Buscar

ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO estereótipos paper

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO 
O MALEFÍCIO DOS ESTEREÓTIPOS
Patrícia Heitich Wagner Candido.
Orientador(A): Ester Zingano.
Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI.
Curso (ART 0155) – Projeto De Ensino.
03/11/2016.
RESUMO
Esta pesquisa surgiu a partir dos problemas encontrados nos estágios concluídos e em sala de aula onde senti a necessidade de pesquisar e encontrar soluções para o uso dos estereótipos na educação. A pesquisa foi aplicada por meio de entrevistas, investigações e procura de dados sobre o tema. Pretendo nesta pesquisa encontrar soluções para desconstruir e desestereotipar o ensino das artes. Como artista e futura professora, não posso deixar que meus alunos sejam desestimulados a criação e espontaneidade, a construção de seus conhecimentos, de suas próprias críticas e maneiras de ver o mundo, para solucionar seus problemas de modo imaginativo, criativo, intelectual e sensato. Abordo os problemas causados pelo uso dos estereótipos e aponto o mal que ele gera, não só dentro da escola, mas principalmente fora dela. Os estereótipos causam danos irreversíveis a sociedade como a intolerância que é enfrentada como o mal do século. Aponto críticas e procuro a solução desses problemas como futura professora de artes, para encontrar maneiras de transformar os pensamentos e de aprendermos todos a conviver com as diferenças de maneira livre e real.
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foi desenvolvida pela necessidade que encontrei de trabalhar com processos novos junto à educação, principalmente infantil, visto que a educação trabalha em sua grande maioria com o uso de estereótipos diminuindo ou impossibilitando a criação e espontaneidade de cada criança, principalmente o desenvolvimento cognitivo e o processo de imaginação, solução de problemas e o amadurecimento pessoal de cada ser que é único e se desenvolve de maneiras diferentes. 
Sabemos que estereótipo é visto como algo sem originalidade, cópia e reprodução, repetição de modelos prontos, modelos predefinidos e preconceito. Este é um tema que me fez indagar como dar uma aula de artes com espontaneidade e criação, sendo que os alunos não possuem tais qualidades devido à falta de informação e conhecimento. É realmente desolador ver como falta imaginação, criação, falta opinião das crianças, e ver o quanto estão perdidas. Observei em meus estágios que a maioria das crianças não faziam os trabalhos e aqueles que faziam, repetiam cópias do que outros já haviam feito, nenhum dos alunos que tive, apresentou algo original, foi tudo cópia ou pior, muitas vezes percebi que adultos faziam os trabalhos por eles.
02
Nos estágios, trabalhei tanto com crianças pequenas como jovens, no início da puberdade. Ambos, sem criatividade e atitude, perdidos na escola, sem saber por que ali estavam. Comecei a me perguntar como faria para desenvolver um trabalho construtivo junto às crianças, para que elas pudessem entender que a construção do seu desenvolvimento intelectual e cognitivo dependeria somente dela. Conforme Piaget, “o indivíduo é o responsável por sua aprendizagem e pela construção de seu conhecimento”, ou seja, o indivíduo deve construir seus próprios caminhos, porém precisamos auxiliá-los neste processo de construção, fazendo com que pensem, reflitam sobre suas ações e atitudes, instigando o aluno a criar, produzir, debater.
Confesso que o estereótipo era uma palavra distante de meus pensamentos. Embora meu objetivo como professora fosse trabalhar com a multiculturalidade e pluralidade a partir dos conceitos de Ana Mae Barbosa, em quem me espelho, procurando sempre esta metodologia, foi um espanto saber do mal causado pelos estereótipos. Dediquei esta pesquisa a construção da minha metodologia e meu conceito de trabalho, pois acredito que o adulto se forma a partir de seus aprendizados na infância.
 O uso dos estereótipos, precisam ser contidos e desconstruídos, dentro e fora das escolas, pelo mal que eles causam na sociedade e na própria vivência destes indivíduos. Conforme Barbosa, precisamos valorizar as vivências dos alunos, auxiliar no processo de leitura, produção e fruição da arte, para que a criança possa decodificar os vários símbolos e signos existentes, e assim tornar-se critico e ativo no seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, que devem estar em constante construção. O professor precisa estar atento às suas vivências e auxiliar no processo de conhecimento, desenvolvendo suas habilidades, instigando seus pensamentos, provocando reflexões, para que ele possa construir sua identidade e possa transformar seus caminhos. 
	
2 HISTÓRIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO E O ESTEREÓTIPO
A história da arte nos traz a percepção de que, o indivíduo, desde a era primitiva até a época contemporânea tem seu aprendizado com os resultados obtidos através das experiências. A Arte se mistura a vida humana, a criação, inventividade, aos objetos criados para solucionar problemas do cotidiano, materiais para facilitar o trabalho manual, experimentação e produção, e ao longo do tempo ela tem sido usada com intuito político, social e ideológico. 
03
Na era primitiva as ferramentas que eram construídas com ossos, madeiras e materiais encontrados na natureza, eram de fato, obras de arte construídas para solucionar os problemas, seja de caça, pesca ou com o passar do tempo, os vasos cerâmicos para guardar mantimentos, por exemplo. A arte rupestre contribui para a comunicação do ser humano, seja por rituais de caça, onde os homens primitivos acreditavam, conforme Farthing, que desenhando o bisão na parede, este seria de fácil captura, pois na pintura sua alma já estaria capturada. As pinturas também mostram o meio em que o homem vivia, os animais, alguns extintos, contam histórias das pessoas fazendo seus rituais, o modo como caçavam e pescavam, ou seja, o homem já buscava informar e se comunicar.
Até a idade Paleolítica o homem era nômade, ficava no local até que esgotasse seus recursos e após se mudava para outro local. Quando a idade da pedra polida inicia, o homem passa a criar moradias, conforme Farthing, o homem começa a domesticar animais e construir suas comunidades, faz descobertas novas a cada dia, como ferro, metais, o barro se torna a cerâmica, e produtos que foram surgindo com a invenção, sensibilidade e criação do homem. Esta nova situação traz o desenvolvimento e preocupação do ser humano em evoluir para a construção de grandes cidades de acordo com o crescimento populacional.
	O desenvolvimento social e político, educacional, artístico e ideológico, seguem a cada época da história, uma estrutura cultural e momentânea. Com os movimentos sociais e políticos, também surgem vários movimentos artísticos, como afirma Farthing(2011), todos os movimentos acompanharam a evolução social e política, e alguns combateram diretamente as lideranças governamentais em favor dos mais carecidos.
Talvez o mais importante movimento da arte e educação na história da humanidade tenha sido a arte clássica, vista até hoje com bons olhos, ela teve grande influência sobre ideal de beleza humano. Por que não dizer que o estereótipo teve seu início ali, sem dimensão talvez do que se tornaria é claro. Conforme Janson(2001), foi na Grécia que o ideal de beleza surgiu, através da religiosidade, onde a busca pela perfeição humana era primordial, se deus era perfeito, o homem deveria ser sua imagem e tudo que fosse bom, deveria ser lindo.
A sensibilidade e razão expressavam valores como equilíbrio, harmonia, ordem e medida, mas não só nas artes, também na forma do comportamento humano. Janson(2001) afirma que é nesse momento clássico que a perfeição artística teve seu apogeu, pois nele alcançou a beleza absoluta, iniciando assim a rigidez estética. 
