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Habeas Data trabalho

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INTRODUÇÃO 
CF, art 5° LXXII – conceder-se á “habeas data”: 
para assegurar o conhecimento de informações à pessoa do impetrante, constantes de registro ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-la por processo sigiloso ou administrativo.
O habeas data surgiu como reação a experiência da constituição anterior, em dados referentes a convicções e condutas dos indivíduos, sendo os atos cometidos pela sociedade arquivados de forma sigilosa pelo governo. Sendo prática incompatível com a nova ordem constitucional, que rejeita “o poder que oculta e o poder que se oculta”. 
A constituição de 1988 se limita a estabelecer as hipóteses de cabimento (CF, art. 5°, LXXII) e a gratuidade dessa ação (CF, art. 5°, LXXVII) sendo todo procedimento disciplinado pela lei. Tratando de garantia jurídica processual de natureza constitucional, com caráter civil e rito sumário, caracterizada pela celeridade de seu procedimento. 
2. LEGITIMIDADE ATIVA 
Em face da omissão legislativa da lei 9.507/97 no que diz respeito a legitimidade ativa, vem sendo admitido pela doutrina majoritária a impetração por qualquer pessoa, seja física ou jurídica, nacional ou estrangeira.
No caso das pessoas jurídicas, a legitimidade é atribuída tanto as de natureza de direito privado quanto as de direito público, nessa, devendo sempre ser asseguradas certos direitos fundamentais, em particular os de natureza procedimental. 
A ação de habeas data é personalíssima, pois se restringe as informações relativas à pessoa do impetrante. Tema de grande controvérsia é a transferência de legitimidade ativa. Na legitimação ordinária superveniente de herdeiros e sucessores, a questão tem sido divergente. Enquanto parcela da doutrina defende a impossibilidade da transmissão de legitimidade aos herdeiros e sucessores, forte na ideia de intransmissibilidade do direito a informação/retificação protegidos pelo habeas data, há doutrinadores que defendem a legitimidade superveniente do cônjuge ou herdeiros quando o habeas data versar sobre informações que importem em direitos causa mortis. 
Esse tema foi analisado pelo STJ no HD 147/DF, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima (12/12/2007), que decidiu ser “parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de interesses do falecido”. Portanto, somente se admite a impetração por terceiros no caso de herdeiros e sucessores do titular, em hipóteses excepcionais, com o intuito de preservar sua imagem, evitando o uso ilegítimo e indevido dos dados do de cujus. 
No que diz respeito a legitimação, essa natureza não é compatível com a natureza da ação de habeas data, como por exemplo, não se admite a impetração pelo Ministério Público na defesa de interesse de terceiros. 
3. LEGITIMIDADE PASSIVA 
É entendido pela doutrina majoritária como legitimidade passiva desta ação constitucional, sendo de atribuição da entidade que detém das informações. E no art. 2º da Lei 9.507/97 é reforçando a ideia de que há de se requerer, o que se pretende obter, retificar ou complementar as informações, no órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados, podendo ser deferido ou não no prazo de 48 horas.
Outro aspecto fundamental sobre legitimidade passiva, é compreendido no parágrafo único da Lei de Habeas Data, especificando como caráter público os registros, bancos de dados passadas a terceiros e não sejam de uso privado do órgão ou entidade produtora.
A legitimidade passiva é dependente da natureza da informação e deve ter caráter público. E há a possibilidade de chegar a terceiros, se tornando públicas, assim o órgão ou entidade produtora, configura o polo passivo.
Exemplo de que habeas data pode ser impetrado, em face de entidades governamentais da administração pública direta ou indireta, de pessoas jurídicas de direito privado com banco de dados aberto ao público como SPC e SERASA. 
4. OBJETO E OBJETIVO
O habeas data tem por objeto a tutela dos direitos fundamentais à privacidade onde visa a proteção do indivíduo, que são invioláveis a intimidade, a sua vida privada bem como a sua honra e sua imagem, encontrado no ( art. 5º, X da CF), e também ter o acesso à informação com o fulcro no (art. 5º, XIV, XXXIII, da CF) sendo limitado as de caráter pessoal.
Embora possa ter restrições no direito à informação quando o sigilo for necessário e imprescindível e se tratar dos assuntos pertinentes à segurança da sociedade e do Estado, não se pode negar informações de caráter pessoal ao titular.
