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Filosofia, Lógica e Ética - UNIDADE III

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0 
 
 
UNIDADE III 
 
FILOSOFIA, 
LÓGICA E ÉTICA 
 
1 
 
 
 
 
Caro estudante, 
 
Queremos lhe dar as boas-vindas e 
cumprimentá-lo pela oportunidade de participar 
 dessa modalidade de ensino-aprendizagem 
presente no currículo do curso que escolhestes 
estudar. 
Você está participando de um momento 
importante na instituição e no nosso país, pois a 
Educação a Distância – EAD está se expandindo 
cada vez mais, por ser uma modalidade que 
busca atender as novas demandas educacionais 
decorrentes das mudanças na nova ordem 
econômica mundial. 
As características fundamentais da 
sociedade contemporânea que têm impacto 
sobre a educação são, pois, maior 
complexidade das relações sócio-produtivas, 
uso mais intenso de tecnologia, 
redimensionamento da compreensão das 
relações de espaço e tempo, trabalho mais 
responsabilizado, com maior mobilidade, 
exigindo um trabalhador multicompetente, 
multiqualificado, capaz de gerir situações de 
grupo, de se adaptar a situações novas e sempre 
pronto a aprender. 
Em suma, queremos que a partir do 
conhecimento das novas tecnologias de 
interação e do estudo independente, você, caro 
estudante, torne-se um profissional autônomo 
em termos de aprendizado e capaz de construir 
e reconstruir conhecimentos, afinal esse é o 
trabalhador que o mercado atualmente exige. 
Dessa forma, participe de todas as 
atividades e aproveite ao máximo esse novo tipo 
de relação com os seus colegas, tutores e 
professores, e nos ajude a construir uma FATE e 
uma sociedade cada vez melhor. 
 
Malverique Neckel – Diretor Acadêmico FATE 
 
 
2 
 
Unidade 3 
Na unidade 3 você vai encontrar textos e reflexões que o vão ajudar a criar 
e a melhorar a sua consciência, forma de pensar, a sua visão do mundo, entre muitas 
outras coisas. 
Infelizmente, a grande maioria das pessoas que começa a estudar filosofia 
desiste muito facilmente por considerarem a disciplina difícil ou muito cansativa, mas o 
objetivo da unidade 3 é trazer você para a reflexão. Você saberá diferenciará entre 
moral e ética, por exemplo, e poderá refletir sobre a sua conduta como cidadão e 
colaborador. 
Quando se estuda filosofia, independentemente do tema ou assunto, as 
suas capacidades críticas de raciocínio vão sendo treinadas sem que você sequer dê 
por isso, pois, estudar filosofia é pensar sobre qual conduta seguir ou postura adotar. 
Bom trabalho para todos e vamos pensar: qual é a nossa obra? 
O que é moral? Há diferença entre moral e ética? 
O que é ser moral? Para que ser moral? As respostas dadas a estas duas 
questões são cruciais para cada um orientar sua conduta em relação aos outros e a si 
mesmo. O que entendemos por ―bem‖ ou ―mal‖ pode definir que tipo de pessoa 
queremos ser e qual temo com os valores assumidos. 
 
 
 
3 
 
FONTE: Só filosofia charge. 
Como ninguém nasce moral- mas torna-se moral- é preciso todo um 
esforço de construção do sujeito ético, empreitada que nem sempre atinge os níveis 
desejados de amadurecimento. 
Eu digo muitas vezes que o instinto serve melhor os animais do que a 
razão a nossa espécie. E o instinto serve melhor os animais porque é 
conservador, defende a vida. Se um animal come outro, come-o porque tem de 
comer, porque tem de viver; mas quando assistimos a cenas de lutas terríveis 
entre animais, o leão que persegue a gazela e que a morde e que a mata e que a 
devora, parece que o nosso coração sensível dirá ? Que coisa tão cruel?. Não: 
quem se comporta com crueldade é o homem, não é o animal, aquilo não é 
crueldade; o animal não tortura, é o homem que tortura. Então o que eu critico é 
o comportamento do ser humano, um ser dotado de razão, razão disciplinadora, 
organizadora, mantenedora da vida, que deveria sê-lo e que não o é; o que eu 
critico é a facilidade com que o ser humano se corrompe, com que se torna 
maligno. 
José Saramago. 
 
GIGES 
Platão. A República, II, 359b-360a 
Fonte: http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=70 
Para provar que só se pratica a justiça contra a própria vontade e pela 
incapacidade de cometer a injustiça, não poderíamos fazer nada melhor do que 
imaginar o seguinte. Demos ao homem de bem e ao iníquo igual poder de fazer o que 
quiserem e os sigamos para ver onde a paixão os vai conduzir. Surpreenderemos o 
homem de bem tomando o mesmo caminho que o iníquo, levado pelo desejo de ter 
sempre mais, desejo que toda natureza persegue como um bem, mas que a lei sujeita, 
à força, ao respeito e à igualdade. O melhor meio de lhes dar o poder de que falo é 
lhes emprestar o privilégio que, dizem, Giges, o antepassado do Rei da Lídia, possuiu 
outrora. Giges era um pastor a serviço do rei que reinava então na Lídia. Em 
conseqüência de uma grande tempestade e de um terremoto, o solo tinha se fendido e 
uma medonha abertura tinha se formado no lugar onde ele apascentava seu rebanho. 
 
