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* * * * P Gerrit Thomas Rietveld ( 1888 - 1964 ) nasceu em Utrecht na Holanda e era filho de um fabricante de armários. Desde muito cedo, aos onze anos de idade, foi trabalhar com o pai em sua marcenaria, abrindo seu próprio estabelecimento em 1917 com o objetivo de desenvolver novas formas para os mobiliários. Nessa época, criou o protótipo da famosa cadeira Vermelha e Azul, executada originalmente em madeira natural e que, mais tarde e sob a influência do movimento "De Stijl", foi pintada nas cores primárias inspiradas em Mondrian - também colaborador do movimento. Rietveld foi o primeiro a aplicar os princípios deste movimento na arquitetura, projetando em 1924 a residência Schröder - um marco da arquitetura moderna e representação perfeita das idéias e conceitos definidos pelo movimento "De Stijl". Durante esse período, se tornou um dos primeiros membros efetivos do movimento até a sua dissolução em 1931. Foi colaborador de uma revista de mesmo nome (De Stijl – O Estilo) que circulou até meados de 1928 e que disseminava os ideais desse movimento. Neste mesmo ano, rompeu com o grupo neoplástico e fundou o CIAM - Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, o que expandiu mais ainda a sua fama pelo mundo. Rietveld-Schröder – Histórico do Arquiteto Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho 01/14 * * P No decorrer dos anos, tornou-se cada vez mais interessado no papel social da arquitetura, estudando métodos de produção mais baratos, novos materiais, pré-fabricação e padronização. Em 1927, ele já estava experimentando lajes de concreto pré-fabricadas - um material muito incomum naquela época. Em virtude da recessão econômica do período histórico da década de 30 - conhecido como a Grande Depressão - procurou desenvolver também móveis com componentes de fabricação mais baratos. Autor de vários projetos e novos conceitos, também foi professor de Arquitetura em Amsterdã entre 1944 e 1955, tornando-se membro da Federação Holandesa dos Arquitetos em 1964 - no mesmo ano em que veio falecer. Outros projetos: É autor da famosa Cadeira ZIG-ZAG, composta por apenas 4 placas de madeiras, projetada em 1932; das Row-Houses, também em Utrecht ( 1931-1934 ); o Pavilhão Holandês na Bienal de Veneza ( 1954 ); o Pavilhão da Escultura no Museu Kröller-Müller, em Otterloo, província de Güeldria e o Museu Van Gogh em Amsterdã. Rietveld-Schröder – Histórico do Arquiteto Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho 02/14 Row-Houses Museu Van Gogh * * P A Casa Rietveld Schröder é o único verdadeiro exemplo construído conhecido de arquitetura do movimento artístico De Stijl e um dos mais emblemáticos ícones da arquitectura da primeira metade do século XX. Construída em 1924, rompeu radicalmente com os pressupostos da arquitetura tradicional, concebendo uma habitação que procura levar os conceitos de flexibilidade ao limite. A encomenda destinava-se a Truus Schröder e os seus três filhos, que depois da morte do marido, optou por trocar o seu espaçoso apartamento em Utrecht por uma casa feita à sua medida. A senhora Schröder era uma pintora um tanto pioneira, que queria um ambiente não convencional para seus três filhos e que também servisse como local para trabalhar com a sua própria arte. Parece provável que ela mesma tenha inspirado alguns dos aspectos mais “revolucionários” da edificação, como a amplidão da “planta livre” do segundo pavimento e alguns dos criativos móveis embutidos. Rietveld-Schröder – Histórico da Casa 03/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho G. Rietveld e a Sra. Schröder Fachada Principal * * P Rietveld-Schröder – Implatação: Entorno e Acesso INFRA-ESTRUTURA DO ENTORNO E ACESSO AO LOTE 04/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho A casa Rietvield-Schröder está localizado em um subúrbio da cidade de Utretcht, no centro da Holanda . Este subúrbio é composto casas de alvenaria neoclássicos, a tal ponto que andando na rua Hendriklaan, sua