04
O Renascimento marca o fim da idade média para a moderna, como afirma Farthing, intelectuais e autores como Platão, Aristóteles e Homero, dão a sociedade uma visão mais humanista, onde as prioridades são os homens e suas realizações. O antropocentrismo dá início a novas preocupaçõese discussões filosóficas, surgindo à busca por valores e direitos que antes eram atribuídos a obediência a deus. Os artistas renascentistas continuam a ser inspirados na simbologia cristã, mas o desenvolvimento social crescente traz novas perspectivas à sociedade. 
A arte e educação continuam seu processo de evolução e mudanças e o crescimento populacional contribuem para essa transformação. A filosofia, política e economia também seguem transformando os caminhos dos direitos e deveres na sociedade, de acordo com o tempo e lugar de cada comunidade. O ser humano se modifica através dos tempos e do pensamento, também de sua expressão e livre escolha, o que para os gregos, por exemplo, era belo (a busca da perfeição, a rigidez estética e de normas e regras sociais) para os romanos, o ideal de beleza é que as coisas deveriam ser úteis. Janson afirma que para os romanos, tudo demonstrava carácter prático, e essa era a beleza das coisas. 
A respeito do desenvolvimento da educação, assim como a arte, ela foi se transformando conforme a cultura e interesse político e social de sua época. Em algumas épocas a educação artística foi mais incentivada que outras, e em alguns momentos ela foi proibida na educação pública e até hoje tem seu desenvolvimento de forma lenta e de difícil acesso.
Entre a idade moderna e a contemporânea, muita coisa acontece. Gombrich nos apresenta toda a trajetória da arte em seu livro, os movimentos artísticos principais, e uma visão de como a arte foi se desenvolvendo na medida em que o tempo foi passando. Essa transformação da arte e sociedade, guerras, disputas políticas e econômicas, a luta por poder e a ganância do homem junto à supervalorização do indivíduo, gerou um atrito na sociedade. 
Como afirma Cruz (2012), a busca pelo ideal de beleza, pelo correto, por padrões sociais, o desenvolvimento da tecnologia, a busca pela felicidade a todo custo através do ter e não do ser, a diferença social e humana, o egocentrismo junto à banalização da propaganda e velocidade de informação, a entrega de produtos prontos na educação, falta de valorização da educação e da arte e outros milhões de fatores sociais contribuíram para que o estereótipo se tornasse um mecanismo automático. 
05
Na contemporaneidade, apesar do avanço tecnológico e crescimento do ser humano em questões ideológicas, políticas, sociais e econômicas, o bombardeio de imagens e informações que nos chegam através da mídia, nos fazem cada vez mais agir sem pensar. Para Cruz, estes transtornos sociais acontecem porque o estereótipo limita o pensamento, afeta o aprendizado intelectual e cognitivo, e é usado como uma nova forma de controlar as pessoas. Diz ainda: 
 “se pensarmos sobre como anda nossa educação em termos estéticos, o panorama é desolador, pois não somos educados para a apreciação do diferenciado, do novo...outro aspecto que percebo agravar-se é o afastamento da experiência, essa maravilhosa aventura da descoberta, de relação e ação como forma de aprendizado, já que tudo nos é fornecido como definitivo, pronto e gratuito, sem a necessidade ou possibilidade de crítica ou questionamento.”(CRUZ, 2012).
 E como isso se desenvolveu tão rápido, a ponto de chegarmos na era contemporânea tomados pelos estereótipos em todos os sentidos? Pois o que é belo para um, não o é para o outro, o que é normal para um, não é para o outro, sendo assim, o ideal seria que o diferente fosse respeitado. Assim como tantos teóricos, Barbosa afirma que a arte faz parte da comunicação e expressão humana, que o conhecimento através da arte é um processo pelo qual o ser humano conhece a si mesmo e o respeito pelo outro, percebe o mundo de forma poética e sensível, traz a tona a percepção, sensibilização, intuição, emoção e interação social. 
	Nesse contexto, a arte intensifica o desenvolvimento intelectual do educando, principalmente na educação infantil onde ela desenvolve o crescimento cognitivo da criança, fazendo-a perceber o mundo a sua volta, não apenas racionalmente, mas através do sensível. Barbosa afirma ainda, que “a educação da arte dentro das escolas deve desenvolver as múltiplas inteligências.” 
O ensino das artes se torna importantíssimo nessa construção do desenvolvimento infantil, a história da arte, pode transformar as vivências do aluno, pois ela desenvolve o pensar, o criar, a imaginação e solução de problemas. Barbosa (2012) aponta que “o ensino da história da arte não é linear e pretende contextualizar a obra de arte no tempo, que a arte não é isolada do nosso cotidiano, nem da nossa história pessoal, desenvolvendo assim, o sensível do indivíduo e o pensamento crítico.” 
Diz ainda, que é preciso possibilitar a criança a desenvolver suas habilidades e sua capacidade de criação, “deve ser livre de amarras, do certo ou errado, deve ser crítico e participativo, sensível ao conhecimento.” Sem o conhecimento da arte e história não é possível o 
06
indivíduo ter consciência de sua identidade, e quando Barbosa fala em conhecer arte, está relacionando o conhecer arte com o fazer artístico, a apreciação da obra e sua história, pois “o conhecimento da arte se dá na interseção da experimentação, da decodificação e da informação.”
A escola deve ser sem dúvidas o lugar oportuno para que esses ensinamentos sejam transmitidos ao aluno. A teoria e prática na aula de artes devem estar agregadas, a escola deve ser um espaço democrático com acesso a informação estética, como afirma Barbosa, “o ensino das artes deve atingir todas as classes sociais, sem distinção e discriminação, propiciando assim a multiculturalidade, o fazer artístico, o conhecer arte e a fruição da arte devem ser o momento de representação visual da criança.”
Para o desenvolvimento cognitivo e pleno da criança, é necessário que ela construa sua identidade e seu conhecimento. Para que isso aconteça, o professor de artes deve estimular a criança a inventar, criar, produzir, indagar, instigar a busca por seu aprendizado. O professor deve ensinar a história da arte em toda sua plenitude, deve apresentar técnicas e maneiras diferentes de pensar e produzir, deve estar atento às inovações e tecnologias, para que a criança tenha acesso à informação e produção artística. O ensino da arte deve propiciar a criança o experimentar, criar, descobrir, errar e inventar, de acordo com que diz os Parâmetros Curriculares Nacionais:
O ensino da arte consiste na experiência de fazer formas artísticas e tudo o que entra em jogo nessa ação criadora: recursos pessoais, habilidades, pesquisa de materiais e técnicas, a relação entre perceber, imaginar e realizar um trabalho de arte; na experiência de fruir formas artísticas, utilizando informações e qualidades perceptivas e imaginativas para estabelecer um contato, uma conversa em que as formas signifiquem coisas diferentes para cada pessoa. (BRASIL, 1997, p. 25)
2.1 ESTEREÓTIPOS 
A Palavra estereótipo surgiu no ano 1000 na china, quando foi inventado, através de um tipógrafo chamado PI Ching, um processo de impressão, que mais tarde teve o nome de estereotipia. Segundo Martins (2011), “etimologicamente essa palavra vem do grego “Stereos”, que quer dizer compacto, imóvel, constante, e de “Typos”, que significa sinal, molde, representação.” Por isso estereótipos hoje, representa cópia, modelo, padrão, clichê, trivial, estigma. 