4 
 
Admirado com o que via, desceu pela abertura, e conta-se que, entre outras 
maravilhas, viu um cavalo de bronze, oco, com portinholas e, tendo passado a cabeça 
através de uma delas, viu um homem que estava morto, segundo toda a aparência, e 
cuja estatura ultrapassava a estatura humana. Esse morto estava nu; tinha somente 
um anel de ouro na mão. Giges o pegou e saiu. Ora, tendo-se reunido os pastores 
como de costume para fazer ao rei o seu relatório mensal sobre o estado dos 
rebanhos, Giges veio à assembléia, trazendo no dedo o seu anel. Tendo tomado o 
lugar entre os pastores, girou, por acaso, o anel de tal modo que a pedra ficou do lado 
de dentro de sua mão e, imediatamente, ele se tornou invisível para os seus vizinhos, 
e falava- se dele como se tivesse partido, o que o encheu de espanto. Girando de 
novo o seu anel, virou a pedra para fora e imediatamente tornou a ficar visível. Atônito 
com o efeito, ele repetiu a experiência para ver se o anel realmente tinha esse poder, 
e constatou que, virando a pedra para dentro, tornava-se invisível; para fora, visível. 
Tendo essa certeza, fez-se incluir entre os pastores que seriam enviados até o rei 
como representantes. Foi ao palácio, seqüestrou a rainha e atacou e matou o rei; em 
seguida, apoderou-se do trono. 
Suponhamos, agora, dois anéis como esse; coloquemos um no dedo do 
homem justo e outro no do injusto. Segundo o que tudo indica, não encontraremos em 
nenhum dos dois uma força de caráter suficientemente forte para permanecerem fiéis 
à justiça e resistirem à tentação de se apoderar do bem que quisessem, já que 
poderiam, impunemente, pegar no mercado o que quisessem, e fazer o que bem 
entendessem em qualquer lugar, como se fossem deuses entre os homens, pois não 
seriam punidos por nada que viessem a fazer. Penso que, quanto a isso, nada 
distinguiria o homem justo do injusto, e os dois tenderiam para o mesmo fim,e 
poderíamos ver nisso uma grande prova de que não se é justo por escolha, mas por 
imposição, e não é a justiça como um bem individual, pois sempre que julgamos poder 
ser injustos, não o deixamos de ser. 
Todos os homens, com efeito, crêem que a injustiça lhes é muito mais 
vantajosa individualmente do que a justiça, e têm razão para acreditar nisso, se nos 
referimos àquele que é partidário da doutrina que exponho. De fato, se um homem que 
tivesse tal poder não consentisse nunca em praticar uma injustiça e em apoderar-se 
de um bem de outrem, seria considerado por aqueles que estivessem a par do 
segredo como o mais infeliz e o mais insensato dos homens. Nem por isso deixaria de 
elogiar em público a sua virtude, mas com o intento de se enganarem mutuamente, no 
temor de sofrerem, eles mesmos, alguma injustiça.5 
 
Esse mito nos leva a pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem 
uma ação. Se alguém pudesse ficar invisível em uma loja, não haveria problema em 
roubasse um CD, por exemplo? Pelo menos ele não seria pego em flagrante! 
É assim que certas pessoas costumam se comportar: agem bem se forem 
recompensadas ou para parecer boas e justas ao olhar do outro. Quantas mães 
aconselham os filhos a agirem bem, ―senão, o que dirão os vizinhos?‖ 
Quantas pessoas evitam acometer infração de trânsito se houver um 
policial por perto, mas transgridem as regras quando não há quem os vigie? 
 Às vezes temos a ânsia de sermos algo que não tivemos sequer tempo ou 
maturidade para desenvolvermos, mas na verdade é que hoje estamos na era dos 
―tempos velozes‖. 
 
 
Qual é a minha obra? 
 
Fonte: CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre 
gestão, liderança e ética. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2007. 
 
 Ser reconhecida, construir uma nova competência? Saber a diferença 
entre o erro e a negligência? Enfrentar o medo da mudança? Saber o tamanho que 
tenho dentro do planeta? Qual é a minha obra, qual é a tua, qual é a nossa obra? 
 
Em busca de sentido 
 
―Enxergar um significado maior na vida aproxima o tema da espiritualidade 
do mundo do trabalho‖ 
 
Ultimamente tem se falado muito em empresa espiritualizada, líder 
espiritualizado. A freqüência com que esse termo tem sido abordado no mundo 
corporativo pode ser interpretado como um indício de que uma busca por um novo 
modo de vida está em curso? Afinal o que é a espiritualidade? É a capacidade de 
olhar que as coisas não são um fim em si mesmo, que existem razões mais 
importantes do que o imediato. Que aquilo que você faz tem um sentido, um 
significado. O líder espiritualizado mais do que aquele que fica fazendo orações é 
 
6 
 
aquele que é capaz de olhar o outro, de inspirar, elevar a obra ao invés de 
simplesmente rebaixar as pessoas. Podemos dizer que essa espiritualidade é a 
capacidade de respeitar o outro e edificar em conjunto, um sentido que honre nossa 
vida. O desejo por espiritualidade é um sinal de descontentamento com algumas 
situações, a espiritualidade vem à tona quando você precisa refletir sobre si mesmo, a 
espiritualidade é precedida pela angustia. Martin Heidegger filósofo alemão do século 
XXI, dizia que a angustia é a sensação do nada. Ela é positiva num ponto, pois 
quando se pode sentir o ―nada‖, todas as opções se apresentam e todos os horizontes 
são possíveis. A espiritualidade é uma resposta a um desejo forte de a vida ter 
sentido, de ela não se esgotar naquele momento nem naquele trabalho. 
Estamos hoje com uma crise no conjunto da vida social onde trabalho, 
família, relacionamentos fazem parte. Transitamos por um momento de forte 
turbulência em relação aos nossos valores. Temos carência profunda e necessidade 
urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do que de um fardo que se 
carrega no dia a dia. 
 
 
Fonte: Só filosofia charge. 
 