paisagem conservadora contrasta com a moderna casa que fica no final do quarteirão de frente para uma rodovia. A casa contrasta com o seu entorno, tanto em forma como em suas proporções e materiais, e precisamente a solidez de casas vizinhas destacadas pelos tijolos diferente da leveza e transparência desta casa feita de concreto, aço e vidro. A casa fica no final da rua, de frente para uma rodovia que não existia quando a casa foi construída. Anteriormente havia uma pequena floresta ao qual dirigiu o visual área social. Ruas de acesso: * * P A casa foi construída com a fachada principal em direção ao sudeste, sendo assim o sol da manhã penetra nas cozinhas dos dois pisos e o sol da tarde penetra nos quartos das crianças no piso superior e no estúdio no piso inferior. Utrecht possui um clima oceânico temperado, similar ao clima do restante da Holanda. Este clima apresenta precipitações abundantes e bem distribuídas ao longo do ano, embora o outono e o inverno registrem taxas de precipitações maiores que as outras estações. As temperaturas ficam em torno de 15º a 20°C no verão e acima de 5°C no inverno Rietveld-Schröder – Implantação: Insolação Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho 05/14 * * P O primeiro diagrama mostra que o edifício tem um núcleo centralizado que consiste na escada em espiral. Esta escadaria é executado ligando os dois níveis do edifício, todas as outras áreas foram planejadas em torno desta área central da casa. O segundo diagrama mostra a área central e organização espacial geral do piso superior. A área central, sendo o conjunto de escadas circulares é mostrado como uma caixa preta a partir do qual as outras áreas casa podem ser acessadas. Rietveld-Schröder – Implantação: Programa Piso Térreo Piso Superior Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho 06/14 * * P A partir do hall de entrada da casa podemos ter acesso a sala de leitura, ao estúdio e a escada central. Além das escadas, o movimento torna-se circular a partir do acesso da cozinha/ sala de jantar/ sala de estar pode acessar o quarto do empregado ao escritório e deste para o estúdio. Cada cômodo no piso térreo (em exceção do banheiro) tem acesso ao ar livre. Quando todas as partições do piso superior estão fechadas, podemos acessar todos os cômodos de forma circular através das portas criando um pequeno hall. Quando todas as partições do piso superior estão abertas, a circulação é mais fácil podendo ter acesso a todos os cômodos. Rietveld-Schröder – Casa: Circulação 07/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho * * Banheiro Quarto empregada Cozinha/Sala de jantar/Sala de estar P Em contraste com o piso superior, o piso do térreo revela-se bastante conservador no projeto. Esse conservadorismo é devido ao fato de que o projeto precisava ser aprovado pelos códigos de construção de Utrecht na época. Vindo pela entrada, há um pequeno hall que se abre para o conjunto central de escadas. Dividido pelas escadas existem seis espaços diferentes: um pequeno banheiro, uma espaçosa cozinha/ sala de jantar/ sala de estar, quarto de empregado, um pequeno escritório, um estúdio e uma sala de leitura. O quarto do empregado está escondido na parte de trás da casa e só é acessível por meio da área da cozinha/ sala de jantar/ sala de estar e pelo escritório. A sala de leitura e estúdio são facilmente acessíveis através do corredor. Rietveld-Schröder – Casa: Programa 08/14 Estúdio Escritório Sala de leitura Hall Introdução à Arquitetura e Urbanismo – TurmaB Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho * * P A flexibilidade do espaço significava que não existia uma disposição hierárquica dos cômodos na planta. As paredes retráteis no andar superior, situadas em volta da escada central, foram feitas para proporcionar às crianças a opção de empurrar as divisórias durante o dia para brincar numa área aberta e de fechá-las durante a noite em quartos privados. Os três critérios para os quartos dos filhos eram que a cama deveria ser capaz de caber