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Direito Penal II 1° Bimestre

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Direito Penal II
Professor: Guilherme Oliveira de Andrade
1° Bimestre
29/07/2016
Tipicidade
Tipo Penal é um instrumento legal logicamente necessário e de natureza predominantemente descritiva, que tem por função à individualização de condutas humanas penalmente relevantes” -Zafaroni
Quer dizer: que o tipo penal é algo que está contido na lei, todo tipo penal é um trecho/ passagem contido na lei. Todos os tipos penais existentes estão expressos em alguma lei, a grande maioria no CP, pode estar em outras leis também.
NÃO CONFUNDIR 
O tipo penal que é uma descrição abstrata contida na lei, outra coisa é as condutas que acontecem no mundo.
Nunca vamos ter tipos penais no mundo concreto, assim como nunca vamos ter condutas na lei. Na lei nos temos os tipos penais.
Natureza predominante descritiva, todo o tipo penal é uma descrição. Exemplo: matar alguém, é uma descrição de uma conduta, de um conjunto de condutas que podem acontecer várias vezes.
Individualização de condutas juridicamente relevantes, o legislador descreve essas condutas para nos informar que essas condutas são penalmente relevantes. Ele não incide em toda e qualquer conduta (ele não se interessa por todas). 
Através dos tipos penais que descobrimos quais são as condutas que interessam, que possuem relevância para o Direito Penal.
“Tipo penal é a descrição na lei de uma conduta penalmente relevante”
O que é Tipo Penal? Descrição na lei de uma conduta penalmente relevante.
“Tipo Penal é o conjunto dos elementos da conduta punível descritos na lei penal”.
O que são elementos? Cada palavra “matar” “alguém”, ou expressão do tipo penal que conjunto descreve uma conduta.
O tipo é o conjunto.
ERRADA A FRASE – o fulano praticou o tipo penal de homicídio. Tipo penal não é algo possível no mundo dos fatos, ele praticou uma conduta. Tipo penal só tem na lei.
Tipicidade é a adequação de uma conduta praticada à descrição que dela se faz na lei penal. 
É uma relação entre duas coisas. Liga uma conduta a um tipo penal.
Existe a tipicidade quando uma conduta humana praticada no mundo corresponde a descrição contida em um tipo penal, quando a conduta é a realização concreta da descrição abstrata contida na lei.
“Matar alguém” – hoje eu mato alguém (essa conduta corresponde ao que está escrito na lei). Quando isso acontece, existe uma adequação do fato a previsão contida na norma, ela surge uma ligação entre tipo e conduta humana.
Conduta típica é aquela que corresponde, se adequa ao tipo penal.
TIPO
 Tipicidade 
CONDUTA HUMANA
Espécies de Tipicidade
Direta ou Imediata: é a adequação perfeita da conduta ao tipo penal. A conduta corresponde perfeita a descrição contida na lei, tudo que a lei prevê acontece ao caso concreto. 
Indireta ou mediata: ocorre quando a conduta NÃO se adequa de forma perfeita ao tipo penal, sendo necessária a intermediação por uma norma de extensão para que a adequação ocorra.
Normas de extensão: ampliar a abrangência do tipo penal, permitir que um tipo penal se aplique a um grupo maior. 
Norma de extensão TIPO 
Conduta Humana
Exemplo: Eu e alguém, nos reunimos para ir na residência da vítima para matá-la, eu seguro ela e o “alguém” mata a vítima. A conduta do meu parceiro é homicídio, mas eu não MATAR alguém, por uma norma de extensão eu matei também, de maneira indireta. 
Relação entre Tipicidade e Antijuridicidade 
Antijuricidade – ilicitude.
Teoria da Independência (Beling): o fato de uma conduta ser típica não tem nenhuma influência na sua licitude ou ilicitude. A análise que é licito ou não é de forma independente analisa a ilicitude. Não existe nenhuma carga/ valor de antijuridicidade. Os tipos penais não têm nenhuma pretensão de indicar que é proibida.
Ratio Cognoscendi (Mayer): quando o legislador cria tipos penais e coloca na lei (matar alguém – pena de tanto a tanto), ele cria porque as condutas EM REGRA PROIBIDA. A tipicidade é um indicio da antijuridicidade, quando a conduta corresponde a um tipo, é um indicativo que possivelmente é ilícita. ADOTAMOS ESSA TEORIA. 
Ratio essendi (Mezeger): tipicidade e antijuridicidade são inseparáveis, e que toda conduta típica será antijurídica. Os elas está juntas, ou nenhuma delas está. Se algo exclui a antijuridicidade eu excluo junto a tipicidade. 
No código penal não está escrito que matar é proibido, está escrito “matar alguém – pena...”a teoria ratio cognoscendi faz que via de regra seja considera proibida. 
Funções dos Tipos Penais
Indiciária: os tipos penais são indícios da ilicitude da conduta descrita. Um tipo penal que descreve a segunda conduta, auto aborto (aborto em si mesma), isso traz o indicio de praticar o aborto em si mesma é ilícita, em tese ilícita.
Proteção/ protetiva: associação a razão pela quais os tipos penais são criados. Porque o legislador cria tipos penais, crimes, qual a finalidade protetiva do legislador? BENS JURIDICOS. Todo tipo penal é criado para proteger um bem jurídico, ou para reforçar a proteção que já existe.
Bem jurídico NormaTipo
*princípio da legalidade: não a crime sem lei anterior que o defina, esse princípio manda colocar o crime, a conduta criminosa. Pois tem que definir o crime na lei. Cada tipo penal que está na lei para proteger um bem jurídico.
Garantia: liberdade do cidadão frente ao estado. Porque s tipos penais criam uma garantiam, que não vai ser punido por uma conduta que não esteja escrita na lei. Todos os tipos penais estão escritos na lei, se a condita corresponder a um tipo penal ela pode ser crime, se não corresponde a nen80hum tipo, e posso fazer e existe uma garantia que não vou ser punido por isso. Saber tudo aquilo que é crime.
Dirigir embriagado é crime porque está previsto no tipo penal, mas, dirigir falando no celular não é crime, porque não possui nenhum tipo penal, na pior das hipóteses é uma infração administrativa.
Elementos dos Tipos: esses elementos eles podem ter três naturezas jurídicas distintas (espécies diferentes). As palavras correspondem a algo que pode acontecer na realidade MATAR + ALGUEM (realidades de naturezas diferentes).
Elementos Objetivos – descritivos: são os mais comuns, aparece mais frequentemente. São aqueles que dizem respeito a algo cuja a percepção na realidade se dá através da simples utilização dos SENTIDOS. 
Eles descrevem algo que estiver presente na realidade eu vou perceber através dos meus sentidos (visão, audição) – MATAR ALGUÉM.
Se acontecer um fato concreto, eu descubro isso? Eu percebo a realidade pelos sentidos. Para saber se é de matar, eu vou usar a visão, ou audição. Mas matar significa que é transformar algo que é vido em algo morto. Quando acontece na realidade a pessoa que analisa percebe através do sentido, mesmo que acontece depois. 
Algo que acontece fisicamente. Como eu sei o que eu matei é alguém? Olhando, eu sei que é alguém. 
Como eu percebo a subtração do furto? Eu vejo. 
Curiosidade a maioria é descritivo- objetivos 80%.
Elementos normativos: são aqueles que dizem respeito a algo, cuja a presença no caso concreto demanda a realização de uma atividade valorativa com base em parâmetros jurídicos ou culturais.
Os elementos descritos são aqueles que usando os meus sentidos eu consigo captar a realidade. Os normativos eles fazem uma realização de uma atividade valorativa a partir de parâmetros baseados normalmente na cultura.
Praticar ato obsceno – obscenidade do ato é algo que capto pela realidade de forma direta? Ou eu tenho que fazer uma valoração cultural? Demanda valoração, porque obsceno não é a mesma coisa em todos os lugares.
Tudo que eu tenho que valorar é um elemento normativo.
Injúria – ofender a dignidade ou decoro de alguém (honra subjetiva – algo que eu penso de mim penso). Saber se é algo subjetivo demanda a valoração de contexto, até de tom de voz. 
Quando um homem chama o outro de “Viado” pode ser ofensivo a sua honra, pode ser que sim e pode ser que não, isso vai depender do contexto.
Saber o que é ou não ofensivo depende de valoraçãocom base nos elementos culturais, normalmente é em base em elementos jurídicos.
Furto – subtrair coisa alheia móvel.
Funcionário público – é o que a lei diz que é. 
Tudo que eu preciso de uma norma jurídica para interpretar é normativo. Ou depende de uma norma cultural.
Subjetivos: são aqueles que dizem respeito a algo que existe tão somente no interior da mente do sujeito. 
Subjetivo – não existe na realidade concreta, dentro apenas da mente do sujeito, tudo aquilo que for pensamento (motivo, fim, intenção).
Matar alguém por motivo fútil (motivo fútil – é algo que está dentro da cabeça do sujeito).
Motivo torpe, motivo de significativa relevância, tudo existe apenas dentro da cabeça da pessoa.
O elemento mais importante é o DOLO – vontade de praticar de uma contida descrita (elemento subjetivo).
