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IUS RESUMOS Introdução ao Direito Empresarial Organizado por: Samille Lima Alves IUS RESUMOS I. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................. 3 1. Evolução do direito comercial no mundo .................................................................................. 3 1.1 Das fases do direito comercial ................................................................................................. 3 1.2 Teorias aplicadas ao direito empresarial brasileiro .......................................................... 4 1.3 Características do Direito Empresarial no ordenamento brasileiro ........................... 6 1.4 Princípios do direito empresarial ............................................................................................ 7 2. Referências .......................................................................................................................................... 10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL [3] Nesse Ius Resumo iniciaremos o estudo do Direito Empresarial. Veremos as 3 (três) fases de evolução do direito comercial no mundo, as teorias aplicadas ao direito comercial brasileiro, quais sejam, a Teoria dos atos de comércio e a Teoria da empresa e suas particularidades. Além disso, algumas características do direito empresarial, como a questão das terminações direito comercial e direito empresarial e os princípios que norteiam esse ramo do direito. Espero que sua leitura seja proveitosa. Samille Lima Alves Equipe Ius Resumos --- ♠ --- I. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL 1. Evolução do direito comercial no mundo 1.1 Das fases do direito comercial O direito comercial tem evoluído ao longo dos séculos, e os estudiosos compreenderam esse período em três fases: Idade Média Fases de evolução do direito comercial no mundo 1ª Fase Ressurgimento do comércio e das cidades; As corporações de Ofício monopolizavam a atividade mercantil e cada uma ditava as regras no comércio (normas pseudossistematizadas); Surgimento da letra de câmbio, contratos mercantis, bancos, sociedades (ou comendas), liberdade no ato de contratar (afastada a solenidade, traço do direito romano); Caráter subjetivista – foco no sujeito da relação jurídico-comercial – as regras do direito comercial só se aplicavam aos membros das corporações (comerciantes) INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL IUS RESUMOS Idade Moderna2ª Fase Surgimento dos Estados Nacionais (o absolutismo); O Estado passa a ditar as normas, inclusive sobre direito comercial, e as Corporações de Ofício perdem o monopólio da jurisdição mercantil ; Código civil e o Código de comércio de Napoleão (1804 e 1808) inauguram o novo sistema jurídico estatal do direito comercial; Caráter objetivista – foco no objeto da relação jurídico-comercial – as regras do direito comercial se aplicavam aos atos comercio, delimitados por lei (Teoria dos atos do comércio); Divisão entre atos civis e atos comerciais - divisão do direito privado Século XX3ª Fase Inaugurada com o Código Civil Italiano em 1942; Adoção da Teoria da Empresa – adoção do critério da empresarialidade para definir a incidência do direito comercial; Unificação formal do direito privado – normas civis e comerciais em um mesmo diploma legislativo, porém, como ramos autônomos; O direito comercial não se atém ao sujeito ou ao objeto, mas sim com a forma de exercício da atividade econômica, com a forma empresarial 1.2 Teorias aplicadas ao direito empresarial brasileiro Por muitos anos, o direito comercial ou empresarial brasileiro foi regido pela Teoria dos Atos de Comércio. Sobre essa teoria é importante saber: Teoria dos Atos do Comércio (Sistema Francês) Teoria centrada no conceito de comerciante Originada na França, pelo Código Mercantil napoleônico (1808) É aquele que pratica atos de comércio com habitualidade e profissionalidade Atividades econômicas foram agrupadas em dois grandes grupos... Civis ou Comerciais A partir dessa distinção verifica-se a aplicação ou não da legislação comercial Os atos de comércio estavam listados na legislação Regulavam o campo de incidência do direito comercial - Regulamento 737 de 1850 INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL [5] Regeu o direito comercial/empresarial brasileiro até 2002, com a promulgação do novo Código Civil Influenciou o Código Comercial brasileiro de 1850 Sobre essa teoria, é importante destacar: A codificação napoleônica operou a objetivação do direito comercial, pois passou a ser definido pelo objeto (atos de comércio) e bipartiu o direito privado (civil e comercial) Importante! Com a vigência do Código Civil de 2002, adotou-se a Teoria da Empresa, que assim se caracteriza: Teoria da Empresa (Sistema Italiano) Limitação do conceito de atividade empresarial Originada na Itália, pelo jurista Alberto Asquini (1942) Excluídas as profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística Excluída desde que exercidas pessoalmente – se explorada por terceiros será empresarialCaracterização dos atos empresariais É empresarial a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços Atividade empresarial Será empresário aquele que exercer profissionalmente esta atividade Empresário Fundamentado na Teoria da empresa, segundo Ricardo Negrão (2014), serão empresariais as atividades que tenham as seguintes características: Economicidade Criação ou circulação de riquezas e de bens ou serviços patrimonialmente valoráveis Características das atividades empresariais Organização Profissionalidade Compreende tanto o trabalho, a tecnologia, os insumos e o capital, próprios ou alheios Refere-se à atividade não ocasional e à assunção em nome próprio dos riscos da empresa IUS RESUMOS A empresa pode ainda ser estudada com base nos 4 (quatro) perfis ou aspectos de Alberto Asquini: Perfil subjetivo Perfil objetivo Perfil funcional Perfil corporativo ou institucional Pessoa que exerce a empresa Coisas utilizadas no exercício da atividade empresarial Dinâmica ou atividade empresarial Colaboradores da empresa Pessoa física ou jurídica (sociedades empresárias) Teoria do Estabelecimento Empresarial Complexo de atos que compõem a vida empresarial Pessoas que somam esforços com o empresário Nos próximos resumos prosseguiremos o estudo de cada um dos perfis da empresa. 