O objetivo desta garantia constitucional é assegurar conhecimento, para que se possa ter acesso às informações, retificação à complementação de informações pessoais constantes de registros de dados, sempre quando não se prefira fazê-lo mediante processo sigiloso, judicial ou administrativo.
5. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 Com o fulcro na lei 9507/1997, art. 7º, Conceder-se-á habeas data:
I.	para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II. 	para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, ou judicial ou administrativo;
III. para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
A Constituição estabeleceu o cabimento do habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante por se tratar de ação personalíssima, e também na retificação de dados como traz a luz do ( art. 5º,LXXII, da CF).
As hipóteses previstas na constituição e reproduzidas na lei regulamentadora (lei 9507/97, art. 7º, I e II) o legislador acrescentou uma terceira : para a complementação de informações nos assentamentos do interessado ( lei 9507/97, art.III). 
Na verdade o que se pretende é proteger a privacidade do indivíduo contra o abuso no registro de dados pessoais falsos ou equivocados, porque pode acarretar prejuízos para o indivíduo. O que estamos vendo hoje no Brasil é esse contrato temporário, se tornando comum para cargos que exigem qualificação e previa aprovação em concurso público, dessa forma verificamos que não só a contratação está acontecendo de forma irregular, mas também a prorrogação dos contratos, sendo que a Constituição estabelece tempo determinado e tendo que ser em casos excepcionais para a Administração Pública atender o interesse público. 
5.1 CONHECIMENTO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS 
O habeas data tem como fim primário o acesso a informações pessoais da própria pessoa que as solicita independendo da demonstração de qualquer motivo, sendo necessária a simples vontade de conhecimentos dessas informações. Caso haja negativa no fornecimento dessas informações, caberá mandado de segurança. 
5.2 RETIFICAÇÃO DE DADOS 
A segunda hipótese de cabimento é destinada a retificação e dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso ou administrativo (CF, art. 5º, LXXII, b; Lei 9.507/97, art. 7º, II). Para que seja solicitada a retificação de dados, é necessário conhecimento dos dados a serem corrigidos. 
O STJ em HD 160/DF entendeu que não se admite cumulação, numa mesma ação, do pedido de prestação de informações e correção dos dados. 
5.3 COMPLEMENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS 
A complementação de informações pessoais, está contida no art. 7º, inciso III, da Lei 9.507-97. Para se obter o cabimento do habeas data, é necessário que tenha justificado o interesse de agir, ou seja, quando o autor esclarecer que a ausência da anotação pode lhe gerar um dano concreto, seja material ou moral. 
6. INTERESSE DE AGIR 
O art. 8º da Lei 9.507-97, elenca quais as provas devem instruir o habeas data, para ser considerada legítima, ou seja, está configurado o interesse de agir quando acontecer alguma das hipótese do art. 8º da Lei 9.507-97. 
Pode-se dizer que o interesse de agir do habeas data fundamenta-se na hipótese de quea prestação jurisdicional requerida seja adequada e necessária. 
A adequação consiste na prestação jurisdicional ter a intenção de melhorar a situação fática lamentada pelo autor. Já a necessidade da prestação jurisdicional reclamada fundamenta-se na impossibilidade de obtenção do direito pleiteado sem intervenção do Estado, tal necessidade da postulação do habeas data pressupõe uma resistência da pretensão formulada pelo autor no âmbito extrajudicial. 
O interesse de agir consiste em pressuposto de condição da ação, portanto se na hipótese de haver tido a demora na resposta ao requerimento extrajudicial, e está informação for prestada após a postulação do habeas data, terá perdido o interesse de agir, e este será extinto.
 7. LIMINAR E DECISÃO DE MÉRITO 
A lei 9.507/97 não consagrou a liminar em qualquer dispositivo, em razão de sua extrema celeridade. No entanto, a doutrina admite de forma uníssona, a possibilidade de concessão de liminar em casos excepcionais. 
Caso o pedido seja julgado procedente, o juiz, a depender do pedido formulado, determinará a apresentação ao impetrante das informações a seu respeito ou a apresentação em juízo da retificação ou complementação do registro (art. 13, lei 9.507/97). 
8. REFERÊNCIAS 
MARINELA, Fernanda, Direito Administrativo, 7 ed. Niterói: Impetus 2013.
FILHO, José dos Santos Carvalho, Manual de Direito Administrativo, 13 ed. Lumen Juris, 2004.
NOVELINO, Marcelo, Curso de Direito Constitucional, 10ª ed. rev., ampl. E atual., Salvador: Ed. JusPodivm, 2015.

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