1.4. Classificação dos Tipos Penais
Tipo básico e Tipo Derivado
Tipo básico: “Tipo básico é aquele pelo qual se descreve da forma mais abrangente uma determinada conduta”. Sempre que o legislador tipifica ele vai descrever, essa descrição tem a forma mais abrangente necessária. 
“Matar alguém” – abrangente e simples, e deixa absolutamente claro o que é claro. A descrição quando tem um único tipo penal falando sobre o tema é mais ampla.
MATAR elementares do crime ALGUÉM (pena reclusão de 6 a 20 anos). 
O que é elementar do crime? É aquilo que necessariamente precisa acontecer no caso concreto para que a conduta se adeque ao tipo. 
Circunstância é tudo que não é elementar. São os elementos que vão definir qual a pena vai ser aplicada no crime. 
Tipo derivado: é aquele que resulta da inclusão de novas elementares a um tipo penal pré-existente. 
“Matar alguém + mediante o emprego de veneno” – pena 12 a 30
Um tipo básico e um tipo derivado.
Norma especial derroga a norma geral – conflito aparente de normas (especialidade) – UM TIPO PENAL ESPECIFICO AFASTA O TIPO PENAL GERAL.
Norma especial derroga a norma geral. 
Furto – subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel 
Roubo- subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel mediante grave ameaça ou violência. TIPO DERIVADO DO TIPO BASICO. 
Tipo qualificado: é o tipo derivado mais grave que o tipo básico.
Básico – furto; derivado – roubo. Roubo é uma forma qualificada de furto.
Tipo privilegiado: quando o tipo derivado é mais leve que o tipo básico. 
Infanticídio – matar o próprio filho sobre o estado puerperal. O crime é mais leve porque está com alterações hormonais (mulher), é uma FORMA PRIVILEGIADA DE CRIME. 
Simples e Mistos
Tipo simples: é aquele que possui um ÚNICO núcleo. 
Núcleo do tipo- palavra que representa a ação típica, a conduta em si. 
Matar alguém – o núcleo é MATAR. 
Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel – o núcleo é SUBTRAIR.
Provocar aborto em si mesma – tipo simples.
Tipo misto: aquele que 2+ núcleos. Quantos núcleos pode possuir? Quantos o legislador quiser.
O maior é com 18 núcleos, que é o tráfico de drogas.
Um tipo que possui 5 núcleos. O sujeito precisa praticar todos os núcleos para ser crime? Não, ou apenas 1? Basta a pratica de 1. 
Quando ele comete mais de um núcleo, ele comete 1 crime ou mais? Em regra eu cometo um crime. 
2. Estrutura da Tipicidade
Todo tipo penal é um tipo penal, tem uma condita ativa, ou uma conduta omissiva, que é de deixar de fazer algo. Ou é doloso, ou é culposo.
Tipicidade ativa dolosa (TAD): são os tipos mais importantes, estão nos principais crimes: furto, estupro, roubo, falsificações, etc.
Tipicidade legal (formal): adequação da conduta ao tipo descrito na lei.
Tipicidade objetiva: tipo objetivo é o conjunto dos elementos descritivos e normativos do tipo. 
1- Núcleo: todo ativo doloso, SEMPRE POSSUI um núcleo. É a palavra/ expressão que representa a ação típica. MATAR ALGUEM, o núcleo é matar. O tipo sempre tem um núcleo, pode ser mais de um. O que é necessário para que a conduta seja típica? Que a conduta corresponda ao tipo. 
Será que a conduta seja típica sem que ela corresponda ao um tipo? Sendo INDIRETA. 
É possível que uma conduta se adeque a um tipo ativo doloso se ele não corresponde ao núcleo do tipo? SIM.
*nos casos de adequação típica indireta o núcleo pode ser substituído por uma norma de extensão.
2- Elementos acidentais: não existe um tipo penal apenas com o núcleo, por exemplo, matar se fosse só isso iria abranger a praticamente tudo. São todos os elementos objetivos (descritivos ou normativos) que tem por função a delimitação da abrangência do tipo. 
MATAR (núcleo) alguém (elemento acidental).
PORTAR (núcleo é a expressão o verbo que diz a ação) arma de fogo sem autorização legal (elemento acidental).
3- Resultado Naturalístico: (não estão presentes em todos): é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do agente e que com ela não se confunde. Alteração no mundo dos fatos, e é decorrente da conduta do agente, mas não é a conduta do agente. 
Crime de mera conduta: independentemente de qualquer resultado, não precisa de uma consequência real, e concreta. O crime de invasão de domicilio (ingressar ou permanecer em casa alheia ou suas dependências sem autorização). A conduta da pessoa não teve nenhum resultado real, mas houve um crime, porque o crime é SIMPLESMENTE A PRÁTICA DA CONDUTA. 
Porte ilegal de arma de fogo – o simples fato de portar a arma.
Nesses casos não precisa verificar se houve ou não o resultado.
Crimes materiais: pratica de uma conduta que produz um resultado. Eu preciso da conduta e do resultado, o mais comum é o HOMICIDIO. Cada crime material eu tenho um resultado diferente, cada um tem seu próprio resultado naturalismo. 
Crimes materiais: homicídio, aborto, lesão corporal, furto e roubo. 
4- Nexo causal/ nexo de causalidade: (nexo- relação). Nexo de causalidade é a relação de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o resultado naturalístico. 
A conduta existe em todos os crimes, porém os resultado naturalístico só existem nos crimes materiais.
Conduta do agente -----------------------NC---------------------------resultado naturalístico 
Quando a conduta é a causa de um determinado resultado, logo quando a causa é efeito/ consequência de uma determinada culpa.
Exemplo: eu saco uma arma e dou um tiro na cabeça do Rodrigo e ele morre, todo mundo viu isso, eu pratico uma conduta? SIM. Houve um resultado? SIM. Mas, houve causa e efeito, a minha conduta é causa de resultado, e esse resultado é consequência é produto da minha conduta? SIM, entre a minha conduta e o resultado morte, existe um nexo de causalidade. 
Art. 13, CPC (caput) – regra geral sobre o nexo de causalidade. 
§1°- exceção (regra diferente, com teoria diferente, com um número de casos restritos).
Regra geral – art. 13. 
Teoria da Equivalência dos Antecedentes (das causas, da condio sine quo non).
Premissas básicas:
Todo resultado é produto de várias causas diferentes. Nem todas essas causas são criminosas.
Qual causa é mais importante? TODAS SÃO igualmente relevante. 
Art. 13. Considera-se causa de um resultado toda ação ou omissão sem a qual este resultado não teria se produzido. 
Causa é toda condição toda qual o resultado não seria se produzido. 
Método de aplicação (Thyrén) – Processo de eliminação Hipotética: técnica objetiva para a aplicação da teoria da equivalência, o processo de eliminação hipotética é a forma de aplicação da teoria. Realizar um processo divido em três fases:
Isolar: se eu tenho um resultado, e eu quero saber se determinada conduta é causa desse resultado, eu devo PRIMEIRO isolar essa conduta que estou tentando verifica, e então eliminar hipoteticamente a sua ocorrência (fingir que não aconteceu, após isso eu verifico se o resultado se mantem ou se modifica – INALTERADO ou se ALTERA).
Eliminar;
Verificar.
Eu pego uma arma de fogo e dou um tiro na cabeça do rodrigo, e com a minha conduta Rodrigo morre. Eu tenho que saber se a minha conduta é a causa do resultado. ISOLAR, ELIMINAR E VERIFICAR. A conduta que eu quero verificar, se é ou não causa, o TIRO, elimino hipoteticamenteo TIRO. Eliminando o tiro eu tenho que verificar se o resultado morte se mantem inalterada ou se modifica. Se eu não tivesse dado um tiro no Rodrigo, ele teria morrido? NÃO – RESULTADO MODIFICADO (sempre que o resultado se modifica, é porque a conduta que eu eliminei é causa do resultado). 
No exato momento que eu do o tiro na cabeça do Rodrigo, o Túlio, captura um Pokémon no seu celular. A captura do Pokémon pelo túlio é causa da morte do Rodrigo. CAPTURA VIRTUAL DO POKEMÓN. Se o túlio não tivesse capturado o Pokémon, o Rodrigo continuava morrendo, ou isso se modificava? SE MANTEM INALTERADO, é porque a conduta não é causa do resultado naturalístico.
Ontem eu fui até a casa do meu irmão e peguei emprestado uma arma de fogo dele (pouco importa se ele sabia ou não para que eu iria usar), que hoje eu vou dar um tiro na cabeça do Rodrigo e ele morre. Será que a conduta do meu irmão de emprestar a arma de fogo é causa da morte do Rodrigo?
ISOLANDO – se o meu irmão não tivesse emprestado a arma de fogo o Rodrigo tinha morrido agora? NÃO, porque se o meu irmão não me empresta eu consigo atirar? NÃO. E se eu não consigo atirar o Rodrigo morre? NÃO. Então o empréstimo é ou não causa da morte? É causa da morte, existe o nexo de causalidade entre a conduta de emprestar a arma e o resultado morte.