1.3 Características do Direito Empresarial no ordenamento brasileiro Sobre a disciplina do direito empresarial no Brasil, é necessário destacar: Direito comercial é a designação tradicional desse ramo do direito, que engloba não apenas atividades comerciais, e, por isso, passou a ser chamado de Direito Empresarial (nomenclatura muito utilizada atualmente) Direito Comercial ou Empresarial? Autonomia do Direito Empresarial Mesmo regulamentado no Código Civil, o direito empresarial se constitui em ramo autônomo do direito; Previsto no art. 22, I da CF/88, foi citado separadamente do direito civil; Possuir regras, princípios e institutos jurídicos próprios; Disciplina própria nos cursos de graduação em direito; Parte do Código Comercial de 1850 permanece vigenteINTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL [7] É o direito da empresa, isto é, o regime jurídico especial de direito privado que disciplina o exercício de atividade econômica organizada Conceito 1.4 Princípios do direito empresarial Princípios são regras fundamentais e no direito empresarial eles são classificados de acordo com 3 (três) critérios: hierarquia, abrangência ou positivação. Constitucionais Hierarquia Positivação Legais Previstos na Constituição Previstos em lei Explícitos Implícitos Princípios previstos em norma escrita Princípios não previstos em norma escrita Abrangência Gerais Especiais Todas as relações regidas pelo direito empresarial Relações específicas do direito empresarial São princípios direito empresarial: Princípios do Direito Empresarial Liberdade de iniciativa Princípio constitucional (art. 170 da CF/88), geral e explícito; É inerente ao modo de produção capitalista, em que os bens ou serviços de que necessitam ou querem as pessoas são fornecidos quase que exclusivamente por empresas privadas (Fábio Ulhoa); É um freio à intervenção estatal (não interferência na economia) e à determinadas práticas empresariais (garantia de concorrência lícita entre empresários, não impedimento do ingresso de outros empresários no mercado); IUS RESUMOS Livre concorrência Princípio constitucional (art. 170, IV da CF/88), geral e explícito; A liberdade de concorrência é que garante o fornecimento, ao mercado, de produtos ou serviços com qualidade crescente e preços decrescentes (Fábio Ulhoa); Inibição da concorrência ilícita (infrações de ordem econômica) e da concorrência desleal (lesão a interesses de empresários); Limitação de revisão dos contratos entre empresários; Na competição empresarial, os empresários são premiados (lucro) ou penalizados (prejuízo); Função social da empresa Princípio constitucional (art. 5º, XXIII, 170, III da CF/88), geral e implícito; A propriedade dos bens de produção deve cumprir a função social, no sentido de não se concentrarem, apenas na titularidade dos empresários, todos os interesses juridicamente protegidos que os circundam; A empresa cumpre a função social ao gerar empregos, tributos e riqueza, contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural da região em que atua, ao adotar práticas empresariais sustentáveis visando à proteção do meio ambiente e ao respeitar os direitos dos consumidores, desde que com estrita obediência às leis a que se encontra sujeita (Fábio Ulhoa) Função social da empresa Princípio constitucional (art. 5º, XXIII, 170, III da CF/88), geral e implícito; A propriedade dos bens de produção deve cumprir a função social, no sentido de não se concentrarem, apenas na titularidade dos empresários, todos os interesses juridicamente protegidos que os circundam; A empresa cumpre a função social ao gerar empregos, tributos e riqueza, contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural da região em que atua, ao adotar práticas empresariais sustentáveis visando à proteção do meio ambiente e ao respeitar os direitos dos consumidores, desde que com estrita obediência às leis a que se encontra sujeita (Fábio Ulhoa) INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL [9] Preservação da empresa Princípio legal, geral e implícito; Visa a proteção da atividade econômica, da empresa, como objeto de direito cuja existência e desenvolvimento interessam não somente ao empresário, aos sócios, mas a um conjunto bem maior de sujeitos Princípio formulado pela jurisprudência e doutrina - resolução da sociedade em relação a um sócio (art. 1.028/ CC), desconsideração da personalidade jurídica (art. 50/CC; art. 28/ CDC) e recuperação judicial (Lei 11.101/2005) Outros princípios empresariais Existem muitos outros princípios do direito empresarial, como: liberdade de associação (art. 5, XVII e XX, CF); autonomia patrimonial da sociedade empresária, subsidiariedade da responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, da autonomia da vontade, entre outros. Até o próximo IUS RESUMO! Veja esse e outros resumos esquematizados de direito Acesse www.iusresumos.com.br Siga-nos também nas redes sociais. --- ♠ --- IUS RESUMOS 2. Referências COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito da empresa. 18. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2014. NEGRÃO, Ricardo. Direito Empresarial: estudo unificado. 5. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2014. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 4. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Método, 2014.
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