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21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 1/43 SISTEMAS TÉRMICOSSISTEMAS TÉRMICOS TRANSMISSÃO DETRANSMISSÃO DE CALOR POR CONDUÇÃOCALOR POR CONDUÇÃO Au to r ( a ) : M e . Lu c a s D e l a p r i a D i a s d o s S a n to s R ev i s o r : M s c . J u l i a n a G u e d e s A r ve l o s B a r b o s a Tempo de leitura do conteúdo estimado em 1 hora e 10 minutos. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 2/43 Introdução Caro(a) estudante, neste material estudaremos a fundo a transferência de calor através da condução. Iniciaremos estudando a condição unidimensional em regime estacionário e, no �nal, veremos os problemas mais complexos envolvendo superfícies estendidas e condições bidimensionais. Aprenderemos a calcular a taxa de condução no regime transiente, considerando que o tempo exerce alguma in�uência no sistema. Junto com o conceito mencionado, veremos o método mais utilizado para problemas de condução em regime transiente, que é o método da capacitância global, além de conhecermos o Biot, sistema de validação do método mencionado. Com o conhecimento adquirido neste material, estaremos prontos para iniciar os estudos de convecção, nos quais usaremos diversos tópicos que serão discutidos ao longo deste estudo. Transmissão de Calor por 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 3/43 Você já ouviu falar sobre “transmissão de calor por condução”? Vamos estudar a fundo o que isso signi�ca? Relembrando o conceito de condução, de acordo com Incropera e Witt (2012, p. 2), “a condução pode ser vista como a transferência de energia das partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância devido às interações entre partículas”. Nós já conhecemos as leis que regem a transferência de calor e como podemos aplicá-las na determinação do �uxo térmico. Condução REFLITA Cara(o) estudante, você já pensou em como a transferência de calor está presente em nosso dia a dia? Como conseguimos utilizar os efeitos da transferência de calor e como aproveitamos o calor transferido em nossas atividades e máquinas? A teoria da condução, por exemplo, é extremamente utilizada na aplicação de motores de carros, sabia? O radiador do nosso carro foi pensado para maximizar a transferência de calor via condução, dissipando energia térmica para o meio. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 4/43 Iniciaremos os estudos com casos simples, ou seja, considerando a condução unidimensional e num regime estacionário em parede plana. No entanto, a condução também será aplicada sobre condições de regime transiente e em geometrias complexas. Neste texto, desenvolveremos a chamada equação do calor, também denominada de lei de Fourier, empregada na determinação do �uxo de calor. A Equação da Taxa de Condução A equação da taxa de condução é uma equação empírica. Ela foi elaborada por meio de observações de fenômenos térmicos naturais. Em décadas de estudos e observações, cientistas e pesquisadores nunca encontraram uma exceção à regra. Vejamos um exemplo: imagine um bastão de forma cilíndrica e de material conhecido. As superfícies das laterais desse bastão estão isoladas termicamente, entretanto, possuem temperaturas diferentes, sendo T >T , como mostra a Figura 2.1 abaixo. 1 2 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 5/43 Figura 2.1 - Condução térmica em regime estacionário Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a �gura traz um cilindro na posição horizontal. A superfície lateral do cilindro do lado esquerdo possui a temperatura T , e a superfície lateral do lado direito, temperatura T . A variação de temperatura ΔT é dada pela subtração de T por T , em que T >T . Dessa forma, a taxa de condução ocorre da esquerda para a direita (maior para menor temperatura). O �uxo de calor é de�nido pelo gradiente de temperatura (ou seja, da maior para a menor temperatura). Como a temperatura T é maior que a temperatura T , a taxa de condução será no sentido da esquerda para a direita. Podemos calcular a taxa de transferência de calor q a partir dos seguintes dados: ΔT = diferença de temperaturas; Δx = comprimento do bastão e A = área da seção transversal do bastão. De�niremos aqui a taxa de condução de calor. Imaginemos que os valores de ΔT e Δx mantenham-se constante, ao passo que a área (A) varia. Nessa situação, q é diretamente proporcional à área. Da mesma forma, mantendo ΔT e a área constantes, veremos que a taxa de condução q sofrerá variações de maneira inversa com Δx. Por �m, mantendo a área e Δx constantes, a taxa de condução será proporcional à variação de temperatura. Devemos ter em 1 2 1 2 1 2 1 2 x x x 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 6/43 mente que diferentes materiais apresentaram diferentes valores de taxa de condução q . Dessa forma, a proporcionalidade