Mas meu irmão há 6 meses atrás comprou essa arma em uma loja de arma, a loja ter vendido essa arma para o meu irmão é causa da morte do rodrigo?
ISOLANDO – se a loja não tivesse vendido a arma para o meu irmão, o Rodrigo tinha morrido agora? NÃO. Se a loja não vende, meu irmão me empresta? NÃO. E se o meu irmão não empresta, eu atiro? NÃO. E se eu não atiro o Rodrigo morre? NÃO. Então a venda é ou não causa da morte? SIM, é causa da morte.
Um ano antes foi fabricada foi uma empresa X, a fabricação da arma é causa da morte do Rodrigo?
Se a empresa não fabrica, a loja não vende, o meu irmão não compra, e eu não atiro, e o Rodrigo está vivo. Assim a fabricação da arma é casa da morte do Rodrigo.
Um ano antes a Samarco extraiu o minério de ferro em uma cidade que existia chamada Mariana – MG, a extração no minério de ferro, é causa da morte do Rodrigo? SIM
Porque se a Samarco não extrai o minério de ferro, a empresa não faz a arma, a loja não vende meu irmão não me empresta, e eu não atiro, e o Rodrigo não morre.
Há 2500 anos atrás um chinês descobriu se eu exerço pressão por um negócio chamado pólvora, aquilo explode e vira uma expansão de gases, e é o desenvolvimento da arma de fogo.
Se o chinês não descobre que a pólvora explode, o Rodrigo tinha morrido hoje? NÃO, então a descoberta do chinês é causa da morte do Rodrigo? SIM
Regresso ao infinito – todo resultado tem uma causa, só que está causa tem uma causa anterior, e está causa tem uma causa anterior, e tem outra causa anterior, e assim vai. 
C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C—C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C-C (cadeia causal, curso causal ou corrente causal)- sucessão infinita de causas, que não tem começo nem fim, porque a própria morte do rodrigo vai ser causa de alguma coisa posterior. É evidente a grande maioria dessas causas não são criminosas. 
Porém de todas essas causas qual é a mais importante? NENHUMA, ou TODAS, pois todas são igualmente importantes. Mas nem todas são CRIMES, TODAS SÃO CAUSAS. É isso que importa!
Art. 13, § 1°. Para um grupo de casos nos devemos abandonar complemente a Teoria da Equivalência dos Antecedentes, e usar outra teoria completamente diferente. 
Teoria da Causalidade Adequada – sempre que eu tiver, diante desse grupo de casos específicos, eu não posso usar a teoria da equivalência, a resposta fica errada.
A superveniência de uma causa relativamente independente exclui imputação quando por si só provocou o resultado. (Só que causa relativamente independente, é algo que NUNCA, causa por si só o resultado). 
Eu vou aplicar a exceção sempre que eu tiver a pratica de uma conduta, e a conduta começa a produzir as suas consequências.
Exemplo: dou um tiro no Rodrigo, acerto e aquilo começa a produzir consequências sobre o corpo dele, hemorragia, consequências do fato, alguém chama a ambulância e vai levar para o Hospital, ou seja, a conduta está produzindo suas consequências normais. Nos aplicamos essa teoria da causalidade adequada, quando durante esse desenvolvimento das consequências das condutas existe a superveniência de um FATO NOVO, E ESTE ALTERA DE MANEIRA SIGNIFICATIVA o rumo dos desdobramentos da conduta e isso chega a um resultado, depois da conduta acontece um fato que altera de forma significativa o andamento/ rumo dos acontecimentos.
CONDUTA HUMANA ------------------- FATO
 RESULTADO NATURALISTICO 
“Este resultado é uma consequência NORMAL/ PREVISIVEL da conduta do agente? ” 
Sempre que eu tenho uma conduta, toda a conduta possui um conjunto de consequências, ou resultados normais e previsíveis.
Condutas normais e previsíveis de um tiro – hemorragia, parada de órgãos, ela morre por consequência natural do tiro, porém tem consequência normal, que a pessoa morra eletrocutada? NÃO, nada normal nem previsível de um tiro. 
Quando Rodrigo está na ambulância ela roda e bate em um poste, quando ela bate no poste, ele cai em cima da ambulância e amassa a porta e emperra a porta, e ninguém consegue abrir e o Rodrigo morre com hemorragia. É uma consequência normal, continua sendo a causa da morte. 
Agora quando o motorista vira e bate no poste, o poste cai e um fio se solta do poste e passa para dentro da ambulância, encosta no Rodrigo e dá uma descarga elétrica nele e mata eletrocutado. O tiro não é mais a causa da morte.
5- Critérios de Imputação objetiva: 
Teorias da Imputação Objetiva – CLAUSS ROXIN (Teoria Teleológica da Imputação Objetiva). Atribuir responsabilidade a alguém sobre algo. O que estamos imputando? IMPUTA RESULTADO, responsabilidade sobre resultado, não são os naturalísticos.
Resultado jurídico é a própria ofensa ao bem jurídico, que as vezes é uma lesão ao bem jurídico e as vezes é um simples perigo ao bem jurídico, o que vamos fazer é atribuir responsabilidade a alguém sobre essa ofensa – lesão ou perigo ao bem jurídico.
Imputação objetiva – com bases em elementos objetivos (não analise elementos subjetivos – dolo, intenção).
Teoria sobre a imputação de um resultado a alguém com base em elementos objetivos. 
Ela está baseada nos elementos centrais chamado RISCO – perigo aos bens jurídicos que são criados pelas condutas humanas, quando nos praticamos uma serie de condutas na nossa vida, essas condutas criam perigo a bem jurídico. E esse perigo fazem parte da nossa vida em sociedade, não existe vida em sociedade sem risco. Os riscos eles são divididos em dois grupos:
RISCO PERMITIDO – criação de determinados risco quando vivemos em sociedade. Exemplo 1: todo mundo que vem para aula, participou de uma atividade coletiva chamada de transito, não importa como veio, esteve envolvido no transito, e o transito é uma atividade que cria risco.
Exemplo 2: quando alguém pega o ônibus biarticulado e coloca em movimento em 60km/h isso expõe as pessoas a uma serie de riscos. Porem essa velocidade é risco permitido.
RISCO PROIBIDOS – quando por exemplo, o motorista do biarticulado anda a 80 km/h ele cria riscos proibidos. 
O direito regula esses riscos para que os bens jurídicos estejam mais seguros possíveis, mas mesmo assim é necessário que haja a possibilidade de viabilizar essas atividades. 
Critérios de Imputação 
Criação de Risco Proibido: nós só podemos atribuir responsabilidade a alguém por um resultado, por uma ofensa a bem jurídico, se esse resultado decorre de uma conduta na qual ele cria o risco proibido. 
A criação do risco proibido, faz com que atribuam a ele os resultados que decorrem do risco proibido.
Exemplo: se eu dirijo no excesso de velocidade, eu estou criando risco proibido. Posso ser responsabilizado pelos resultados que decorremdessa conduta? SIM.
Se eu dirijo um veículo com todas as regulamentações do transito, eu posso atribuir um resultado a isso? NÃO
Só quem está praticando conduta que cria risco proibido é que pode ser responsabilizado pelos resultados que decorrem dali. 
Se eu não estava criando risco proibido e bato o carro, eu posso ser responsabilizado? NÃO.
CRIAR RISCO PROIBIDO – criar um risco novo que não existia, ou aumentar um risco que já existia. Quem aumenta o risco está criando um risco novo? SIM. 
Exemplo: Imagina que há um incêndio em uma casa, e eu passo e jogo um galão de gasolina, minha condita aumentou. Eu criei essa parte aumentada. Quem aumenta o risco está criando risco. É responsável por esse aumento. 
NÃO existe criação de risco proibido:
DIMINUIÇÃO do risco: se eu pratico uma conduta em uma situação que já possui um risco, e a minha conduta diminui o nível de risco. Se dessa situação depois que eu agi houver um resultado, que age diminuindo os níveis de risco, NÃO podem gerar responsabilidade.
Exemplo: imagina que o sujeito é médico, ou enfermeiro, e chega alguém que foi que ingeriu determina substancia toxica, isso no corpo cria um risco extremamente elevado de morte. E existe um antidoto para esse veneno, só que 5% da população é alérgica a esse remédio, ao receber morre instantaneamente. A pessoa tem 80% de chances de morrer. O médico dá o antidoto, e o cara tem uma reação alérgica e morre, não pelo veneno, mas pelo antidoto. Responsabilizo por homicídio ou não? A conduta dele cria ou aumenta risco, ou diminui o risco da bem jurídica vida? DIMINUI, no momento da condita dar o antidoto diminui o risco. Não exige responsabilidade.
O cara está andando na rua, e ele vê que uma criança entra correndo na rua atrás de uma bola, e o sinal está aberto, e vindo muitos carros, tem risco a vida da criança. O cara corre no meio da rua pega a criança e jogo a criança na calçada. A criança cai na calçada rola e está vindo uma bicicleta e a bicicleta bate na cabeça da criança e mata ela atropelada. Houve a DIMINUIÇÃO DO RISCO, mesmo que tenha dado errado, não posso atribuir responsabilidade.
