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FILHO, Roberto Lyra. O QUE É DIREITO - FICHAMENTO

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R. Bernardo 
rodrigobernardo.jus@gmail.com 
 
FILHO, Roberto Lyra. O QUE É DIREITO. Editora brasiliense, 11ª ed. São Paulo. 
Discente: Rodrigo Bernardo Soares. 
 
 DIREITO E LEI 
O autor inicia fazendo uma diferenciação entre direito e lei e expõe suas diferenças 
em diversas línguas, mas enfatiza que a associação direta entre direito e lei não é 
uma questão de vocabulário e que “A diversidade das palavras atinge a noção daquilo 
que estivermos dispostos a aceitas como Direito. ” 
Nos mostra que a identificação, a princípio, entre Direito e lei pertence ao arcabouço 
ideológico do Estado e que ele pretende dá uma perspectiva de que tudo que “vem 
dali é imaculadamente jurídico [...]”. O autor refuta essa ideia e diz que “o direito 
autêntico e global não pode ser isolado em campos de concentração legislativa [...]”. 
Pensar uma concepção do Direito é necessariamente pensar em todos os aspectos 
históricos em que a legalidade não coincide com a legitimidade. Desse modo, se o 
Direito for reduzido a pura legalidade, ele [o Direito] passa, de maneira vil, das normas 
estatais para o que chamam de “dogmática”. 
O objetivo é então perguntar de maneira ampla o que de fato é Direito, mas não com 
uma pretensão de esgotar o assunto, mas com uma perspectiva de que o Direito é um 
processo, que assim como disse o professor J. J. Calmon de Passos: “O Direito é, 
sendo.”. Sabendo disso, o autor propõe que “quando buscamos o que o Direito é, 
estamos antes perguntando o que ele vem a ser [...]”. 
 
 IDEOLOGIAS JURÍDICAS 
O autor começa neste segundo capítulo fazendo uma conceituação sobre o que é 
ideologia e aponta que originalmente a ideia de ideologia significou “[...] o estudo da 
origem e funcionamento das ideias em relação aos signos que as representam [...]”. 
Adiante o autor reúne as ideologias em três modelos principais, são eles: Ideologia 
como crença; Ideologia como falsa consciência; Ideologia como instituição. Sendo que 
as duas primeiras ela é considerada em função dos sujeitos que as absorvem e as 
vinculam, e no caso a última é uma busca feita pela sociedade, independente dos 
sujeitos. 
O autor se atenta durante todo o breve capítulo II a desenvolver criticamente os tipos 
de ideologias marcados previamente, e por fim estabelece uma crítica de que é 
necessário se superar as ideologias e desenvolver a ciência, apontando que um jurista 
R. Bernardo 
rodrigobernardo.jus@gmail.com 
 
não pode se acomodar em resumir ao direito ao lema cuique suum. Em contrapartida 
traz que ciência, por outro lado, não é definitiva, acabada e perfeita. Portanto, a ideia 
central é que a formação ideológica cristaliza um rol de crenças que os indivíduos 
tomam para si, fazendo com que seus raciocínios se tornem deformados, o esforço é 
então para que sejamos livres desse condicionamento por meio da conscientização 
crítica. 
 
 PRINCIPAIS MODELOS DE IDEOLOGIA JURÍDICA 
Neste passo, o autor sinaliza a impossibilidade de ser repassado todas as ideologias 
jurídicas, uma a uma, mas que será desenvolvido principalmente, e em especial, duas; 
a teoria o direito natural ou jusnaturalismo e a teoria do direito positivo ou 
juspositivismo. 
O autor define, então, o juspositivismo como “uma redução do Direito à ordem 
estabelecida”, contrário a isso o Jusnaturalismo é “um desdobramento em dois planos: 
o que se apresenta nas normas e o que nelas deve apresentar-se para que sejam 
consideradas boas, válidas e legítimas. ”. 
É, adiante, dito que existem várias vertentes dentro do positivismo jurídico, mas que 
serão abordados no mínimo três, são eles: o positivismo legalista, o positivismo 
historicista ou sociologista e o positivismo psicologista. 
Sobre o positivismo legalista é conceituado que é aquele que se volta unicamente 
para a lei, tendo ela como guia central de sua visão do direito. Na corrente positivista 
historicista ou sociologista é conceituado que este “[...]prefere voltar-se para as 
formações jurídicas pré-legislativas [...]”; desse modo, o positivismo historicista ou 
sociologista ver nas normas não escritas, isto é, não organizada em leis e códigos, 
um produto espontâneo do que se chama “o espírito do povo”. Por último, o 
positivismo psicologista demonstra sua intenção declarada para ir às coisas mesmas, 
aos fenômenos e descama-los, até que revelem no seu cerne, a própria essência. 
O autor desenvolve, no entanto, duas críticas ao positivismo psicologista. São elas a 
dúvida de quais são esses fenômenos descamados, e se são eles os fatos de 
dominação que as correntes legalista, historicista e sociologista apresenta como 
jurídicos; e ainda, como será a maneira para extrair a “essência”? 
Delineando a segunda corrente que o autor se propõe a dar maior atenção, o 
jusnaturalismo; é esboçado que este se apresenta fundamentalmente sob três formas: 
o direito natural cosmológico; teológico e o antropológico. O jusnaturalismo 
R. Bernardo 
rodrigobernardo.jus@gmail.com 
 
