Buscar

Ciência Política - Origem do Estado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Origem e Formação do Estado (COMO e QUANDO surge o estado)
Alguns pensadores tentam dizer o contexto histórico para o surgimento do Estado. Ou seja, as causas, as razões, os fatores que contribuíram para seu surgimento. O ESTUDO DA ORIGEM DO ESTADO implica duas espécies de indagação (perguntas, dúvidas):
- uma a respeito da época do aparecimento do Estado; outra relativa aos motivos que determinaram e determinam o surgimento do Estado (formação do Estado).
Antes, analisaremos esse conceito de Estado:
A denominação Estado (do latim status = estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez em “O Príncipe” de Maquiavel (1513). Passou a ser usada pelos italianos sempre ligada ao nome de uma cidade independente. Durante os séculos (16) XVI e (17) XVII, a expressão foi sendo admitida em escritos franceses, ingleses e alemães. Na Espanha, até o séc. (18) XVIII, aplicava-se a denominação de estados a grandes propriedades rurais de domínio particular, cujos proprietários tinham poder jurisdicional.
É certo que o nome Estado, indicando uma sociedade política, só aparece no século (16) XVI, e este é um dos argumentos para alguns autores que não admitem a existência do Estado antes do século (17) XVII. Terceira (3° Teoria – O Estado só passa a existir no período moderno)
 A maioria dos autores, no entanto, admitindo que a sociedade, ora denominada Estado é, na sua essência, igual à que existiu anteriormente, embora com nomes diversos, dá essa designação a todas as sociedades políticas que, com autoridade superior, fixaram as regras de convivência de seus membros.
Desde QUANDO o estado é um ordenamento político dotado de coercitividade? - Existem 3 (Três) respostas (TEORIAS):
1 - Alguns dizem que o Estado existe desde sempre, que esse poder coercitivo sempre existiu. Ou seja, para alguns historiadores o Estado sempre existiu, assim como a sociedade, pois desde que os humanos estão sobre a terra, há uma organização social com poder e autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo. Desde sempre = Não diferencia sociedade de Estado.
2 - Para outros, esse poder coercitivo passou a existir desde tempos muito remotos (mais ou menos nas 1° civilizações +- 4.000 _ 4.500 A.C.) – Essa segunda ordem de autores admite que a sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período. Depois, por motivos diversos, foi constituído para atender às necessidades ou às conveniências dos grupos sociais. Segundo esses autores, que, no seu conjunto, representam ampla maioria, não houve concomitância na formação do Estado em diferentes lugares, uma vez que este foi aparecendo de acordo com as condições concretas de cada lugar.
3 – E para alguns outros ainda, passou a existir a partir do período moderno, entre os séculos (16) XVI e (17) XVII. Para esses pensadores o Estado só pode existir com determinadas e específicas características conjuntas: A centralidade, a territorialidade e a soberania. A terceira posição só admite como Estado a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas. Um dos adeptos dessa tese, Karl Schmidt, diz que o conceito de Estado não é um conceito geral válido para todos os tempos, mas é um conceito histórico concreto, que surge quando nascem a ideia e a prática da soberania, o que só ocorreu no século (17) XVII. Outro defensor desse ponto de vista, BALLADORE PALLIERI, indica mesmo, com absoluta precisão, o ano do nascimento do Estado, escrevendo que "a data oficial em que o mundo ocidental se apresenta organizado em Estados é a de 1648, ano em que foi assinada a paz de Westfália“ (Guerra dos 30 anos). Aspectos esses fundamentais e inegociáveis. Antes desse período moderno nada existia, não existia estado. (Existia império, por exemplo)
Aspectos principais – As 3 (três) Teorias - QUANDO
1° Teoria - Desde sempre = Não diferencia sociedade de Estado.
2° Teoria – Estado passa a existir em tempos remotos = O que vem antes do Estado é a sociedade, não havia ordenamento político com poder coercitivo. (Ex.: Antigo Egito era considerado um Estado, pois tinha poder coercitivo.). - Comunidade primitiva é diferente de sociedade. As comunidades primitivas não possuíam poder coercitivo, eles não tinham governo, logo, não eram Estados. A 2° teoria leva vantagem, pois o poder coercitivo existe nas primeiras civilizações, esse poder apenas teve uma transformação em suas características.
Como ele surgiu?
Existem 2 (duas) vertentes:
1° Teoria das Causas Contratuais – Teoria do Contratualismo Surgiu PORQUE o homem QUIS. Os homens (comunidade) decidiram que queriam ter um poder coercitivo. Essa teoria tem um fundamento racional, voluntarista, consensual, convencional – o homem quis racionalmente, ele foi voluntário, pensou assim – Possui teóricos como Tomas Hobbes e Locke.