SUBSTITUIÇÃO do risco por outro equivalente: sujeito que pratica uma conduta que altera as circunstancias do caso concreto, mas nem aumenta nem diminui o risco, ele se mantém inalterado, apesar de haver alguma alteração na situação fática. Não pode haver atribuição de responsabilidade.
Criança que está atravessando uma rua que tem três faixas. Está vindo carro em todas as faixas, eu corro pego a criança e tento levar ela para calçada, mas escapa da minha mão e cai da faixa da direita, e é atropelada na faixa da direita e morre. Posso ser responsabilizado? NÃO, porque o risco é igual.
Criação de risco PERMITIDO: não podem gerar responsabilidade penal. 
Riscos decorrentes das cirurgias medicas, algumas com riscos maiores e menores. Um médico que realiza uma cirurgia em um paciente que não tem contra a indicação, usa a técnica correta, tudo certo, está criando um RISCO PERMITIDO. O paciente morre, não tem responsabilização porque o risco criado por ele era permitido.
O médico conhece o paciente, e o médico odeia o paciente, ele opera tudo correto, mas ele até ficaria feliz se o paciente morresse. Se dependesse de mim ele morria, ele faz a cirurgia perfeita, mas o paciente morre, e ele sorri. Isso é homicídio? NÃO. Porque ele criou risco permitido. Não analisa a intenção, se o risco por ele criado por ele era permitido não cria responsabilidade penal.
Criação de risco JURIDICAMENTE IRRELEVANTE: o que são riscos juridicamente irrelevantes? São aqueles que as pessoas podem ignorar quando praticam os atos da sua vida, um elevado nível de acontecer, são imprevisíveis, não há muita coisa para saber quando vai acontecer, e são incontroláveis. NÃO CONSEGUE PREVER NEM INFLUENCIAR.
Exemplo: que o cara é treinador de um time juvenil de time de futebol, e ele é responsável pelas sessões de treinamento, está chovendo horrores. Ele faz os alunos correr em volta do campo, cai um raio e mata um eletrocutado. Responsabilizo o treinador? NÃO. Existe um risco proibido? Não. Qual a probabilidade de um risco em alguém, como eu vou prever quando, e qual o controle que o treinador tem sobre o raio? NENHUM.
Compro uma passagem de avião para alguém, eu compro e o avião cai e o cara morre. Eu posso ser responsabilidade? NÃO. Qual a POSSIBILIDADE, CONTRABILIDADE, PROVABILIDADE que eu tenho disso. 
Se o risco se concretiza eu não posso responsabilizar o sujeito.
Não existe a criação do risco proibido. 
Realização do Risco no Resultado: 
A mera criação do risco sem nenhuma materialização não é crime, não é suficiente na forma de resultado, não é necessariamente um resultado concreto. É uma lesão ao bem jurídico ou um perigo a bem jurídico, se gerar eu posso pensar na responsabilidade. Se não gera nenhum resultado de ofensa a bem jurídico, não tem crime.
CRIMES DE PERIGO ABSTRATO – não preciso provar o perigo, ele é presumido no caso concreto. Exemplo: dirigir embriagado, eu não bato em ninguém, não atropelo ninguém, houve realização do risco? SIM, porque esse tipo penal tem um perigo presumido, eu presumo que o perigo existiu. 
CRIMES DE PERIGO CONCRETO – eu precisaria demonstrar efetivamente a existência do perigo, e nos crimes de dano, tenho que demonstrar o dano.
Só tem crime quando o sujeito cria o risco proibido, e esse risco se realiza gerando efetivamente o resultado ao bem jurídico (uma ofensa a bem jurídico). 
NÃO existe do Realização do Risco no Resultado
Risco não se realiza no resultado (resultado não é a realização do Risco proibido criado).
O sujeito pratica uma conduta que pratica um risco proibido de alguma coisa, o risco ele é sempre um risco de resultados determinados. 
Se eu conduzo um veículo no excesso de velocidade eu estou criando um risco proibido? SIM, o risco de bater em outro veículo, de atropelamento, bater em objetos inanimados. 
Dirigir em excesso de velocidade faz com que as pessoas peguem zika vírus? NÃO. Porque sempre que eu crio o risco é de alguma coisa, ou algumas. 
Existe responsabilidade quando esse risco de responsabilidade tem os resultados determinados, se concretiza, e produz o resultado ofensivo ao bem jurídico. 
Pode excepcionalmente eu posso criar um risco proibido e da minha conduta sobrevir um resultado substancialmente distinto. É a realização dos riscos que eu criei? NÃO. Existe uma falta de correspondência. 
 CH Concretização RESULTADORisco de resultado determinado
CH
 Determinados OFENSIVO Resultado substancialmente distinto
CRP
 CRP
 Falta de 
 Correspondência 
Resultado NÃO DECORRE DIRETAMENTE do risco proibido criado. 
O sujeito pratica uma conduta que cria risco proibido de algo, e da conduta sobrevêm o risco proibido.
Eu pratiquei uma conduta e aconteceu. Ou seja, RESPONSABILIZA.
Pode acontecer situações excepcionais nas quais o resultado NÃO DECORRE diretamente do risco proibido criado. Se não houver essa decorrência entre o resultado e o risco, não podemos atribuir responsabilidade.
Se eu conduzir meu veículo com excesso de velocidade eu crio risco proibido, de atropelamento. Porem se eu estou andando com o meu carro em uma via que o limite é 60km/h e eu estou andando a 80km/h. estou criando um risco proibido? SIM. O que faz com que esse risco seja proibido é o EXCESSO, não o simples fato de estar conduzindo, são os 20km/h a mais que faz o crime ser proibido. É porque eu ando esses 20km/h a mais que eu crio o risco proibido de atropelamento. Eu atropelo alguém, esse atropelamento decorreu desses 20km/h a mais, ou é independente desses +20m/h?
Uma criança resolve atravessar a rua correndo e eu a 80km/h atropelo e mato a criança resultado que corresponde ao risco que eucriei.
Este atropelamento decorre do excesso de velocidade ou ele é independente, autônomo ao excesso de velocidade? 
Constata que se o Guilherme estivesse a 60km/h todas as variáveis do caso, daria tempo de ele encostar o pé no freio suficiente para reduzir um pouco a velocidade e acertava a criança, mas a lesão não mataria. Nesse caso o resultado morte decorre diretamente do excesso de velocidade? SIM, porque se eu não tivesse ela não teria morrido.
Se consta que mesmo se tivesse a 60km/h, as variáveis matariam a criança da mesma forma. 
A criança morreu porque eu estava com excesso de velocidade ou a morte é independente do excesso? INDEPENDENTE, eu posso atribuir a morte do risco proibido? NÃO. 
Então posso atribuir responsabilidade ao agente/autor não posso.Resultado ofensivo
 DeterminabilidadeRisco de resultado determinado 
CH
CRP
Três estão vão estar presentes em todos os tipos ativos dolosos (1,2,5). Os outros vão estar em alguns (3, 4). 
Tipicidade material: relação que existe entre a conduta e o bem jurídico protegido. Relação de ofensividade e o bem jurídico.
Tipo subjetivo – conjunto de elementos subjetivos de tipo.
Tipicidade subjetiva: 
Quais os elementos que vai aparecer em todos os tipos ativos dolosos? DOLO, é doloso porque tem dolo. 
Elementos: 
Dolo (em todos os tipos ativos dolosos);
Ele tem espécies distintas de dolo quase a totalidade dos casos é um elemento implícito, não está expressamente escrito na lei. 
Os tipos os são dolosos ou culposos.
Culpa- sempre está expresso “praticar homicídio culposo no trânsito”;
Todo tipo que não faz referência expressa a ser culposo, é doloso.
MATAR ALGUÉM – DOLOSO
PRATICAR ABORTO EM SI MESMA – DOLOSO
SUBTRAIR PARA SI OU PARA OUTREM COISA ALHEIA MOVÉL – DOLOSO.
Teorias sobre o dolo: (o que é o dolo, e quando existe uma conduta dolo).
Teoria da Vontade: dolo é a vontade de realizar os elementos objetivos do tipo. Dolo é a vontade de realizar a conduta típica. 
Explica o DOLO Direto – quando o sujeito pratica a conduta com vontade de praticar a conduta típica.
Ela não consegue abranger a todas as teorias, é incombatível ao dolo eventual.
Teoria da Representação: dolo é a representação da possibilidade de realização da conduta típica. 
Representar algo – cogitar a possibilidade de algo, imaginar a possiblidade que algo aconteça, prever a possibilidade de algo. Algo que não é certo que vai acontecer.
Eu não quero, mas eu prevejo uma possibilidade que ele aconteça.
O sujeito está praticando uma conduta, ou durante, ele prevê que existe a possibilidade dessa conduta produzir um resultado que não era o que ele queria. Esse fato de PASSAR PELA CABEÇA – é p cogitar a possibilidade.
Cruzar a mente – é a representação. Sempre que o sujeito prevê a possibilidade é considerado dolo, provar é quase impossível, porém sempre tem que presumir que não tem dolo.