pode ser expressa por meio de um coe�ciente k para de�nirmos o comportamento do material. Equacionando tudo o que foi dito, temos que: qx = kA ΔT Δx , em que a constante k é a condutividade térmica (W/(m.K)), sendo característica térmica e intrínseca de cada material. Se imaginarmos que Δx -> 0, obteremos a equação limite: qx = − kA dT dx E, para o �uxo de calor: qnx = qx A = − k dT dx O sinal “negativo” é necessário, pois a energia térmica sempre �uirá do meio de maior temperatura para a menor temperatura. Difusividade Térmica Agora, vamos estudar sobre a difusividade térmica. A transferência de calor engloba diversas propriedades termofísicas dos materiais. Essas propriedades podem ser classi�cadas em: 1) propriedades de transporte; 2) propriedades termodinâmicas; 3) difusividade térmica. x 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 7/43 Fonte: ahmadkazan / 123RF. #PraCegoVer: o infográ�co estático, intitulado “Propriedades termodinâmicas”, apresenta três colunas, com seus respectivos subtítulos, de�nições e imagens. A primeira coluna, intitulada “Propriedades de transporte”, possui a de�nição “De acordo com Kreith, Manglik e Bohn (2016, p. 54), ‘esse grupo envolve a condutividade térmica (k) e a viscosidade cinemática para transferência de momento (v)’” e a imagem de uma mão, com luvas de látex azuis, manuseando uma placa de Petri de vidro. A segunda coluna, intitulada “Propriedades termodinâmicas”, possui a de�nição “Referem-se ao estado de equilíbrio do sistema, envolvendo a massa especí�ca (ρ), o calor especí�co (cp) e o produto de ambas, conhecido como capacidade térmica volumétrica ρcp (J/m³.K), que mede a capacidade de um determinado material de armazenar energia térmica” e a ilustração de uma linha quadriculada, simbolizando um material. Na parte superior, há um desenho de �oco de neve e uma seta azul, que vai em direção ao material e depois é re�etida. Abaixo do material, há um símbolo de fogo e uma seta vermelha, que vai em direção ao material e também é re�etida de volta. A terceira coluna, intitulada “Difusividade térmica”, apresenta a de�nição “É a razão entre a condutividade térmica e a capacidade térmica volumétrica (α=k/ρcp). De 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 8/43 acordo com Kreith, Manglik e Bohn (2016, p. 54), ‘a difusividade mede a capacidade de um material de conduzir energia térmica em relação à sua capacidade de armazená-la’”.Ela acompanha a imagem de uma mangueira vermelha, �xada em uma superfície prateada, quadriculada em vermelho. Como podemos imaginar, substâncias que apresentam difusividade térmica elevada reagem mais rapidamente às mudanças nas condições térmicas, ao passo que corpos que apresentam difusividade baixa, respondem mais lentamente, o que demanda um tempo maior para atingir o equilíbrio térmico. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Dentre as formas de transmissão de calor que conhecemos, temos: convecção, condução e radiação. Com o avanço da ciência e da tecnologia, fomos capazes de aprender e dominar todas as formas mencionadas de transmissão de energia térmica. Hoje, somos capazes de criar ferramentas e equipamentos utilizando a transferência de calor. Em relação a condução, assinale a alternativa correta: a) A condução é de�nida como sendo a transferência de calor entre as partículas mais energéticas (com mais energia térmica) para aquelas com menos energia térmica do sistema, graças às interações entre partículas. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=G… 9/43 b) A condução pode ser vista como a transferência de energia dos corpos com menos energia térmica para aqueles com mais energia térmica, graças às interações de partículas. c) É a transferência de energia térmica que ocorre devido à movimentos macroscópicos que ocorrem nas interações de �uido, somente. O movimento é resultado da interação molecular de forças internas; d) É a transferência de energia térmica através de movimentos macroscópicos do �uido. Atribuímos esses movimentos às interações que ocorrem no interior de cada uma das partículas de um corpo gasoso. e) A condução está relacionada a alterações na camada de valência dos átomos que formam o corpo do sistema térmico. Dessa forma, a energia térmica radioativa emigra por meio de ondas eletromagnéticas. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 10/43 A partir deste ponto, veremos as situações em que a transferência de calor ocorre em condições unidimensionais e em regime permanente (ou estacionário). A seguir, veja as de�nições dos termos “unidimensional” e “regime estacionário”. Condução Unidimensional em Regime Permanente 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 11/43 Fonte: devidgrutz / 123RF. Fonte: alhovik / 123RF. Nos tópicos a seguir, estudaremos a condução unidimensional em regime estacionário aplicado a sistemas que não possuem geração interna de energia. Nosso objetivo é determinar a expressão da taxa de transferência de calor para a geometria plana. Parede Plana Considerando a condução de calor unidimensional em paredes planas, podemos dizer que o �uxo de calor �ca em função apenas da coordenada x, visto que deve �uir por apenas uma direção. Unidimensional V E R M A I S Regime estacionário V E R M A I S 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 12/43 Na Figura 2.2, a seguir, suponha que a temperatura do lado esquerdo seja maior que a temperatura do lado oposto. Além disso, imagine que há uma parede plana entre os �uidos. Nessa situação hipotética, o �uxo de calor ocorre por convecção do �uido de maior temperatura T para a superfície da parede T . A condução acontecerá no momento em que a energia térmica estiver em contato com o nosso sólido (parede), ao passo que teremos a convecção na extremidade da parede Ts , 2 para o �uido frio a T∞ , 2 . ∞ ,1 s,1 2 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 13/43 Figura 2.2 - Distribuição de temperatura através de uma parede plana juntamente com seu circuito elétrico equivalente Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a �gura traz um grá�co que representa o �uxo térmico em uma parede plana, em que o lado esquerdo está em contato com �uido quente e o lado direito, com �uido frio. O grá�co realiza uma comparação desse sistema térmico (�uido quente/parede/�uido frio) com um circuito elétrico composto por resistências. A corrente elétrica nesse circuito (inicialmente, seria a temperatura do nosso �uido quente T∞) passa pela primeira resistência (contato entre o �uido e a parede). Nesse contato, a temperatura muda para Ts , 1. Chegamos na segunda resistência, que representa o contato entre a parede e o �uido frio, em que teremos Ts , 2. Por �m, na saída do circuito teremos T∞ , 2, que é a temperatura do �uido frio. Iniciaremos a análise pelo interior da parede. Queremos determinar a forma com que a temperatura se distribui. A partir daí, conseguiremos calcular a 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 14/43 taxa de calor por condução. No exemplo da Figura 2.2, utilizamos a equação do calor para determinar a distribuição de temperatura, levando em consideração as condições de contorno pertinentes, ou seja, estamos considerando que não há geração de energia e que o sistema se encontra em regime estacionário. Sendo assim, temos que: d dx k dT dX = 0 Utilizaremos também a equação do �uxo do calor que já estudamos: qx ″ = − kA dT dx , sendo assim, em uma parede plana sem fonte de calor e nas condições estabelecidas (unidimensional e regime estacionário), o �uxo térmico independe da variável “x”, portanto podemos integrar duas vezes a equação, obtendo T(x) = C1x + C2. A �m de obtermos as constantes de integração C1 e C2, introduziremos as condições de contorno expressas anteriormente. Consideramos que X = 0 e x = L, teremos que T(0) = Ts , 1 e T(L) = Ts , 2. Ao substituirmos os valores encontrados em X = 0, teremos: T(x) = Ts , 2 − Ts , 1 X L + Ts , 1 Através da lei de Fourier, utilizada na distribuição de temperatura, conseguimos determinar a taxa de transferência de calor por condução: qx = − kA dT dx = kA L Ts , 1 − Ts , 2 Ainda, caro(a) estudante, se assumirmos que a área da parede plana é constante, seja qual for o �uxo, obteremos: qnx qx A = k L Ts , 1 − Ts , 2 Estudamos aqui a ideia da condução unidimensional e em regime estacionário. Vimos que, dentro dessas condições, a energia térmica terá apenas uma direção. Além disso, nessas condições, a temperatura em cada ( ) ( ) ( ) ( ) 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 15/43 ponto independerá do tempo. Agora sabemos como acontece a condução de calor em paredes planas, além de entendermos de que forma a resistência térmica in�uencia nesse processo Condução Transiente Até aqui, estudamos situações em que a condução de calor ocorre sobre condições simples, em sistemas unidimensionais, apresentam regime estacionário e não geram energia. Contudo, já temos conhecimento para entender que existem condições que podem se alterar com o tempo. Os problemas que apresentam sistemas transientes (ou seja, não estacionários), ocorrem devido a mudanças de contorno no sistema em estudo. Podemos a�rmar, portanto, que se a temperatura em um ponto qualquer da superfície de um sistema sofrer alterações, a temperatura de todos os pontos do sistema também se altera. Nesse caso, as mudanças ocorrerão até o sistema atingir o equilíbrio novamente. Agora, estudaremos o procedimento utilizado na determinação da dependência da distribuição de temperatura no interior de um material sólido Fonte: gregorylee / 123RF. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 16/43 em relação ao tempo durante umprocesso transiente. Além disso, veremos também como determinar a transferência de calor do interior para o meio externo. Para tais �ns, aprenderemos o método da capacitância global, com o qual, por simpli�cação, podemos considerar que o gradiente de temperatura no interior do sólido seja nulo. O Método da Capacitância Global Começaremos imaginando uma situação prática, contextualizando um problema, para que possamos chegar no método proposto. Imagine que uma barra de metal maciça sofrerá uma súbita mudança de temperatura. Essa mudança repentina na temperatura do material é necessária, por exemplo, em processos de têmpera e forjamento de um metal, onde T é a temperatura inicial positiva. O metal então é submerso em um líquido a uma temperatura muito inferior: T∞ < Ti. O processo de têmpera terá o seu início registrado no tempo inicial T = 0. Já somos capazes de entender que a temperatura do nosso objeto de estudo diminuirá conforme o tempo vai aumentando (t>0), até que a temperatura atinja T∞. A convecção é a responsável pela redução da temperatura que acontece entre o sólido e o �uido. Durante a aplicação do método de capacitância global, devemos ter em mente que a temperatura da matéria em estudo será uniforme em todo o espaço e em qualquer T ≠ 0 durante o processo. Seguindo essa linha de pensamento, podemos assumir, então, que o gradiente de temperatura no interior do corpo será desprezível. i 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 17/43 A partir do momento que começamos a desprezar o gradiente de temperatura no interior da matéria de estudo, não podemos mais tratar a situação como uma equação do calor, visto que, a partir desse momento, uma equação diferencial irá descrever a distribuição de temperatura no interior da matéria. Sendo assim, teremos que fazer o levantamento do balanço de energia global do sistema. Em nosso balanço, precisamos relacionar a taxa de perda de calor na superfície do sólido com a taxa de variação da energia interna: −E sai = E acu Ou: −hAs T − T∞ = ρVc dT dx Se (dθ/dt)=(dT/dt) for constante, teremos: ρVc As dθ dt = − θ. Prosseguimos separando as variáveis e realizando a integração de ambos os lados a partir da condição inicial t = 0 e T(O) = TV, com a qual obtemos: ρVc hAs ln θi θ = t ( ) Pelo que estudamos da lei de Fourier, entendemos que a condução de calor na ausência do gradiente de temperatura implica, diretamente, na existência de uma condutividade que tende ao in�nito, o que sabemos que não é possível. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 18/43 ou θi θ = T − T∞ Ti − T∞ = exp − hAs ρVc t As equações deduzidas acima serão fundamentais em exemplos práticos nos quais se faz necessário estabelecer o tempo que um corpo levará para atingir uma determinada temperatura, ou mesmo para calcularmos o valor da temperatura após um intervalo de tempo. Analisando as equações obtidas, concluímos que a diferença de temperatura entre o corpo e o �uido de trabalho deverá diminuir exponencialmente, tendendo a zero, com o passar do tempo, tendendo ao in�nito. Outra conclusão importante é de que podemos interpretar a grandeza ρVc hAs como uma constante de tempo térmico. Ou seja: τt = 1 hAs (ρVc) = RtCt Em que Rt representa a resistência ao processo de transferência de energia térmica por intermédio da convecção e Ct é a capacitância térmica global do sólido. Caso uma dessas duas variáveis seja incrementada, implicará em uma resposta mais lenta dos sólidos aos estímulos térmicos do meio. Concluímos que a energia calorí�ca transferida (Q) até um determinado instante de tempo (t) será determinada da seguinte forma: Q = (ρVc)θi 1 − exp − t τ1 Por �m, a relação: –Q=ΔE nos diz que a energia calorí�ca transferida Q sofrerá alterações de acordo com as mudança na energia interna do sólido.. [ ( ) ] [ ( )] acu 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 19/43 Validade do Método da Capacitância Global Como já entendemos, o método da capacitância global proposto anteriormente é o meio mais conveniente que temos para solucionarmos problemas transientes de aquecimento e de resfriamento no meio industrial. Entretanto, antes de sairmos aplicando o método em todas as circunstâncias, devemos entender em quais condições podemos aplicar esse método para termos um alto grau de precisão. Desenvolveremos um critério satisfatório a seguir. Considere que uma parede plana, de área A encontra-se em regime estacionário, conforme a Figura 2.3. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 20/43 Figura 2.3 - Efeito do número de Biot na distribuição do calor na situação de regime estacionário em uma parede plana com convecção na superfície Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: a imagem apresenta uma parede plana. Na lateral esquerda, a temperatura é Ts , 1, e a superfície da direita está em contato com um �uido, que se aproxima da lateral direita da parede, no sentido de baixo para cima. A temperatura da superfície da direita é de Ts , 2.A transferência de calor no interior da parede acontece por meio da condução, ao passo que a troca de energia térmica entre a parede e o gás ocorre por convecção. Nessas condições, o número de Biot entre a parede e o �uido será maior que 1, no ponto da parede mais próxima ao �uido; também será igual a 1 em um ponto intermediário e será menor que 1 em um ponto da parede que esteja afastada do �uido. Em nosso exemplo, a superfície esquerda será mantida a uma temperatura Ts , 1, e a superfície da direita será exposta a um �uido. Entendemos que a superfície exposta, em contato com o �uido, terá uma temperatura 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 21/43 intermediária Ts , 2, na qual T∞ < Ts , 2 < Ts , 1. Dessa forma, o balanço de energia na superfície será: kA L Ts , 1 − Ts , 2 = hA Ts , 2 − T∞ rearranjando a equação, temos: Ts , 1 − Ts , 2 Ts , 2 − T∞ = (L /kA) (1 /hA) = Rt , cond Rt , conv = hL k = Bi Fonte: Nexusplexus / 123RF. Se Biot<1, podemos assumir que a resistência à condução no interior da matéria é menor que a resistência à convecção e, sendo assim, o método da capacitância global será válido. Entretanto, se Biot>1, então o método da capacitância global não poderá ser utilizado. ( ) ( ) ( ) ( ) 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 22/43 Dessa forma, ao encontrarmos um problema de capacitância global, o primeiro passo é determinar o número de Biot. Se Bi = hLc k < 1, então é possível resolver o resto do exercício com o método proposto. Podemos de�nir o comprimento característico Lc como sendo a fração entre o volume do sólido e a área super�cial, ou seja, Lc = V As . Essa suposição é feita para simpli�car os cálculos de Lc em geometrias complexas. Em caso de geometria cilíndrica, o valor seria de Lc = r0 2 e r0 3 para esfera. Substituindo L na equação de Biot, temos: hAgt ρVc = ht ρcLc = hLc k k ρc t Lc2 ou apenas: hAgt ρVc = Bi. Fo na qual Fo = αt Lc2 Fo é denominado de número de Fourier. Assim como o número de Biot, Fo também é uma variável adimensional e é utilizada na caracterização de problemas de condução transiente. Análise Geral via Capacitância Global Sabemos que em um corpo, mesmo separado de sua vizinhança por �uido ou vácuo, poderá haver transferência de calor (via radiação ou condução) se houver gradiente de temperatura entre o sólido e a vizinhança, ocasionando na mudança de temperatura interna do corpo. c 21/01/2024, 21:54E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 23/43 Outra forma de iniciarmos a mudança de temperatura em um sólido é por meio de um �uxo térmico aplicado na superfície total (ou parcial) do sólido em estudo, como, por exemplo, através de um aquecedor A Figura 2.4, a seguir, mostra de forma generalizada a situação na qual as condições térmicas no interior de um sólido podem ser in�uenciadas de forma simultânea pela convecção e pela radiação, através da aplicação de um �uxo de calor em sua superfície e pela geração interna de energia. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 24/43 Figura 2.4 - Condições térmicas no interior de um sólido Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: nessa �gura, há uma parede plana com setas apontando para fora, indicando a transferência de calor por radiação e por convecção. Do lado direito da �gura, há uma segunda parede representando a nossa “vizinhança” para a troca de calor. Na parede principal, há uma seta indicando o �uxo de calor, da esquerda para direita, e acontece a geração de calor interno. A nossa parede principal apresenta características genéricas ρ, c, V, T(0). A temperatura entre a parede e a vizinhança é de T∞, h, ao passo que a temperatura da parede vizinha é de Tviz. No instante t = 0, consideramos a temperatura do corpo (Ti) diferente da temperatura do �uido (T∞) e da vizinhança (Tviz). Além disso, o aquecimento super�cial e o aquecimento volumétrico serão acionados (q ″ s ). 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 25/43 O �uxo térmico (q ″ s ) e a transferência de calor por radiação e convecção ocorrerão na região da superfície exclusiva A e A , respectivamente. Além disso, apesar de as transferências de calor, pelos métodos da convecção e da radiação, terem sido aplicadas na mesma superfície, não há necessidade de ambas serem iguais (A ≠ A ). A conservação de energia poderá ser aplicada em qualquer instante t, obtendo: qs ″As ,a + Eg − h T − T∞ + εσ T 4 − T4viz As ( c , r ) = ρVc dT dt Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) O �uxo de calor é de�nido pelo gradiente de temperatura. Dessa forma, o calor tende a migrar do local de maior para menor temperatura. Imagine uma parede plana, em que o lado esquerdo da parede está mais quente que o lado direito. A condução interna acontecerá da esquerda para a