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MITOCÔNDRIAS As células precisam de energia para reações enzimáticas, mecanismo de transporte ativo, biossíntese de biomoléculas, transmissão de impulso nervoso, mobilidade celular, contração muscular. A maior parte da energia que a célula usa é fornecida pelo ATP. A principal função da mitocôndria é produção de energia na forma de ATP. É composta por: matriz + cristas (prolongamentos da membrana interna) + membrana interna + membrana externa. O número e a distribuição das mitocôndrias variam de acordo com o tipo celular considerado. A distribuição das mitocôndrias está relacionada com a distribuição dos microtúbulos, já que a movimentação de vesículas e organelas é realizado por meio dos microtúbulos. A mitocôndria se duplica por fissão ou duas pequenas que se fusionam. Formação da mitocôndria (organela): Endereçamento de proteína para a mitocôndria são primeiramente completamente sintetizadas para depois chegarem à região através de peptídeos sinais. Trata-se de um grupo de moléculas translocadora de membrana – da matriz mitocondrial - (proteínas de famílias TOM (translocadora de membrana externa) e TIM (translocadora de membrana interna)) que permite o endereçamento correto de proteínas. Elas devem estar desenoveladas, ainda em seu estágio linear, para que possam passar pelo TIM e TOM. Chaperonas (HSP70) atuarão para que não haja o desenvolvimento espontâneo de dobramentos, permitindo que as proteínas se dobrem somente ao atingirem seu destino. Lipídeos são transportados por proteínas carreadoras. A mitocôndria é a única organela com DNA próprio. É circular, não está associado a histonas, com uma única origem de replicação, codifica 2 tipos de RNAr e 22 RNAt. São 13 sequencias que codificam proteínas, com diferenças de código genético em relação ao DNA genômico, ambas as cadeias são transcritas. fatores que influenciam na hipótese simbiótica da origem de mitocôndrias e cloroplastos. Essa teoria se apoia nas seguintes observações: - as mitocôndrias possuem material genético (DNA e RNA) próprios - a semelhança do DNA bacteriano, o DNA das mitocôndrias não está organizado em um cromossomo nem compactado por histona (proteína que reveste o DNA da célula eucariota) -as mitocôndrias possuem ribossomos e sintetizam varias de suas proteínas; - as mitocôndrias se reproduzem em momentos distintos e de forma independente da divisão que ocorre na célula como um todo - a síntese de proteínas é inibida por cloranfenicol - formilmetionina é o aminoácido iniciador da síntese proteica. Membrana externa: permeável aos solutos do citosol, apresenta porinas (canais aquosos que permitem a passagem de moléculas de até 5kDa). Ocorrência de transporte ativo e passivo. Espaço intermembranas: composição semelhante ao citosol (certa permeabilidade que permite a passagem de moléculas que tendenciam uma equidade de concentração.) Membrana interna: aumento de superfície por meio de cristas, elevado grau de especialização, concentração de muitas proteínas (75% da membrana interna da mitocôndria é constituída de proteínas, sendo elas pós-traducionais e direcionais), presença de fosfolipídio duplo (difosfatildilglicerol ou cardiolipina) que torna a membrana interna impermeável a íons, presença de ATPsintetase e moléculas da cadeia transportadora de elétrons. Matriz mitocondrial: enzimas envolvidas na conversão de piruvato a ácidos graxos em acetil-CoA, enzimas envolvidas na oxidação da acetil-CoA no ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico), copias de DNA mitocondrial, ribossomos mitocondriais, RNAs transportadores, enzimas relacionadas à expressão dos genes mitocondriais. Antibióticos não afetam as mitocôndrias pois a maioria das proteínas mitocondriais é proveniente do maquinário celular normal. Os alimentos são degradados por enzimas, a degradação enzimática começa no aparelho digestivo. Hidratos de carbono monossacarídeos; lipídeos ácidos graxos e glicerol; proteínas aminoácidos; absorção pelo epitélio intestinal e passagem para a corrente sanguínea. TEORIA QUIMIOSMÓTICA A produção de ATP é explicada pela teoria quimiosmótica, onde um maior gradiente de elétrons no espaço intermembranas passa pela ATP sintase e flui para a matriz mitocondrial alterando a conformação da ATP sintase e promovendo a fosforilação do ADP. ATP gerado na matriz é translocado por um sistema de antiporte de saída de ATP e entrada ADP pela adenina-nucleotídeo translocase para o citoplasma onde é utilizado. A maior parte do ATP gerado na matriz mitocondrial pela fosforilação