Ela foi abandonada, é importante, porque surge uma teoria para substituir ela.
Teoria do Consentimento: dolo é a representação e o consentimento com a possibilidade de realização da conduta típica. 
Utilizada para explicar o DOLO EVENTUAL – para que exista não basta que eu pense na possibilidade, além de pensar eu consinta a possibilidade, eu aceite algo que realmente pode acontecer, e com isso continue praticando a conduta. 
Adotada a TEORIA DA VONTADE (dolo direto) e TEORIA DO CONSENTIMENTO (dolo eventual).
Qual teorias adotadas pelo direito penal brasileiro para explicar o que é dolo direito e dolo eventual? 
Teoria da vontade e teoria do consentimento.
Dolo direito: é a consciência e a vontade de realizar os elementos objetivos do tipo.
Elemento cognitivo: consciência (é um conhecimento, sobre a realidade da conduta que está sendo praticada). Para ter dolo, e tenho que ter consciência que a minha conduta é o que ela é, NÃO é um conhecimento jurídico, não é saber se é ilícito ou licito. É conhecimento da realidade. Se um sujeito pratica uma conduta e não tem consciência do que vai acontecer.
Exemplo: os caras vão caçar urso, o primeiro cara é mais experiente e o outro é iniciante, com um pouco de medo. O cara mais experiente vai fazer uma fantasia de urso e de madrugada vai dar um susto no meio da noite no outro. Quando vai assustar o outro, o amigo iniciante dá um tiro no outro. Para o iniciante ele está matando o urso, mas na realidade era o amigo. Não é um homicídio doloso. Antes de analisar à vontade tem que analisar se ele sabia. Consciência da realidade que está fazendo, sem isso não tem dolo. 
Elemento volitivo: vontade
Consciência + Vontade de alguma coisa de realizar os elementos objetivos do tipo. 
Cada tipo tem um dolo próprio. 
Como encontrar? Olhar os elementos do tipo e classifica-los como objetivos e subjetivos. Tem que colocar os elementos objetivos. 
MATAR (elemento objetivo) ALGUÉM (elemento objetivo) – trata-se de um tipo Doloso. 
Subjetivos são os contidos na mente humana. 
Consciência e vontade de Matar Alguém.
SUBTRAIR (elemento objetivo) PARA SI OU PARA OUTREM COISA (elemento objetivo) ALHEIA (elemento objetivo) MOVEL (elemento objetivo).
 É um elemento subjetivo (é uma intenção)
Consciência e vontade de subtrair coisa alheia móvel.
TRANSPORTAR DROGAS (não existe esse tipo).
Consciência e vontade de transportar drogas
TRANSPORTAR DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL
Consciência e vontade de transportar drogas
PROVOCAR ABORTO EM SI MESMA (é quem está sofrendo o aborto)
Consciência e vontade de provocar aborto em si mesma
Subespécies de dolo:
Dolo Direto de 1° Grau: existe dolo direito de 1° grau, quando a realização dos elementos objetivos do tipo coincidem com a finalidade da conduta do agente, ou com o meio escolhido para atingi-la. 
O agente está agindo com finalidade de fazer aquilo.
Exemplo: quero matar um cara que está em um voo, eu faço uma bomba e coloco o avião. Explode o avião e o cara morre. Eu pratiquei o homicídio? Sim, matar o cara era a minha finalidade. E provocar a explosão foi um meio necessário para eu conseguir atingir a finalidade (caso existisse um tipo de explosão).
Dolo Direito de 2° Grau: existe quando a realização dos elementos objetivos do tipo coincidem como uma consequência necessária do emprego do meio escolhido. 
Consequências necessárias – são as consequências que eu não queria, mas o meio produziu. Eu sei que é necessária eu sei que ela vai acontecer. Há uma certeza que vai acontecer.
Exemplo: quando eu explodo o avião para matar o cara, eu tenho a morte das outras pessoas. Eu tenho a consciência que isso vai acontecer. E assim eu passo a querer a morte de todos que estão no avião. Quando eu escolho utilizar o meio, ele quer tudo que é consequência certa do que aconteceu. 
Dolo Eventual: é um elemento subjetivo, presente dentro da mente (na cabeça do sujeito). É a representação e o consentimento com a possibilidade de realizar os elementos objetivos do tipo.
Elemento cognitivo: representação
Elemento volitivo: consentimento (aceitar, concordar com algo, com a possibilidade de que aquilo aconteça) sempre que representa uma possibilidade nos anuímos com isso? NÃO.
Representação + consentimento com a possibilidade de....
Se não passou pela cabeça do sujeito não tem dolo eventual, que é a representação. 
Confiança honesta – eu já fiz outras, já vi várias outras pessoas fazendo e não aconteceu nada, baseado em uma percepção empírica, por exemplo o globo da morte, o atirador de facas na esposa (exemplo da Marion). Confia que não vai acontecer. Ela não está aceitando o risco, ele não confia na própria sorte. 
Elemento subjetivo diverso do Dolo (não está presente em todos os tipos ativos dolosos): é todo elemento subjetivo do tipo diverso do dolo.
Tendência interna transcendente (TIT): diz respeito aos elementos subjetivos do dolo, que fazem referência a intenções. 
“É o elemento subjetivo diverso do dolo presente em algunstipos penais, que exige que a conduta seja praticada com a intenção de atingir um determinado resultado”
(Intenção / fim/ objetivo que ele quer atingir com a sua conduta. Exigir que a condita seja praticada com um fim especifico, esse elemento é subjetivo chamado de TIT).
Matar alguém – descrição objetiva, descrevem condutas de fazer algo. 
FAZER ALGO com o fim de atingir determinado resultado.
SEMPRE que o elemento aparecer, tem que notar que é subjetivo e tem que existir apenas no interior da mente do agente. 
Basta apenas a intenção de praticar determinado resultado.
Art. 159 – extorsão mediante sequestro:
SEQUESTRAR PESSOA com o fim de obter qualquer vantagem como condição ou preço do resgaste é necessário sequestrar a pessoa mais intenção (no momento que ele sequestrar ter a intenção de obter vantagem).
Exemplo: eu sequestro o colega com o fim de obter uma vantagem econômica. A minha conduta se adequa por que a intenção do sequestro foi essa.
Posso sequestrar pessoa sem ter o fim de obter vantagem, dessa maneira não tem adequação ao tipo. 
Mesmo que eu sequestre e não queiram pagar nada sobre a pessoa, quando eu sequestrei eu tive a intenção de obter vantagem econômica. Com isso se adequa ao tipo, pelo fato de ter a intenção. 
Mesmo que eu sequestre uma pessoa, e está pessoa não tenha ninguém que queira pagar pelo fim do sequestro. Dessa mesma forma se adequa ao tipo porque também teve a intenção de obter a vantagem econômica, mesmo não conseguindo ter “sucesso nessa intenção”, só basta que ela exista – trata-se de um elemento subjetivo. 
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Este crime tem TIT? Sim, “oferecer ou prometer” “PARA determina-lo” – com a intenção de determiná-lo, não precisa determinar.
(Para alguma coisa, com o fim de, com a intenção de alguma coisa)
Tendência interna peculiar (TIP): diz respeito a motivos.
O elemento subjetivo do tipo faz referência a uma determinada condição psicológica do agente, mas que não diz respeito a algo que o sujeito quer no futuro. É um estado que existe no presente, mas está relacionado com o passado.
São os crimes que exigem um motivo especifico. Motivo já aconteceu, o que vai acontecer é a intenção. 
(Por alguma coisa) -TIP
Umas das formas de homicídio qualificado – “se o homicídio: é prático por motivo fútil” – é um motivo que está relacionado com algo do passado, sem que faz referência a motivação “por motivo fútil, por motivo torpe, por motivo de reconhecida nobreza ...
Ele não precisa corresponder com a realidade!! Só precisa que o motivo seja besta “fútil” porque, mesmo que seja a realidade, por exemplo os ciúmes, continuaria sendo um motivo fútil. Ou seja, motivação fútil. 
Faz referência a um peculiar estado anímico que não se exterioriza de forma alguma. 
ERRO DE TIPO: ele sempre é uma divergência entre duas coisas. Entre aquilo que o sujeito faz concretamente, e aquilo que achava que fazia, ou que queria fazer. Divergência entre o aspecto objetivo (faz) e o aspecto subjetivo (que ele queria fazer). Sempre que a conduta acontece de maneira divergência do que ele achava que iria acontecer. 
Espécies de erro de tipo: 
Erro de tipo essencial: é muito comum na doutrina, na pratica forense, que ele ser chamado apenas de ERRO DE TIPO, é o mais importante, com um nome mais amplo. A própria lei no art. 20, quando o define trata apenas de erro de tipo.
“Erro de tipo é um fenômeno que implica a ausência de dolo, quando havendo uma tipicidade objetiva falta ou é falso o conhecimento acerca da presença dos elementos desta no caso concreto” (Zafaroni)
O que é erro de tipo? Sempre que a conduta do agente preenche todos os elementos objetivos do tipo, preenche a tipicidade objetivo, mesmo assim falta (não existe ou é falso) o conhecimento sobre a presença desses elementos no caso concreto. 