direita, portanto, a taxa de condução será da esquerda para a direita. Em relação a equação da taxa de condução de calor, assinale a alternativa correta. a) O sinal negativo na equação da taxa de condução representa o sentido do calor, que �uirá sempre do ponto mais energético para o ponto menos energético. s(a) s(c,r) s,c s,r [ ( ) ( )] 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 26/43 b) Diferentes materiais não possuem diferentes conduções de calor, visto que a proporcionalidade equacional e as suas constantes não mudam. c) Podemos calcular q baseando-nos somente nas seguintes variáveis: ΔT = diferença de temperaturas e A = área da seção transversal do bastão, visto que a transferência de temperatura independe de outros fatores. d) A equação da taxa de condução foi desenvolvida através de cálculos matemáticos baseados em fenômenos físicos já conhecidos, como a transferência de calor e resistividade térmica. e) O gradiente de temperatura é a grandeza responsável por indicar a quantidade de energia térmica que um corpo possui. Um gradiente elevado signi�ca alta temperatura. x Transferência de Calor em Superfícies Estendidas 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 27/43 Utilizamos o termo superfície estendida para caracterizarmos a situação em que temos a transferência de energia térmica no interior de um sólido, através da condução, e a transferência de energia térmica nas fronteiras do nosso objeto de estudo, através da convecção (CENGEL; GHAJAR, 2012). Fonte: Bru-nO / Pixabay. Em problemas que envolvem as aletas, iremos considerar regime permanente e sem geração de energia térmica internamente. Além disso, a condutividade térmica do sólido mantém-se constante (k). Por �m, para simpli�car a nossa análise, percebemos que o coe�ciente de transferência de calor por convecção h será mantido constante e uniforme em qualquer ponto da aleta. Para que são utilizadas as aletas? 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 28/43 Nesses problemas, o coe�ciente de transferência de calor por convecção irá variar ao longo da aleta. Equação da Aleta Considere um elemento de volume da aleta na localização X tendo comprimindo ∆X, área transversal A e perímetro p, como demonstrado na �gura a seguir. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 29/43 Figura 2.5 - Superfície aletado Fonte: Cengel e Ghajar (2012, p. 164). #PraCegoVer: nessa �gura, temos a ilustração de uma parede plana com uma aleta, ou seja, uma superfície estendida. Na imagem, há as indicações de �uxo térmico e as medidas de dimensão (representadas por X e ∆X). Na base da aleta, que sai da parede plana, temos a temperatura T0, condução interna de calor de Qcond , t. A taxa de convecção da aleta com o meio é Qconv, e a taxa de condução da condução da Aleta com o meio é de Qcond , x+X, em que x+∆X é a variação no espaço, do início até o �nal da aleta. Em regime permanente, o balanço de energia no sólido será: (taxa de condução de calor no elemento em x) = taxa de condução de calor a partir do elemento em x + ∆X) + (taxa de convecção de calor a partir do elemento). Ou Qcond , x = Qcond , x+ Δx + Qconv 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 30/43 Realizando as adequações e suposições necessárias, veremos que a equação diferencial de transferência de calor em aletas será: d dx kAc dT dx − hp T − T∞ = 0 Em geral, em uma aleta, o perímetro (p) e a área transversal Ac variam com x, o que aumenta a complexidade de resolução dessa equação diferencial. Na situação particular em que a seção transversal e a condutividade térmica são constantes, a equação pode ser reduzida para: ( ) ( ) 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 31/43 d2T dx2 − hp kAc T − T∞ = 0 ou d2T dx2 − m2θ = 0 na qual m2 = hp kAc E θ = T − T∞ será a temperatura em excesso na base da superfície estendida. Nas equações diferenciais acima, observamos que as soluções são funções exponenciais (ou múltiplos delas). Temos essa certeza ao realizar a substituição direta. Portanto, a solução gerada da equação diferencial é: θ(x) = C1e mx + C2e −mx C1 e C2 serão constantes arbitrárias. Para determinarmos os valores dessas constantes, teremos que analisar as condições de contorno da base e da ponta. Entretanto, geralmente a temperatura na base da aleta é um dado conhecido. Dessa forma, na base da aleta, há a seguinte condição de contorno: θ(0) = θh = Th − T∞ Para �nalizar a nossa análise, assumimos que, na ponta da superfície estendida, temos várias possibilidades, como: temperatura conhecida, perda de calor nula, condução, convecção e radiação combinadas. praticar Vamos Praticar ( ) 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 32/43 Considere a juntade um termopar. Para efeitos de simpli�cação, assumimos que o seu formato seja esférico, como ilustrado na Figura 2.4. Esse equipamento é utilizado