cosmológico liga-se a ideia de cosmo, de universo físico; o jusnaturalismo teológico 
liga-se a ideia de Deus, e o jusnaturalismo antropológico gira em torno do homem. 
O autor sinaliza, ainda, a existência de um “novo direito natural” um iusnaturalismo de 
combate que poderia se chamar de direito natural histórico-social. 
O capitulo é finalizado tratando sobre a necessidade de uma nova reflexão e que “as 
ideologias jurídicas são filosofia corrompida, infestada de crenças falsas e falsificada 
consciência do que é jurídico”. Desse modo, o autor vê na Sociologia Jurídica a única 
base concreta para que essa nova reflexão seja iniciada. 
 
 SOCIOLOGIA E DIREITO 
O autor a princípio retoma parte do pensamento do último capítulo para ensejar a 
importância do pensamento crítico de uma sociologia, e que com a aplicação da 
sociologia ao Direito será possível a esquematização de “pontos de integração do 
fenômeno jurídico na vida social”. A ressalva é sobre duas formas de se enxergar essa 
relação entre Sociologia e Direito; uma é “a que origina uma Sociologia Jurídica e a 
que produz uma Sociologia do Direito”. Porém elas constituem abordagens diferentes, 
mesmo estando interligadas. 
Fala-se em Sociologia do Direito quando se estuda a base social de um direito 
específico. Já a Sociologia Jurídica examina o Direito em geral, como sendo ele 
elemento do processo sociológico. 
O autor usa duas posições na Sociologia Geral que é a Sociologia Jurídica. Usa, 
então, a definição da Sociologia de Ralf Dahrendorf, como: A sociologia “da 
estabilidade, harmonia e consenso” e a Sociologia “da mudança, conflito e coação”. A 
primeira diz ele que é do burguês mais fraco; já a segunda pertence a pequenas 
burguesias que fazem tempestade em um copo d’água. 
O autor durante todo o capítulo se atenta em conceituar criticamente essas duas 
definições da Sociologia, fazendo por fim uma crítica de que a tarefa a se realizar é 
que se delineie um modelo sociológico dialético. 
 
 A DIALÉTICA SOCIAL DO DIREITO 
Ao início o autor retoma parte do pensando que foi exposto no capítulo anterior. Em 
seguida ele topifica em nove partes as conclusões tiradas “sobre a “essência” do 
Direito, enquanto parte de dialética social”. 
R. Bernardo 
rodrigobernardo.jus@gmail.com 
 
 No ponto I: “O Direito não se limita a aspecto interno do processo histórico”; no ponto 
II: a luta pelo Direito para “não ficar preso ao sistema de forças dominantes”; no ponto 
III e IV: A inauguração de uma dialética jurídica no momento de estabelecimento do 
modo de produção de uma dada sociedade; no ponto V: A padronização de 
instituições dominantes de uma organização social que adquire um perfil jurídico, na 
medida que mostre“um arranjo legítimo ou ilegítimo, espoliativo, opressor, 
esmagando direito de classes e grupos dominados.”; no ponto VI: O controle social 
global que dinamiza a organização social militante; no ponto VII: A criação de um 
processo de desorganização social criada pela dialética de grupos de dominantes e 
de dominados; no ponto VIII: o reconhecimento de um pluralismo jurídico (pluralismo 
dialético); no ponto IX: sobre o “critério de avaliação dos produtos jurídicos 
contrastantes.” Sendo este ponto a cerne da discussão analítica do Direito. 
O autor faz um arremate propondo a questão sobre onde se encontra a “essência” do 
Direito e qual é a noção ou conceito que se pode tirar segundo as explanações dos 
pontos anteriores. Para isso ele traz uma afirmação de Marx onde: ”a liberdade é a 
essência do homem” dessa forma o autor delega que “não há incompatibilidade entre 
esta frase e outra, que ele [Marx] escreveu mais tarde, mostrando que “a essência do 
homem é o conjunto das relações sociais”, isto é, as relações entre as pessoas, dentro 
dos grupos e classes e na forma que estes modelam.”. 
Ao final, o autor faz delimitações acerca do direito, para mostrar o que ele é o autor 
faz uma breve abordagem sobre o que ele na verdade não é, logo, com que ele não 
deve ser confundido, sendo a mais trabalhada diferenciação a respeito de Direito e 
Moral. 
Por fim, Roberto Lyra Filho finaliza seu breve livro com sugestões para leitura.

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