Ele não possui o elemento cognitivo do dolo.
Exemplo: o cara que pega um casaco errado em uma festa, pois ele pensava que era o dele. Também o exemplo da vó da Marion. 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
O erro de tipo essencial pode ser de dois graus diferentes: 
Erro de tipo invencível/inevitável: erro invencível, é aquele que o agente nas condições em que se encontrava NÃO podia ter evitado, ainda que tivesse agido com toda a cautela devida. 
Quando o agente acontece o erro de percepção, porem nas condições em que se encontrava, não era possível ele ter evitado esse erro, pois mesmo com toda a cautela mesmo assim incidiria no mesmo erro.
Exemplo: eu só traficante vendo droga, e posto as encomendas no correio para o carteiro entregar. O carteiro leva a droga, para o meu cliente. Ele está transportando drogas, sem autorização, tem os elementos objetivos. Porem nas condições em que se encontrava, não tem como evitar esse erro. Quando é invencível e inevitável, ele produz uma exclusão do DOLO e da CULPA. Não responde pelo crime doloso nem culposo. 
Erro de tipo evitável/ vencível: é aquele que o agente nas condições em que se encontrava podia ter evitado, caso tivesse agido com a cautela devida.
Exemplo: o cara é de Foz, em um domingo à noite está pegando o busão de volta para Curitiba, na hora de embarcar ele é abordado por um desconhecido, com uma caixa de sapato embalada por fita crepe. E diz que está mandando tapioca para a sua vó. O cara aceita levar, quando o ônibus é parado pela polícia tem cocaína. Ele achava que estava transportando tapioca, tem o erro de tipo, mas era evitável. 
O erro continua excluindo o dolo, porém permite a punição por crime culposo se previsto em lei.
A regra é que os crimes só podem ser punidos quando há dolo. A exceção é quando a lei expressamente diz que tem culpa, e que o crime pode ser punido da forma culposa
A maioria dos crimes não permite a forma culposa, apenas um crime existe também na forma culposa, que eu posso punir por crime culposo, evidentemente não puno por nada.
Crime culposo é exceção, e assim admite a forma culposa homicídio e lesão corporal.
Erro de tipo acidental: é um grupo de figuras, que é chamado de erro de tipo acidental, que vai abranger 5 outros tópicos.
Erro sobre a pessoa (erro in persona): 
Art.20, §3°
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
“Ocorre quando o agente pratica uma conduta querendo atingir pessoa determinada, mas por um erro na percepção da realidade pratica ato contra pessoa diversa atingindo esta”. 
O agente quer praticar um crime contra uma pessoa especifica, só que no caso concreto ele imaginando que está praticando ato contra essa pessoa especifica, mas na REALIDADE está praticando ato contra pessoa diversa. Ele acaba praticando uma conduta contra pessoa diversa pensando que é a pessoa especifica.
Será que o erro da identificação correta tem alguma sobre o crime (exclui o dolo do crime ou não)?
Exemplo: a pessoa quer matar o próprio irmão, e planejando isso armado, atira pensando que era o irmão, mas era uma pessoa qualquer, menos o irmão. Mas quando ele vai confirmar se morreu, era uma pessoa diversa. 
Continua sendo um homicídio doloso? É necessário ter uma conduta de MATAR ALGUÉM – dolo de homicídio é CONSCIENCIA E VONTADE DE MATAR ALGUÉM (ele tem a consciência e a vontade). Então é um homicídio doloso. Para o crime de homicídio doloso, o alguém é elementar ao crime.
O erro sobre a pessoa não exclui o crime, continua existindo o dolo.
O código dispõe agravantes quando se tratar de familiares, cônjuges e idosos.
Vai levar em conta pretendida ou a pessoa que realmente foi a vítima? 
No art. 20,§3° primeira parte, diz que vai levar em conta da vítima pretendida, porque o legislador acha que a intenção do crime é o ponto fundamental do homicídio. 
Erro sobre o Objeto (error in objeto):
Ocorre quando o agente querendo praticar a conduta sobre um objeto determinado, pratica-a sobre o objeto diverso. 
Na sua essência é igual ao erro sobre a pessoa, o sujeito acredita que está praticando sobre um objeto determinado e está praticando sobre um objeto diverso.
A diferença do erro sobre o objeto do erro sobre a pessoa, é que o erro sobre a pessoa a conduta era DIRETAMENTE contra alguém (sobre um corpo da vítima), e sobre o erro do objeto a conduta recai sobre uma coisa.
Exemplo: o sujeito quer furtar uma joia rara e acaba furtando uma bijuteria da loja do 10zão. 
Não exclui o dolo, mas leva em conta as características do objeto que efetivamente foi atingido pela conduta (exemplo: o objeto que foi roubado).
Leva em conta a característica do que Realmente foi atingido, isso é importante para não incriminar o que não seria crime (não criar crimes que não iriam existir).
Exemplo: o cara quer plantar maconha, compra de um site, e chega ele planta. Depois disso ele é denunciado e a polícia vai a sua casa e prende. E depois da perícia descobre que as sementes eram de girassol e não era maconha. Então não é crime, pois iria punir por uma coisa que não seria crime. 
Erro na Execução (aberratio ictus):
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
“Ocorre quando o agente pratica conduta querendo atingir pessoa determinada, mas por erro o acidente no uso dos meios de execução atinge pessoa diversa”.
“No erro sobre a pessoa o agente é bom de mira e ruim de vista. E no erro na execução, ele é bom de vista e ruim de mira”
Ele erra na execução.
Ele querendo atingir uma pessoa, ele era e atinge pessoa diversa da pretendida. 
Ele vai produzir duas consequências distintas, em alguns casos, vai ser:
	Com unidade simples
	Com unidade complexa
	O agente NÃO atinge a vítima pretendida. Atinge apenas a NÃO PRETENDIDA. 
	O agente ATINGE a vítima pretendida, e ATINGE TAMBÉM a vítima não pretendida 
	1 Resultado = 1 Crime
	+ 1 Resultado = +1 Crime
	ART. 73, PRIMEIRA PARTE 
“Aplica-se a regra do art. 20, §3° ou seja não exclui o crime e leva em conta as características da vítima pretendida (igual ao erro sobre a pessoa). 
	Se eu tenho dois resultados, eu pego o resultado da vítima pretendida e atribuo ele DOLOSAMENTE. E o resultado na vítima não pretendida CULPOSAMENTE 
	Homicídio doloso levando em conta as características da vítima pretendida. 
	Dolo VP
Culpa VNP
		VP
	VNP
	
	Erro
	Mato
	HD (VP)
	Erro
	Leso
	TH (VP)
		VP
	VNP
	
	Mato
	Mato
	HD + HC
	Leso
	Mato
	TH + HC
	Mato
	Leso
	HD + LCC
	Leso
	Leso
	TH + LCC
Resultado diverso do Pretendido (Aberratio Criminis/ Aberratio Delicti):
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
“Ocorre quando o agente pratica conduta querendo produzir um resultado determinado, mas por erro ou acidente no uso dos meios de execução produz resultado diverso do pretendido”. 
Erro na execução o agente queria atingir uma pessoa determinada e atingia a pessoa diversa queria acertar uma pessoa e atinjo outra. Pessoa vitima pretendida e pessoa vítima não pretendida.
No resultado diverso do pretendido, muda que, eu queria acertar algo e eu acerto outro algo que é substancialmente diferente do que eu queria.
Exemplo: queria acertar uma pessoa e acerto um objeto. Ou queria acertar um objeto e acerta uma pessoa, enfim é uma alteração da natureza das coisas, algo de natureza diferente. A produção de um resultado diferente, faz que eu tenha resultado diverso do pretendido
	Com unidade Simples
	Com unidade Complexa
	NÃO produz o resultado pretendido e PRODUZ APENAS o resultado diverso do pretendido. 
	PRODUZ o resultado pretendido, e PRODUZ TAMBÉM o resultado diverso do pretendido.
	1Resultado = 1 Crime
	+1 Resultado = +1 Crime
	Será que eu vou ser punido pelo que eu tentei e não consegui e ou pelo que eu produzi sem querer? 
Depende, por quê? 
RDP – faço uma pergunta: o resultado diverso do pretendido é punível na forma CULPOSA, às vezes a resposta é sim, às vezes a resposta é não.
SIM – se for punível na forma culposa. Puni se o RDP culposamente e NÃO se pune a tentativa do resultado pretendido. 
NÃO – pune-se a tentativa do Resultado Pretendido e NÃO se pune o RDP. 
O crime de dano só é punível quando tem DOLO. Dano culposo não é crime. 
	A solução, é que RP vai ser atribuído dolosamente ao sujeito. 
RDP vai ser atribuído culposamente
O sujeito quer praticar uma lesão corporal, mas depois de acertar a pessoa acerta também uma janela e quebra. 
O RP era acertar a pessoa, puno dolosamente. O RDP é dano eu puniria culposamente, mas não existe crime de dano culposo. 
Sempre que atribui algo culposamente, tem que ver se naquele crime especifico admite a forma culposa. 
