Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HIDROLOGIA Introdução a Hidrologia Profª.: Eng. Agr. Dª. Patricia dos Santos Nascimento E-mail.: patricianascimentouefs@gmail.com É o estudo da água em todas as suas formas, sobre e sob a superfície da terra, incluindo sua distribuição, circulação, comportamento, propriedades físicas e químicas, e suas reações com o meio. Trata da água na terra; Ocorrência; Circulação; Distribuição; Propriedades físicas e químicas; Reações com o meio ambiente. Hidrologia Período Tendência Mundial Cenário Brasileiro 1945 – 1960 Crescimento industrial e populacional Pequenos empreendimentos e inventários 1960 – 1970 Início da visão ambiental Início da construção de grandes hidrelétricas, melhoria do atendimento ao abastecimento 1970 – 1980 Controle ambiental: legislação; controle de efluentes urbanos e mudança na drenagem e controle de inundações Ênfase nas obras hidrelétricas e ampliação do atendimento ao abastecimento, deterioração da qualidade da água dos rios das grandes cidades 1980 – 1990 Interações do ambiente Global: impactos globais , conservação de florestas, prevenção de desastres, etc Redução do investimento interno em hidrelétricas, grandes impactos das secas no Nordeste, enchentes na região Sul/Sudeste e piora das condições das cidades 1990 – 2000 Desenvolvimento sustentável: controle ambiental de grandes metrópoles, controle de emissões, controle de fontes difusas Legislação de recursos hídricos, investimentos internacionais em metrópoles brasileiras e programas de conservação; início do processo de privatização 2000 - Crise da água(?) : Visão Mundial da água, uso integrado dos recursos hídricos, conflitos transfronteriços etc. Desenvolvimento institucional, privatização dos serviços, diversificação da matriz energética, Planos de Drenagem e integrados das cidades. Breve histórico da Hidrologia Áreas de atuação da Hidrologia: Planejamento e Gerenciamento da Bacia Hidrográfica; Abastecimento de Água: limitação nas regiões áridas e semiáridas do país; Drenagem Urbana; Aproveitamento Hidrelétrico; Uso do Solo Rural; Controle de Erosão; Controle da Poluição e Qualidade da Água; Irrigação; Navegação; Recreação e Preservação do Meio Ambiente; Preservação dos Ecossistemas Aquáticos. Hidrologia na atualidade É uma ferramenta indispensável para a gestão das águas, uma vez que é a ciência que trata do entendimento dos processos naturais que dão base aos projetos de suprimento de água. Só ela pode avaliar como e quanto o ciclo hidrológico pode ser modificado pelas atividades humanas. Aplicações da Hidrologia Escolha da fonte para abastecimento d'água • Subterrânea - locação do poço, capacidade, etc. • Superficial - locação da barragem, qual a vazão afluente, quanto é preciso armazenar, qual a vazão regularizada, relação benefício x custo, dimensionamento do sangradouro, etc. Drenagem urbana - dimensionamento de bueiros. Drenagem de rodovias - dimensionamento de pontes, pontilhões, etc. Papel da hidrologia na gestão das águas Entender as características climatológicas e hidrológicas LOCAIS (fases do ciclo hidrológico) para tentar administrar e minorar as condições adversas existentes. ENTENDER o passado para PREVER o futuro A HIDROLOGIA E OUTRAS CIÊNCIAS Meteorologia e Hidrometeorologia - estudo da água atmosférica Oceanografia - estudo dos oceanos Hidrografia - estudo das águas superficiais Potamologia - estudo dos rios Limnologia - estudo dos lagos e reservatórios Criologia - estudo do gelo e da neve Hidrogeologia - estudo da água subterrânea Importância dos dados hidrológicos para a ciência, projetos e relatórios ambientais Planejamento agropecuário; Planejamento de obras de engenharia; Planejamento de operação do setor de energia elétrica; Previsão e acompanhamento de enchentes; Interpretação das relações entre os seres vivos e o ambiente. Dados de Pluviometria Conhecer períodos de secas; Estimar a máxima precipitação em uma bacia; Comprovação de estiagem (seguros e paralisação de obras); Época adequada de plantios; Controle de pragas; Dimensionamento de canais; Informações para turismo; Informações para projetos de drenagem urbana. Dados de Evaporimetria temperatura – umidade relativa – vento – evaporação – insolação – radiação solar – pressão Estimar o balanço hídrico; Calcular a evapotranspiração; Estudos de reservatórios; Estudar as funções dos vegetais, como na reprodução, germinação e crescimento; Estudar o comportamento