Buscar

Resenha crítica dissertação: Memórias de homossexuais em suas práticas escolares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Memórias de homossexuais em suas práticas escolares
Raissa Nunes Pinto[2: Graduanda no curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Paranaíba. Pesquisadora iniciante em Literatura Infantil, monitora na disciplina de Leitura e Produção de Texto I.Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX) e Programa Institucional de Assistência Estudantil (PIAE); integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da Educação Brasileira (GEPHEB) desde 2015. Endereço para acesso do currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0040806619684956.]
SILVA, Fernando Guimarães Oliveira da. Vozes (dês)veladas... Memórias de homossexuais sobre práticas escolares. 2015. 143 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Paranaíba, Paranaíba. 2015. Orientador: Prof. Dr. José Antonio de Souza.
Fernando Guimarães Oliveira da Silva é doutorando em educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Especialista em Gestão Pública Municipal pela mesma instituição. Licenciado em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS/CPTL). Bacharel em Serviço Social pelas Faculdades Integradas de Três Lagoas/MS - AEMS. Professor das Faculdades Integradas de Três Lagoas/MS - AEMS, Coordenador do CRAS na Prefeitura Municipal de Ilha Solteira/SP e realiza estudos sobre os seguintes temas: Identidade, diversidade sexual e SUAS. Integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual - NUDISEX da UEM.
Em sua dissertação de mestrado ele nos traz a conclusão de sua pesquisa, sobre a vida escolar dos homossexuais em ????, a dissertação foi dividida em: Introdução, três capítulos, conclusão, referencias e apêndice. Ele decidiu dividir seus capítulos em sub - capítulos, deixando assim de forma mais clara e dividida, acreditando ser a melhor forma para o leitor entender. Capitulo um foi dividido em cinco sub - capítulos, o capitulo dois foi dividido em cinco e o três em três sub – capítulos.
Decidi por resenhar a pesquisa por partes, pois acredito que assim ficara melhor para se entender o que o autor tenta passar e concluir com seus estudos. Na introdução Silva, traz um pouco do que será discutido no percorrer de sua dissertação, ele descreve quais são os objetivos gerais e específicos e sua metodologia.
Ele teve por objetivo geral descrever contextos discursivos que contribuíram para compreender o atendimento educacional a homossexualidade a partir das memórias dos homossexuais selecionados no grupo do facebook.
Os objetivos específicos foram: revelar as memórias dos sujeitos selecionados, em suas vivencias no ambiente escolar; saber o que eles pensam e sentem sobre a violência que sofreram dentro da escola; verificar se as políticas de combate a discriminação vem sendo trabalhada de forma certa, e se esta havendo uma eficácia na forma de conscientização dos alunos; contribuição da expansão do pensamento para combate do preconceito à homossexualidade. A metodologia empregada pelo autor foi a de análise do discurso.
No primeiro capítulo ele tenta esclarecer a definição de heteronormatividade, ele cita também que como a grande maioria nas escolas são de heterossexuais as instituições garantem uma maior sociabilidade desses sujeitos dentro das instituições. Segundo Silva (2015 p. 21) “Nesse quadro preconceituoso em que as práticas acontecem, subtende-se que há uma inviabilidade de ações educativas com o tema da diversidade sexual, posto que questiona os modelos que alinham performance e gênero”.[3: Heteronormatividade (do grego hetero, "diferente", e norma, "esquadro" em latim) é um termo usado para descrever situações nas quais orientações sexuais diferentes da heterossexual são marginalizadas, ignoradas ou perseguidas por práticas sociais, crenças ou políticas.]
Existe uma dificuldade da inclusão dos homossexuais na escola, pois as maiorias das atividades escolares são voltadas para o “mundo” heterossexual, suas orientações, explicações, desejo, etc. A escola como um campo da sociedade, também exclui e pratica preconceitos contra os sujeitos integrantes dela, a escola de certa forma determina como o sujeito deve ser, deve se comportar. A escola como toda a sociedade exclui os homossexuais, pois eles não fazem parte da maioria considerada “normal” que freqüenta esse ambiente.
Como citado à cima, a escola como na sociedade exclui sua minoria, dando visibilidade a maioria, sem se lembrar que essa minoria necessita de atenção e espaço. A escola com suas várias disciplinas moldam o sujeito, deixando – o ideal para a sociedade, tornando assim a minoria que não se encaixa e não se modifica excluída. 
Não apenas na escola, mas em casa o homossexual também sofre grande repressão pelos pais que por vezes, são orientados pela mídia ou pela religião, que tem aquelas visões excludentes, acreditando que ser homossexual é uma opção, ou que por vezes os jovens se “tornam” homossexuais para afrontarem os pais e familiares. 
Desde os anos de 1980 o movimento LGBT tem ganhado força, principalmente pela luta de conscientização da AIDS, desde essa época o movimento tenta combater a doença e esclarecer a população, as formas de prevenção da mesma. A partir da década de 90 fizeram necessário se unir a partidos políticos e assim garantirem seus direitos, direitos esses que eles tanto lutaram, e quase não conseguiram nada, pois tivemos poucas reivindicações que viraram leis.[4: Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis][5: Síndrome da Imuno - deficiência humana]
Entre a formação docente, a luta para diminuição do preconceito dentro das salas de aulas, foi possível perceber que os professores que estão sempre em formação, freqüentando cursos, esses encontram maior facilidade, para conversar sobre homossexualidade dentro de suas aulas, mas os professores que não buscam ou conseguem nenhum tipo de cursode continuação dos estudos, contando apenas com sua formação acadêmica, não sabe como lidar nesses casos, optando na grande maioria das vezes por deixar passar qualquer evento de preconceito, sofrido pelo homossexual na sua presença.