para aferir a temperatura de uma determinada corrente gasosa. Assumimos que o coe�ciente convectivo entre a superfície da junta e o gás seja igual a h = 400 W / m2. K e que temos as seguintes propriedades termofísicas: k = 20 W(m. K), c = 400J(kg. K) e ρ = 8500kg /m3. Figura - Junta de termopar Fonte: Elaborada pelo autor. #PraCegoVer: nessa �gura, há uma esfera de diâmetro D, representando a junta de um termopar. A temperatura inicial do termopar é de 25 °C, e existe uma corrente de gás em contato com o nosso objeto de estudo. No desenho, temos a indicação das propriedades presentes no enunciado (k=20 W(m.K), c=400J(kg.K) e ρ=8500kg/m³, além de h = 400 W /m2. k e T∞ = 200 ∘C)). ( ) 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 33/43 Com posse dessas informações, calcule o diâmetro necessário da junta para que o termopar tenha uma constante de tempo de 1s. Em seguida, assuma que a junta está a 25 ∘C e encontra-se posicionada em uma corrente de gás a 200 ∘C, quanto tempo será necessário para a junta alcançar 199 ∘C? Transmissão de Calor por Condução: Condução Bidimensional em Regime Estacionário 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 34/43 Até o momento, estamos considerando a condução de calor unidimensional, dessa forma, consideramos que a condução de energia térmica nas demais direções seja insigni�cante. Fazemos essa simpli�cação, pois várias problemáticas da transferência de calor que nos deparamos em situações práticas podem ser aproximadas como unidimensionais, contudo, nem sempre será assim. Há casos em que teremos que considerar que haja transferência de energia térmica em outras direções. Aqui, caro(a) estudante, veremos a formulação da condução de calor em regime permanente e bidimensional em coordenadas retangulares. O método utilizado neste estudo será o das diferenças �nitas. Dando sequência em nossos estudos, imagine uma área quadrada onde a condução de energia térmica é signi�cativa apenas nas direções do plano cartesiano (x,y). Agora, imagine que o nosso plano cartesiano foi dividido em diversos quadrados espaçados em ∆x e ∆y nas direções x e y, como é mostrado na Figura 2.6 a seguir. Em nossas considerações, teremos a profundidade ∆z = 1 na direção z. Queremos calcular a temperatura dos nós. Por conveniência, iremos descrever cada nó em função da sua coordenada (m,n), em que m = 0, 1, 2,..., M é a contagem dos nós na direção x e n = 0, 1, 2,..., N é a contagem dos nós na direção y. As coordenadas do nó (m,n) serão x = m∆x e y = n∆y, e a temperatura do nó (m,n) é indicada por T .m,n 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 35/43 Figura 2.6 - Rede nodal para formulação de diferenças �nitas da condução bidimensional em coordenadas retangulares Fonte: Cengel e Ghajar (2012, p. 313). #PraCegoVer: essa ilustração é um mapa cartesiano, no qual temos o eixo X na horizontal e o eixo Y na vertical. Entre os eixos, há uma malha quadriculada, em que temos o ∆x e o ∆y. Na parte superior da malha quadriculada, temos a representação de um nó (um ponto preto entre um ponto cartesiano (X,Y) qualquer, cuja coordenada é (m,n). A partir do nó, cada variação ∆y acresce n+1 na coordenada do nó e, na direção x, acresce m+1. Agora, imagine que elemento de volume igual a ∆x.∆y.1 esteja centralizado no nó geral (m,n), exatamente na região onde há geração de calor e a taxa e a condutividade térmica são constante, como mostrado na Figura 2.7 a seguir. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 36/43 Figura 2.7 - Elemento de volume de nó geral (m,n) para condução bidimensional em coordenadas retangulares Fonte: Cengel e Ghajar (2012, p. 313). #PraCegoVer: essa ilustração é uma ampliação do mapa cartesiano visto anteriormente na Figura 2.8, no qual temos o eixo X, na horizontal, e o eixo Y, na vertical. O foco dessa imagem é o nó (um ponto preto entre um ponto cartesiano (X,Y) qualquer. Ao redor desse ponto cartesiano, é criado um elemento de volume com quatro faces, que possuem as coordenadas: (m-1,n); (m,n+1); (m+1,n) e (m,n-1). A variação no eixo y será sempre igual, de ΔY, ao passo que a variação no eixo X será de Δx. Novamente, assumindo que o regime seja permanente e que a direção da propagação da energia térmica via condução seja em relação ao nó, o balanço de energia, considerando o volume do sistema, será: 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 37/43 (taxa de condução nas superfícies esquerda, superior, direita e inferior) + (taxa de geração de calor dentro do elemento) = (taxa de variação de conteúdo do elemento). Ou Q .cond , esq + Q . cond , sup + Q . cond , dir + Q . cond , inf + E . ger , elem = ΔEelem Δt = 0 Considerando que, nos nós adjacentes, a temperatura varie linearmente, temos que a área de transferência de calor seja Ax = Ay.1 = Ay na direção x e Ay = ∆x .1 = ∆x na direção y, o balanço de