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Aula 06 Efeitos da Posse Justamente por não ser uma simples detenção, a posse em si gera diversos efeitos. Esses serão objeto da aula de hoje. A posse em regra gera: a) Proteção Possessória, abrangendo a autodefesa e a invocação dos interditos b) Percepção dos frutos c) Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa d) Indenização pelas benfeitorias e o direito de retenção e) Usucapião A proteção da posse se dá de dois modos: a) legítima defesa e pelo b) Desforço Imediato (autotutela, autodefesa ou defesa direta) As ações tipicamente possessórias são (manutenção, reintegração e interdito proibitório) que em gênero são chamados de interditos possessórios. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. A legítima defesa não se confunde com o desforço imediato. Este ocorre quando o possuidor, já tendo perdido a posse (esbulho), consegue reagir, em seguida, e retomar a coisa. A primeira somente tem lugar enquanto a turbação perdurar, estando o possuidor na posse da coisa. O deforço não é no momento, mas no calor dos acontecimentos. Sempre observar o requisito que essa defesa seja feito “logo”. Imediatamente após a agressão, sob risco de exercício arbitário das próprias razões. Legitimidade ativa e passiva Exige-se a condição de possuidor. Como já foi dito, possui legitimidade possuidores diretos e indiretos. A legitimidade passiva nas ações possessórias é do autor da ameaça, turbação ou esbulho, assim como do terceiro que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era. Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Contra o terceiro que recebeu a coisa de boa-fé não cabe ação de reintegração de posse, mas sim ação petitória. A ação pode ser proposta tanto contra o autor do ato, como contra quem ordenou ou contra ambos. O herdeiro também é legitimado passsivo porque continua de direito a posse de seu antecessor. Já o a título singular, somente se escolheu continuar a posse anterior. A ação possessória pode ser cumulada com ação de indenização pelos danos sofridos. São pedidos que se complementam e mesmo se o objeto já tiver sido perdido, a indenização pode seguir tranquilamente. Da fungibilidade dos interditos O princípio da fungibilidade está regulado no art. 920 do Código de Processo Civil. Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados. É o caso de alguém pedir uma manuntenção, quando na verdade é uma reintegração ou talvez a própria situação mudou durante o transcorrer da ação. Mesmo com pedido diferente, o fundamento é mesmo: ofensa à posse. Em rigor, pode-se falar em apenas uma ação possessória, mas com diferentes circunstâncias. Isso acaba sendo uma exceção à regra que proíbe o julgamento extra petita, pois o pedido do autor foi a manuntenção, e o juiz concede, p.ex., a reintegração. O 921 afirma: Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. Caráter dúplice das ações possessórias Na relação processual clássica, é o autor que em regra formula o pedido e o réu que se opõe a tal pedido. Todavia, em alguns casos, inexiste essa predeterminação. A situação jurídica se apresenta de tal modo que qualquer dos sujeitos pode ajuizar a ação contra o outro. É o exemplo também da ação demarcatória e de divisão, pois não há rigorosamente autores e réus, pois cada um deles tem direito de tomar a iniciativa. Isso tem como consequencia que, independente de pedido de reconvenção, o juiz possa conferir proteção possessória a quem demonstrar ser o legítimo possuidor. Por isso, seria inútil o pedido de reconvenção nessa espécie de ação. Diferença entre juízo possessória e juízo petitório. A exceção de domínio. Ação petitória é o meio de tutela dos direitos reais, de propriedade ou outro. Ação possessória é o meio de tutela da posse perante uma ameaçã, turbação ou esbulho. São óbvias suas diferenças. Existe uma separação entre o possessório e o petitório. No juízo possessório não adianta discutir domínio e no juízo petitório, o foco é domínio, sendo a posse questão secundária. Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. (Redação dada pela Lei nº 6.820, de 16.9.1980) O artigo tem que ser lido junto com o 1.210 § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Enquanto estiver tramitando a ação possessória, nem o réu nem o autor podem ajuizar, paralelamente, a ação petitória para obter a declaração do seu direito à posse. A consequência prática é que poderá o possuidor não proprietário, desde que ajuíze ação possessória, impedir a recuperação da coisa pelo seu legítimo dono, pois este ficará impedido de recorrer à reivindicatória até que a possessória seja definitivamente julgada SLIDES: https://docs.google.com/file/d/0B2leLJsVdYelLU03NEZXVTBtZzQ/edit?usp=sharing Prova: FCC - 2011 - TJ-PE - Juiz Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas - Posse; O possuidor, objetivando adquirir um imóvel pela usuca- pião extraordinária, para atingir o prazo exigido por lei, a) pode acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, facultativamente na sucessão singular, sendo que isto se dá, de pleno direito, na sucessão universal. b) não pode acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, seja a sucessão a título singular, seja universal. c) acrescerá de pleno direito à sua posse apenas a de seus antecessores a título universal, mas em nenhuma hipótese a de seus antecessores a título singular. d) pode acrescentar à sua posse apenas a de seus antecessores a título singular. e) pode acrescentar à sua posse a dos seus antecessores facultativamente na sucessão a título universal e de pleno direito na sucessão a título singular. resp: A Prova: FCC - 2010 - TRE-RS - Analista Judiciário - Área Judiciária Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas; Direito das Coisas - Posse; C om relação à posse é certo que: a) A posse do imóvel não faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem, tendo em vista que são posses distintas, com efeitos distintos. b) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal anula a indireta, de quem aquela foi havida. c) Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, não poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, devendo estes serem praticados sempre em conjunto. d) O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; mas ao sucessor singular é vedado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. e) Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. resp. E Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas; Direito das Coisas - Posse; Segundo o Código Civil brasileiro, a posse direta de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, a) anula aindireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. b) não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. c) anula a indireta, de quem aquela foi havida, mas não pode o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. d) não anula a indireta, de quem aquela foi havida, mas não pode o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. e) anula a indireta, de quem aquela foi havida, bem como de terceiros ocupantes ou detentores, não havendo meio de defesa da posse em razão de sua anulação. resp. b
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