Erro na Causalidade (Aberratio cause)
Não tem previsão legal, toda a sua construção é teórica. 
É uma forma de erro de tipo acidental, pode gerar um problema porque é usada na doutrina majoritária para explicar uma expressão. Uma parcela menor da doutrina, usa a expressa para se referir a outra coisa diferente, é utilizado para duas coisas diferentes. 
1° Forma de Erro da Causalidade: ocorre quando o agente pratica a conduta visando a produção de um resultado, mas este se produz mediante um nexo de causalidade diverso do previsto. 
Primeiro escolhe o resultado e depois decide qual a conduta que vai praticar prevendo o nexo de causalidade.
O sujeito quer produz o resultado e ele então escolhe praticar uma conduta e ele prevê na sua cabeça que a sua conduta vai ter um nexo de causalidade que levara até esse resultado. 
Sujeito pratica uma conduta querendo a produção de um resultado, mas quando pratica a conduta o nexo de causalidade, sai diferente do que foi planejado pelo agente, mas que chega ao mesmo resultado. 
A conduta produz o resultado pretendido, mas faz isso com um nexo de causalidade diferente do previsto pelo agente. 
O nexo de causalidade é produzido de forma diversa do que foi pretendida não exclui o crime. 
Excluiria o crime se não tivesse o nexo de causalidade. 
2° Forma de Erro na Causalidade: que ocorre quando o agente pratica uma primeira conduta visando produzir um determinado resultado, e após supor equivocadamente que ele se produziu pratica uma segunda conduta com finalidade distinta produzindo-se o resultado apenas em recorrência desta. 
O agente pratica duas condutas. 
O agente ele pratica uma conduta com intenção de produzir um resultado criminoso, com dolo. Ao praticar a conduta ele imagina equivocadamente que o resultado se produziu, mas na realidade não se produziu, acreditando nisso, portanto que o resultado aconteceu ele pratica outra conduta. Essa segunda conduta, ela não tem como intenção de produzir o resultado, pois ele está praticando a conduta achando que o resultado já aconteceu. A segunda conduta com finalidade diversa sem a intenção de produzir o resultado, mas na segunda conduta ao atingir o objeto pretendido acaba produzindo o resultado. 
Quando ele tinha a intenção de produzir o resultado ele não produz, quando ele não tem intenção de produzir ele acaba produzindo o resultado. 
Eu tenho dolo de uma conduta que não gera resultado, e eu tenho o resultado em uma conduta que não tinha dolo.Caso da YOKI. 
É crime doloso? Depende, tem que analisar algumas situações chamadas:
Dollus Generalis: existe quando o agente desde o princípio planejou praticar as duas condutas. 
Ele existe sempre que o agente antes de praticar a primeira conduta, ele decidiu praticar a primeira e a segunda. Isso quer dizer que ele sempre teve a intenção. Porque ambas as condutas foram planejadas. 
O erro na percepção não teve nenhuma relevância porque eu estava previamente decidido. O planejamento inicial de praticar as duas condutas. A percepção errônea da realidade se mostra irrelevante. 
Atribuo o resultado de forma dolosa, sendo o erro irrelevante. 
Não existe dollus generalis quando o agente apenas decidiu praticar a segunda conduta após supor equivocadamente que o resultado já se produziu.
O sujeito decide praticar a primeira conduta, pratica a primeira, acredita que o resultado efetivamente aconteceu e baseado nessa percepção equivocada, na crença equivocada que o resultado já aconteceu. Daí ele decide praticar a segunda conduta, ele só decide praticar a segunda conduta porque ele acha que o resultado já aconteceu. A segunda conduta está influenciada pela percepção incorreta da realidade. Sendo assim, o erro é relevante. 
Quando não existe dollus generalis o erro é relevante, e o resultado não será atribuído dolosamente. 
Tentativa na primeira conduta e um crime culposo na segunda conduta. 
Erro de tipo permissivo – para depois. 
Tipicidade Material
“ Tipicidade Material é a relação de ofensividade existente entre a conduta do agente e o bem jurídico protegido pelo tipo”. 
Relação existente entre a conduta e o bem jurídico protegido pelo tipo. 
Essa conduta que se adequa ao tipo, ofende ou não o bem jurídico. Se ofender existe tipicidade. Se não ofender o bem jurídico protegido trata-se de uma conduta atípica. 
Princípio da ofensividade/ lesividade – não há crime sem lesão a bem jurídico. 
Se a conduta preencher o tipo legal, lesou o bem jurídico.
Pode existir uma conduta que não lesa bem jurídico. São condutas que preenchem o tipo, mas não provoca nenhuma ofensa ao bem jurídico.
1° aborto de fetos anencefálicos – conduta preenche ao tipo, mas não há nenhuma ofensa ao bem jurídico.
Aborto – interrupção do processo biológico de gestação, não precisa necessariamente que o feto seja expulso do corpo da mãe, o qual implica a morte do feto.
ADPF 54 – entendeu para o direito o feto anencefálico não está vivo. Pois a vida depende do encéfalo que são responsáveis por funções vitais involuntárias. O feto que não possui, não tem capacidade de vida, tem funções biológicas capazes de sobreviver sozinho. É aborto de algo para o direito que não tem bem jurídico. 
Aborto de feto anencefálico, aborto decorrente de estupro, e de gravidez de risco para a mãe (exclui a antijuridicidade). 
Incolumidade pública – é a vida e a integridade física da coletividade. Entende a lei que quando eu possuo uma arma, ou tenho o porte da arma, eu tenho o perigo a integridade física das pessoas como um todo. É um crime que gera perigo a incolumidade pública.
Tem em casa, porta arma de fogo que não funciona – quando se constata que a arma absolutamente disfuncional, não tem crime ou perigo a bem jurídico, não há perigo. Preenche o tipo, e não tem nenhuma ofensa a bem jurídico. 
2° Preenchem o tipo, mas produzem ofensas insignificantes ao bem jurídico. 
Princípio da bagatela ou da insignificância – desconsideradas pelo direito, logo para os efeitos jurídicos não tem ofensa, é uma conduta atípica. Ofensa insignificante equivale a inexistência de conduta. 
Cuidado – quando a ofensa é passiva que não se aplica a crime patrimoniais praticados com violência ou grave ameaça contra a pessoa – não se aplica o princípio da insignificância. 
Tipos Ativos Culposos
Crimes culposos o elemento central não vai estar no aspecto subjetivo do crime, até porque os TAC não possuem elementos subjetivos, possuem apenas elementos objetivos. A razão pela qual se incrimina um tipo culposo, o elemento central é MANEIRA PELA QUAL O SUJEITO EXTERIORIZA SUA CONDUTA, É A FORMA DE EXECUÇÃO DA CONDUTA. Na execução da conduta que está o ponto centra, sendo assim um elemento objetivo. 
Na forma pela qual a conduta foi praticada – crimes culposos. 
Afirmações erradas:
Crime doloso pratica uma conduta que tem finalidade, e no crime culposo ele pratica uma conduta que não possui finalidade. (A CONDUTA POR CRIME CULPOSO POSSUI FINALIDADE, todas as condutas possuem finalidade, a diferença é que no crime doloso, a finalidade é praticar a conduta típica, e no crime culposo a finalidade não é praticar a conduta típica). 
No crime dolo doloso você tem finalidade ilícita, e no crime culposo você tem finalidade licita. QUASE SEMPRE. Se o crime tem dolo direto a finalidade é ilícita, no dolo eventual a finalidade pode ser ilícita. Posso ter crime culposo com finalidade ilícita “Disk Droga”. Diferença entre crime doloso e o crime culposo é a que crime doloso tem dolo e no crime culposo tem culpa. 
Definição de culpa: “Culpa é a violação de um dever de cuidado manifestado na pratica de uma conduta produtora de um resultado não desejável e nem consentivel, mas previsível”.
Culpa é a violação de um dever de cuidado. 
Existe uma proibição de praticar uma conduta, mas um dever de que o sujeito queira pratica-las, que pratique seguindo determinados parâmetros. 
É permitido dirigir, sim, mas tenho parâmetros de cuidado que eu tenho que seguir (deveres de cuidado para que eu possa dirigir).
Culpa é a contrariedade ao dever de cuidado, o descumprimento com os deveres de cuidado. 
Crime culposo ao violar o dever de cuidado pratica uma conduta que leva a um resultado. Este resultado não desejado, pois se for desejado é doloso. E também não consentido, pois se for consentido o sujeito tem dolo eventual. Sendo pelo menos previsível. Se o resultado era imprevisível, não existe crime culposo. 
Estrutura dos Tipos Ativos Culposos:
 Tipicidade Legal: que apenas possui os elementos objetivos.
TAC 
 Tipicidade Material: é igual aos Tipos Ativos Dolosos;
Elemento objetivo do TAC:
Resultado Naturalístico: condutas que violam deveres de cuidado, porém não existe interesse de criminalizar toda e qualquer violação do dever de cuidado. 
Tem que produzir alguns resultados específicos. Quando produz uma lesão corporal, incêndio, explosão, epidemia. São modalidades de crimes, que o legislador diz que serão puníveis. 
