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17/05/2013 1 Fenômenos de Transporte Professora: Ana Áurea Maia Unidade 4- Orifícios, Bocais e Vertedouros Parte III- Vertedouros Belém-PA 2013 Vertedores 1. Definição Vertedouros, vertedores ou descarregador é uma estrutura hidráulica usada para medir e/ou controlar a vazão. Trata-se de um orifício de grandes dimensões, no qual foi eliminada a borda superior. Figura 1. Vertedor (vista lateral e frontal) Fonte: http://www.em.ufop.br 17/05/2013 2 De acordo com a Figura 1, as principais partes constituintes de um vertedor são a) Crista ou soleira� é a parte superior da parede em que há contato com a vertente b) Face� bordas verticais do vertedor c) Carga sobre a soleira (H)� é a diferença de cota entre o nível da água a montante, em uma região fora da curvatura da lâmina, e o nível da soleira. Devido a depressão, H deve ser mantida a montante a uma distância aproximadamente igual ou superior a 5H. d) Altura do vertedor (P)� é a diferença de cotas entre o fundo do canal e a soleira . e) Largura (L)� é a dimensão da soleira através da qual há o escoamento 2. Partes constituintes a) Quanto à forma: • Simples: retangular, triangular, trapezoidal, circular • Compostos: mais de uma forma simples combinadas b) Quanto à altura relativa da soleira: • Livres ou completos: (p > p’) • Afogados ou incompletos: (p < p’) c) Quanto à espessura da parede: �• parede delgada: e < 2H/3 • parede espessa : e > 2H/3 d) Quanto à largura relativa da soleira: • sem contrações laterais: L = B • com uma ou duas contrações laterais: L < B 3. Classificação Os vertedores podem ser classificados de diversas maneiras: 17/05/2013 3 Figura 2. Vertedor em parede espessa Fonte: Azevedo Netto (1998) Figura 3. Vertedor sem contrações, com uma contração e com duas contrações Fonte: Azevedo Netto (1998) 4. Vertedores Retangulares de Parede Delgada e sem Contrações Movimento da água em um vertedor: •Filetes inferiores a montante elevam-se e tocam a soleira do vertedor •Filetes inferiores sobrelevam-se ligeiramente •A superfície da água e os filetes próximos baixam •Nessas condições, ocorre o estreitamento da veia, como nos orifícios Figura 4. Vertedor retangular de parede delgada com contrações e outro sem contração Fonte: Azevedo Netto (1998) 17/05/2013 4 Para orifício de grande dimensão, a vazão é dada pela expressão: 3/2 3/2 d 2 1 2Q = C L 2g (h - h ) 3 h1 = 0 (cota superior inexistente em vertedor) h2 = H 3/2 d 2Q = C L 2g H 3 3/2Q = K L H Sendo que: d 2K = C 2g 3 Para o valor médio Cd = 0.62 1/2 22 mK = x 0,62 x 2 x 9,8 m/s = 1,83 3 s 5. Fórmula de Francis [Q] = m3/s [L] = m [H] = m 3/2Q = 1,838 L H Expressão mais utilizada na prática, devido sua simplicidade A Tabela 6.1 de Azevedo Netto (1998) mostra valores da vazão (L/s) em vertedores retangulares, sem contrações, para 1 m de largura da soleira, em função de H (cm). � para vertedores sem contrações 17/05/2013 5 6. Influência das Contrações As contrações ocorrem nos vertedores nos quais a largura é inferior a do canal em que se encontram instalados (L< B). Após várias experiências, Francis concluiu que no vertedor com contração tudo se passa como se sua largura fosse reduzida. Ainda, segundo Francis, o valor de L deve ser corrigido para aplicar na fórmula. L' = L - 0,1 H Para uma contração: Para duas contrações: L' = L - 0,2 H Assim, a fórmula de Francis passa a ser: Para uma contração: Para duas contrações: 3/2HQ = 1,838 L - H 10 3/22HQ = 1,838 L - H 10 Condições para que resultados obtidos com aplicação dessa expressão se aproximem dos valores reais� H/p < 0,5 e H/L< 0,5. 7. Vertedor Trapezoidal de Cipolletti Segundo Azevedo Netto (1998) o objetivo do vertedor trapezoidal Cipolletti consiste em compensar o decréscimo de vazão que haveria no vertedor retangular, de mesmo comprimento de soleira, devido às contrações laterais. Soleira � corresponde à base de menor dimensão Talude � inclinação dos lados Para essas condições, o talude resulta 1: 4 (horizontal: vertical) Q1 Q2 Q1 2 1Q = Q + 2Q A inclinação das faces foi considerada para que a descarga através das partes “triangulares” do vertedor correspondesse ao decréscimo de descarga, devido às mencionadas contrações laterais, ainda tendo a vantagem de evitar a correção dos cálculos. 17/05/2013 6 7. Vertedor Trapezoidal de Cipolletti Q1 Q2 Q1 3/2Q = 1,86 L H Segundo Neves (1982), a vazão em um vertedor de Cipolletti pode ser calculada pela expressão abaixo: Neves (1982) mostra uma Tabela (pag 165) com os valores da vazão no vertedor de Cipolletti em função da carga H (m) por m da soleira. 8. Vertedor Triangular Esse tipo de vertedor possibilita maior precisão na medida de cargas correspondentes a vazões reduzidas. Na prática, somente são empregados os que apresentam forma isósceles, mais especificamente os de 90°. Para esses vertedores, adota-se a fórmula de Thompson , 5/2Q = 1,4 H em que Q é dado em m3/s e H em m Para Q dado em L/h e H em cm 5/2Q = 0,014 H A Tabela 6.3 de Azevedo Netto (1998) mostra valores de vazões (L/h) para as cargas (cm) mais comuns. Fonte: Viana, 2001 17/05/2013 7 9. Vertedor Circular (em parede vertical) O vertedor circular é um tipo raramente empregado, mas oferece como vantagem a facilidade de execução . 0,693 1,807Q = 1,518 D H em que Q é dado em m3/s, D e H em m H Exercício 1) Como membro de uma equipe de pesquisa com vertedouros retangulares sem contração lateral, você recebeu a tarefa de determinar sua vazão. Dados: Soleira do vertedor (L) = 1,5 m Carga do vertedor (H) = 0,3 m 3/2Q = 1,838 L H 17/05/2013 8 Exercício 1) Determine a carga de um vertedor de forma de um triângulo isósceles com descarga de 522 m3/h 5/2Q = 1,4 H (Q é dado em m3/s e H em m) AZEVEDO NETTO. Manual de Hidráulica. 8 ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1998 (627. A994M) NEVES, E. T. Curso de Hidráulica. 7 ed. Porto Alegre: Globo,1982 (627. N518c) PORTO, R. M. Hidráulica Básica. 3 ed. São Carlos: EESC-USP, 2004 (627.P853h) VIANA, M. R. Mecânica dos fluidos para engenheiros,. 4 ed. Belo Horizonte: Imprimatur, 2001 http://www.em.ufop.br Referências
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