oxidativa é utilizada no citosol. PEROXISSOMOS Organelas citoplasmáticas limitadas por uma membrana, que possui enzimas oxifativas (oxidases) que promovem a produção de peroxido de hidrogênio (H2O2) que é utilizado para formar o core cristaloide. Além disso, apresentam também catalases responsáveis por promover destoxificação. Proveniente de origem do retículo ou através da divisão. As proteínas presentes nos peroxissomos são produzidas nos polirribossomos e dobradas. São recebidas pela Pex, que será responsável por incorporar proteínas na membrana, internalizar a proteína ou controlar processos de divisão de peroxissomos maduros. Funções: 1. Beta oxidação de ácidos graxos de cadeia longa – convertendo-os a acetil-CoA; 2. Detoxificação de várias moléculas tóxicas, a partir da reação de substâncias tóxicas como o peróxido de hidrogênio; 3. Catalisar as primeiras reações para a formação de plasmalogenos (fosfolipídeo presente na bainha de mielina); 4. Retirada do excesso de H2O2 Síndrome dos peroxissomas vazios: Falta de enzimas, o que causa a ausência da formação da bainha de mielina, o que por sua vez promove dano cerebral, hepático e renal. SINALIZAÇÃO CELULAR Tecidos epiteliais: revestimento de superfícies e cavidades, delimitam os ambientes, proteção e secreção. Tecidos conjuntivos e suas variedades: suporte estrutural, nutricional e de defesa Tecidos nervosos: gerar e conduzir impulsos eletroquímicos Tecidos musculares: movimentação. São diversos tecidos que necessitam de comunicação através de vias de sinalização (moléculas sinalizadoras), que permitem troca de informações entre células em geral, percorrendo distancias diversas entre a célula emissora e a célula receptora final. Importantes para a organização das células em tecidos e constituição de órgãos; proliferação, migração e diferenciação celular; controle do metabolismo celular; coordenação da secreção das glândulas endócrinas e exócrinas; influenciar os mecanismos de defesa; influenciar a contração muscular. A sinalização influencia a célula e permite sua sobrevivência, crescimento e divisão, diferenciação e processo de apoptose e morte celular. Pode estimular tanto a ocorrência de algum evento quanto sua inibição. Moléculas sinalizadoras (ligantes) são proteínas, pequenos peptídeos, aminoácidos, gases como o óxido nítrico, esteroides e nucleotídeos. A molécula receptora é geralmente uma proteína celular, que se liga ao ligante e desencadeia uma resposta celular. O receptor e o ligante representam especificidade de ligação. O meio de interação pode ser via contato célula-célula, quando as moléculas sinalizadoras se encontram junto à célula (sem se soltar) ou moléculas sinalizadoras liberadas por uma célula são liberadas no meio e encontram seu receptor. Os receptores podem se encontrar no meio exterior da célula, aderidos a sua membrana plasmática. Ou então se localizam no meio intracelular, geralmente receptores de núcleo, sendo moléculas pequenas de natureza hidrofóbicos (devem atravessar a membrana plasmática para encontrar seu receptor) e que podem ser auxiliadas por proteínas carreadoras.Tipos de sinalização O mecanismo de sinalização pode ser parácrino, sináptico, hormonal e autócrino. Sinalização parácrina: a molécula sinal difunde-se alguns milímetros ou centímetros no meio extracelular e atua sobre as células próximas. Sinalização sináptica (por meio de neurotransmissores): moléculas que ocorrem nas sinapses, locais especializados que conectam funcionalmente células nervosas entre si, ou células nervosas com células musculares ou glandulares Sinalização endócrina: transportadas pelo sangue, as moléculas sinalizadoras irão atuar à distancia, sobre as células que possuem os receptores respectivos (células alvo). Sinalização autócrina: a molécula sinalizadora irá atuar sobre a mesma célula que a produziu Junções comunicantes ou gap, são mecanismos que facilitam a sinalização celular por meio de poros presentes nas membranas das células adjacentes que formam um caminho de comunicação entre elas. São pequenas moléculas e íons (Ca++, AMP cíclico). Transdução de sinal Transdução de sinal é a ”tradução” da informação fornecida pelo sinal para gerar uma resposta em seu alvo. Um sinal é dado ao receptor (sensor) e uma via de sinalização (cascata) é iniciada para que chegue ao seu alvo e gere uma resposta. Os alvos podem ser enzimas metabólicas, reguladores gênicos, proteínas do citoesqueleto, por exemplo. As respostas geradas podem ser alteração de metabolismo, expressão genica alterada, forma ou motilidade da célula