Não existe crime de aborto culposo, é uma forma de proteger a gestante. 
Homicídio e lesão corporal são os mais importantes. 
Para ser culposo vai depender se tiver ou não resultado, sem resultado não existe tipo ativo culposo.
Nexo de Causalidade: igual TAD, artigo 13, §1°. Conduta culposa.
Violação de dever de cuidado: inobservância do dever de cuidado, ele não observa e viola. É a culpa. Cada conduta possui seu dever de cuidado diferente. 
Violação de norma jurídica de contenção de riscos: é o mais importante. “Existe norma jurídicas que são criadas pelo Estado, seja pelo poder legislativo, seja pelo poder executivo, são normas jurídicas criadas pelo estado que tem função de regular determinadas atividades que tem a função de diminuir os riscos existentes alí”. Contenção de riscos – limitar os riscos, diminuir. Sempre que tenho norma jurídica que limita, essa mesma impõe ao sujeito um dever de cuidado. E quem viola essa norma, está automaticamente violando um dever de cuidado. Ele delega as atribuições para regular algo que a lei afirmou, (Denatran). 
Violação de regulamentos técnicos e desportivos: não são reguladas pelo Estado. Atividades que possuem uma visão técnica, o Estado deixa que elas sejam reguladas dentro dos âmbitos técnicos. Acontece de duas formas: atribuição exclusiva de determinada atividade (conselho nacional de medicina), onde não é regulamentado, é feito pela atividade, outra é atividades privadas (Imetro, ABNT), um instituto privado que se reconhece que tem o conhecimentotécnico, e atribui valor jurídico as suas regulamentações. Não são feitas pelo estado de maneira direta, mas é reconhecida como uma autoridade técnica. 
Regulamentações desportivas, aquelas que impõe trazer segurança na pratica do esporte essas impõem dever de cuidado. As entidades desportivas, confederações nacionais, as regulamentações feitas por essas instituições privadas, quando tem a violação do dever de cuidado, quando diz respeito A SEGURANÇA. 
Dever de Informação e Dever de omissão: determinadas condutas exigem algum nível de conhecimento do sujeito (altamente técnicas, ou menos técnicas), não importa o nível de complexidade, mas demandam algum conhecimento. Dever de informação que o sujeito quer realizar uma atividade e não sabe como, ele tem se informar antes de praticar (informar para deixar a conduta mais segura, proteger os bens jurídicos potencialmente em risco). SE ELE NÃO CONSEGUE SE INFORMAR, OU A INFORMAÇÃO É INSULFICIENTE PARA QUE ELE POSSA FAZER DE MANEIRA SEGURA, ELE TEM QUE SE OMITIR (omitir a pratica da conduta). Não praticar até conseguir se informar, e cumprir adequadamente o dever de informação.
Princípio da Confiança: aquele que age de acordo com as regras de uma determinada atividade pode confiar que os outros também o farão sempre que não existirem indícios concretos para supor o contrato.
Dois tipos de atividades:
Atividades compartilhadas: toda aquela atividade que o sujeito pratica, mas quando ele pratica ele está inserido em um ambiente em qual tem várias outras pessoas praticando condutas semelhantes, e a conduta de um de alguma forma interfere na conduta do outro. O exemplo é o transito, cada um cuida da sua própria conduta, mas está inserido no ambiente no qual a conduta sofre interferência de outras condutas praticadas por outros agentes. 
Atividades de cooperação com divisão de tarefas: as condutas são individuais mas estão inseridas no contexto de cooperação, de agir conjuntamente. Então existe uma atividade complexa para ser realizada eu divido ela em tarefas e cada um fica responsável por um pedaço. Exemplo: cirurgia medica. 
O principio da confiança aquele sujeito que está agindo em acordo com seus deveres de cuidado. O sujeito ao praticar a sua conduta pode confiar nas outras pessoas que o cercam, cada um conforme seja devido cumprir seus deveres de cuidado. E eu posso guiar a minha conduta a partir desta confiança, ou seja, a partir da presunção que os outros vão também agir cumprindo seus deveres de cuidado. 
Eu ao praticar a minha conduta não preciso fiscalizar, supervisionar os outros estão fazendo, eu posso simplesmente cumprir meus deveres de cuidado confiando que os outros também vão cumprir. Porque se cumpro meu dever de cuidado, e outra pessoa descumpre o dever de cuidado dela as condutas se entrelaçam e produzem um resultado lesivo, eu responsabilizo somente quem violou os deveres de cuidado.
Só pratica crime culposo quem viola deveres de cuidado. 
Não se aplica o Princípio da Confiança:
Não é aplicável ao sujeito que possui o DEVER de fiscalizar, que exerce uma função de fiscalização, de supervisão. Isso significa que ele tem que fiscalizar porque ele não pode confiar. Exemplo: instrutor da auto escola (não pode confiar que o aluno faça tudo direito, ele não está cumprindo com os deveres de cuidado dele, ele não pode deixar de fiscalizar por confiar); hospital escola (o médico não pode confiar que o aluno vai fazer tudo certo).
Quando existe indícios concretos de que o outro irá violar os seus deveres de cuidado. 
Não é uma hipótese absoluta.
A partir do momento que eu identifico que o outro não vai cumprir o dever de cuidado dele, isso aumenta o meu dever de cuidado, se eu não tiver como evitar, paciência, mas se eu tiver como evitar, eu tenho que evitar. Porque? Eu perdi o direito de confiar, e passo a ter o dever adicional de cuidado pelo outro. 
Ponderação de Risco de Utilidade: o direito todo e qualquer risco da sociedade, tem risco que são permitidos, porque as atividades têm uma utilidade social. A questão é que existe algumas atividades que possuem uma relevância muito grande e essa utilidade exige que o direito crie formas para que essas atividades sejam realizadas de forma eficiente, só tem valor se ela funcionar. Exemplo: Veículos de emergências (chegar rapidamente nos lugares para ser eficiente, tenho que colocar menos limitação, mais risco eu permito). Quando eu permito que faça algo, corra o risco eu abro mão do dever de cuidado, e assim não estarei violando o dever de cuidado, se por acaso eu atropelar uma criança, quando estiver dirigindo um veiculo de emergência. 
Relação de determinabilidade: relação que a violação do dever de cuidado e o resultado naturalístico: 
 RDVDC
RN
Existe relação de determinabilidade quando a violação do dever de cuidado foi determinante para a ocorrência do resultado no caso concreto. 
Violação foi determinante para o resultado, eu vou ter um crime culposo. Porque geralmente que a violação do dever de cuidado teve uma influencia direta no resultado. Teve o resultado porque eu violei o dever de cuidado. 
Tem situações quem que eu violo o dever de cuidado, tem um resultado mas não há uma relação direta entre o resultado e a violação do dever de cuidado. Porque o resultado em alguns casos é o que ocorreria mesmo se o agente não tivesse violado o dever de cuidado. 
Vou eliminar apenas a violação do dever de cuidado, se ele tivesse cumprido o dever de cuidado o resultado teria acontecido ou não aconteceria. Se não aconteceria ele foi determinante para o resultado. Mas se eu tirar a violação do dever de cuidado e o resultado continuar existindo não teve relação de determinabilidade. 
Nos casos em que o resultado ocorreria mesmo se o agente tivesse cumprido os seus deveres de cuidado não existe relação de determinabilidade, portanto não existe crime culposo. 
Previsibilidade objetiva: previsibilidade objetiva é a possibilidade que o agente tinha de prever a possibilidade do resultado. 
Previsibilidade é a possibilidade de prever. Só existe crime culposo quando era possível ao agente na circunstancia que ele se encontrava, o resultado era previsível.
Não existe responsabilidade se a conduta produz resultado imprevisível, não geram responsabilidade penal. 
É previsível que se eu conduzir meu veiculo em excesso de velocidade eu posso provocar um atropelamento? SIM, essa possibilidade deve agir na minha mente, eu prevendo a possiblidade não praticar a conduta, ou eu redobro a minha atenção para evitar. 
Se tem algo imprevisível, eu vou levar em consideração? Não.
Resultado imprevisíveis – são inevitáveis, não existe crime culposo. 
Resultado previsível – são evitáveis. 
Previsibilidade – objetiva. Previsão – subjetiva. 
Culpa consciente e culpa inconsciente – nas duas existe previsibilidade objetiva.
Culpa consciente – quando além da previsibilidade objetiva o sujeito efetivamente vê a possibilidade do resultado, existe também a previsão subjetiva. 
Culpa inconsciente – quando é previsível, mas o agente não prevê. Existe previsilidade objetiva, mas não existe previsibilidade subjetiva.
Qual a diferença da culpa consciente do dolo eventual? Na culpa consciente eu tenho previsibilidade objetiva e previsão subjetiva, é a mesma coisa de representação. Para que tenha dolo eventual eu preciso representação e consentimento. 
Dolo eventual assume o risco – se o bebê cair, caiu é bom para aprender. 
Culpa consciente – eu prevejo a possibilidade da criança cair, mas não tenho o consentimento, porque acredito que não vai cair. 
Realizado por Luiza Martins								2016	
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