Estereótipo, segundo o dicionário Priberam, é uma ideia ou conceito formado e sem fundamento sério ou imparcial, é uma coisa que não é original e que se limita a modelos 
07
conhecidos. Diz ainda que é a repetição automática de um modelo anterior, anônimo, impessoal e desprovido de originalidade e criatividade. Por isso acho tão importante a valorização e disseminação deste tema, por que ninguém cria nada se não for estimulado a criar.
O estereótipo na contemporaneidade se dá pela difusão de informação. Pela inúmera quantidade de símbolos e signos que chegam até nós todos os dias. Cruz afirma “que a tecnologia ajudou a disseminar estes conceitos através deimagens e informações que são usadas para o consumo deliberado, dentro desta sociedade capitalista.” Afirma ainda que “é um grande equívoco acreditarmos que o estereótipo, enquanto manifestação cultural é apenas modismo; trata-se de um dispositivo de forte poder político e ideológico, tendo a indústria da comunicação de massa como o seu veiculo de propagação.” 
O estereótipo é um dos grandes causadores dos maus da sociedade, pois traz consigo, a intolerância, discriminação, a exclusão e o desrespeito. Na visão social da atualidade, é difícil pensar em acabar com estes problemas. Para Lippmann(2008), “estereótipo é o novo padrão da sociedade contemporânea.” 
É a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupos de pessoas na sociedade...sendo um grande motivador de preconceito e discriminação...A disseminação pelos meios de comunicação de massa, de representações inadequadas de estrangeiros, classes sociais e outras comunidades é destacada por um sensível problema para o processo democrático, cujo desenvolvimento demanda a opinião esclarecida de cada cidadão a respeito de questões capitais da vida política e social.(LIPPMANN, 2008).
2.2 OS DANOS CAUSADOS PELO USO DOS ESTEREÓTIPOS
O uso do estereótipo na educação infantil incapacita a criança de criar, de construir, de evoluir, de se expressar, de imaginar e formular soluções para seus problemas. Barbosa (2012) afirma “que a criança precisa produzir, por que isso a faz pensar, precisa ler a imagem e interpreta-la, pois isso a faz decodificar os códigos existentes, e precisa sentir, apreciar, pois isso fará com que a criança saiba perceber o mundo a sua volta”, e se expressar, tornar seu conhecimento sensível e humano, livre de preconcepções, desenvolver sua capacidade criadora e através destes meios, a criança constrói novas possibilidades de transformação social. 
O Uso do estereótipo, afirma Reuter (2013) faz com que a criança se torne preguiçosa, incapaz de criar, de pensar, pois ela não consegue fazer aquele desenho perfeito e belo que os 
08
modelos prontos trazem. Sua relação na sociedade também será estereotipada, ela será incapaz de estar aberta a sensibilidade humana e livre expressão, e é exatamente neste ponto que a criança se frustra, deixa de desenvolver seu intelecto, de construir inclusive relações de afeto, ai surge o preconceito, a intolerância e a discriminação. 
O estereótipo não se encontra apenas na sala de aula e no ambiente escolar, somos bombardeados todos os dias com produtos prontos, soluções e ideias modeladas, o estereótipo está cravado na sociedade, tornando assim mais difícil a conscientização do indivíduo sobre os problemas que o assunto causa, principalmente na infância onde a criatividade e espontaneidade deveriam ser a base para a educação. De acordo com Piaget (1969), “o indivíduo é o responsável por sua aprendizagem e pela construção de seu conhecimento, pela interação ao meio ambiente, pela adaptação, assimilação e acomodação. Para isso acontecer o professor precisa facilitar e estimular seu processo de construção com criatividade, imaginação e liberdade de ação.”
Como vamos deixar as crianças construírem seu conhecimento, se tudo que entregamos para elas são estereótipos? A criança acaba por não construir nada, não cria, não interpreta e por estar tudo pronto, não acha soluções para os problemas do seu dia a dia. Piaget afirma ainda que o ser humano é biológico, e que a interação entre o sujeito e o mundo que o cerca é exatamente o que o desenvolve, e sua influência exerce forte poder na construção de seu conhecimento. O problema principal causado pelo estereótipo, é que o indivíduo não pode criar algo se ele não é estimulado pelo ambiente que lhe cerca. Para uma criança aprender e se desenvolver, ela precisa de estímulos e orientações para construção do seu conhecimento.
Conforme Cruz (2012), “o uso dos estereótipos causa uma distorção na personalidade do indivíduo, causando danos sociais, padrões opressivos de preconceito, devastação psíquica e efeitos negativos no desenvolvimento infantil e juvenil”. Diz ainda que “a funcionalidade dos estereótipos não estabelecem erros de percepção e sim uma nova forma de controle social. Este é um problema sócio cultural que afeta o desenvolvimento de seres capazes de transformar seus caminhos e de livre expressão. Indivíduos que poderiam ser capazes de se intelectualizar, de se emancipar como cidadãos, capazes de transformar a sociedade e o meio em que estão inseridos”. 
Sabemos que o ensino das artes na educação, se dá através dos estereótipos, de modelos prontos, cópias padrão de desenhos, normalmente mimeografados ou xerocados, imagens limitadas e repetidas exaustivamente, que são apresentadas ao aluno para pintura com lápis de cor ou giz, sem 
09
qualquer preocupação em estimular a criatividade e imaginação do aluno. Conforme Cruz (2012), “os estudantes não tem a mínima chance de refletir sobre a atividade, que se torna mecânica, automática e maçante, não deixando nenhum vestígio de aprendizado.”
Seguindo o raciocínio de Cruz (2012), “o estereótipo distancia e atrasa o desenvolvimento crítico, reflexivo e a autonomia dos alunos.” A criança aprende por intermédio da experimentação, das vivências que são estimuladas em seu meio, da construção do seu conhecimento. Sem esses incentivos, a criança não pode desenvolver capacidade crítica de raciocínio, ou construção intelectual.
Há ainda, um problema maior para ser discutido, a reprodução repetitiva de símbolos e signos impostos cotidianamente pela indústria da comunicação de massa que, segundo Cruz (2012) “distancia os alunos da realidade, cria sensação de exclusão e recusa do mundo à sua volta, de seus costumes, situação social, e formas de integração...” E isto, é uma coisa a ser repensada, pois o uso do estereótipo na sociedade, em todos os âmbitos, faz com que o indivíduo torne-se um participante passivo no mundo, sem qualquer perspectivas de ação libertária.
2.3 SOLUÇÕES PROPOSTAS	
Para nós, futuros professores de artes visuais, acredito que devemos estar atentos às vivências e conhecimentos adquiridos dos alunos, devemos manter a preocupação em mostrar a história da arte e fazer uma comparação com o seu dia a dia, com as coincidências sociais, políticas e econômicas e tratar dos assuntos de sua comunidade. Mostrar ao aluno como ser parte atuante de seu desenvolvimento intelectual, como ser crítico e ativo na construção do seu desenvolvimento. 