alterada. Essa cascata de sinalização pode variar de tamanho, podendo ser longa ou curta. As vias metabólicas interferem neste processo de transdução de sinal por meio de inibição do inicio da cascata de sinalização ou por uma alteração no meio da cascata, o que inibe o resultado correto dessa transdução na produção de respostas. Isso pode ser feito por meio de drogas e fármacos, por exemplo, que mimetizam um neurotransmissor e inibem o início. Células diferentes respondem de forma diferente à mesma molécula sinalizadora extracelular. A maioria dos sinalizadores age sobre receptores os quais atuam por intermédio de uma cadeia de moléculas que modifica os níveis intracelulares de AMP cíclico (cAMP), cGMP, diacilglicerol, trifosfato de inositol (IP3) ou Ca++, sendo mensageiros secundários. Mensageiros secundários São moléculas intracelulares sinalizadoras cuja concentração aumenta ou diminui em resposta a associação de um ligante a um receptor na superfície da célula que pode causar amplificação de sinal inicial ou regulação da atividade intracelular (junção gap não é um tipo de sinalização, mas possibilita a difusão dos mensageiros secundários). Receptores de superfície A maioria dos receptores de superfície pertencem a três classes (já estudadas e com cascata de sinalização conhecidas), definidas pelo mecanismo de transdução de sinal: receptores associados a proteína G, associados a enzimas e associados à canais iônicos. Receptores de membrana associados à canais iônicos: envolvidos na sinalização sináptica, mediada por neurotransmissores, que abrem ou fecham temporariamente um canal iônico, alterando assim a permeabilidade da membrana a íons e desta forma a excitabilidade da célula pós-sináptica. É, na maioria das vezes, uma proteína transmembrana multipasso. Receptores de membrana associados à proteína G: atuam indiretamente na regulação da atividade de uma proteína alvo ligada a membrana plasmática, que pode ser tanto uma enzima com canal iônico. A interação entre o receptor e a proteína alvo é mediada por uma terceira proteína, a proteína trimérica ligadora de GTP, a proteína G (proteína transmembrana de 7 passos). A ativação da proteína alvo altera as concentrações de um ou mais mediadores intracelulares ou altera a permeabilidade da membrana. As proteínas G trimétricas são formadas pelas subunidades alfa, beta e gama. A subunidade alfa liga-se a GDP ou a GTP, constitui a proteína G ativada. Quando um sinal receptor estimula o receptor, o receptor modificado provoca uma alteração na proteína G, que dá-se a causa a substituição de GDP por GTP. A subunidade alfa associada ao GTP, constitui a proteína G ativada. Ocorre uma alteração conformacional da molécula que vai ativar uma proteína alvo (Adenil ciclase, fosfolipase C). Enzimas amplificam sinais fracos produzindo cataliticamente, mensageiros secundários como o cAMP, o trifosfato de inositol (IP3) e o diacilglicerol (DAG). A adenil ciclase é responsável pela síntese de cAMP a partir de ATP. O cAMP ativa a proteína quinase A (PKA) que fosforila aminoácidos (serina ou treonina) de proteínas alvo, regulando suas atividades. Fosfolipase C catalisa a síntese de trifosfato de inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG), os quais afetam o nível de cálcio citosólico. Receptores associados à enzima: quando ativados funcionam diretamente como enzimas ou estão associados diretamente como enzimas. Geralmente são quinases ou associados a quinases e quando ativados induzem a fosforilação de grupos específicos de proteínas na célula alvo. São, geralmente, proteínas transmembrana unipasso. A proteína Ras é uma proteína do tipo G mas monomérica, presente na membrana plasmática (superfície citosólica) e é ativada por uma tirosina quinase (receptor catalítico). A proteína Ras leva a informação através de vários estágios ate ao interior do núcleo, estimulando a diferenciação e a multiplicação celular. A resposta da via de sinalização é a produção de ciclina-CDK na fase G1 e continuar o ciclo celular. As vias desses receptores acontecem simultaneamente e um estímulo pode influenciar em várias vias de sinalização. NECROSE (morte “barulhurenta”) Morte celular patológica ou acidental (injurias e agressões causadas por fatores ambientais, mecânicos ou microorganismos e outros patógenos que levam a ruptura de membrana plasmática). Ocorre digestão enzimática e liberação de conteúdos celulares Características: Perda da integridade de membrana, inchação da célula seguida de lise, lise completa sem formação de vesículas, resposta inflamatória, fagocitose