e metabolismo dos animais. Dados de Níveis dos Mananciais Prevenir inundações em áreas urbanas e rurais; Realizar zoneamento de áreas inundáveis; Estudos para navegação. Dados de Vazão Estimar o volume de água para o abastecimento de população, irrigação, etc. Estimar a vazão mínima e máxima que pode ocorrer sem prejuízo ecológico. Dados de Qualidade das Águas Determinar os índices e grau de poluição dos mananciais; Indicadores ambientais. Dados de Sedimentometria Estimativa de deposição de materiais sólidos; Cálculo da vida útil de reservatório. Características hidrológicas e dinâmica fluvial Proteção das populações ribeirinhas; Minimização dos riscos de inundações e desastres ecológicos; Planejamento e gestão urbana; Elaboração de planos diretores, Elaboração de projetos de gestão ambiental; Caracterização de áreas de risco; e Vulnerabilidade físico-ambiental. Pluviosidade Altura; Intensidade; Duração e freqüência das precipitações; Tipo da precipitação. Convectiva - obras de engenharia em pequenas bacias; risco de desmoronamentos e deslizamentos. Frontais e orográficas- projetos de hidrelétricas, controle de cheias e navegação. Inundações provocadas pela urbanização Enchentes em áreas ribeirinhas Falta de planejamento do uso do solo; Processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior; Eventos chuvosos extremos; Tempo de retorno superior a dois anos; Bacias grandes, maiores que 1.000 km². Enchentes devido à urbanização Inundações provocadas pela urbanização Impermeabilização do solo por meio de telhados, ruas, calçadas e pátio... Aumentando o escoamento superficial. Informações hidrológicas Agência Nacional de Águas – ANA. Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. Furnas Centrais Elétricas S.A. Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE – SP. Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG. Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRAS. Transferência ou a regionalização de informação Exemplos de falta de conhecimento de hidrologia na sociedade moderna Construções nas planícies aluviais de rios; Projetos de irrigação sem disponibilidade hídrica suficiente; Reservatórios superdimensionados; Problemas de drenagem urbana; Construção de reservatórios pouco profundos em regiões com altas taxas de evaporação; Problemas de salinização do solo em regiões áridas e semiáridas. Desenvolvimento da civilização Crescimento rápido da população mundial; Índices de mortalidade; Expectativa de vida; Necessidade de área para agricultura; Crise da Água Importância da Água Águas subterrâneas no Brasil São mais protegidas da poluição; O custo de sua captação e distribuição é muito mais barato. A captação pode ser próxima da área consumidora, o que torna mais barato o processo de distribuição; Em geral não precisam de nenhum tratamento, o que, além de ser uma grande vantagem econômica, é melhor para a saúde humana; Permitem um planejamento modular na oferta de água à população, isto é, mais poços podem ser perfurados à medida que aumente a necessidade,dispensando grandes investimentos de capital de uma única vez. Vantagens das águas subterrâneas em relação às águas superficiais: Grandes cidades brasileiras já são abastecidas, total ou parcialmente, por água subterrânea; No Estado de São Paulo estima-se que 75% das cidades são abastecidas por poços; Nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, 90% das cidades são abastecidas por águas subterrâneas; Nas duas últimas décadas houve um grande crescimento do uso deste recurso no Brasil, mas estamos longe dos níveis de uso e gerenciamento alcançados pelos países da Europa e os Estados Unidos. Considerações: Distribuição de água no Brasil Quantidade de água disponível Nos últimos 15 anos a oferta de água limpa disponível/habitante diminuiu ≈ 40%. O uso da água na agricultura deverá aumentar nos próximos anos. Em 20 anos deverá ocorrer uma crise relacionada a disponibilidade de água. 2,4% no resto do país9,6% na região amazônica O Brasil possui 12 % da água doce disponível no mundo Atende 95% da populaçãoAtende 5% da população Estima-se que 50% da população brasileira não tenha acesso a água tratada. Quantidade de água disponível Estados Unidos: 600 L por habitantedia Sertão: 10 L por habitante dia Água no corpo humano A água representa 70% da massa do corpo humano. Sintomas de desidratação: Perda de 1% a 5% de água Sede, pulso acelerado, fraqueza Perda de 6% a 10% de água Dor de