	
Nesse contexto, também é importante avaliar nossa prática de ensino, como afirma Reuter
 (2013), “precisamos desenvolver novas propostas que influenciem conscientemente os alunos instigando-os para observação, interpretação e inventividade.” Com essas mudanças na prática de ensino, podemos transformar e estimular as crianças a criações originais, a desenvolver imaginação e espontaneidade, e assim aos poucos afastamos os estereótipos tanto da sala de aula como da vida dos alunos.
A apreciação da arte é importantíssima nesta mudança, o aluno precisa ter contato com obras de arte e com a história da arte, com os artistas e suas produções, com linguagens e técnicas diferentes e multiculturalidade, para que ele possa ter percepção e sensibilidade as diferentes 
10
culturas, e assim perceber o mundo à sua volta, como mostra Barbosa dentro da arte educação, “que a fruição da arte possibilita reflexões para a construção do conhecimento, e que por meio da arte conhecemos nossas raízes e compreendemos nossa história.”
A produção de arte faz a criança pensar inteligentemente acerca da criação de imagens visuais, mas somente a produção não é suficiente para a leitura e o julgamento de qualidade das imagens produzidas por artistas ou do mundo cotidiano que nos cerca... Temos que alfabetizar para a leitura de imagem. Através da leitura das obras de artes plásticas, estaremos preparando a criança para a decodificação da gramática visual. (BARBOSA, 2002).A apreciação das obras de arte e conhecimento da sua história fornece muitos elementos positivos para a construção do processo criador de cada indivíduo. “Afinal ninguém cria do nada, como afirma Moço (2011), a criatividade está ligada aos conhecimentos que temos, e quando a criança tem contato com variadas produções, ela ganha repertório visual e encontra sentido para suas próprias criações.” 
O ensino das Artes Visuais deve trazer liberdade, espontaneidade. O professor deve fazer com que a criança crie, invente, produza, pense e são essas coisas que vão contribuir para seu raciocínio e desenvolvimento intelectual. Segundo Cruz (2012), “O estereótipo distancia e atrasa o desenvolvimento crítico, reflexivo e a autonomia das crianças.” Afirma ainda que: 
O novo, o desconhecido, pede um olhar mais apurado e curioso, mudança de preceitos e paradigmas, uma nova forma de se perceber... o professor de artes deve ter como missão, a educação do olhar, a sensibilização deste olhar, comover, provocar, mostrar caminhos e formas de experimentação da realidade, pela ação e pelo contato direto com a natureza. A experiência como principal caminho para o aprendizado e a realização pessoal do aluno. (CRUZ, 2012).
3 MATERIAL E MÉTODOS
	Para a construção desta pesquisa, foram analisados dados de teóricos clássicos e contemporâneos, que defendem o estudo livre da história da arte dentro da escola, e que o ensino deve ter como base para a educação do indivíduo, a liberdade de criação, a imaginação, espontaneidade e sensibilização dos alunos em todas as áreas de atuação, principalmente nas artes visuais no ensino infantil. 
	Minha pesquisa bibliográfica contou também com o estudo de teóricos que afirmam o malefício do uso de estereótipos, tanto na educação infantil quanto no mundo da indústria da
11
comunicação. Nesse contexto, reafirmei esses dados e procurei descrever de forma sucinta o quão nocivo é para sociedade atual, o estereótipo que se apresenta em nosso cotidiano.
	Realizei entrevistas com diversos profissionais que estudam sobre o tema e profissionais que fazem parte desse contexto, lutando todos os dias contra o preconceito, a discriminação social, intolerância, racismo, desigualdades, e outras coisas, que aos olhos dos entrevistados, a maioria desses acontecimentos são causados pelos estereótipos criados pelo ser humano.
3.1 TABELA DE ENTREVISTADOS
	NOMES
	DATA
	DADOS PROFISSIONAIS
	JUSSARA PASQUALOTTO
	26/08/2016
	LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
	MÁRCIO FERREIRA
	13/10/2016
	SERVIÇO SOCIAL ESPECIALIDADE: ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
	ILANA MACHADO
	18/10/2016
	BACHARELADO EM ARTES VISUAIS ESPECIALIDADE: ARTE EDUCAÇÃO
	JANAINA CZOLPINSKI
	18/10/2016
	LICENCIATURA ARTES VISUAIS
PÓS-GRADUAÇÃO EM POÉTICAS VISUAIS
	CLAUDIA SUZANNA
	29/10/2016
	PEDAGOGA – ORIENTADORA EDUCACIONAL – PÓS EM NEUROPSICOPEDAGOGIA
3.2 PESQUISA
	TEÓRICOS
	ANA MAE BARBOSA, GOMBRICH, JANSON, LIPPMANN.
	LIVROS
	A Imagem No Ensino Das Artes
	Didática E Metodologia Do Ensino Das Arte
	Leitura de Imagem
	SITES
	Brasil - Ministério da Educação
	Dicionário Português.Org 
	Nova Escola
	BIBLIOTECA
	Biblioteca Da Uniasselvi 
	Biblioteca Municipal de Alvorada
	----
	ARTIGOS
	Anderson Moço
	Breno Cruz
	Patrícia Reuter
12
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
	O problema que apresento nesta pesquisa, é o mal causado pelo uso do estereótipo no ensino das artes dentro da escola, e dos efeitos que, desde a infância, são causados por ele. A maioria dos teóricos estudados e dos entrevistados sobre o tema descrevem o estereótipo como algo sem originalidade, esquematizado, um modelo predefinido das coisas e pessoas. Principalmente na visão social, como afirma Claudia Suzanna, Neuropsicopedagoga, “uma impressão ou julgamento que as pessoas fazem acerca de costumes, comportamentos, culturas.” Isto se transforma ao longo do tempo em discriminação, preconceito, intolerância, exclusão, enfim, sentimentos ruins que causam afastamento e violência dentro da sociedade.
O estereótipo “está infiltrado na educação, desde as séries iniciais, é uma alienação total que impede a criatividade e ajuda na impessoalidade das expressões criativas”, afirma Janaína Czolpinski, e isso faz com que o indivíduo perca espontaneidade, percepção, visão crítica de si e do mundo a sua volta. O ser humano perde a sensibilidade e deixa de ser ativo em seu desenvolvimento, torna-se incapaz de transformar seus caminhos, incapaz de compreender as múltiplas linguagens e informações que o cercam e deixa de ter uma visão crítica social, política e econômica sobre os problemas enfrentados pela sociedade contemporânea. 
Este é um problema social cada vez mais profundo, pois dele nascem o preconceito, a intolerância, a discriminação e vários outros problemas que a sociedade enfrenta todos os dias. Na educação como afirma o assistente social Márcio Ferreira, “a utilização dos estereótipos exerce grande influência na vida dos sujeitos, pois perde-se o objeto de estudo e pesquisa, fazendo com que este indivíduo passe a reproduzir suas situações vivenciadas no cotidiano.” Diz ainda que “o cognitivo do indivíduo deve ser explorado e trabalhado não como uma reprodução mecânica(robô), mas como um sujeito dotado de conhecimento, habilidades e atitudes, apto para pesquisas e novas descobertas.”