APOPTOSE (morte silenciosa) Morte celular programada (fisiológica) e controlada. (Controle e regulação de tecidos embrionários e adultos, remoççao de células infectadas, danificadas ou transformadas, sem ruptura de membrana plasmática). Formação de corpos apoptóticos, sendo que ocorre a ação de células fagocíticas. Características: Condensação celular, formação de vesículas com membrana (corpos apoptóticos), sem resposta inflamatória, fagocitose Ocorre: *Na embriogênese (células das membranas interdigitais) *No desenvolvimento: apoptose das células da cauda de girinos (↑tiroxina) *Eliminação de células anormais (células mutantes (tumorais), células com danos irreparáveis no DNA, células diferenciadas erroneamente – linfócitos auto-reativos no timo- , células infectadas por vírus) *Ajuste do número de células nervosas (durante a vida embrionária, o número de células nervosas é muito maior, as células alvo liberam fatores os quais são responsáveis pela sobrevivência, mas como não possuem sinais suficientes para todas as células, uma parte sofre morte celular programada). Alterações morfológicas e bioquímicas: *Encolhimento do citoplasma e/ou perda do volume celular; *Formação de grandes vesículas e bolhas na superfície celular; *Translocação de fosfatidilserina na monocamada citosólica para a monocamada extracelular da membrana plasmática (indicador de processo apoptótico para ocorre fagocitose); *Não ocorre ruptura da membrana nem extravasamento de seu conteúdo. *Condensação e vacuolização do citoplasma *Desarranjo da integridade da mitocôndria com liberação de fatores indutores (citocromo C)*Ativação de proteases especiais: caspases que levam a degradação da lâmina nuclear (formada pelas lâmina A, B e C que guiam o processo de formação do envoltório nuclear) com agregação da cromatina e fragmentação do DNA, degradação de muitos proteínas essenciais para a sobrevivência do metabolismo celular, degradação do citoesqueleto. Família das caspases: Existem na forma inativa dentro da célula (pró-caspase) que podem ser ativadas através de clivagem de pontos específicos. Existem caspases iniciadoras ou ativadoras da morte e as caspases executoras da morte, sendo que as mesmas participam de uma cascata de caspases. Inicialmente as iniciadoras são ativadas e promovem a ativação da cascata de caspase. Via não pode ser iniciada e depois ser bloqueada Quando ativadas as caspases agem em substratos específicos, sendo que as mesmas Clivam/degradam diversas proteínas requeridas para a função normal da célula: proteínas estruturais do citoesqueleto, proteínas da lâmina nuclear, enzimas de reparo de DNA e outras. São responsáveis pelas mudanças já citadas. Ativam outras enzimas degradativas como as DNAses (clivam o DNA nuclear- fragmentação do DNA) Indução da Apoptose 1. Fatores intrínsecos: Liberação do citocromo C mitocondrial e fatores pró-apoptóticos que promovem ativação da caspase iniciadora 9. Estimulada por fatores que estimulam a liberação do citocromo C como: a exposição à radiação, exposição à substâncias químicas (drogas anticâncer), infecção viral, privação de fatores de crescimento ou inanição, quebra do DNA, falta de sinais de sobrevivência. Algumas proteínas da família Bcl2 regulam a via intrínseca da apoptose (estão na membrana da mitocôndria), sendo que podem ser pró-apoptóticas- promovem a apoptose ou são anti-apoptóticas- inibem apoptose. Muitas células animais requerem sinalização contínua de outras células para evitar a apoptose Fatores de sobrevivência: A maioria das células necessitam de estímulos tróficos para sobreviverem, na ausência desses fatores cometem suicídio. 2. Fatores extrínsecos: Ligante livre de receptor FAS: FASL O receptor FAS é um receptor de morte que se acopla no FASL de células natural killer, o que desencadeia a transdução de sinal e ativação da caspase iniciadora 8 que encontrava-se na forma de pró caspase. Exemplos de FASL: ligantes livres → citocinas, TNF-alfa, ligantes associados a membrana DOENÇAS: Alterações nos genes responsáveis pela autodestruição podem ser desastrosas. Distúrbios podem causar doenças 1. Apoptose excessiva: podem causar doenças neurodegenerativas, lesões isquêmicas dentre outras Alzheimer- Doença neurodegenerativa em que os neurônios parecem cometer suicídio mais precocemente levando a demência progressiva e irreversível por perda da cognição e da memória. 2. Apoptose insuficiente: podem levar a doenças autoimunes, infecções viróticas prolongadas ou tumores como o câncer.
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