2° Teoria das Causas naturais - Teoria da Formação Natural Surgiu de forma NATURAL, foi independente da vontade humana, aconteceu como uma série de mudanças que o mundo passou. Surgiu por CONSEQUÊNCIA, transformações econômicas – Tem pensadores como Marx.
ORIGEM
São várias as teorias que tentam explicar o surgimento do Estado. Para alguns historiadores o Estado sempre existiu, assim como a sociedade, pois desde que os humanos estão sobre a terra, há uma organização social com poder e autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo. Em outra concepção, o Estado nasceu da necessidade de regular a convivência e as necessidades dos grupos sociais. Há outra posição a qual traduz a origem do Estado apenas como sociedade política.
A denominação Estado (do latim status = estar firme), significa situação permanente de convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez em “O Príncipe” de MAQUIAVEL, escrito em 1513, passando a ser usada pelos italianos sempre ligada ao nome de uma cidade independente, como, por exemplo, stato di Firenze. Durante os séculos XVI e XVII a expressão foi sendo admitida em escritos franceses, ingleses e alemães. Na Espanha, até o século XVIII, aplicava-se também a denominação de estados a grandes propriedades rurais de domínio particular, cujos proprietários tinham poder jurisdicional. De qualquer forma, é certo que o nome Estado, indicando uma sociedade política, só aparece no século XVI, e este é um dos argumentos para alguns autores que não admitem a existência do Estado antes do século XVII. (DALLARI, 2003, p.51).
ORIGEM 2
Entre os que adotam essa posição destacam-se Eduard Meyer e Wilhelm Koppers, ambos afirmando que o Estado é um elemento universal na organização social humana. Meyer define mesmo o Estado como o princípio organizador e unificador em toda organização social da Humanidade, considerando-o, por isso, onipresente na sociedade humana.
Uma segunda ordem de autores admite que a sociedade huamana existiu sem o Estado durante um certo período. Depois, por motivos diversos, ou seja, constituído para atender às necessidades ou às conveniências dos grupos sociais. Para estes atuores, não houve concomitância na formação do Estado em diferentes lugares, uma vez que este foi aparecendo de acordo com as condições concretas de cada lugar. 
A terceira posição é a que os autores que só admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas. Um dos adeptos dessa tese, Karl Schmidt, di que o conceito de Estado nãp é um conceito geral válido para todos os tempos, mas é um conceito histórico concreto, que sruge quando nascem a ideia e a prática da soberania, o que só ocorreu no século XVII. 
Examinando-se as principais teorias que procuram explicar a formação originária do Estado, chega-se a uma primeira classificação, com dois grandes grupos, a saber:
Teorias que afirmam a formação natural pou espontânea do Estado, não havendo a entre elas uma coincidência quando à causa, mas tendo todas em comum a afirmação de que o Estado se formou naturalmente, não por um ato puramente voluntário.
Teorias que sustentam a formação contratualdos Etados, apresentando em comum a crença em que foi a vontade de alguns homens, ou então de todos os homens, que levou a criação do Estado. De maneira geral, os adeptos da formação contratual da sociedade é que defendem a tese da criação contratualista do Estado.
No tocante às causas determinantes do aparecimento do Estado, as eorias não-contratualistas mais expressivas podem ser agrupadas da seguinte maneira:
Origem Familal ou patriarcal = Segundo essa explicação, defendida principalmente por Robert Filmer, cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado.
Origem em atos de forla, de violência ou de conquista = = essas teorias sustentam, em síntese, que a superioridade de fora de um grupo social permitiu-lhe submter um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominaos. Entre seus adeptos está Oppenheimer, que acrescenta que essa dominação teve por finalidade a exploração econômica do grupo vencido pelo vencedor.
Origem em causas econômicas ou patrimoniais = = Há quem diga que essa tenha disso a origem indicada por Platão, quando nos diálogos, no livro “A República II”, assim se expressa: “Um Estado nasce das necessidades dos homens, ningu´ém basta a si mesmo, mas todos nós precisamos de muitas coisas.” E logo depois: “...como temos muitas necessidades e fazem-se mister (necessário) numerosas pessoas para supri-las, cada um vai recorrendo à ajuda deste para tal fim e daquele para tal outro; e, quanto esss associados e auxiliares se reúnem todos numa só habitação, o conjunto dos habitantes recebe o nome de cidade ou Estado.” Dessa forma, o Estado teria sido formado para se aproveitarem os benefícios da divisão do trabalho. Nessa mesma ordem de ideias ,coloca-se Heller, dizendo que a posse dea terra gerou o poder e a propriedade gerou o Estado, e Preuss, sustentando que a característica fundamental do Estado é a soberania territorial. Mas, entre as teorias que sustentam a origem do Estado por motivos econômicos, a de maior repercussão prática foi e continua sendo a de MARX e ENGELS. Além de negar que o Estado tenha nascido com a sociedade, ENGELS afirma que ele "é antes um produto da sociedade, quando ela chega a determinado grau de desenvolvimento". A crença nessa origem tem reflexo imediato em dois pontos fundamentais da teoria marxista do Estado: a qualificação deste como um instrumento da burguesia para exploração do proletariado e a afirmação de que, não tendo existido nos primeiros tempos da sociedade humana, o Estado poderá ser extinto no futuro, uma vez que foi uma criação puramente artificial para satisfação dos interesses de uma pequena minoria.