energia torna-se Tm− 1 ,n− 2Tm ,n+Tm+ 1 ,n Δx2 + Tm− 1 ,n− 2Tm ,n+Tm+ 1 ,n Δy2 + em ,n k = 0 Em nossas análises, utilizamos a malha quadriculada para facilitar as nossas deduções. Sendo assim, escolhemos ∆x e ∆y iguais por simpli�cação. Então ∆x = ∆y = 1. Dessa forma, a relação acima pode ser simpli�cada para: Tm− 1 ,n + Tm+ 1 ,n + Tm ,n+ 1 + Tm ,n− 1 − 4Tm ,n + em ,n. l 2 k = 0 Ou seja, a formulação das diferenças �nitas para o nó interno é obtida somando as temperaturas dos quatro vizinhos mais próximos do nó, subtraindo quatro vezes a temperatura do próprio nó e adicionando o termo de geração de calor (CENGEL; GHAJAR, 2012). praticar Vamos Praticar 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 38/43 Durante a transferência de calor pelo método da condução em regime transiente, temos a difusividade térmica α, conhecida como propriedade de transporte responsável por controlar a transferência térmica. Calcule α para o um elemento metálico hipotético a 300 K. Informações: k= 237 W/(m.K); ρ=2702 kg/m³ e c =903 J/(kg.K)p 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 39/43 Material Complementar F I L M E Apollo 13 Ano: 1995 Comentário: Esse famoso �lme norte-americano, baseado no livro “Missão Apollo: A incrível história da corrida à lua”, uma obra de Jim Lovell, retrata os esforços dos programas espaciais para mandar o homem à lua. Entre diversos imprevistos relatados no �lme, podemos observar como a transferência de calor está presente em todos os processos de construção dos motores, nos processos químicos e físicos, desde a queima do combustível até os processos de transferência de calor da nave em atrito com o ar. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível em: 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 40/43 TRA I LER L I V R O Fundamentos da transferência de massa Autor: Marco Aurélio Cremasco Editora: Blucher Capítulo: 1 Ano: 2015 ISBN: 978.85.212.0905.8 Comentário: A transferência de massa é um processo que ocorre em diversos ambientes do nosso dia a dia, desde a dissolução do pó de café em uma xícara de água até em grandes polos industriais, como na indústria de fármacos e petroquímicas. Em muitos processos em que ocorre transferência de calor tambémocorre, simultaneamente, transferência de massa. Nesse primeiro capítulo é possível entender melhor essa relação. Disponível em: Biblioteca Virtual. 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 41/43 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 42/43 Conclusão Cara(o) estudante. Neste material, concentramos os nossos estudos na transferência de calor através da condução. De�nimos o regime transiente e os sistemas unidimensionais, aprendemos o caminho para calcularmos a taxa de condução de calor sobre determinadas condições, estudamos o método da capacitância global e o método de Biot. Entendemos juntos que esses métodos não são válidos para todas as situações práticas, por isso temos que de�nir algumas condições iniciais de trabalho. Finalizamos esta caminhada estudando superfícies estendidas, nas quais as aletas existem para aumentar a área de contato da troca de calor durante o processo de condução. Bons estudos! Referên cias APOLLO 13 O�cial Trailer #1 - Tom Hanks Movie (1995) HD. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (2 min 33 s). Publicado pelo canal Movieclips Classic Trailers. Disponível em: https://www.youtube.com/w https://www.youtube.com/watch?v=KtEIMC58sZo 21/01/2024, 21:54 E-book https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Waob3FIRK7ajYsvlkEU6CQ%3d%3d&l=Zm%2bpN2B2ZVyCDv8HxPpoWQ%3d%3d&cd=… 43/43 atch?v=KtEIMC58sZo. Acesso em: 25 mar. 2022. CENGEL, Y. A., GHAJAR, A. J. Transferência de Calor e Massa. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill/Bookman, 2012. CREMASCO, M. A. Fundamentos da transferência de massa. São Paulo: Blucher, 2015 INCROPERA, F. P., WITT, D. P. Fundamentos de transferência de calor e massa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. KREITH, F., MANGLIK, R. M., BOHN, M. Princípios de transferência de calor. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016. 1. v. MICHAEL, J. M. et al. Introdução à engenharia de sistemas térmicos. Rio de Janeiro: LTC, 2005. (Disponível na Minha Biblioteca). VICENTIN, I. C. F. S. Transferência de calor teórica e experimental em motor- foguete a propelente sólido. 2016. Monogra�a (Mestrado em engenharia mecânica) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016. Disponível em: http://servidor.demec.ufpr.br/CFD/monogra�as/2016_Izabel_Vicentin_mestrado.p df. Acesso em: 25 mar. 2022. https://www.youtube.com/watch?v=KtEIMC58sZo http://servidor.demec.ufpr.br/CFD/monografias/2016_Izabel_Vicentin_mestrado.pdf http://servidor.demec.ufpr.br/CFD/monografias/2016_Izabel_Vicentin_mestrado.pdf
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