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Prof. Guido Cavalcanti • O direito real de hipoteca foi, segundo os doutores, o último dos direitos reais de garantia a surgir. •Primeiro, criou-se a alienação fiduciária em garantia, que trazia como desvantagem o fato de o devedor perder tanto a propriedade quanto a posse direta do bem oferecido em caução. O direito real de hipoteca foi, segundo os doutores, o último dos direitos reais de garantia a se a alienação fiduciária em garantia, que trazia como desvantagem o fato de o devedor perder tanto a propriedade quanto a posse direta do bem oferecido em caução. • 0 penhor, segundo a surgir, tinha a desvantagem de perder o devedor a posse do bem, mantendo, todavia, seu domínio. •A hipoteca, por sua vez, veio a superar ambas as desvantagens. O devedor oferecia um bem em garantia, não lhe perdendo nem a posse nem a propriedade 0 penhor, segundo a surgir, tinha a desvantagem de perder o devedor a posse do bem, mantendo, A hipoteca, por sua vez, veio a superar ambas as desvantagens. O devedor oferecia um bem em garantia, não lhe perdendo nem a posse nem a •É lógico que, por ser tão vantajosa para o devedor, a hipoteca recaía, habitualmente, sobre bens de difícil, para não dizer, de impossível destruição, deterioração ou mesmo desfazimento. É lógico que, por ser tão vantajosa para o devedor, a hipoteca recaía, habitualmente, sobre bens de difícil, para não dizer, de impossível destruição, deterioração ou mesmo desfazimento. •Em outras palavras, os bens hipotecados eram aqueles dos quais o devedor não pudesse desfazer-se facilmente, uma vez que lhes mantinha tanto a posse quanto a propriedade. Em outras palavras, os bens hipotecados eram aqueles dos quais o devedor não pudesse se facilmente, uma vez que lhes mantinha tanto a posse quanto a propriedade. •Daí recair a hipoteca quase sempre sobre imóveis. •E assim é até hoje; o que não significa, porém, que a hipoteca seja instituto exclusivo dos bens imóveis, haja vista que navios e aviões, bens móveis por natureza, são hipotecáveis, em nossa sistemática. Daí recair a hipoteca quase sempre sobre E assim é até hoje; o que não significa, porém, que a hipoteca seja instituto exclusivo dos bens imóveis, haja vista que navios e aviões, bens móveis por natureza, são hipotecáveis, em nossa •Definição - Introduzida a questão, pode definir hipoteca como a modalidade de garantia real que confere ao credor direito real sobre bem, em regra imóvel, do devedor, o qual permanece em sua posse e domínio. Introduzida a questão, pode definir-se hipoteca como a modalidade de garantia real que confere ao credor direito real sobre bem, em regra imóvel, do devedor, o qual permanece em sua •Objetivo — O objeto da hipoteca é, como regra, bem imóvel, no comércio. Em outras palavras, deve ser passível de alienação por quem o oferece em garantia. O objeto da hipoteca é, como regra, bem imóvel, no comércio. Em outras palavras, deve ser passível de alienação por quem o •O tráfego negociai, todavia, determinou a necessidade de que alguns bens móveis pudessem ser objeto de hipoteca, sem, contudo perder sua natureza móvel.39 É o caso dos navios e aviões O tráfego negociai, todavia, determinou a necessidade de que alguns bens móveis pudessem ser objeto de hipoteca, sem, contudo perder sua natureza móvel.39 É o caso dos •Na verdade, as minas se sujeitam a regime especial. As jazidas minerais são propriedade distinta do solo, pertencentes à União. •O dono do solo tem apenas o direito preferencial de explorá-las. Concedido pelo Governo o direito de exploração, seu titular poderá hipotecar as instalações fixas da mina. •A concessão governamental poderá ser objeto de hipoteca, desde que seja averbada no Livro de Registro de Concessão da Lavra Na verdade, as minas se sujeitam a regime especial. As jazidas minerais são propriedade distinta do solo, O dono do solo tem apenas o direito preferencial de las. Concedido pelo Governo o direito de exploração, seu titular poderá hipotecar as instalações A concessão governamental poderá ser objeto de hipoteca, desde que seja averbada no Livro de Registro de Concessão da Lavra •Mais atrás, estudamos o usufruto, vendo que se trata do direito de usar coisa alheia, gratuitamente, por certo tempo. •Ao usufrutuário pertence o chamado domínio útil e ao proprietário, o domínio direto. •Tanto um quanto outro, ou seja, tanto o domínio útil quanto o direto podem ser hipotecados. Mais atrás, estudamos o usufruto, vendo que se trata do direito de usar coisa alheia, gratuitamente, por certo tempo. Ao usufrutuário pertence o chamado domínio útil e ao proprietário, o domínio direto. Tanto um quanto outro, ou seja, tanto o domínio útil quanto o direto podem ser hipotecados. •São, por fim, objeto de hipoteca as estradas de ferro, seja toda sua extensão ou apenas um ou outro trecho. •O registro da hipoteca no Cartório de Imóveis, nesse caso, se fará no município sede da estação inicial. São, por fim, objeto de hipoteca as estradas de ferro, seja toda sua extensão ou apenas um ou O registro da hipoteca no Cartório de Imóveis, nesse caso, se fará no município sede da estação •Subjetivo — Só o dono ou o titular do direito pode hipotecar. Mas não basta ser dono. Além disso, é necessário o poder genérico para a alienação de seus próprios bens e a capacidade de fato. •Assim, somente o dono, capaz, que possa alienar seus bens, poderá dá-los em hipoteca. O falido, por exemplo, não pode. Só o dono ou o titular do direito pode hipotecar. Mas não basta ser dono. Além disso, é necessário o poder genérico para