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Direito Penal - ANALISE A JURISPRUDÊNCIA: PONTOS CONTROVERSOS NA DOUTRINA.

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FACULDADE ESTACIO DE SÁ – CAMPUS FNC
APS PENAL IV - ANALISE A JURISPRUDÊNCIA: PONTOS CONTROVERSOS NA DOUTRINA. 
PROFESSOR: RAPHAEL RETUCCI
Carapicuíba
2016
1. MOMENTO DE CONSUMAÇÃO DO CRIME DE FURTO (REsp 1524450 / RJ - RELATOR: Ministro NEFI CORDEIRO)
 RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. RITO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. DIREITO PENAL. FURTO. MOMENTO DA CONSUMAÇÃO. LEADING CASE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 102.490/SP. ADOÇÃO DA TEORIA DA APPREHENSIO (OU AMOTIO). PRESCINDIBILIDADE DA POSSE MANSA E PACÍFICA. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Recurso especial processado sob o rito do art. 543-C, § 2º, do CPC e da Resolução n. 8/2008 do STJ. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, superando a controvérsia em torno do tema, consolidou a adoção da teoria da apprehensio (ou amotio), segundo a qual se considera consumado o delito de furto quando, cessada a clandestinidade, o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja possível à vitima retomá-lo, por ato seu ou de terceiro, em virtude de perseguição imediata. Desde então, o tema encontra-se pacificado na jurisprudência dos Tribunais Superiores. 3. Delimitada a tese jurídica para os fins do art. 543-C do CPC, nos seguintes termos: Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.4. Recurso especial provido para restabelecer a sentença que condenou o recorrido pela prática do delito de furto consumado. 
Na doutrina existem duas correntes sobre o momento de consumação do crime de furto. A primeira, não exige que a posse seja pacifica e desvigiada, apenas que o crime estará consumado a partir do momento em que ocorrer a inversão da posse, necessitando que a vítima retome o bem, pois já não esta mais sobre o seu domínio. A segunda exige que a posse seja mansa, pacifica e desvigiada. 
O STF optou por atender a primeira corrente, sendo assim, mesmo que o autor cometer o crime e por pequeno espaço de tempo com vigilância da vitima, for capturado, continua sendo consumado o crime. 
2. CONSUMAÇÃO CRIME DE ROUBO (AgRg no REsp 1393736 RS 2013/0262475-8 - Relator(a):	Ministra ASSUSETE MAGALHÃES)
PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE ROUBO. DESNECESSIDADE DE POSSE MANSA E PACÍFICA DA RES FURTIVA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. O Superior Tribunal de Justiça adota a teoria da apprehensio rei ou amotio, segundo a qual a consumação do crime de roubo dá-se com a simples inversão do título da posse, não sendo necessário que o objeto do crime saia da esfera de vigilância da vítima, ocorrendo a consumação do delito ainda que haja a retomada da res furtiva, logo em seguida, pela própria vítima ou por terceiro. II. A decisão agravada, ao apreciar a conduta imputada ao réu (roubo), para estabelecer o entendimento de que o delito percorreu todo o iter criminis, consumando-se, limitou-se à análise jurídica dos atos praticados pelo ora recorrente, estes - repita-se -, incontroversos nos autos, na sentença e no acórdão. III. A decisão impugnada não reexaminou o conjunto fático- probatório - providência vedada, em sede de Recurso Especial, pela Súmula 07/STJ -, tendo realizado apenas a revaloração dos critérios jurídicos utilizados na apreciação de fatos incontroversos nos autos. IV. Agravo Regimental improvido.
No crime de roubo também existem duas correntes doutrinarias. Na primeira a consumação do crime se dá no momento em que o agente subtraiu o bem, prescindível se houve a posse mansa e pacifica da res, e que também não saia da presença do possuidor, não admitindo tentativa. A segunda corrente, fixa que é necessário à posse mansa e pacifica, mesmo que seja por curto prazo de tempo, portanto, embora o agente fuja com a coisa e seja capturado será configurado a tentativa, pois não teve a posse mansa e pacifica para configurar a consumação do crime. 
O STJ se posicionou referente ao assunto na sumula 582 com seguinte texto:
 “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.”
 Esta definição deixa claro que após inversão da posse se configura crime consumado, não sendo possível reverter para tentativa, onde a pena é menor.

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