Origem no desenvolvimento interno da sociedade. De acordo com estas teorias, cujo principal representante é ROBERT LOWIE, o Estado é um germe, uma potencialidade, em todas as sociedades humanas, as quais, todavia, prescindem dele enquanto se mantêm simples e pouco desenvolvidas. Mas aquelas sociedades que atingem maior grau de desenvolvimento e alcançam uma forma complexa têm absoluta necessidade do Estado, e então ele se constitui. Não há, portanto, a influência de fatores externos à sociedade, inclusive de interesses de indivíduos ou de grupos, mas é o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade que dá origem ao Estado. 
Aí estão, em resumo, as principais teorias que procuram explicar a formação originária dos Estados.
A criação de Estados por formação derivada, isto é, a partir de Estados preexistentes, é o processo mais comum atualmente. Há dois processos típicos opostos, ambos igualmente usados na atualidade, que dão origem a novos Estados: o fracionamento e a união de Estados. Tem-se o fracionamento quando uma parte do território de um Estado se desmembra e passa a constituir um novo Estado. Assim, pois, pode-se dizer que, com a conquista da independência, por via pacífica ou violenta, ocorreu o desmembramento e a consequente criação de novos Estados por formação derivada. 
Outro fenômeno, este menos comum, é a separação de uma parte do território de um Estado, embora integrado sem nenhuma discriminação legal, para constituir um novo Estado, o que ocorre quase sempre por meios violentos, quando um movimento armado separatista é bem sucedido, podendo ocorrer também, embora seja rara a hipótese, por via pacífica.
Em todos esses casos, o Estado que teve seu território diminuído pelo fracionamento continua a existir, só se alterando a extensão territorial e o número de componentes do povo, uma vez que uma parcela deste sempre se integra no Estado recém constituído. E a parte desmembrada, que passou a constituir um novo Estado, adquire uma ordenação jurídica própria, passando a agir com independência, inclusive no seu relacionamento com o Estado do qual se desligou.
--------------------------------------------------------------
A verificação da evolução histórica do Estado significa a fixação das formas fundamentais que o Estado tem adotado através dos séculos. Esse estudo busca de uma tipificação do Estado. os tipos estatais não têm um curso uniforme, muitas vezes exercendo influência em períodos descontínuos. Não se pode, assim, dispor cronologicamente, em ordem sucessiva apoiada na História, os exemplares de Estado que tenham realmente existido uns após os outros. 
Com pequenas variações, os autores que trataram deste assunto adotaram uma seqüência cronológica, compreendendo as seguintes fases: Estado Antigo, Estado Grego, Estado Romano, Estado Medieval e Estado Moderno. Façamos, primeiramente, o estudo segundo essa diretriz, tratando, em seguida, de outras orientações que apontam novas perspectivas para exame do tema.
Resumindo o Pensamento de Thomas Hobbes
Hobbes dizia que o homem, em seu estado natural era vil, ambicioso, instintivo e egoísta - "o homem é o lobo do homem". Sendo assim, viveriam em uma guerra de "todos contra todos". O filósofo define o Estado como "um mal necessário", e esse "mal" tem a função de organizar o caos através do "homem artificial", assim como o monstro Leviatã. Abrimos mão, então, de nossa liberdade "natural" em nome de um contrato social para viver algo organizado e, juntamente com a filosofia, possamos viver em paz.
Para tal autor, para que o contrato social seja cumprido, o Estado deve ser forte, centralizado. Se o Estado fosse liberal, os homens seriam igualmente ambiciosos, havendo conflitos. Havendo liberdade, a violência contida na natureza humana seria liberta, voltando ao caos inicial.
Hobbes utiliza o "medo hiperbólico" e uma metáfora quando se diz o "irmão gêmeo" do medo, ou seja, se diz a esperança.  A NOÇÃO DE POLÍTICA E ESTADO NA CONCEPÇÃO DE HOBBES: PODER ABSOLUTO
 A filosofia política de Hobbes é baseada no corpo social, tendo a finalidade de entender as causas e conseqüências. Para ele, o poder de um soberano é uma forma de controlar o estado de natureza, e manter o convívio social entre os indivíduos. A sua preferência é a monarquia, pois esta é a melhor forma para se governar um Estado Soberano. Hobbes defende a autoridade absoluta do rei com única forma de se exercer um poder soberano, já que este é uno e indivisível. Achou que a oligarquia seria possível, mas poderia acarretar a descontinuidade do exercício do poder soberano. A Democracia era inviável, porque declinaria o poder soberano.
