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Análise de Energia dos Sistemas Abertos I MEC-1507 Sistemas Térmicos I Luiz Guilherme Vieira Meira de Souza Conservação da Massa A conservação da massa é um dos princípios mais fundamentais da natureza. Quando 2 kg de hidrogênio reagem com 16 kg de oxigênio, quantos kg de água são formados? 3 Conservação da Massa E se for o processo inverso (eletrólise)? 4 Conservação da Massa Assim como a energia, a massa é uma propriedade que se conserva. Não pode ser criada nem destruída em um processo. Entretanto, podem ser convertidas entre si, de acordo com o que foi proposto por Albert Einstein: c=2,9979x108 m/s 5 Conservação da Massa 5 Essa equação sugere que a massa de um sistema muda quando há variação em sua energia e vice-versa. Entretanto, para quase todas as interações de energia encontradas na prática, a variação de massa é extremamente pequena. 6 Conservação da Massa 6 Raras são as exceções. Em reações nucleares, a massa equivalente da quantidade de energia envolvida é uma fração significativa da massa total envolvida. 7 Conservação da Massa 7 Portanto, na maioria das análises em engenharia, vamos considerar que massa e energia são quantidades conservadas. Em sistemas fechados, o princípio de conservação da massa é utilizado implicitamente pela exigência de que a massa permaneça constante durante um processo. 8 Conservação da Massa 8 Em volumes de controle, porém, a massa pode atravessar fronteiras. Dessa forma, deve-se levar em conta a quantidade de massa que entra e sai do volume de controle. 9 Conservação da Massa 9 Conservação da Massa Vazão Mássica e Vazão Volumétrica A quantidade de massa que escoa através de uma área por unidade de tempo é chamada de vazão mássica ou fluxo de massa, ṁ. 11 Conservação da Massa 11 Um fluido escoa para dentro ou para fora de um volume de controle geralmente através de tubos ou dutos. 12 Conservação da Massa 12 O fluxo de massa diferencial do fluido, δṁ, escoa através de um pequeno elemento de área dAc. O fluxo na seção transversal é proporcional ao próprio dAc, à densidade do fluido ρ e à componente da velocidade normal a dAc, Vn: 13 Conservação da Massa 13 Observa-se que δ e d são utilizados para indicar quantidades diferenciais. Em geral δ é utilizado para quantidades que são funções de trajetória e têm diferenciais inexatas. Calor, trabalho e transferência de massa. d é utilizado para quantidades que são funções de ponto e têm diferenciais exatas. Propriedades termodinâmicas. 14 Conservação da Massa 14 O fluxo de massa que passa por toda a seção transversal de um tubo ou duto é obtido por integração: Por mais que seja exata, essa equação nem sempre é adequada para análises de engenharia por causa da integral. 15 Conservação da Massa 15 Assim, seria interessante expressar o fluxo de massa utilizando valores médios em uma seção transversal do tubo. Em um escoamento compressível, tanto ρ quanto Vn variam ao longo do tubo. Em muitas aplicações práticas, porém, a densidade é essencialmente uniforme na seção transversal do tubo, e assim pode-se retirar ρ da integral. 16 Conservação da Massa 16 A velocidade, porém, nunca é uniforme em uma seção transversal de um tubo, devido à aderência do fluido nas paredes (condição de não-deslizamento). A velocidade varia de zero nas paredes até um valor máximo na linha central do tubo. 17 Conservação da Massa 17 Define-se velocidade média (Vméd) como o valor médio da velocidade em toda a seção transversal do tubo. Ac é a área da seção transversal normal à direção do escoamento 18 Conservação da Massa 18 Assim, para o escoamento incompressível ou mesmo para o escoamento compressível no qual ρ é uniforme em Ac, tem-se: na qual Ac é a área da seção transversal normal à direção do escoamento. 19 Conservação da Massa 19 Para o escoamento compressível, pode-se utilizar uma densidade média na seção transversal. Sendo assim, ainda pode-se utilizar a equação com uma aproximação razoável. Por questões de simplicidade, normalmente retira-se o subscrito da velocidade média. A menos que especificado o contrário, V = Vméd na direção do escoamento. 