da cabeça é realizado pela inspeção e palpação. O paciente deve ser examinado na posição sentada. -Inspeção Inspeciona-se a face registrando sua expressão facial e sua adequação ao comportamento a ao humor declarado. Investiga-se fácies, pele, cabelo e pêlos. -Crânio x Face A divisão ocorre a partir da linha que percorre a sobrancelha em direção a região inferior do osso occipital. Tamanho e forma: observa-se o tamanho e o formato. Normocefálico é o termo que denota um crânio simétrico, arredondado, numa proporção adequada em relação ao tamanho do corpo. Pode ser avaliado o tamanho do crânio pela medida do índice cefálico (IC). IC= diâmetro transversal/diâmetro longitudinal x 100. OBS: aumento de crânio pode indicar hidrocefalia ou doença de Paget óssea. Hipersensibilidade ou assimetria após trauma ou fechamento prematuro de sutura. •Macrocefalia É a condição em que a cabeça da criança tem um tamanho maior do que o considerado esperado para a sua idade. O mais comum é que a macrocefalia seja uma característica genética familiar, a chamada macrocefalia familiar benigna. No entanto, algumas vezes a macrocefalia pode ser sintoma de alguma doença, como: →Hidrocefalia, o acúmulo de líquidos na cabeça, que pode ser congênita, pós-traumática ou obstrutiva. →Tumores no cérebro; sangramento intracraniano; hematomas crônicos; Síndrome de Morquio; Síndrome de Hurler; Doença de Canavan. •Microcefalia A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo. A microcefalia normalmente é diagnosticada no início da vida e é resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento. Crianças com microcefalia tem problemas de desenvolvimento e pode ser causada por uma série de problemas genéticos o ambientais. →Malformações do sistema nervoso central →Diminuição do oxigênio para o cérebro fetal: algumas complicações na gravidez ou parto podem diminuir a oxigenação para o cérebro do bebê. →Exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos na gravidez →Desnutrição grave na gestação; fenilcetonúria materna; rubéola congênita na gravidez; infecção congênita por citomegalovírus →Doenças genéticas que causam microcefalia podem ser: síndrome de Down, síndrome de Cornelia de Lange, síndrome Cri du chat, síndrome de Rubinstein-Taybi, síndrome de Seckel, síndrome de Smith-Lemli-Opitz e síndrome de Edwards. →Zika vírus IC = 65 a 74,9; há um predomínio do diâmetro longitudinal: dolicocéfalo ou cabeça ovóide; comum na raça negra. IC = 75 a 79,9; há um predomínio dos diâmetros: mesocéfalo ou cabeça arredondada; frequente na raça branca. IC = 80 a 90; predomínio do diâmetro transverso: braquicéfalo ou cabeça achatada. No recém-nato, a cabeça predomina sobre o tronco, proporção esta que, progressivamente, se inverte com o desenvolvimento. Posição e movimentos: a posição normal da cabeça, em correspondência ao grande eixo da coluna, pode estar alterada em várias condições. O desvio da cabeça, por exemplo, é comum nos torcicolos (posição antálgica), nas síndromes vestibulares, nos estrabismos e nas deficiências de audição. Movimentos anormais da cabeça podem acompanhar os tiques, coréias ou pulsações cardíacas como na insuficiência aórtica (sinal de Musset). Palpação Couro cabeludo→ avalia-se o tamanho e o formato da cabeça. Com a mão espalmada, usando as polpas digitais a parte ventral dos dedos. As unhas devem estar limpas e curtas. Pela palpação percebem-se modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, depressões e saliência na calota óssea. O couro cabeludo deve ser palpado, portanto, em toda sua extensão à procura de nódulos (metástases, expressão de febre reumática). O crânio normalmente tem aspecto simétrico e liso. Os ossos cranianos que apresentam protusões normais são a fronte, a borda lateral dos ossos parietais, o occipital e o processo mastoide. OBS: o couro cabeludo é rico em glândulas sebáceas, e, por isso, podemos encontrar cistos sebáceos nessa região. Rubor e descamação, além dos sebáceos inflamados, podem indicar dermatite seborreica, psoríase; nervos pigmentados. Face Observe a expressão e contorno facial do paciente. Pesquise simetria, movimentos involuntários, edemas e massas. Inspeção - Assimetria: pode indicar paralisia facial (paralisia do VII par craniano); pode ser central: acomete apenas a parte inferior da hemiface (típica no AVC); ou pode ser periférica (Bell): acomete toda a hemiface. - Queda das sobrancelhas: comum na sífilis, hanseníase, hipotireoidismo (madarose). Alterações na cor podem indicar patologias importantes: Palidez (anemia) Cianose (DPOCs,cardiopatias congênitas) Icterícia (hepatopatias) Eritema malar (lúpus eritematoso- “asa de borboleta”.) I Olhos A maior parte do exame do aparelho visual é realizada através da inspeção, sendo a palpação de pouca utilidade. O exame clínico dos olhos analisa: Posição e Alimento Técnica: examinador de pé, em frente ao paciente inspeciona os olhos quanto à posição e alinhamento (comparar os 2 olhos). Alterações: exoftalmia- protusão do globo ocular (ex. tumores oculares e hipertireoidismo); enoftalmia- globo ocular afundado para dentro da órbita com diminuição da fenda palpebral (ex.desidratação). Sobrancelha