cabeça, fala confusa, visão turva Perda de 11% a 12% de água Delírio, língua inchada, morte Uma pessoa pode suportar até 50 dias sem comer, mas apenas 4 dias sem beber água. Usos da água Uso consuntivo • Abastecimento urbano; • Abastecimento industrial; • Irrigação; • Dessedentação animal. Uso não consuntivo • Geração de energia elétrica • Navegação; • Recreação. Usos da água Consuntivos Uso industrial 540 litros Lançamento e tratamento de esgotos Não consuntivos Usos da água Pesca Navegação Navegação maior capacidade de carga; mais barata para determinadas cargas ($ por Kg relativamente baixo): minério, grãos, madeira. Estima-se em 200 litros por habitante por dia o consumo de água no Brasil. Até chegar às residências, boa parte da água é perdida em vazamentos dos sistemas de distribuição. A água dos vazamentos infiltra e fica armazenada no solo ou no subsolo. Eventualmente retorna aos rios. Aproximadamente 80% da água que chega a uma residência retorna como esgoto cloacal. Cidades como Barcelona estão importando água para abastecimento usando navios. Usos da água Demanda da população •Hotéis: - de 3 estrelas ou mais - 900 L/quarto/dia - de categoria inferior a 3 estrelas 500 L/quarto/dia • Pequenos e médios consumidores industriais - 150 L/empregado/dia • Grandes consumidores industriais: - 550 L/empregado/dia • Escolas: 50 L/aluno/dia • Hospitais: 150 L/leito/dia CATEGORIAS DE USO DA ÁGUA Características determinantes do consumo de água per capita para abastecimento humano � Características sócio-econômicas Hábitos; Distribuição de renda; Ordenamento urbano; Atividades econômicas; Atividades urbanas; Consciência sobre racionalização da água). Características determinantes do consumo de água per capita para abastecimento humano Características naturais Temperatura; Umidade relativa do ar; Intensidade e freqüência da precipitação; Evapotranspiração. Características determinantes do consumo de água per capita para abastecimento humano � Características tecnológicas Dispositivo de descarga adotado nas habitações; Pressão do sistema de distribuição; Sistemas de administração, medição do consumo, e cobrança do serviço; Estado da rede de distribuição e das instalações, capacidade do sistema,; Tipos de tecnologia nos processos industriais; Grau de reutilização da água. Qualidade dos recursos hídricos Cerca de 10 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo de doenças transmitidas por meio de águas poluídas: tifo, malária, cólera, infecções diarréicas e esquistossomose; Segundo a ONU, a cada 25 minutos morre no Brasil, uma criança vítima de diarréia, doença proveniente do consumo de água de baixa qualidade; De todo o esgoto produzido no país, apenas 38% passa por algum tipo de tratamento. Geração de energia A água é utilizada para a geração de energia elétrica em usinas hidrelétricas que aproveitam a energia potencial existente quando a água passa por um desnível do terreno. A potência de uma usina hidrelétrica é proporcional ao produto da descarga (ou vazão) pela queda. A queda é definida pela diferença de altitude do nível da água a montante (acima) e a jusante (abaixo) da turbina. A descarga em um rio depende das características da bacia hidrográfica, como o clima, a geologia, os solos, a vegetação. Aplicações dos estudos hidrológicos em centrais hidrelétricas Escolha das turbinas adequadas e determinação da potência instalada; Análise da variação temporal da disponibilidade de energia; Estimativa de vazões máximas em eventos extremos para dimensionamento das estruturas extravasoras; Otimização da operação de sistemas interligados de geração elétrica que incluem hidrelétricas e termoelétricas; Análise das relações entre o uso da água para geração de energia e outros usos, como irrigação, abastecimento urbano, navegação, preservação do meio ambiente e recreação. - Usina Binacional de Itaipu (parceria com o Paraguai) – localizada no rio Paraná tem capacidade 7.000 MW (parte brasileira); - Usina de Tucuruí – localizada no rio Tocantins tem capacidade de 8.360 MW; - Usina de Ilha Solteira - localizada no rio Paraná tem capacidade de 3.450 MW; - Usina de Xingó - localizada no rio São Francisco tem capacidade de 3.160 MW; - Usina de Paulo Afonso – localizada no rio São Francisco tem capacidade de 3.980 MW; - Usina de Jirau – localizada no rio Madeira tem capacidade de 3.750 MW. A energia hidráulica no Brasil Principais usinas hidrelétricas brasileiras:
Compartilhar