Nesse contexto, O professor deve ter em mente, a mudança no ensino, deve estimular o seu aluno a criação e espontaneidade, deve expor as inúmeras possibilidades que o ensino das artes pode proporcionar, instigar seu aluno, provocar e ao mesmo tempo sugerir, auxiliar na busca por novas possibilidades, fazendo assim, com que o aluno construa seu conhecimento de forma concreta e inabalável. O desenvolvimento cognitivo de cada indivíduo depende da construção do seu conhecimento, e para que isso aconteça, ele deve ter liberdade de expressão, imaginação, criação e 
13
espontaneidade. Só assim, o indivíduo se torna autocrítico e sensível as diferentes raças e culturas, respeitando as diferenças e compartilhando vivências.
É fato que os órgãos responsáveis pelo ensino, não tem valorizado a independência, a liberdade de criação e pensamento dos alunos, desde a educação infantil até a formação de profissionais técnicos ou superiores. A professora Ilana Machado, afirma que “a escola deve transformar sua metodologia e orientar seus setores pedagógicos sobre o malefício do uso dos estereótipos, visando assim uma luta interdisciplinar para que todos possam trabalhar com estas questões.” É preciso repensar as práticas de ensino. O professor deve estar aberto às mudanças e reaver suas práticas considerando o seu livre arbítrio na hora de ensinar.
É importante ressaltar que a indústria da comunicação, a comunidade e a família das crianças perpetuam os estereótipos construídos tanto na escola como na vida cotidiana. O Estereótipo está enraizado na sociedade, a comunidade escolar e a educação não vêm o ensino das artes como um aprendizado importante na construção cognitiva e desenvolvimento infantil. A educação está sempre em processo de transformação, mas esta é uma realidade que muda lentamente. Os professores de artes devem estar atentos aos conhecimentos e vivências dos seus alunos e auxiliar no processo de desconstrução dos estereótipos.
Dentro das escolas, precisamos enfrentar esse problema como forma de construirmos um futuro melhor, os estereótipos trouxeram a sociedade uma mal que não pode ser desfeito, mas que pode ser trabalhado e melhorado. Precisamos de um processo para desestereotipar a vida social e educacional, não é um processo fácil, mas possível. Conforme o assistente social Márcio Ferreira, “a única forma de enfrentarmos este problema é o conhecimento, sendo este através da educação, sociabilização de informações, especialização, quebra de tabus e paradigmas, bem como o enfrentamento do conflito e das resistências, trazendo um novo olhar diferenciado e agregando novosvalores e conhecimentos.” Diz ainda, que é preciso educar para educar! Transformando os novos profissionais em multiplicadores e formadores de opinião e não meros reprodutores de conhecimentos automáticos. 
Para um processo de desconstrução de saberes, ou seja, desestereotipar coisas ou pessoas, é preciso respeitar o diferente, ser tolerante, conhecer e fazer parte das várias culturas e produções. A história da arte é uma parte importante para esta abordagem, pois traz nossas raízes, nossa própria história e pode nos auxiliar a construir nosso futuro. Como metodologia de ensino é preciso 
14
transformar a educação formal e informal, é preciso colocar a arte dentro dos lares e escolas, pois é a arte que nos dá sensibilidade para transformar caminhos. Precisamos ensinar o indivíduo a construir sua própria história, instigar e provocar o seu desenvolvimento, estimular o indivíduo a pensar e criar com liberdade e espontaneidade. 
Acredito na transformação dos educadores como auxiliares no processo de construção do desenvolvimento cognitivo de cada indivíduo. E que essa transformação se constrói através da pesquisa e vivência social. Assim como Ferreira afirma, “que deva ser aplicado o método científico, de novas descobertas, experiências, pesquisas e estudos, para que a criança possa conhecer o novo”, acredito que a mudança principal deve ser no estímulo do professor dado a esta criança. Como já foi dito, nada se cria do nada. A criança deve ser estimulada através dos conhecimentos já existentes. 
Os professores de artes visuais devem desconstruir aquilo que já foi construído, a fim de que os experimentos se tornem novas possibilidades. Talvez não seja possível um mundo sem estereótipos, como alguns afirmam, mas é possível ensinar a conviver e respeitar as diferenças. Segundo Ferreira, “cada profissional tem um olhar, cada sujeito tem um pensamento, somos todos diferentes, seres pensantes, mudar esse processo é transformar a sociedade, os valores, as crenças, é preciso mudar antes de realizar mudanças.”
	Na contemporaneidade, temos que ser autônomos ao lecionar nossas aulas, tirar as dúvidas e lacunas existentes sobre as aulas de artes, principalmente em escolas que ainda usufruem dos velhos métodos, onde o professor não tem liberdade para trabalhar e se torna um escravo do uso de estereótipos. Esta transformação deve ser a preocupação máxima das escolas, para isso os professores de artes devem ser atuantes não só em suas aulas, mas também com uma posição determinada perante a escola. O professor de artes deve auxiliar no entendimento da organização pedagógica da escola, tentando assim modificar seus conceitos. Em algumas escolas a metodologia do ensino das artes modificou, há profissionais da área que trabalham com a expressividade e percepção do aluno, como diz Brasil(1997);
“Ainda os professores estão ávidos por ensinar História da Arte e levar os alunos a museus, teatros, apresentações musicais ou de dança. Há outras possibilidades, em que o professor polivalente inventa maneiras originais de trabalhar, munidos apenas de sua própria iniciativa e pesquisa autodidata.”
15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 	
O estereótipo é uma mal talvez invisível. Talvez as pessoas não se deem conta dos seus atos e acabem por atuar dentro desse meio, sendo que a falta de informação autêntica e a educação não sejam assunto primordial dentro da sociedade, fazendo assim com que as informações e imagens nos cheguem através da indústria da comunicação como um multiplicador de estereótipos constante. Esses mesmos estereótipos que todos os dias negam a cada ser o direito de ser livre e viver de forma diferente. O estereótipo causa intolerância, e é isso que as pessoas não sabem ou não entendem.
Se dentro da escola, nós como professores, não pudermos desconstruir esses preconceitos e padrões desumanos na sociedade, como faremos para que as crianças façam deste, um mundo melhor. Acredito que os estereótipos começam na infância, onde a criança aprende a copiar o que está a sua volta, e nesse contexto, está a não aceitação das diferenças, pois a acriança não aprende a viver com as elas, a criança só aprende o consumo de tudo que está pronto, concluído e assimila apenas as suas vontades. Esse processo só pode ser revertido se pudermos fazer com que as crianças construam, criem seus caminhos, produzam seu próprio conhecimento, aprendam a pensar e aceitar que o mundo é gigantesco e que todos nós somos diferentes.
A Intolerância é o principal mal causado pelos estereótipos. Apontar os defeitos dos outros é muito melhor do que ver suas qualidades, é mais fácil, isso é repassado para as crianças, a verdade é uma só e não aceitamos outra. Trabalhar dentro da escola com este tema deve ser a primeira coisa a ser feita, desconstruir esse tabu é o começo para uma educação igualitária e digna, onde os indivíduos tenham mais tolerância e aprendam a conviver uns com os outros. As aulas de artes são, ao meu olhar, o caminho ideal para essas transformações. 