Técnica: inspeção- observar a quantidade e distribuição dos pelos. Alterações: rarefação lateral (hipotireoidismo) Tricomegalia: diminuição no tamanho dos cílios Triquíase: os cílios não se afastam dos olhos, provocando irritação frequente. Poliose: alteração na coloração dos cílios Pálpebra Técnica: inspeção- observar posição das pálpebras em relação aos globos oculares. Alterações: edema, entropia, ectropia, equimose (mancha escura azulada devido à infiltração de sangue no tecido subcutâneo), ptose uni ou bilateral (Miastenia grave), fissuras palpebrais na síndrome de down. OBS: procurar por lesões e observar a coloração (ex. bordas palpebrais vermelhas e inflamadas na blefarite), além da adequação do fechamento palpebral (a inadequação predispõe a lesões na córnea). Ptose: consiste na queda da pálpebra superior. As causas incluem miastenia graves, lesão do nervo oculomotor e comprometimento da inervação simpática (síndrome de Horner). O enfraquecimento da musculatura, relaxamento tecidual e o peso da gordura herniada podem causar ptose senil. A ptose também pode ser congênita. Entrópio: Mais comum nos idosos, consiste na inversão da borda palpebral para dentro. Os cílios inferiores, que não costumam ser visíveis por estarem virados para dentro, irritam a conjuntiva e a parte inferior da córnea. O entrópio pouco evidente pode ser revelado quando se solicita ao paciente para fechar firmemente as pálpebras e depois abri-las. Ectrópio: a borda palpebral inferior fica voltada para fora, expondo a conjuntiva palpebral. Quando o ponto lacrimal da pálpebra inferior volta-se para fora, a drenagem da lágrima deixa de ser satisfatória, verificando-se lacrimejamento. Aparelho lacrimal Técnica: inspeção- verificar a região das glândulas e do saco lacrimal. Alterações: edema, lacrimejamento excessivo, ressecamento ocular. Conjuntiva e esclerótica Técnica: comprimir pálpebras inferiores com os polegares expondo conjuntiva e esclerótica. Deve-se pedir ao paciente para olhar para cima. Para melhor exposição (global) colocar indicador e polegar sob os ossos das sobrancelhas e da mandíbula e afastar as pálpebras. Alterações: esclera amarelada (devido à icterícia, por exemplo), dilatação dos vasos da conjuntiva, principalmente na periferia (conjuntivite), pterígeo. 6- Pupilas Técnica: inspeção. Observar: forma (arredondada ou levemente ovalada), localização (centrais),tamanho (importante comparar os 2 olhos) e os reflexos. Reflexos: realizado com o auxílio de uma lanterna. Fotomotor (contração pupilar à luz), consensual ( contração pupilar de um lado pela estimulação luminosa do outro olho), e de acomodação-convergência ( contração das pupilas e convergência dos globos oculares à medida que se aproxima do nariz um foco luminoso). Alterações: anisocoria- duas pupilas de tamanhos diferentes; pupila dilatada permanece fixa ao ser iluminada (devido a paralisia no nervo oculomotor). Miose: pupila contraída (paralisia do simpático). Ocorre bilateralmente na neurolues, coma urêmico, intoxicações alcoólicas, morfina e pilocarpina, sedação (fentanila, midozalan, propofol). Midríase: pupila dilatada (músculo dilatador se contrai ou há paralisia do esfíncter). Ocorre bilateralmente na atropinização, intoxicação anestésica, traumatismos craniocefálicos graves, meningoencefalites. •Anormalidades pupilares Paralisia do nervo oculomotor: a pupila dilatada permanece fixa com o reflexo foromotor e a reação de acomodação para objetos próximos. A ptose da pálpebra superior e desvio lateral do olho estão quase sempre presentes. Síndrome de Horner: causada pela interrupção da inervação simpática. É uma anisocoria onde a pupila afetada, embora pequena, reage à luz e ao esforço de focalização de objetos próximos. Ocorre ptose palpebral, às vezes associada a ausência de sudorese na testa ipsilateral. Na síndrome de Horner congênita, a íris envolvida tem uma cor mais clara de que a sua correspondente (heterocromia). Córnea e cristalino Técnica: inspeção com auxílio de lanterna. Incide-se diretamente sobre o lobo temporal, pesquisando a presença/ausência de uma sombra do lado medial da íris. Alteração: presença de sombra medial- ângulo estreitado (aumenta o risco para glaucoma), catarata, alo senil. Catarata: opacificação do cristalino visualizada através da pupila, mais comum em idosos. Pterígio: espessamento triangular da conjuntiva bulbar, que cresce lentamente por sobre a superfície mais externa da córnea, em geral a partir do lado nasal. Pode ocorrer eritema. O pterígio pode interferir na visão quando invade a pupila. Halo senil: fino arco ou círculo branco-acinzentado um pouco afastado da borda da córnea. Acompanha o envelhecimento normal, mas também é encontrado em jovens, em especial nos afro-americanos. O halo senil sugere uma possível hiperlipoproteinemia, quando observado nos jovens. Geralmente benigno. Tonometria É o método de medida da pressão intraocular, que é o mais importante para o diagnóstico e acompanhamento do glaucoma. -pressão intraocular aumentada: indicativo de glaucoma. -pressão intraocular aumentada: indicativo de desidratação
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