 
Tripalium versus poieseis 
 
―A idéia de trabalho como castigo precisa ser substituída pelo conceito de 
realizar uma obra‖ 
 
Por que muitas vezes a idéia de trabalho é associada a fardo, castigo, 
provação? A palavra trabalho vem do latim tripalium que era um instrumento de 
 
7 
 
tortura. Viemos de uma sociedade montada com base no sistema escravocrata. 
Primeiro com a era da escravidão, depois a era medieval com a relação servo/senhor 
e continuamos com a mentalidade escravocrata 
–O mundo ocidental no Brasil e Estados Unidos foi todo construído sob a 
lógica da 
Exploração do ouro. 
O trabalho como castigo persiste até os dias de hoje, a maioria das 
pessoas dizem ―quando eu parar de trabalhar, vou fazer isso, isso e isso‖, isso não 
passa de ilusão - por que você pode dizer ―quando eu não tiver dependência em 
relação ao trabalho, eu vou fazer isso‖. Você nunca vai parar de trabalhar, nem pode –
você não pode deixar de fazer a sua obra, seja a sua obra aquela que você faz para 
continuar existindo ou para ter o seu reconhecimento. Se veja naquilo que faz e não 
naquilo que pensa. 
A palavra trabalho em latim significa labor, a idéia de tripalium aparece 
dentro do latim vulgar que significa forma de castigo. Mas temos que substituir isso 
pela idéia de obra, que os gregos chamam de poiesis, que significa minha obra, aquilo 
que faço, que construo, aquilo em que me vejo.Você precisa se ver naquilo que faz, do 
contrario você fica alienado. Todas as vezes que aquilo que você faz não permite que 
você se reconheça, seu trabalho se torna estranho. 
As pessoas costumam dizer ―não estou me encontrando naquilo que faço‖ 
–o trabalho exige reconhecimento – conhecer de novo. Quando se pensa num 
trabalho de qualidade de vida numa empresa, se pensa num trabalho que não seja 
alienado. Trabalhar cansa, mas não necessariamente tem que gerar um estresse. Por 
que algumas pessoas que às vezes não são bem remuneradas e trabalham de forma 
contínua chegam em casa cansadas mas de cabeça erguida? Por que elas vêem 
sentido no que fazem. Você precisa enxergar sentido no que faz! 
 
O lado bom de não saber 
Fonte: CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações 
propositivas sobre gestão, liderança e ética. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 
2007. 
 
―Reconhecer o desconhecimento sobre certas coisas é sinal de inteligência 
e um passo decisivo para a mudança‖. 
 
 
8 
 
Uma das coisas mais inteligentes que podemos saber é ―saber que não 
sabemos‖. Só é possível caminhar em direção a excelência sabendo que não 
sabemos algumas coisas. 
Porque há pessoas que ao invés de ter humildade para reconhecer que 
não sabem tudo, fingem que sabem. Quando você finge que sabe impede um 
planejamento adequado, uma ação coletiva eficaz. Reconhecer que não sabe é sinal 
de absoluta inteligência.Pessoas humildes são capazes de ter dúvidas – isso é motor 
de mudança. 
Pessoas que não tem dúvidas não são capazes de inovar, vivem do 
mesmo! 
Só seres que arriscam erram! Ser capaz de errar é uma das coisas mais 
inteligentes para mudar. Não tema o erro. Tema a negligência, descuido e a 
desatenção – esses sim devem ser punidos, já o erro deve ser corrigido. Nenhum de 
nós é capaz de fazer tudo certo o tempo todo, você conhece alguém quando sabe que 
ele erra e mesmo errando não desiste. Não aprendemos com os erros, aprendemos 
com a correção deles. Num mundo competitivo, para caminhar para a excelência é 
preciso fazer o melhor ao invés de contentar-se com o possível. Isso exige de nós 
humildade 
Para colocar em dúvida as práticas que já tínhamos, se essas práticas 
fossem suficientes com certeza estaríamos melhores. Existem pessoas que não 
possuem essa percepção, elas não conseguem aproveitar as oportunidades porque 
não tem humildade. Pessoas arrogantes são aquelas que não aceitam a mudança 
porque acham que já sabem tudo. A arrogância é algo bastante perigoso, ela tem a 
capacidade de alterar nossa capacidade de aprender com o outro e de entrar em 
sintonia com as pessoas. Lealdade relativa 
―Reconhecimento é fator decisivo para a permanência de um profissional 
na empresa‖. Hoje no mundo profissional a questão da carreira se tornou algo muito 
individual, cada pessoa é responsável pelo desenvolvimento da sua trajetória 
profissional. Por sua vez essa condição fragilizou o que chamamos de lealdade do 
funcionário com a empresa culminando num desafio crucial para quem lida com 
gestão de pessoas: A retenção de talentos. Antigamente, uma pessoa aspirava entrar 
numa organização e nela ficar por um longo tempo, em alguns casos até se aposentar.Bom profissional era aquele que criava raízes na empresa em vez de ficar 
saltitando por várias organizações. Boa organização era aquela que aumentava o 
número de periodicamente, hoje o cenário é outro. O que vemos são organizações 
preocupadas em manter uma boa presença no mercado e que muitas vezes tem a 
 
9 
 
necessidade de dispensar o recurso humano e a força de trabalho de acordo com os 
momentos e as perspectivas do mercado. Essa questão é totalmente sentida pelo 
profissional, ele sabe que é dispensável. 
As pessoas têm necessidades de serem reconhecidas, ninguém fica num 
trabalho só pelo salário. Uma pessoa só pode se sentir leal a empresa se ela sentir 
que a empresa é leal a ela, que ofereça perspectiva de futuro, que aposte de fato no 
trabalho e que seja parceira na formação acadêmica e profissional. 
Neste aspecto, a questão da educação corporativa tem um papel 
importante na retenção de bons profissionais. Eu fico no local onde percebo que estão 
investindo e mim. 
 
 
 
Fonte: Só filosofia charge. 
 
O que é Educação? 
Texto Publicado no Jornal O Marisco, edição 103. 
 
