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RESENHA Segredos do pedigree

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE FRONTEIRA SUL
Campus Realeza
Medicina Veterinária
Elidiane Rusch
Paula Agostini
RESENHA DO FILME: “SEGREDOS DO PEDIGREE”
rEALEZA
2013
elidiane rusch
pAULA AGOSTINI
RESENHA DO FILME: “SEGREDOS DO PEDIGREE”
Trabalho apresentado ao componente curricular Genética, sob a orientação da professora Isabel Soares como requisito parcial de nota.
Realeza
2013
Resenha: “Segredos do Pedigree”
“O Homem é o único animal criativo; o único capaz de intervir e alterar a evolução natural; o único susceptível de modificar mundo em que vive; o único que pode conquistar e destruir o seu Universo”. 
Cecília Constant
	O conhecimento da genética aos nossos dias possibilitou vários avanços, dentre eles a ciência a respeito de fenótipos expressos em animais advindos de genes perpetuados de gerações de antepassados, às vezes muito distantes. Através da realização de heredogramas tornou-se possível a monitoração de cruzamentos, bem como a análise de determinado atributo em uma família. O uso do conhecimento em termos genealógicos além de permitir a identificação de doenças congênitas, possibilitou a seleção de características através de cruzamentos entre indivíduos dominantes para a permanência de determinada peculiaridade. 
	O documentário evidencia muito bem o quão delicada é a situação pela qual a intervenção humana direciona a seleção de características. O percurso evolutivo permite naturalmente a exclusão e perpetuação de genes conforme interações do genótipo com o ambiente, podendo ser de várias naturezas (OTTO, 1997), assim garantindo uma melhor adequação desses animais ao clima, as condições de alimentação e a defesa de predadores, por exemplo. Esse percurso descrito pela teoria Darwinista se adéqua a explicação de seleção genética. Entretanto esse processo é alterado com o início da domesticação dos animais, a partir da qual o homem passa intervir nos cruzamentos com fim de aumentar rebanhos e manter características desejáveis dos progenitores. Essa intervenção passa a ser mais significativa a partir das descobertas de Mendel que possibilitaram a compreensão a respeito da hereditariedade (PAULINO, 2005), e a partir daí culminaram ao desenvolvimento científico e à genética moderna. A essa maneira os cães, primeira espécie a ser domesticada, foram sendo selecionados no intuito de condicionar o animal a desempenhar determinadas atividades e apresentar comportamentos particulares de acordo com as necessidades humanas (SILVA, D.P, 2011). 
A problemática apresentada pela BBC (British Broadcasting Corporation), autora do documentário, revela o destino que a utilização do melhoramento genético tomou nos cães de raça no Reino Unido. Evidencia-se um “progresso” iniciado no século XIX com as primeiras feiras e concursos envolvendo cães de raça. A partir daí, a incumbência financeira acirrou ainda mais as disputas e proporcionou uma marcha acelerada pela produção de cães com perfeitos padrões morfológicos, segundo normativas estabelecidas pela Kannel Club. O que é levantado pelos médicos veterinários da RPCA baseia-se nas complicações advindas da reprodução indiscriminada, tal prática defendida pelos criadores e assinadas pelo órgão jurídico responsável pelo registro das raças puras. O que agrava a situação, sobretudo, são os cruzamentos endogâmicos com o propósito da homozigose às características pertinentes à raça, ou determinadas como ideais. Dessa maneira tem-se não só a perpetuação desses genes, acentuando-se probabilidades da expressão de outros, às vezes recessivos favoravelmente penetráveis devido a esses cruzamentos consanguíneos, além de alterações cromossômicas numéricas e estruturais (TICIANELLI, 2011). Fatores estes que levam a apresentação de anomalias como as dos cães britânicos, podendo ser citadas a doença neurológica da raça Cavalier, cisto dermoide do Leão da rodésia o qual é selecionado preferivelmente com crista mesmo tendo a incidência maior da doença, o comprometimento da função respiratória bem como da coluna vertebral em Pugs decorrentes do melhoramento genético. 
Fica evidente a necessidade de um posicionamento político e jurídico para que essas práticas sejam banidas. A ação humana capitalista desmerece qualquer prestígio, a qual inverte completamente os conceitos de ciência e ética, quando busca estética e valor comercial antes mesmo de preocupar-se com a saúde. É revoltoso saber o destino do conhecimento. Somando-se a isso pesquisas recentes como a dirigida pela Escola médica de Harvard (CIENCIA HOJE, 2013) dedicam-se em reconstruir espécies pré-históricas utilizando-se das mais modernas tecnologias genéticas. Mesmo conhecendo as implicações que são geradas pela intervenção nos processos naturais, ainda procede-se de forma a gerar riqueza e poder, ficando para um segundo plano as consequências decorrentes. 
Pelas palavras da médica veterinária neurologista, Dr. Clare Rusbridg, ao referir-se a doença congênita seringomielia: “se batermos com um pau em um cão ele sentiria a mesma dor da doença, mas seríamos processados, porém nada impede que espalhem essa dor com doença”, assim que milhares de Calvaliers morrem, e continuam sendo reproduzidos indiscriminadamente. 
REFERÊNCIAS
OTTO, Priscila Guimarães. Genética Básica para Veterinária. 2ª edição São Paulo: Roca, 1997. 213 p.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia: Genética, evolução e ecologia. 3ª edição São Paulo: Ática, 2005. 304 p.
SILVA, Danilo Pereira da. Canis familiaris: aspectos de domesticação:Origem, conceitos, hipóteses. 2011. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em: <http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/3053/1/2011_DaniloPereiradaSilva.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2013.
TICIANELLI, J.s. et al. Intersexo e outras anomalias do desenvolvimento do aparelho reprodutor nos animais domésticos e o auxílio da citogenética para o diagnóstico. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 1, n. 35, p.26-32, 25 mar. 2011. Trimestral. Disponível em: <www.cbra.org.br>. Acesso em: 28 jul. 2013.
O HOMEM NEANDERTAL PODERIA SER TRAZIDO DE VOLTA: Harvard considera possível reverter extinção de espécies. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, 25 mar. 2013. Diária. Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=57323&op=all#>. Acesso em: 29 jul. 2013.

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