As pesquisas acadêmicas sobre diversidade ainda são recentes, e entre os anos de 2007 e 2014, fazendo busca online nos bancos IBICT e Domínio Público foi possível encontrar apenas 21 trabalhos acadêmicos que tratam do assunto, mostrando que além de recente, temos relativamente um número baixo de pesquisas concluídas na área.[6: Instituto Brasileiro de ciências e tecnologia]
Segundo o autor o segundo capítulo trata:
[...] da análise das condições de produção dos discursos e idéias que se fortalecem para explicar, pejorativamente, a homossexualidade; discursos influenciados pelas condições históricas e sociais que determinam a enunciação dos sujeitos que por sua vez, têm suas identidades constituídas dessa interação com o “Outro” que se desloca num processo de “interdiscurso”.
(apud: ORLANDI 2012)
O homossexual sofre preconceitos desde boa parte da história, na Grécia era um assunto não bem visto, enquanto na Roma era um assunto tratado normalmente, como sabemos da “fama” do imperador Julio Cezar, ouvimos muito nas aulas de história a seguinte frase: Julio Cezar era o homem de muitas mulheres, e a mulher de muitos homens.
Na história a religião abomina o homossexualismo, citando partes da Bíblia, como algo indiscutível e verdadeiro, sendo assim não podemos ignorar a história, que apunhala a minoria sexual, e como visto no próprio livro sagrado as prostitutas, mas isso não é um assunto para se aprofundar aqui.
Dessa forma podemos ver, que com o mundo tecnológico essa minoria conseguiu se juntar, conseguindo assim encontrar pessoas que se identificam, com isso essas pessoas não se sentem sozinhas no mundo, ficando mais fácil enfrentar os preconceitos e agressões por vezes sofridas. Pelo grupo gay Facebook Brasil eles conseguem se comunicar, marcar eventos, nacionais,locais e regionais.
O discurso de defesa dos homossexuais, tem tomado cada vez mais força, mas com isso podemos ver o aumento do ódio das pessoas, basta ligar o noticiário e nos deparamos com mortes violentas de seres humanos, por motivos de orientação sexual.
No capitulo quatro Silva traz as memórias desses homossexuais, como foram seus períodos da escola, fazendo análise desses discursos foi possível notar que a maioria dos sujeitos ouvidos não conseguiram chegar ao ensino superior, e não encontraram nenhum apoio na escola.
Sofriam frequentemente violência verbal, e as vezes violência física, e não era tomado atitude nenhuma por parte da escola, eles não tinham apoio do corpo docente, e nem esclarecimento algum, esclarecimento esse que não foi feito a eles e nem aos outros alunos, tentando assim diminuir a violência e tentar implantar o mínimo de respeito entre os alunos.
Não se sentir parte de um ambiente só faz com que o sujeito se afaste, acreditando assim por vezes que não é capaz de realizar certas tarefas, ou que ser diferente não é bom. Gosto de ressaltar que todos somos diferentes, não somos iguais e a escola como ambiente de interação deve ensinar os alunos a respeitar as diferenças do outro, enxergar o outro como ser humano capaz de realizar atividades tanto como qualquer outro ser humano.
A importância da formação continuada para professores é de extrema importância nesses casos, pois assim se torna mais fácil, a solução de problemas preconceituosos e intoleráveis na escola ou em qualquer outro ambiente, o mesmo saberá como lidar de forma correta e apaziguadora, esclarecendo da melhor forma seus alunos sobre o assunto homossexualidade.
Silva conclui seu trabalho descrevendo que: 
É necessário investir também em práticas pedagógicas que contribuam para que os profissionais compreendam os sujeitos homossexuais que se expressam na escola, visto que, a maneira como a escola se configura em padrões heteronormativos e, sobretudo, os valores e enunciado neles implícitos, não oferece condições propícias para que estes estudantes se sintam acolhidos em expressar sua homossexualidade. 
(SILVA, p.132)
Sendo assim esses sujeitos necessitam de atenção, pois eles existem e se encontram dentro do ambiente escolar, agora eles precisam estar dentro dos ambientes acadêmicos, para que além de serem objetos de pesquisas, se tornem também pesquisadores. Os homossexuais lutam todos os dias, e essa luta precisa ser válida, precisamos olhar para as minorias, pois elas existem, e devemos como estudante universitários e futuros pedagogos, professores da educação infantil, levar esse assunto para dentro da sala de aula, mostrando assim que precisamos respeitar e amar as “diferenças”.
A dissertação que acabou de ser resenhada é excelente, mostra como é a vida dos homossexuais dentro da escola, e como essa causa impacto nos futuros dos mesmos. Eu indicaria a mesma para pessoas que se interessam pelo tema, acadêmicos que fazem pesquisas na área, ela é ótima para ser utilizada em futuras pesquisas, seja para Iniciação Cientifica, trabalho de conclusão de curso, dissertação de mestrado, tese de doutorado.
Com escrita clara, e bem feita, é de fácil entendimento, com definição dos termos desconhecidos. Ideal para quem está iniciando na área de pesquisa. Com poucas páginas, apenas 143, sendo possível uma leitura prazerosa e ágil, seguindo o sumário é fácil encontrar o material necessário que deseja ser pesquisado ou lido.

Outros materiais