No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, 
costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a 
 
10 
 
geração seguinte. A educação vai se desenvolvendo através de situações 
presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida. 
O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e 
civilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização. 
No sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvimento 
das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se 
integrar na sociedade ou no seu próprio grupo. 
O acesso ao ensino escolar formal faz parte do processo de educação dos 
indivíduos e é um direito fundamental do ser humano que deve ser garantido pelo 
Estado. 
No processo educativo em estabelecimentos de ensino, os conhecimentos 
e habilidades são transferidos para as crianças, jovens e adultos sempre com o 
objetivo desenvolver o raciocínio dos alunos, ensinar a pensar sobre diferentes 
problemas, auxiliar no crescimento intelectual e na formação de cidadãos capazes de 
gerar transformações positivas na sociedade. 
É possível que a comunidade nunca tenha se perguntado sobre o que é 
educação. Mas é preciso saber que ela acontece em qualquer lugar e tempo e não é 
produto exclusivo das salas de aulas. 
 Educação acontece quando transmitimos aos nossos filhos os 
ensinamentos e valores que recebemos de nossos pais. Quando paparicamos nossas 
crianças e as guiamos pelo caminho que acreditamos ser o melhor. 
A educação não é um produto que se encontra nas prateleiras dos 
supermercados, mas é a transmissão de culturas e conhecimentos que recebemos e 
retransmitimos todos os dias. 
 A educação não é uma verdade eterna e imutável, mas é uma realidade 
que se transforma ao longo dos tempos guardando consigo um pouco de tudo que vai 
transformando. 
A educação não é mérito de um único professor ou de uma única escola, 
mas é o objetivo de todo docente e de toda comunidade escolar. 
A educação não é imposta, mas é primordial para a construção dos seres 
históricos de uma comunidade. 
A educação precisa de defensores, de facilitadores, de pensadores e 
acima de tudo da cultura do povo que a constrói e por ela é construído. 
 
11 
 
 Educação não é feita de belas frases e nem de modismos. É feita de 
pessoas: de suas histórias e suas vivências. 
Educar é centra-se na formação integral do ser humano para que ele se 
reconheça no seu meio social. 
A educação é diferente em cada cultura, o que nos remete e faz atentar 
para o fato de que é preciso antes de tudo ouvir as pessoas a quem se pretende 
educar. 
A educação imposta de cima para baixo não deixa bons reflexos. Mas 
construída coletivamente forma cidadãos. 
Existem muitas formas de educar, mas não existe receita infalível. É 
preciso aprender, ensinar e aprender, com este ciclo a formação dos mestres - 
aprendizes e dos aprendizes – mestres torna-se palpável e os velhos modelos vão 
ficando pelo caminho. 
 Ninguém escapa da educação, ela acontece em todos os momentos da 
nossa vida. Fiquemos atentos aos métodos! 
 
 
 
 
Fonte: Só filosofia charge. 
 
A educação é um valor intrínseco na sociedade e no mundo corporativo. 
Se eu percebo que a empresa investe em mim, aumenta meu nível de gratificação de 
um lado, e de gratidão do outro. Isso não significa que eu tenha lealdade absoluta, 
mas pelo menos tenho um nível de fidelidade maior. E a educação significa que ela 
 
12 
 
quer me preparar, se não exclusivamente para ela, ao menos me preparar como 
profissional, gerando um grau de tranqüilidade maior, ou seja, adesão. 
 
 
Síndrome de Rocky Balboa 
 
―Todos querem aumentar a empregabilidade, mas nem todos estão 
dispostos a passar pelas atribulações necessárias‖. 
 
Na hora de escolher um curso de aperfeiçoamento muitos profissionais são 
acometidos pelo dilema entre fazer algo pelo qual tem interesse ou algo que atenda a 
demanda do mercado. No momento de decidir entre uma formação mais ampla e 
prazerosa ou o atendimento a uma necessidade do mercado, é possível ter equilíbrio? 
É preciso saber equilibrar, mas não é tão fácil. O pensador alemão Karl 
Marx falava em reino da liberdade e da necessidade. Só é possível chegar ao reino da 
liberdade quando o reino da necessidade está absolutamente resolvido. Quando as 
suas necessidades estão satisfeitas você parte para as escolhas livres. 
Se alguém precisa fazer algo que permitirá que adiante ele dê um passo 
para fazer o que gosta, então ele precisa também gostar daquela necessidade. Não 
adianta fazer algo que é absolutamente necessário com reclamação e lamentação. 
 
Um exemplo típico: pouca gente gosta de dieta, no entanto, quando faz 
uma dieta passa por um período desconfortável, mas tem a clareza que aquilo servirá 
para a melhoria de sua saúde. Herói é aquele que antes de chegar ao topo, sofre, 
apanha, e depois começa a dar a volta por cima, mas existem pessoas que tem a 
chamada síndrome de Rocky Balboa. 
No primeiro filme da série, o personagem precisa lutar no começo da 
historia. Primeiro ele apanha e depois ele se prepara, porém a preparação dele no 
filme passa muito rápido. Afinal o que é síndrome de Rocky Balboa? É você imaginar 
que está rapidamente preparado e apto para derrotar seu adversário, quando na 
verdade não funciona bem assim. 
Há cursos, atividades demoradas que exigem trabalho, viagens, perda de 
parte do tempo de lazer e com a família, disciplina. A grande questão é: vale à pena? 
Desfrutar da tão sonhada liberdade requer passar por um período de 
treinamento, se preciso for, passar por tribulações, mas sabendo que elas são a 
obtenção do positivo então passe com alegria e prazer. Se agora você não entender 
 
13 
 
porque está fazendo aquilo e ficar se lamuriando de forma continua, aí o que irá obter 
é mero sofrimento. 
 
Vento oportuno 
 
―Para ir da oportunidade ao êxito é preciso enfrentar os medos de 
mudança, romper com o mesmo e ter a capacidade de se antecipar‖. 
 