Sabemos que é um desafio para o professor de artes estar atento às mudanças, transformações sociais e vivências do aluno, mas isso é importantíssimo para que possamos nos livrar definitivamente dos estereótipos tanto na aula de artes quanto junto à sociedade, nos livrar da hipocrisia, falsidade, discriminação e preconceitos, do consumismo desenfreado, da falta de visão e criticidade para os acontecimentos sociais e políticos. Devemos lutar contra isso pelos nossos alunos, para que eles aprendam a aprender, tenham raciocínio lógico e eficaz, capacidade criadora e espontaneidade em suas relações e para que sejam capazes de transformar seu contexto social.
16
Não é uma luta fácil, somos humanos passiveis de erros, cheios de preconceitos e pensamentos formados. Nossa cultura, arte e educação desde sempre foi estipulada e regrada, não fomos estimulados a livre expressão, não tivemos acesso a livres escolhas, somos cópias prontas do modelo do estado, do que a sociedade nos impõe. Exatamente por isso que precisamos transmitir esse conhecimento para as novas gerações, para que os futuros educadores de Arte, como eu, possam realmente ensinar História da Arte estimulando o desenvolvimento da criança com percepção, sensibilidade, criação, transformando os pensamentos do indivíduo para que ele dê mais valor ao ser humano do que ao material, para que a criança aprenda a conviver com as diferenças e seja cada vez mais justa e livre.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae. A Imagem No Ensino Das Artes. São Paulo, Ed. Perspectiva S/A, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1997.
BUENO, Mara Lúcia Adriano. Leitura De Imagem. Indaial, Uniasselvi, 2011.
CRUZ, Breno Stern. O Estereótipo Na Arte Em Sala De Aula, Artigo disponível no site http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/1389/1/Breno%20Stern%20Cruz.pdf, Criciúma/Sc, 2012. Acessado em 12/08/2016 às 16:30 hs.
CZOLPINSKI, Janaína. Estereótipos. Porto Alegre, 18 de outubro de 2016. Entrevista concedida a Patrícia Heitich Wagner Candido.
DICIONÁRIO PORTUGUÊS.ORG. Disponível no site http://dicionarioportugues.org/pt/ acessado em 22/09/2012 às 13:32 hs.
FARTHING, Stephen. Tudo Sobre Arte. (Tradução Paulo Polsonoff). Rio de janeiro. Ed. Sextante. 2011.
FERREIRA, Márcio Heitich. Estereótipos. Viamão, 13 de Outubro de 2016. Entrevista concedida a Patrícia Heitich Wagner Candido.
GOMBRICH, Ernest Hans. A História Da Arte. 16ª Ed. Cosac E Naif, 1999.
JANSON, Horst Wolderman. História Geral Da Arte: Mundo Moderno. 2ª Ed. São Paulo. Martins Fontes, 2001.
LIPPMANN, Walter. Opinião pública. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MACHADO, Ilana. Estereótipos. Porto Alegre, 18 de outubro de 2016. Entrevista concedida a Patrícia Heitich Wagner Candido.
MARTINS, Josenei. Didática E Metodologia Do Ensino Das Arte. Indaial, Uniasselvi, 2011.
MOÇO, Anderson. O Percurso Do Desenho Livre De Estereótipos. Artigo disponível no site http://acervo.novaescola.org.br/arte/pratica-pedagogica/percurso-desenho-livre-estereotipos-621813.shtml, acessado em 05/10/2016 às 14:17 hs. 
PASQUALOTTO, Jussara. Estereótipos. Porto Alegre, 26 de Agosto de 2016. Entrevista concedida a Patrícia Heitich Wagner Candido.
REUTER, Patrícia. Estereótipos Longe Das Aulas De Artes. Artigo disponível no site http://www.carlotas.com.br/mundo-novidades-interna.php?idn=22, publicado em 2013, acessado em 17/08/2016 às 13:14 hs. 
SÁ, Francisco. Intolerância, o mal do século. Artigo disponível no site: http://pensadoresamadores. blogspot.com.br/2010/12/intolerancia-o-mal-do-seculo.html, publicado em 2010.
SUZANNA, Cláudia. Estereótipos. Alvorada, 29 de outubro de 2016. Entrevista concedida a Patrícia Heitich Wagner Candido.
	
ANEXOS
ENTREVISTAS COM OS PROFISSIONAIS SOBRE OS ESTEREÓTIPOS.
ANEXOS / ENTREVISTAS.
PROFISSIONAL A.
1.O QUE VOCÊ ENTENDE POR ESTEREÓTIPO?
Entendo estereótipo como algo sem originalidade, esquematizado, clichê. Exemplo: na cultura, na linguagem corporal, nas roupas, grupos sociais, etc.
2.NA EDUCAÇÃO É COMUM O USO DO ESTEREÓTIPO NAS ARTES. NA SUA OPINIÃO, QUAL O MAIOR PROBLEMA CAUSADO POR ESSE TEMA?
Na educação é muito comum sim, acho que o maior problema é a falta de profissionais com qualificação adequada, muitas vezes quem atende o aluno nas aulas de artes visuais é aquele professor que tem disciplinas afins, não sendo então um profissional com qualificação. 
3.O USO DOS ESTEREÓTIPOS NAS ARTES VISUAIS PODEM ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO INFANTIL?
Eu não diria atrapalhar, porém, há de se pensar nessa questão de imediato, já na primeira infância, pois tudo é hábito, nossas crianças não têm esse hábito, justamente porque esses profissionais não “enxergam aprendizado” na disciplina de artes visuais.
4.COMO PODEMOS ENFRENTAR ESTE PROBLEMA?
É um problema solidificado, mas estamos num contínuo processo de mudanças, assim como se tem profissionais não qualificados também vejo profissionais qualificados fazendo um excelente trabalho com criatividade e esforço.
5.COMO TRATAR ESSAS QUESTÕES DENTRO DA ESCOLA?
Cada profissional tem o livre arbítrio com seus alunos, falo por mim, nunca os alienei, muito pelo contrário, sou vista como sonhadora e utópica. Enfim, estamos na luta para mudar. 
6.DE ACORDO COM O CRONOGRAMA DO GOVERNO, TEMOS COMO NOS DESVINCULAR DO ENSINO DOS ESTEREÓTIPOS, PRINCIPALMENTE NAS DATAS COMEMORATIVAS?
Com certeza sim, algumas datas comemorativas deixaram de ser mencionadas, quando se pensa numa família já se pensa numa família com outra estrutura, porém a sociedade e a família tradicional ainda exaltam as datas comemorativas. É necessário um argumento forte para desvincular esses estereótipos.
7.QUAL SERIA A MELHOR METODOLOGIA NO ENSINO DAS ARTES PARA FUGIR DO ESTEREÓTIPO?
A metodologia pode ser variada, numa única linha de pensamento, o importante é que haja o processo de criação, de percepção, de vivências, etc.
8.QUAL A SUA VISÃO DESTE TEMA E COMO TU ATUAS PERANTE OS TEUS ALUNOS?
Atuo como aquela professora que dá voz e vez aos alunos, claro, com disciplina, respeito e criatividade.
9.É POSSÍVEL UM MUNDO SEM ESTEREÓTIPOS?
