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NCPC Prazos Processuais

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PRAZOS PROCESSUAIS (Tempo no Processo)
 
Processo é uma série continuada de atos, que se sucedem no espaço e no tempo. Finalidade do processo: composição dos conflitos para alcance da paz social.
 
Processo deve encerrar-se o mais brevemente possível, por isso a lei regula o tempo destinado à realização dos atos processuais.
 
PRINCÍPIO DA PARIDADE DE TRATAMENTO: significa que as partes devem ser colocadas no mesmo pé de igualdade. Liga-se ao Princípio da Igualdade das Partes (artigo 5º, “caput”, CF).
 
 	A cada uma das partes do processo devem ser concedidos prazos idênticos para a prática de idênticos atos processuais.
 
EXCEÇÕES:
Art. 183, CPC - prazo diferenciado (prazo contado em e em dobro), em benefício da Fazenda Pública e suas autarquias.
Art. 180 - órgão do MP (relevância, multiplicidade e complexidade das suas funções).
Art. 222, CPC - particularidades das Comarcas, calamidade pública (condições do lugar): juiz poderá prorrogar prazos.
Art. 5º, Lei nº 1060/50 - defensor público - Prazos contados em dobro (interesses dos necessitados).
 
PRINCÍPIO DA BREVIDADE: o processo deve desenvolver-se e encerrar-se no menor prazo possível.
 As demandas devem encerrar-se rapidamente, mas devem ser convenientemente instruídas.
 
DO TEMPO NO PROCESSO
 
Art. 216: distinção entre dias úteis e feriados.
Art. 212: atos processuais - praticados nos dias úteis e dentro do horário legal (6 às 20 horas).
Art. 214: “Durante as férias e feriados não se praticarão atos processuais”.
 
EXCEÇÕES:
 
Art. 212, § 1º: atos processuais praticados fora do horário: quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
Art. 212, § 2º: citação e penhora: podem ser realizadas fora do horário normal.
 Art. 212, § 3º: atos praticados por meio de petição em autos não eletrônicos – protocolo: horário de expediente: disciplinado pela lei de organização judiciária local.
Art. 214, I e II: permite que se realizem durante as férias e os feriados, alguns atos (produção antecipada de provas; arresto; seqüestro; penhora; busca e apreensão; separação de corpos; etc).
Art. 215: processam-se durante as férias (atos de jurisdição voluntária; causas de alimentos; remoção de tutores).
 
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA TEORIA DOS PRAZOS
 
PRINCÍPIO DA UTILIDADE: os prazos devem ser suficientes para que se efetive a prática do ato, de forma conveniente ao processo.
 
Juiz – art. 226 
 Decisões – 10 dias
 
Art. 336 – sentença no ato ou no prazo de 30 dias, quando não for proferida em audiência.
 
Prazos do serventuário - art. 228
 
Prazos das partes - art. 218, § 3º (5 dias desde que não fixado legalmente ou pelo juiz).
 
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS
 
Art. 214: durante as férias, alguns processos podem iniciar-se e movimentar-se.
Art. 220: a superveniência das férias suspenderá o curso do prazo.
Art. 221: suspende-se o curso do prazo:
 por obstáculo criado pela parte: retirada dos autos do cartório.
 ocorrendo as hipóteses do art. 313: casos de suspensão do processo.
O ato deixa de ser praticado por motivo de força maior, por justa causa - art. 223, §1º:“Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário” . 
 na contagem do prazo não se computa o primeiro dia (termo inicial – “dies a quo”), o termo final, mas se incluí o termo final (“dies ad quem”) – arts. 219 e 224.
 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
O prazo estabelecido pela lei ou pelo juiz é contínuo. Começado o prazo, segue o seu curso até o dia final, observadas, no entanto, várias exceções.
 
PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE
De acordo com esse princípio, ao juiz não é lícito alterar, modificar o prazo, desde que este seja fixado por lei.
EXCEÇÕES: 
Art. 222 – as partes não podem prorrogar ou reduzir prazos peremptórios.
Art. 225 – a parte pode renunciar ao prazo estabelecido em seu favor.
Art. 229 – prazos contados em dobro quando os litisconsortes tiverem procuradores diferentes.
Art. 222 – comarcas de difícil transporte, os prazos podem ser dilatados ou em caso de calamidade pública.
Art. 227 – prazos concedidos ao juiz, podem ser excedidos, havendo motivo justificado.
Art. 364, § 1º – prazo para debates orais, em audiência, podem ser alterados.
 
PRINCÍPIO DA PEREMPTORIEDADE
 
De acordo com esse princípio os prazos terminam, fatalmente, no dia do vencimento. Decorrido o prazo, está impossibilitada a prática do ato.
Art. 223 — prazos peremptórios: ainda que as partes estejam de acordo, são eles improrrogáveis.
Tratando-se de prazo peremptório, iniciado este, decorre até se esgotar no dia do vencimento, sem que para isso haja necessidade de qualquer ato ou providência da parte do juiz — art.223.
 PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO
Preclusão — latim: “praecludo” — significa fechar, tapar, encerrar.
Preclusão é a inadmissibilidade da prática de um ato que não foi praticado no prazo devido.
Preclusão temporal — consiste na perda de uma faculdade ou direito processual por não ter sido exercido em tempo e momento oportunos.
Ex: Contestação — apresentada em 15 dias (art. 335).
CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS
Legais: São os prazos fixados em lei — art. 218.
Prazo para oferecimento de recursos = 15 dias (unificação – art. 1.003, § 5º).
Prazo para juizes proferirem despachos (5 dias) e decisões (10 dias) — art. 226
Judiciais: São os prazos que ficam a critério do juiz fixa-los — art. 218, § 1º.
Ex: fixação de prazos (comarcas de difícil transporte — art. 222).
Calamidade pública — art.222, parágrafo 2º.
OUTRA CLASSIFICAÇÃO:
1. Comuns: estabelecidos para ambas as partes, para a prática de determinado ato. Ex: Sentença que acolher parcialmente o pedido do autor.
2. Particulares: são os prazos destinados à prática de ato de uma das partes. Ex: Prazo para contestação — art. 335, prazo para o réu opor exceção declinatória de foro — art. 297 cc art. 65.
OUTRA CLASSIFICAÇÃO
1. Próprios: são aqueles atribuídos às partes, ambas ou a uma só das partes.
Ex: o vencido que deixar de apelar da sentença definitiva, no prazo fixado, terá que conformar-se com a mesma, porque transitada em julgado.
2. Impróprios: são os prazos atribuídos aos juízes e auxiliares da justiça para a prática dos respectivos atos.
Ex: art. 228 — prazos conferidos aos escrivães e serventuários da justiça.
CONTAGEM DOS PRAZOS
Art. 219 e 224 — “Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento”.
Início do prazo é o termo inicial. A sua contagem é que se faz na conformidade dos artigos 219 e 224: exclui-se o termo inicial e inclui o termo final.
Prazos em minutos — artigos 364 e 937 (são contados de minuto a minuto).
Prazos de anos: art. 975.
VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS E DAS PENALIDADES
a) Compete ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos que este Código estabelece — art. 233
b) O advogado, o defensor público e o membro do MP devem restituir os atos no prazo do ato a ser praticado — art. 234
c) O juiz não pode exceder os prazos que lhe são marcados por lei, sob pena responsabilidade — artigo 143, além de sanções administrativas previstas na lei de Organização Judiciária.
Art. 235 - representação contra o juiz que excedeu os prazos.
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