Por que alguns de nós perdemos as boas oportunidades na vida 
profissional e pessoal? Porque temos medo da mudança. Uma pessoa só aceita a 
mudança, de fato, quando percebe que será beneficiada no processo.Todos temos 
medo, temos dois mecanismos de sobrevivência: medo e dor. O melhor nos ajuda a 
não acharmos que somos invulneráveis. Em todo processo de mudança é preciso ficar 
acautelado e o medo nos auxilia nesse processo. Quem nãotem medo se sente 
satisfeito, tranqüilo e distraído. O medo faz com que possamos nos preparar, 
organizar, estruturar, estudar as possibilidades. Atenção: a coragem não é a ausência 
do medo, mas sim a capacidade de enfrentar o medo. É necessário ser capaz de ter 
medo: ―Mudar é complicado, mas acomodar é perecer‖. 
 
 
A tensão da mudança 
 
―A busca da excelência exige ação. Mas sem cautela imobilizadora nem 
ímpeto inconseqüente‖. 
 
Se uma empresa procura estabelecer novos paradigmas e quer construir 
excelência é necessário organizar-se de outro modo. Ação. Quando é preciso agir 
todas as vezes que é necessário mudar existem dois tipos de comportamento por 
parte dos funcionários: A primeira é a cautela imobilizadora. 
Cautela imobilizadora é a atitude de sempre esperar mais um pouco 
porque ainda é cedo para mudanças, de deixar as coisas como estão. Essa é a 
cautela que imobiliza, que impede que as coisas aconteçam. A outra atitude é o 
ímpeto inconseqüente, o famoso ―vamos que vamos‖. Cuidado! Cautela é necessária e 
ímpeto também, mas não pode ser uma cautela que imobiliza nem um ímpeto 
inconseqüente. 
 
14 
 
É preciso saber equilibrar a tensão da flexibilidade com a rigidez. Existe 
uma tensão entre o que eu mantenho, que é a rigidez, e o que eu mudo, que é a 
flexibilidade. 
No trajeto até o novo patamar é preciso lidar com a tensão da mudança. 
Toda pessoa que precisa mudar corre o risco do desequilíbrio momentâneo. Coragem 
para enfrentar o desequilíbrio momentâneo é a garantia de estabilidade mais adiante. 
 
A Ética do Trabalho 
 
"Toda arte", declarou Oscar Wilde no prefácio de O retrato de Dorian Cray, 
"é ao mesmo tempo superfície e símbolo. Os que vão abaixo da superfície o fazem por 
sua própria conta e risco.". As superficialidades da sociedade moderna são mais 
degradantes que as superfícies e máscaras da arte. 
 
Um dos motivos para essa superficialidade degradante é a desorganização 
do tempo. A seta do tempo se partiu; não tem trajetória numa economia política 
continuamente replanejada, que detesta a rotina. As pessoas sentem falta de relações 
humanas constantes e objetivos duráveis. 
A ética do trabalho é a arena em que mais se contesta hoje a profundidade 
da experiência A ética do trabalho, como a entendemos comumente, afirma o uso auto 
disciplinado de nosso tempo e o valor da satisfação adiada. 
A ética de trabalho depende em parte de instituições suficientemente 
estáveis para a pessoa praticar o adiamento. A satisfação adiada perde seu valor, 
porém, num regime cujas instituições mudam rapidamente; torna-se absurdo trabalhar 
arduamente por muito tempo e para um patrão que só pensa em vender o negócio e 
subir. Seria um mal-humorado sentimentalismo lamentar o declínio do trabalho árduo 
da autodisciplina — para não falar da boa educação, do respeito aos mais velhos e de 
todos os outros prazeres dos bons velhos tempos. A seriedade da velha ética de 
trabalho impunha pesados fardos ao seu trabalhador. As pessoas tentavam provar seu 
próprio valor pelo seu trabalho; em forma de "ascetismo leigo", como o chamou Max 
Weber, o adiamento da satisfação podia tornar-se uma prática profundamente 
autodestrutiva. Mas a alternativa moderna para a longa disciplina de tempo não é um 
verdadeiro remédio para essa autonegação. A moderna ética do trabalho concentra-se 
no trabalho de equipe. Celebra a sensibilidade aos outros; exige "aptidões delicadas", 
como ser bom ouvinte e cooperativo; acima de tudo, o trabalho em equipe enfatiza a 
adaptabilidade às circunstâncias. O trabalho de equipe é a ética de trabalho que serve 
a uma economia política flexível. Apesar de todo o arquejar psicológico da 
 
15 
 
administração moderna sobre o trabalho de equipe no escritório e na fábrica, é o etos 
de trabalho que permanece na superfície da experiência. 
 
A velha ética do trabalho revelou conceitos de caráter que ainda contam, 
mesmo que essas qualidades não mais encontrem expressão na mão-de-obra, A 
velha ética do trabalho baseava-se no uso autodisciplinado do nosso tempo, pondo-se 
a ênfase mais na prática voluntária, auto-imposta, que na simples submissão passiva 
a horários ou rotinas. No mundo antigo, achava-se que essa disciplina auto-imposta 
era a única maneira de enfrentar o caos da natureza. Era uma necessidade exigida 
todo dia dos agricultores. Eis o conselho que Hesíodo dá a eles em os trabalhos e os 
dias: 
Não adie para amanhã ou depois de amanhã; os celeiros não são cheios 
por aqueles que adiam e desperdiçam tempo sem sentido. O trabalho prospera com o 
cuidado; quem adia, luta com a ruína. 
 
A natureza é incerta, indiferente; o mundo do agricultor é rude. "Os 
homens jamais repousam do labor e da dor durante o dia", declarou Hesíodo, "e da 
morte durante a noite.". 
 
Gestão pessoal, gestão vital 
 
―Quando o modelo de vida leva a um esgotamento, é fundamental 
questionar se vale a pena continuar no mesmo caminho‖. 
 