a alienação de seus próprios bens e a capacidade de fato. Assim, somente o dono, capaz, que possa alienar los em hipoteca. O falido, •Ademais do falido, as pessoas casadas não poderão hipotecar seus bens sem a autorização de seu cônjuge, a não ser que o regime de bens do casamento seja o da separação absoluta. •Esta autorização é absolutamente necessária em todos os outros três regimes, quais sejam, o da comunhão universal, o da comunhão parcial de bens e o da participação final nos aqüestos Ademais do falido, as pessoas casadas não poderão hipotecar seus bens sem a autorização de seu cônjuge, a não ser que o regime de bens do casamento seja o da separação absoluta. Esta autorização é absolutamente necessária em todos os outros três regimes, quais sejam, o da comunhão universal, o da comunhão parcial de bens e o da participação final nos aqüestos •Os condôminos de coisa indivisa só poderão hipotecá-la em seu todo com a autorização dos demais. •Os incapazes, seja relativamente ou absolutamente, bem como os concordatários não poderão hipotecar seus bens, a não ser com autorização judicial, ouvido o Ministério Público. Os condôminos de coisa indivisa só poderão la em seu todo com a autorização dos Os incapazes, seja relativamente ou absolutamente, bem como os concordatários não poderão hipotecar seus bens, a não ser com autorização judicial, ouvido o Ministério Público. •Formal — A hipoteca será fruto de contrato entre credor e devedor ou emanará da Lei. •Seja qual for o caso, haverá um documento em que se consubstanciará. •Este documento é o título em que a hipoteca será especializada. A hipoteca será fruto de contrato entre credor e devedor ou emanará da Lei. Seja qual for o caso, haverá um documento em que se consubstanciará. Este documento é o título em que a hipoteca será •Especializar a hipoteca é especificar, em todos os detalhes possíveis, o bem que se está hipotecando e a dívida que se está garantindo pela hipoteca Especializar a hipoteca é especificar, em todos os detalhespossíveis, o bem que se está hipotecando e a dívida que se está garantindo • Não se admite, atualmente, em nosso Direito, a chamada hipoteca geral. •Toda hipoteca tem que ser especializada para que se determine o bem, destacado do resto do patrimônio do devedor, assim como a dívida que se deseja garantir. Não se admite, atualmente, em nosso Direito, a chamada hipoteca geral. Toda hipoteca tem que ser especializada para que se determine o bem, destacado do resto do patrimônio do devedor, assim como a dívida que • •Especializada a hipoteca, será ela levada ao Registro Imobiliário, à Capitania dos Portos ou ao DAC - Departamento de Aviação Civil •O registro é o momento culminante da hipoteca. É o momento em que se constituiu enquanto direito real, oponível erga omnes. É o registro que lhe confere publicidade, tornando exigível de todos Especializada a hipoteca, será ela levada ao Registro Imobiliário, à Capitania dos Portos ou ao Departamento de Aviação Civil O registro é o momento culminante da hipoteca. É o momento em que se constituiu enquanto direito real, oponível erga omnes. É o registro que lhe confere publicidade, tornando-a direito real, •Quanto ao devedor - O devedor terá limitados seus direitos sobre o bem hipotecado. •Não poderá, por exemplo, constituir outro direito real sobre o mesmo bem, em desrespeito à hipoteca. •Poderá, todavia, constituir segunda hipoteca sobre o bem já hipotecado, em favor do mesmo ou de outro credor, desde que o valor do bem seja suficiente para cobrir a primeira hipoteca. 0 segundo credor hipotecário terá que se contentar com as sobras. O devedor terá limitados seus direitos sobre o bem hipotecado. Não poderá, por exemplo, constituir outro direito real sobre o mesmo bem, em desrespeito à hipoteca. Poderá, todavia, constituir segunda hipoteca sobre o bem já hipotecado, em favor do mesmo ou de outro desde que o valor do bem seja suficiente para cobrir a primeira hipoteca. 0 segundo credor hipotecário terá que se contentar com as sobras. •Não está o devedor impedido de vender o bem gravado de hipoteca. •0 credor hipotecário fica protegido. Não nos esqueçamos de que a hipoteca é direito real, oponível erga omnes. •Dessa forma, se o devedor vender o bem e não pagar a dívida, o credor poderá excutir a hipoteca nas mãos do adquirente. •Isso se deve à publicidade que a inscrição confere ao direito real. Em outras palavras, o adquirente do bem gravado não poderá alegar que desconhecia o gravame. Não está o devedor impedido de vender o bem gravado de 0 credor hipotecário fica protegido. Não nos esqueçamos de que a hipoteca é direito real, oponível erga omnes. Dessa forma, se o devedor vender o bem e não pagar a dívida, o credor poderá excutir a hipoteca nas mãos do adquirente. Isso se deve à publicidade que a inscrição confere ao direito real. Em outras palavras, o adquirente do bem gravado não poderá alegar que desconhecia o gravame. •O Código Civil proíbe cláusula que proíba o devedor de alienar o bem hipotecado. O que pode prever o contrato é o vencimento antecipado da dívida, se ocorrer a alienação. •O devedor não perde a posse do bem, como no penhor. Aliás, este é o traço que, historicamente, diferenciou penhor de hipoteca. O Código Civil proíbe cláusula que proíba o devedor de alienar o bem hipotecado. O que pode prever o contrato é o vencimento antecipado da dívida, se ocorrer a alienação. O devedor não perde a posse do bem, como no penhor. Aliás, este é o traço que, historicamente, diferenciou penhor de hipoteca.
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