A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defendê-lo das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua força e poder a um homem ou a uma assembléia de homens, que possam reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembléia de homens como representante de suas pessoas , considerando-se e reconhecendo-se  cada um como autor de todos os atos que aquele que representa sua pessoa  praticar ou levar a praticar, em tudo que disser respeito à paz e segurança comuns; todossubmetendo, assim, suas vontades à vontade do representante, e suas decisões à sua decisão. Isso é mais do que consentimento ou concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto  de cada homem com todos os homens, de um modo que é como se cada homem dissesse a cada homem: cedo e transfiro meu direito de governar a mim mesmo a este homem, ou a esta assembléia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim, civitas.[3]
Para Hobbes, o poder eficaz é aquele exercido de forma absoluta, sendo que este poder é resultante da transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano. Não deve confundir o poder absoluto que Hobbes defende, com a monarquia absolutista, pois o poder absoluto é um contrato que visa assegurar a paz civil.
HOBBES
O pensamento de Thomas Hobbes (Contratualista) é o homem no estado de natureza. 
Para Hobbes, a origem do Estado e/ou da sociedade está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização - que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de convívio social e de subordinação política.
Alguns críticos do contratualismo, como Sir Henry Maine - por exemplo - criticou-os asperamente: seria impossível (dizia) selvagens que nunca tiveram contato social dominarem a tal ponto a linguagem, conhecerem uma noção jurídica tão abstrata quanto a de contrato, para que pudessem se reunir nas clareiras das florestas e fazerem um pacto social. Na verdade (continuava), o contrato só é possível quando há noções que nascem de uma longa experiência da vida em sociedade.
Porém, o homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em sociedade. Melhor dizendo, a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social. Para Hobbes Estes não mudam. Hobbes afirma que os homens são iguais o bastante para que nenhum possa triunfar de maneira total sobre outro. 
Todo homem é escuro, difícil de enxergar, aos olhos de um outro homem. Eu não sei o que o outro deseja, e por isso tenho que fazer uma suposição de qual será a sua atitude mais prudente, mais razoável. Como ele também não sabe o que quero, também é forçado a supor o que farei. Dessa suposições recíprocas (iguais), decorre (ocorre) que geralmente o mais razoável para cada um é atacar o outro, ou para vencê-lo, ou simplesmente para evita rum ataque possível: assim a guerra se generaliza entre os homens. Por isso, se não há um Estado controlando e reprimindo, fazer a guerra contra os outros é a atitude mais racional que eu posso adotar (é preciso enfatizar esse ponto, para ninguém pensar que o "homem lobo do homem", em guerra contra todos, é um anormal; suas ações e cálculos são os únicos racionais, no estado de natureza.) =====
Traduzindo: O homem não pode adivinhar a atitude de um outro homem, portanto ele deve agir supondo qual será essa ação do outro. Assim ocorrem as guerras. Por isso é preciso que exista um Estado controlando e reprimindo os homens.
Dessa perspectiva cética, sem ilusões, Hobbes deduz que no estado de natureza todo homem tem direito a tudo: "O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, de maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim. 
O indivíduo hobbesiano não almeja tanto os bens, mas a honra. Entre as causas da violência, uma das principais reside na busca da glória, quando os homens se atacam por coisas pequenas, como uma palavra, um sorriso, uma diferença de opinião, e qualquer outro sinal de desprezo, quer seja diretamente dirigido a suas pessoas, quer indiretamente a seus parentes, seus amigos, sua nação, sua profissão ou seu nome". A honra é o valor atribuído a alguém em função das aparências externas.
O homem hobbesiano não é então um homo oeconomicus, porque seu maior interesse não está em produzir riquezas, nem mesmo em pilhá-las. O mais importante para ele é ter os sinais de honra, entre os quais se inclui a própria riqueza (mais como meio, do que como fim em si). Quer dizer que o homem vive basicamente de imaginação. Ele imagina ter um poder, imagina ser respeitado - ou ofendido - pelos semelhantes, imagina o que o outro vai fazer. Da imaginação - e neste ponto Hobbes concorda com muitos pensadores do século XVII e XVIII - decorrem perigos, porque o homem se põe a fantasiar o que é irreal. O estado de natureza é uma condição de guerra, porque cada um se imagina (com razão ou sem) poderoso, perseguido, traído.
Mas não basta o fundamento jurídico. É preciso que exista um Estado dotado da espada, armado, para forçar os homens ao respeito. Desta maneira, aliás, a imaginação será regulada melhor, porque cada um receberá o que o soberano determinar.

Continue navegando