Poder trabalhar em qualquer lugar hoje significa que se pode trabalhar o 
tempo todo. O mundo da competitividade é muito acelerado e exige que o profissional 
esteja todo tempo em atenção, produzindo , procurando competência e eficácia, não 
sobrando assim tempo para outras coisas como, por exemplo, a família - gerando no 
indivíduo um nível de infelicidade muito grande. 
Essa historia de que eu não levo trabalho para casa, não misturo trabalho 
com vida pessoal é uma bobagem. Nenhum de nos é uma função aqui e outra acolá, 
você é uma pessoa inteira. Quando vai para casa leva coisas do trabalho e quando 
volta ao trabalho leva as coisas de casa. Não dá para fazer uma gaveta e dizer ―agora 
vou ser pai‖, o que você precisa é saber administrar seu tempo. Talvez esteja 
esquecendo que existe uma distinção entre o que é urgente e importante, a maior 
parte das pessoas estão cuidando apenas do que é urgente. 
 
 
16 
 
Ate onde nós vamos? Ate onde você vai levar sua vida ao esgotamento, a 
custa de que? 
 
De ter mais bens, de poder consumir mais? Se você está perdendo sua 
vida, está vendendo sua alma. 
―De nada adianta a um homem ganhar o mundo inteiro se ele perder a 
alma‖ (Mt. 16:26). A pessoa que entra em estado de tristeza fica assim porque não 
consegue se enxergar saindo disso. É um consumo onde mais se tem, mas se cresce 
– quanto mais oferece mais necessidade aparece. Tem de ter um basta, antes que a 
natureza dê, e ela dá: via saúde, via loucura, etc. Ocupação não é sinônimo de vida, é 
sinônimo de atividade. 
 
Fundamental é chegar ao essencial 
 
“Contar como mecanismos de reconhecimento é sinal e inteligência 
estratégica”. 
 
Porque eu preciso viver na correria do dia a dia, reduzir meu tempo com 
pessoas que gosto, abrir mão de algumas coisas para ficar num lugar aonde vão me 
oferecer apenas e tão somente dinheiro? 
Essa é uma duvida que provavelmente já atravessou muitas pessoas em 
determinado tempo. Sem dinheiro não se vive, mas só com dinheiro também não se 
vive. As pessoas estão começando a fazer uma distinção necessária do que é 
essencial e o que é fundamental. 
Essencial é tudo aquilo que você não pode deixar de ter: felicidade, 
lealdade, amizades, etc. 
Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar ao essencial. 
Fundamental é o que lhe permite conquistar algo. Por exemplo: o trabalho é 
fundamental, você não trabalha para trabalhar, o trabalho é o meio que vai lhe 
proporcionar algo que deseja. O dinheiro também não é essencial, é fundamental. 
Nós estamos substituindo a preocupação com os ―comos‖ em relação aos 
―porquês‖. Nosso modo de vida está em crise e algumas questões vêem a tona: qual a 
nossaimportância, o que realmente vale a pena, qual o sentido da existência? 
Durante os últimos anos se trabalhou em busca do fundamental: 
propriedades, consumos, etc. Mas isso não satisfez a nossa necessidade de 
reconhecimento e valorização. Hoje o que temos é um buraco entre o essencial e o 
 
17 
 
fundamental, e a lista dos ―porquês‖foi substituída pelo ―apesar de‖... ‖apesar disso eu 
faço‖. 
É muito diferente quando se tem razões para fazer algo, quando isto não 
está em equilíbrio indagamos: ―qual a qualidade da minha vida?‖ Há um nível de 
insatisfação que somente as empresas com maior inteligência estratégica serão 
capazes de lidar, estou falando de reconhecimento. Eu preciso me ver naquilo que 
faço. Do contrario, eu não me realizo, se eu não me realizo, não me torno real, não me 
percebo. E se não me percebo no que faço eu me sinto infeliz. 
Essa é uma questão que os líderes não podem perder de vista, as pessoas 
querem ser reconhecidas como parte da obra e não apenas como mais um. 
 
Aquilo em que me reconheço 
 
―Realizar e perceber-se. Uma das principais tarefas do líder é esclarecer a 
obra coletiva‖. 
 
Liderança é uma virtude que está em qualquer pessoa, porém ela precisa 
se tornar real e consciente. Não é possível que qualquer pessoa desenvolva um 
trabalho se não tiver consciência clara da finalidade daquela atividade.Qual a razão da 
sua existência? Qual é a razão de você atuar nessa área? Por que trabalhar neste 
setor? Qual é a sua obra? Qual o resultado da sua obra? A sua obra é muito mais 
ampla do que qualquer que seja a atividade que você realize em si mesma. 
Se você é um gestor lembre-se que uma de suas tarefas é esclarecer a 
obra coletiva, ou seja, auxiliar as pessoas que trabalham com você a ter a clareza do 
papel delas na organização. 
O líder é aquela pessoa capaz de levar adiante pessoas, projetos, idéias e 
metas. Ninguém nasceu sabendo, um grande líder teve que assumir sua liderança 
lidando com situações e circunstâncias que permitiram a ele desenvolvê-la de uma 
maneira cada vez melhor. 
 Um grande passado pela frente 
―Fascinação pelo mesmo e arrogância: duas armadilhas de altíssimo risco 
para a liderança‖. 
Assumir a postura de líder é uma escolha. Mas ela exige a estupenda 
capacidade de se ter humildade. Isto é, reconhecer que não se sabe tudo e que não é 
o único a saber. 
 