Sim, porém não depende só dos professores, nossos alunos já vêm de casa com um pré-conceito, além da família a sociedade continua sendo inflexível e preconceituosa em diversos aspectos. Acho que tudo tem seu tempo, é preciso plantar para colher.
PROFISSIONAL B
1.O QUE VOCÊ ENTENDE POR ESTEREÓTIPO?
Comportamento adotado pelos sujeitos, onde se caracteriza pela repetição e reprodução de um modelo pré-definido anteriormente.
2.NA EDUCAÇÃO É COMUM O USO DO ESTEREÓTIPO NAS ARTES. NA SUA
OPINIÃO, QUAL O MAIOR PROBLEMA CAUSADO POR ESSE TEMA?
A utilização dos estereótipos na educação, exerce uma influência na vida dos sujeitos, pois perde-se o objeto de estudo e pesquisa, fazendo com que este indivíduo passe a reproduzir suas situações vivenciadas no cotidiano. Entendo que o cognitivo do indivíduo deve ser explorado e trabalhado, não como uma reprodução mecânica (robô) mas sim como um sujeito dotado de conhecimento, habilidades e atitude, apto para pesquisas e novas descobertas.
3.O USO DOS ESTEREÓTIPOS NAS ARTES VISUAIS PODEM ATRAPALHAR O
DESENVOLVIMENTO INFANTIL?
Observo que a utilização deste método já está ultrapassado, por que devemos estimular nossas crianças em observações, estudos e pesquisas. Acredito que o ensino, perpassa um processo atitudinal e comportamental, mas uma ciência e uma ferramenta que bem utilizada pode desenvolver grandes mentes para o futuro de nossa geração.
4.COMO PODEMOS ENFRENTAR ESTE PROBLEMA?
A única forma de enfrentarmos um problema é o conhecimento, sendo este através da educação, sociabilização de informações, especialização, quebra de tabus e paradigmas, bem como o enfrentamento do conflito e das resistências.
5.COMO TRATAR ESSAS QUESTÕES DENTRO DA ESCOLA?
Quebrando tabus, crenças, valores... trazendo um novo olhar diferenciado e agregando novos valores e conhecimentos. Educar para Educar! Transformando nossos profissionais, professores, em multiplicadores e formadores de opinião e não "mero" reprodutores de conhecimentos automáticos. Ex: O novo não, mas sim o pronto! Por que? Porquê deve ser assim!
6.DE ACORDO COM O CRONOGRAMA DO GOVERNO, TEMOS COMO NOS DESVINCULAR DO ENSINO DOS ESTEREÓTIPOS, PRINCIPALMENTE NAS DATAS COMEMORATIVAS?
Sim, podemos trazer o novo para nossas crianças, a partir da conscientização de mestres, sociedade, pais e escolas.
7.QUAL SERIA A MELHOR METODOLOGIA NO ENSINO DAS ARTES PARA FUGIR DO ESTEREÓTIPO?
Acredito que deva ser aplicado o método científico, novas descobertas, experiências, pesquisas, estudos. A criança deve conhecer o novo, sabe, jogar a tinta no papel e ver o que acontece. Lambuzar as mãos de tinta e deixar a imaginação navegar, fazendo com que este papel em branco, se transforme em cores, imagens sem nexo e pinturas criativas; abandonando o paradigma tradicional. Que Gostoso é olharmos para uma folha com tintas jogadas, lambusadas... e e não ver nada, mas perguntarmos para nossos filhos o que significa e ouvir: "... É uma ave voando sobre as
núvens!. ou talvez É as flores a natureza". Isso se chama pintura tátil.
8. QUAL A SUA VISÃO DESTE TEMA E COMO TU ATUAS PERANTE OS TEUS ALUNOS?
É de grande relevância essa reflexão. Não tenho alunos.
9.É POSSÍVEL UM MUNDO SEM ESTEREÓTIPOS?
Sim. Tudo que já foi construído pode ser desconstruído, porém, leva tempo e dedicação. É possível trazer o novo, mas acredito que é uma mudança social e cultural. Entendo que modificar o que já está "posto" é complexo, no entanto, tudo pode ser transformado e modificado. O problema não é quem faz, mas sim como faz! Cada profissional tem um olhar, cada sujeito tem um pensamento, somos todos diferentes, seres pensantes, penso, logo existo. Mudar esse processo é transformar a sociedade, os valores, as crenças e a cultura. É mudar o professor que diz: É só olhar no livro de respostas que já está pronto! É mudar a família que diz: É assim por que meu pai me ensinou assim! É mudar para querer mudanças!
PROFISSIONAL C 
1. O QUE VOCÊ ENTENDE POR ESTEREÓTIPO?
 Entendo que os estereótipos são os clichês utilizados para representar um tema sempre da mesma forma, sem que se incentive a produção de um trabalho pessoal.
2. NA EDUCAÇÃO É COMUM O USO DO ESTEREÓTIPO NAS ARTES. NA SUA OPINIÃO QUAL O MAIOR PROBLEMA CAUSADO POR ESSE TEMA? 
Penso que quando se utiliza de estereótipos no ensino da arte se inibe a produção criativa, fazendo com que toda a produção dos alunos seja impessoal.
3. O USO DOS ESTEREÓTIPOS NAS ARTES VISUAIS PODEM ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO INFANTIL?
 Penso que o uso de estereótipos no ensino infantil pode sim atrapalhar o desenvolvimento crítico e criativo dos alunos. E com isso eles se tornarão adultos que irão repetir o mesmo padrão que aprenderam.
4. COMO PODEMOS ENFRENTAR ESTE PROBLEMA? 
Este problema só pode ser enfrentado no momento em que os educadoresque estão perpetuando a utilização de estereótipos se derem conta do desserviço que a utilização dos mesmos faz. Os educadores precisam ser reeducados para que abandonem o vício dos estereótipos.
5. COMO TRATAR ESSAS QUESTÕES DENTRO DA ESCOLA? 
Penso que em uma escola onde o uso de estereótipos é moeda corrente o trabalho deva começar pelo setor pedagógico que pode orientar todos os educadores sobre os malefícios do uso dos mesmos. O trabalho deve ser interdisciplinar para que toda a escola consiga trabalhar as mesmas questões ao mesmo tempo.
6. DE ACORDO COM O CRONOGRAMA DO GOVERNO, TEMOS COMO NOS DESVINCULAR DO ENSINO DOS ESTEREÓTIPOS, PRINCIPALMENTE NAS DATAS COMEMORATIVAS? 
A luta contra os estereótipos não é fácil pois a mídia e as próprias famílias perpetuam a continuidade deles. É preciso repensar as práticas de ensino. Não adianta levar imagens para colorir e não falar das datas comemorativas. É preciso utilizar as datas para ensinar o significado de cada uma delas. 
7. QUAL SERIA A MELHOR METODOLOGIA NO ENSINO DAS ARTES PARA FUGIR DO ESTEREÓTIPO? 
Penso que a utilização de livros especializados, vídeos, música e notícias reais sobre cada data comemorativa pode auxiliar no processo de fugir dos estereótipos. Instigar a curiosidade sobre as datas pode ser um bom início de trabalho pois isso faz com que o aluno pense sobre a data, ao invés de simplesmente colorir um pedaço de papel com uma imagem estereotipada.