em duas posições diferentes, que cada quarto deveria ter acesso ao abastecimento de água e drenagem, e que todos deveriam ter uma porta de acessodireto ao exterior da casa. Rietveld-Schröder – Casa: Programa Quarto do menino Quarto das meninas Quarto Sra. Schröder Banheiro Lavabo Hall Sala de Estar/Sala de Jantar Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho 09/14 * * P Como podemos ver nas imagens, as janelas da casa são amplas o que proporciona uma maior iluminação natural e ventilação para todos os cômodos. Cada cômodo tem contato direto com o exterior – o que foi uma das exigências da Sra. Schröder – sendo que no piso superior o acesso é feito através de varandas. Rietveld-Schröder – Casa: Ventilação e Iluminação 10/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho * * P Na nossa pesquisa não encontramos alguma informação que mencionasse os cinco pontos da arquitetura na casa de Rietveld, mas podemos considerar como “planta livre” o piso superior, pois as paredes retráteis em volta da escada, foram feitas para proporcionar um espaço que pudesse ser dividido em formas diferentes, mudando o interior de acordo com as necessidades da área, luz e privacidade. Rietveld-Schröder – Casa: Elementos Arquitetônicos 11/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho * * P Com suas formas retangulares e lisas e as brilhantes cores primárias de seus elementos, a casa Schröder contrasta dramaticamente com seus sóbrios vizinhos de tijolos. A edificação é formada por paredes planas que se interceptam e que foram detalhadas de tal modo que algumas delas parecem flutuar no espaço, enquanto outras se estendem horizontalmente, e outras ainda se unem definindo finos volumes. Não há um único eixo ou a mínima simetria: em vez disso, cada parte é mantida em uma relação tênue, dinâmica e assimétrica com as demais. Os planos, por sua vez, são articulados por finas linhas de montantes de janelas e balastraudas nas sacadas, e são coloridos de preto, azul, vermelho e amarelo, contrastando com as superfícies cinzas e brancas. Alguns dos finos suportes de metal são, na verdade, longarinas unidas- detalhadas de modo a dar a sensação de que nenhuma das partes da edificação possui peso. Os interiores da casa dão continuidade aos mesmos temas estéticos. Detalhes como luminárias ou fechamentos de vidro da escadaria são integrados às proporções e ao estilo geral da edificação. Rietveld-Schröder – Casa: Aspectos Construtivos 12/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho * * P A Casa Rietveld Schröder constitui tanto no interior quanto no exterior uma ruptura radical com toda a arquitetura anterior. Existe pouca distinção entre o interior e o exterior. As linhas retilíneas e planas fluem de fora para dentro, com a mesma paleta de cores e superfícies. Mesmo as janelas são fixas de uma maneira que ficam a 90 graus das paredes, preservando padrões de design estritos. Rietveld-Schröder – Casa: Interior x Exterior 13/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho * * P Ainda que a Casa Schröder, como os primeiros projetos de Rietveld para móveis, tenha sido construída com o mais cuidadoso trabalho artesanal, carpintaria e método intuitivo de tentativa e erro, sua mensagem simbólica estava relacionada com um estilo de vida criado pela suposta liberação espiritual da mecanização. Se esses planos e volumes bem definidos e bem proporcionados tivessem sido meras forma agradáveis, eles provavelmente não teriam tido força duradoura; na forma como estão, eles são a manifestação externa de um tema polêmico, de um ideal social transcendente. Eles incorporam uma visão da “forma como a vida deveria ser”, e isso agrega força ao arranjo formal. A arquitetura é, afinal de contas, uma arte, uma linguagem expressiva para a articulação de idéias e sensações, bem como para o serviço das funções utilitárias. Rietveld-Schröder – Considerações Finais 14/14 Introdução à Arquitetura e Urbanismo – Turma B Bárbara Maria, Larissa França, Pâmela Sabrina e Wellida Carvalho