 
18 
 
Aquele que se diz saber tudo é arrogante. Pessoas cheias de certezas são 
incapazes de crescer, pois o crescimento se dá quando há dúvidas – o máximo que 
elas podem fazer é viver sempre no mesmo e do mesmo. Quem deseja desenvolver 
cada vez mais a atividade de liderança deve se atentar para duas coisas: 
 
A armadilha do “mesmo”: 
 
O mesmo o tempo todo e do mesmo jeito. Se você não tem medo do 
mesmo é melhor começar a ter. Tem gente que não consegue avançar em direção ao 
futuro e acaba ficando com um grande passado pela frente. É aquela pessoa que só 
quer mais do mesmo e ainda se agarra ao passado e torna-se repetitiva. 
 
A “síndrome do general Sedgwick”: 
 
O general Sedgwick morreu com um tiro no olho durante a guerra civil 
americana em 1984 enquanto observava o inimigo. Sua ultima frase foi: ―desta 
distância eles não acertariam nem um elefante‖. Um líder jamais pode supor que é 
invulnerável, que já está blindado. Quando me acho invulnerável acabo perdendo a 
cautela. Por isso que a liderança exige a capacidade de humildade. Uma pessoa 
humilde usa o outro como fonte de renovação, enquanto o arrogante, de maneira 
geral, acha que ele se basta. 
 
A renovação pelo outro 
 
“Busque satisfazer a obra, a equipe, mas não fique satisfeito. A 
satisfação paralisa, adormece, entorpece”. 
 
O líder é aquele que obtém satisfação procurando satisfazer a obra e os 
outros. Pessoas que acham que tudo já está do jeito que poderia estar são aquelas 
que não avançam. 
É bom ter cuidado também com quem concorda com você o tempo todo. 
Quem te respeita discorda de você quando tem que discordar, do contrário você não 
cresce. 
Devemos também tomar cuidado com a satisfação, ela tem o poder de 
paralisar, adormecer e entorpecer - a satisfação pode nos deixar num estado de 
tranqüilidade. Sabe o que é o oposto, o que nos renova? É a outra pessoa. 
 
19 
 
A que nos desafia a ser diferente e nos obriga a pensar de outro modo. O 
sucesso precisa de sucessão. Um sucesso que satisfaz é um sucesso que paralisa. 
Excelência não é um lugar aonde você chega, excelência é um horizonte. 
Só será possível construir futuro e buscar excelência se formos capazes 
de conviver, dentro da igualdade, com a diferença das atividades que cada um faz. 
Num mundo que muda com velocidade, se eu não olhar o outro como fonte 
de conhecimento para mim, independentemente de onde ele veio, de como ele faz, do 
modo como atua, eu perco uma grande chance de renovação. 
 
Tempos velozes 
 
―Quando o jogo e a estratégia mudam rapidamente, não basta se contentar 
com o possível. é preciso fazer o seu melhor‖. 
 
O mundo está mudando a uma velocidade incrível. Nunca se mudou com 
tanta velocidade, a velocidade é tamanha que alterou até nossa noção de tempo. 
Cada dia você levanta mais cedo e vai dormir mais tarde e sempre está 
com a sensação de que deveria estar mais tempo acordado porque não deu tempo de 
fazer nada. 
 
Algo similar acontece no mundo das empresas, mudou se tudo e ainda 
existem pessoas que acreditam que podem fazer do mesmo jeito que faziam antes. A 
coisa mais perigosa num mundo que muda velozmente é acreditar que já se chegou 
aonde podia, ou seja, sossegar. 
Muitos de nós temos um vício que é muito perigoso: se contentar com o 
possível em vez de alcançar o melhor. Há uma diferença estupenda entre o possível e 
o melhor. Num mundo competitivo, para caminhar para a excelência é preciso fazer o 
melhor. Fazer o possível é o obvio, fazer o melhor é exatamente àquilo que cria a 
diferença. 
 
Porque se as práticas que tínhamos e temos no dia a dia fossem 
suficientes, já estaríamos melhores. 
 
Vitalizar constantemente 
 
―O líder é aquele capaz de inspirar as pessoas. Inclusive no momento em 
que a critica é necessária‖. 
 
20 
 
 
O que é liderar? É ser capaz de inspirar as pessoas, idéias, projetos e 
situações. 
O líder é aquele que infla vitalidade, que anima, que inspira. 
Liderança não tem a ver com idade e sim com experiência e a experiência 
por sua vez tem a ver com intensidade. Intensidade nos remete a forma como se vive 
e não ao tempo que se vive. 
Não confunda liderança com idade. Pessoas com 50 anos de idade que 
tem muita experiência são pessoas que viveram experiências intensas e não extensas. 
Por outro lado há pessoas com 25 anos de idade que tem um 
conhecimento mais profundo do que pessoas que tem 25 anos de carreira. 
Há pessoas que desprezam o outro porque ele é muito jovem e há os que 
desprezam o outro porque ele é muito idoso. Ambos os casos são tolice. Por que 
quem despreza o outro perde uma fonte de renovação. 
 
Cafezinho, com açúcar, adoçante e propósito 
 
―O líder é aquele que inspira, que anima as pessoas a se sentirem bem 
com o que fazem e a se sentirem integradas à obra‖. 
 
Sentir-se bem não depende exclusivamente de salário ou condições 
materiais. Depende de sua visão sobre a obra, de sentir-se integrado a ela e 
importante para sua edificação. 
A obra de uma empresa é fazer com que o funcionário se sinta bem, sentir-
se bem implica sim em condições materiais adequadas, mas elas não são decisivas. 
Se fosse assim não haveria ninguém trabalhando em hospitais públicos, creches, etc. 
Afinal de contas são áreas quematerialmente portam uma precariedade muito grande. 
A pessoa se orgulha da obra, do que ela faz, ela se sente parte da 
organização. Estar de bem com a vida não significa que você não se canse. Se você 
trabalha intensamente num projeto é claro que vai ficar cansado, se você se mobiliza 
com sua equipe para alcançar as metas com certeza irá ficar cansado. 
Mas não vai ficar estressado. De onde vem o stress? Primeiro de não 
enxergar o resultado da obra, e segundo, de não conseguir partilhar o processo de 
trabalho. Com todo esse stress no saldo final, perde-se a visão de equipe, o sentido, a 
razão de ser e a obra. 
 