8. QUAL A SUA VISÃO DESTE TEMA E COMO TU ATUAS PERANTE OS TEUS ALUNOS? 
Penso que este é um tema bastante delicado pois nem todos os educadores pensam que os estereótipos são prejudiciais. É preciso que os educadores estejam abertos a repensar suas práticas para que os avanços aconteçam. 
9. É POSSÍVEL UM MUNDO SEM ESTEREÓTIPOS? 
Não acredito que seja possível um mundo sem estereótipos, mas acredito que é possível um sistema educacional com uma menor utilização de estereótipos.
PROFISSIONAL D
1. O QUE VOCÊ ENTENDE POR ESTEREÓTIPO? 
Uma idéia ou coisa que não é original, e se limita a seguir modelos conhecidos.
2. NA EDUCAÇÃO É COMUM O USO DO ESTEREÓTIPO NAS ARTES. NA SUA OPINIÃO, QUAL O MAIOR PROBLEMA CAUSADO POR ESSE TEMA? 
O estereótipo é como uma erva daninha, está infiltrado dentro da educação desde as séries iniciais. É uma alienação total, que impede a criatividade e ajuda na impessoalidade das expressões criativas.
3. O USO DOS ESTEREÓTIPOS NAS ARTES VISUAIS PODEM ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO INFANTIL? 
Com certeza! A questão dos estereótipos é muito mais complexa e influencia de forma negativa na construção da identidade cultural de cada indivíduo.
4. COMO PODEMOS ENFRENTAR ESTE PROBLEMA? 
Questionando e sugerindo novas possibilidades de representação.
5. COMO TRATAR ESSAS QUESTÕES DENTRO DA ESCOLA? 
Gerando debates, discussões, polêmicas, esclarecimentos em todas as áreas do ensino, não só na disciplina de Artes.
6. DE ACORDO COM O CRONOGRAMA DO GOVERNO, TEMOS COMO NOS DESVINCULAR DO ENSINO DOS ESTEREÓTIPOS, PRINCIPALMENTE NAS DATAS COMEMORATIVAS? 
Com certeza! Contextualizar estas mesmas datas, afinal a arte promove o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos necessários a diversas áreas de estudos; entretanto, não é isso que justifica sua inserção no currículo escolar, mas seu valor intrínseco como construção humana, como patrimônio comum a ser apropriado por todos. 
7. QUAL SERIA A MELHOR METODOLOGIA NO ENSINO DAS ARTES PARA FUGIR DO 
ESTEREÓTIPO? 
Fazer, apreciar e refletir sobre a produção social e histórica da Arte, contextualizando os objetos artísticos e seus conteúdos.
8. QUAL A SUA VISÃO DESTE TEMA E COMO TU ATUAS PERANTE OS TEUS ALUNOS? 
Minha opinião é de que o professor tem que ser o mediador entre os alunos e a Arte. Tal ação deve envolver aspectos cognitivos e afetivos que passam pela relação professor/aluno e aluno/aluno, estendendo-se a todos os tipos de relações que se articulam no ambiente escolar. Acho que o professor deve ter a sensibilidade e aguda observação sobre a qualidade do vínculo de cada um de seus alunos nos atos de aprendizagem em arte.
9. É POSSÍVEL UM MUNDO SEM ESTEREÓTIPOS? 
Sim, é possível desde que haja interesse dos envolvidos na educação em mudar. Quando o aluno fala, escreve sobre arte ou faz seus trabalhos artísticos, realiza atos de sua autoria, com marca pessoal. Geralmente, é o professor quem valida as produções atribuindo-lhes qualidades na orientação das discussões coletivas ou na recepção das produções individuais, valorizando e incentivando os esforços dos alunos nos processos de construção de saberes cognitivos, nos procedimentais ou atitudinais e nas combinações desses tipos de saberes. A ética na didática da arte é imprescindível para consolidar no aluno o gosto por aprender como sujeito autônomo, com uma postura solidária na relação com seus pares e com o patrimônio cultural. Aprender em arte implica desafios, pois a cultura e a subjetividade de cada aluno alimentam as produções, e a marca individual é aspecto constitutivo dos trabalhos. Para tanto, cabe ao professor explicitar o para quê e o porquê das tarefas.
PROFISSIONAL E.
1.	O QUE VOCÊ ENTENDE POR ESTEREÓTIPO?
Entendo estereótipo como algo sem originalidade, esquematizado, clichê. Exemplo: na cultura, na linguagem corporal, nas roupas, grupos sociais, etc.
2.	NA EDUCAÇÃO É COMUM O USO DO ESTEREÓTIPO NAS ARTES. NA SUA OPINIÃO, QUAL O MAIOR PROBLEMA CAUSADO POR ESSE TEMA?
Na educação é muito comum sim, acho que o maior problema é a falta de profissionais com qualificação adequada, muitas vezes quem atende o aluno nas aulas de artes visuais é aquele professor que tem disciplinas afins, não sendo então um profissional com qualificação. 
3.	O USO DOS ESTEREÓTIPOS NAS ARTES VISUAIS PODEM ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO INFANTIL?
Eu não diria atrapalhar, porém, há de se pensar nessa questão de imediato, já na primeira infância, pois tudo é hábito, nossas crianças não têm esse hábito, justamente porque esses profissionais não “enxergam aprendizado” na disciplina de artes visuais.
4.	COMO PODEMOS ENFRENTAR ESTE PROBLEMA?
É um problema solidificado, mas estamos num contínuo processo de mudanças, assim como se tem profissionais não qualificados também vejo profissionais qualificados fazendo um excelente trabalho com criatividade e esforço.
5.	COMO TRATAR ESSAS QUESTÕES DENTRO DA ESCOLA?
Cada profissional tem o livre arbítrio com seus alunos, falo por mim, nunca os alienei, muito pelo contrário, sou vista como sonhadora e utópica. Enfim, estamos na luta para mudar. 
6.	DE ACORDO COM O CRONOGRAMA DO GOVERNO, TEMOS COMO NOS DESVINCULAR DO ENSINO DOS ESTEREÓTIPOS, PRINCIPALMENTE NAS DATAS COMEMORATIVAS?
Com certeza sim, algumas datas comemorativas deixaram de ser mencionadas, quando se pensa numa família já se pensa numa família com outra estrutura, porém a sociedade e a família tradicional ainda exaltam as datas comemorativas. É necessário um argumento forte para desvincular esses estereótipos.
7.	QUAL SERIA A MELHOR METODOLOGIA NO ENSINO DAS ARTES PARA FUGIR DO ESTEREÓTIPO?
A metodologia pode ser variada, numa única linha de pensamento, o importante é que haja o processo de criação, de percepção, de vivências, etc.
8.	QUAL A SUA VISÃO DESTE TEMA E COMO TU ATUAS PERANTE OS TEUS ALUNOS?
Atuo como aquela professora que dá voz e vez aos alunos, claro, com disciplina, respeito e criatividade.
9.	É POSSÍVEL UM MUNDO SEM ESTEREÓTIPOS?
Sim, porém não depende só dos professores, nossos alunos já vêm de casa com um pré-conceito, além da família a sociedade continua sendo inflexível e preconceituosa em diversos aspectos. Acho que tudo tem seu tempo, é preciso plantar para colher.

Outros materiais