20 Conservação da Massa 20 O volume de fluido que escoa através de uma área por unidade de tempo é chamada de vazão volumétrica, V̇. 21 Conservação da Massa 21 Conservação da Massa Princípio da Conservação da Massa O princípio de conservação da massa aplicado a um volume de controle pode ser expresso como: “A transferência líquida de massa para ou de um volume de controle durante um intervalo de tempo Δt é igual à variação líquida (aumento ou diminuição) da massa total dentro do volume de controle durante Δt” 23 Conservação da Massa 23 Essa variação também pode ser expressa em forma de taxa como: ṁe e ṁs são as taxas com que a massa entra e sai do volume de controle. dmVC/dt é a taxa de variação da massa dentro das fronteiras do volume de controle. 24 Conservação da Massa 24 Essas duas equações são chamadas de balanço de massa e se aplicam a qualquer volume de controle que esteja passando por qualquer processo. 25 Conservação da Massa 25 Considerando-se que um volume de controle tenha mais de uma entrada e/ou mais de uma saída, pode-se, ainda, representar o balanço de massa por: 26 Conservação da Massa 26 Conservação da Massa Balanço de massa para processos com escoamento em regime permanente Durante um processo com escoamento em regime permanente, a quantidade total de massa contida dentro de um volume de controle não muda com o tempo. dmvc/dt = 0. Assim, o princípio de conservação da massa exige que a quantidade total de massa que entra em um volume de controle seja igual à quantidade total de massa que dele sai. 28 Conservação da Massa 28 Para o bocal de uma mangueira de jardim operando em regime permanente, a quantidade de água que entra no bocal por unidade de tempo é igual à quantidade de água que sai do bocal por unidade de tempo. 29 Conservação da Massa 29 Quando se lida com processos com escoamento em regime permanente, o interesse não é a quantidade de massa que escoa para dentro ou para fora de um dispositivo ao longo do tempo. Ao invés disso, o interesse é a taxa com que a massa escoa, ṁ. 30 Conservação da Massa 30 O princípio de conservação da massa para um processo em regime permanente aplicado a um volume de controle com várias entradas e saídas pode ser expresso em forma de taxa como: 31 Conservação da Massa 31 Essa equação impõe que a taxa total com que a massa entra em um volume de controle seja igual à taxa total com que a massa que sai do volume de controle. 32 Conservação da Massa 32 Muitos dispositivos de engenharia como bocais, difusores, turbinas, compressores e bombas possuem apenas uma entrada e uma saída. Nesses casos, denota-se o estado de entrada com o subscrito 1 e o de saída com o subscrito 2 e removem-se os sinais de somatório. 33 Conservação da Massa 33 Assim, para volumes de controle com escoamento em regime permanente e corrente única, tem-se: 34 Conservação da Massa 34 As equações de conservação da massa podem ser simplificadas ainda mais quando o fluido é incompressível. Geralmente é o caso dos líquidos. Cancelando-se a densidade em ambos os lados da equação para processos em regime permanente, tem-se: 35 Conservação da Massa 35 Para escoamento em regime permanente de corrente única, ela se reduz a: 36 Conservação da Massa 36 Não existe um princípio de conservação do volume. Assim, as vazões volumétricas de entrada e de saída em um dispositivo num processo em regime permanente podem ser diferentes. 37 Conservação da Massa 37 A vazão mássica de ar através de um compressor é constante. Porém, a vazão volumétrica de ar é muito menor na saída do que na entrada. Istoacontece devido à densidade mais alta do ar na saída do compressor. 38 Conservação da Massa 38 Porém, para escoamentos de líquidos em regime permanente, as vazões volumétricas bem como as vazões mássicas permanecem constantes. Os líquidos são substâncias essencialmente incompressíveis (densidade constante). 39 Conservação da Massa 39 Exercícios Uma mangueira de jardim conectada a um bocal é utilizada para encher um balde de 40 litros. O diâmetro interno da mangueira é de 2 cm e ele se reduz a 0,8 cm na saída do bocal. Se são necessários 50 segundos para encher o balde com água, determine as vazões volumétrica e mássica através da mangueira e a velocidade média da água na saída do bocal. Exercício 1 41 Trabalho de Escoamento Ao contrário dos sistemas fechados, os volumes de controle envolvem o fluxo de massa através de suas fronteiras. Assim, uma certa quantidade de trabalho é necessária para empurrar a massa para dentro ou para fora do volume de controle, mantendo um escoamento contínuo Esse trabalho é conhecido como trabalho de fluxo ou energia de escoamento. 43 Trabalho de Fluxo Para obter uma equação para o trabalho de escoamento, considera-se um elemento fluido com volume V. 44 Trabalho de Fluxo O fluido que está imediatamente à montante força esse elemento fluido a entrar no volume de controle. Esse fluido pode ser visto, então, como um pistão imaginário. O elemento fluido pode ser assumido suficientemente pequeno de forma que suas propriedades sejam uniformes. 45 Trabalho de Fluxo Se a pressão do fluido é P e a seção transversal do elemento fluido é A, a força aplicada ao elemento fluido pelo pistão imaginário é: 46 Trabalho de Fluxo Para empurrar todo o elemento fluido para dentro do volume de controle, essa força deve agir por uma distância L. Assim, o trabalho realizado para empurrar o elemento de fluido através da fronteira (trabalho de escoamento) é: 47 Trabalho de Fluxo A equação para o trabalho de escoamento é igual, seja o fluido empurrado de ou para volume de controle. 48 Trabalho de Fluxo Energia Total de um Fluido em Escoamento A energia total de um sistema compressível simples é composta por três partes: energia interna, cinética e potencial. Para uma massa unitária ela é composta por: 50 Energia Total de um Fluido em Escoamento O fluido que entra e sai de um volume de controle possui uma forma adicional de energia (a energia de escoamento). Portanto, a energia total por unidade de massa (denotada por θ) de um fluido em escoamento torna-se: 51 Energia Total de um Fluido em Escoamento 52 Energia Total de um Fluido em Escoamento A combinação Pv + u já foi anteriormente definida como a entalpia (h). Assim, a equação anterior se reduz a: 53 Energia Total de um Fluido em Escoamento Com o uso da entalpia em vez da energia interna para representar a energia de um fluido em escoamento, não é necessário se preocupar com o trabalho de escoamento. A entalpia leva em conta automaticamente a energia necessária pra empurrar o fluido para dentro ou para fora do volume de controle. Esse é o principal motivo para definir a entalpia. 54 Energia Total de um Fluido em Escoamento Transporte de Energia pela Massa Se θ é a energia total por unidade de massa, a energia total de um fluido de massa m escoando é simplesmente mθ, desde que as propriedades da massa m sejam uniformes. Transporte de Energia pela Massa 56 Da mesma forma, quando uma corrente de um fluido com propriedades uniformes escoa com uma vazão mássica ṁ, o fluxo de energia é ṁθ. Transporte de Energia pela Massa 57 Quando as energias cinética e potencial puderem ser desprezadas, as equações anteriores podem ser simplificadas, resultando em: Transporte de Energia pela Massa 58 A maioria dos escoamentos encontrados na prática pode ser aproximada como em regime permanente e unidimensional. Portanto, essas relações simples podem ser utilizadas para representar a energia transportada por uma corrente de fluido. Transporte de Energia pela Massa 59 Exercícios Vapor escapa de uma panela de pressão de 4 L, cuja pressão de operação é de 150 kPa e a seção transversal da abertura de saída é de 8 mm². Exercício 2 61 Observa-se que a quantidade de líquido da panela diminuiu em 0,6 L em 40 minutos após o estabelecimento de condições de operação estáveis. Determine: a) o fluxo de massa do vapor e a velocidade de saída; b) as energias total e de escoamento por unidade de massa de vapor; c) a taxa com a qual a energia sai da panela transportada pelo vapor. Exercício 2 62
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