 
 
21 
 
A nossa casa 
 
―Quero? Devo? Posso? Três perguntas essenciais para cuidarmos da vida 
coletiva. 
 
É impossível pensar em ética se não pensarmos em convivência. A ética é 
o que marca a fronteira da nossa convivência, seja com outras pessoas, seja no 
mercado ou com os indivíduos. 
Ética é aquela perspectiva para olharmos os nossos princípios e os nossos 
valores para existirmos juntos. 
Porque o lema de algumas empresas é: ―não fazemos qualquer negocio‖? 
Porque as empresas que sustentam esse princípio são as que têm capacidade de 
desenvolver conhecimento e tecnologia para gerar vida e não para diminuí-la. 
Ética é aquilo que orienta sua capacidade de julgar, decidir e avaliar com 
autonomia, ou seja, isso pressupõe liberdade. 
Quando se fala em ética se fala num conjunto de princípios e valores que 
você usa para responder três grandes perguntas da vida humana: Quero? Devo? 
Posso? 
Vivemos muitas vezes dilemas éticos, há coisas que eu quero, mas não 
devo. Há coisas que devo, mas não posso e há coisas que eu posso, mas não quero. 
Quando você tem paz de espírito?Quando tem um pouco de felicidade? 
Quando aquilo que você quer é o que você deve e pode, se isso não estiver em 
sintonia, muitas vezes se vive um conflito que pode se tornar um dilema. 
Uma empresa para trazer a ética para o dia a dia precisa manter vivas 
essas questões entre seus funcionários, considerando a reflexão e o comportamento 
crítico. 
Finalizando, o que é ética? São os princípios que usamos para responder 
ao ―Quero? Devo? Posso?‖. Isso não significa que não vivemos os dilemas, eles 
existem, e serão tranquilamente ultrapassados quanto mais sólidos forem nossos 
princípios e nossa integridade. 
Uma pessoa inteira ―Integridade é o principio ético para não apequenar a 
vida, que já é curta‖. 
Você obtém um pouco de sossego quando aquilo que você quer é também 
o que você deve e é aquilo que você pode. Quanto mais claros seus princípios mais 
fácil fica lidar com os dilemas. Você não deixa de ter dilemas, mas é preciso ter como 
razão central a integridade. 
 
 
22 
 
Uma pessoa integra é uma pessoa correta, justa, honesta, que não se 
desvia do caminho, que não tem duas caras –a grande virtude de uma pessoa honesta 
é a sinceridade. 
A pessoa sincera é aquela que não usa mascaras, é aquela pessoa que 
tem congruência: pensa e fala a mesma coisa e age do mesmo modo, de fato, a 
sinceridade é um dos elementos constitutivos da integridade. 
 
Os outros de nós mesmos: 
 
―Visão de alteridade é a capacidade de ver o outro como outro, e não como 
estranho‖. 
 
Continuando a falar em ética, ates de mais nada ela é a capacidade de 
proteger a dignidade da vida coletiva. A nossa humanidade é compartilhada, ser 
humano é ser junto. 
Isso significa que é preciso saber que nossa convivência exige uma noção 
de igualdade e se afastar de qualquer forma de arrogância. 
Pessoas arrogantes acham que já sabem tudo, que são os únicos e se 
relacionam com o outro por conta de alguma coisa. 
Se entendermos a alma como nossa integridade esse tipo de 
comportamento a pequena nossa vida e nossa alma. 
A arrogância faz com que as pessoas se tornem incapazes de ter uma 
visão de alteridade: que nada mais é que enxergar o outro como outro e não como um 
estranho. 
Na maioria das vezes a arrogância vem acompanhada pela ganância, que 
resulta em apodrecimento ético. 
A ganância faz a humanidade regredir. Nós humanos somos tão 
arrogantes e gananciosos que nos achamos donos do planeta quando na verdade 
somos apenas usuários compartilhantes. Queremos sempre mais e cada vez mais só 
para nós. 
 
 
Fábula da coletividade 
―Nada nos da legitimidade para supor que sejamos os proprietários da vida 
que neste planeta está‖. 
 
 
23 
 
Nossa arrogância é tamanha que nós, nos consideramos proprietários do 
planeta, assim como alguns se consideram proprietários daquela diretoria ou daquela 
área. Precisamos entender que não somos a única forma de vida - além de nós, 
existem inúmeras formas de vida compartilhando do mesmo lugar e do mesmo 
planeta. 
Quando protegemos a vida em geral estamos nos protegendo, tudo que for 
feito à terra será feito a nós. Tudo que fizermos, um dia de alguma forma voltará para 
nós. 
A vida não nos pertence, somos apenas parte dessa vida, por isso há 
necessidade de discutir, ensinar, refletir e aprender sobre isso também. 
 
A escolha é sua, já as conseqüências 
 
“A decisão em um dilema é sempre individual. Mas as suas 
conseqüências podem afetar muitas outras pessoas”. 
 
Quando falamos em poluição, assim como outras cidades, a cidade de São 
Paulo tem esse problema crítico. Sabendo disso devo eu jogar sujeira no rio? 
Não devo, não posso e não posso querer. Não posso querer destruir algo 
que vai trazer uma conseqüência maléfica para a nossa existência. Tenho que ter a 
capacidade de enxergar que a minha ação irá repercutir em muitas outras pessoas. 
Podemos estender isso para o meio em que vivemos, palavras mal proferidas, atitudes 
mal pensadas, quando aceito algo que é ilegal ou imoral, com certeza irá afetar as 
pessoas a minha volta. 
Isso é falta de integridade. Qual são seus princípios e até que ponto deseja 
preservar sua integridade? 
Opção pela perenidade ―Empresas que tem uma visão estratégica de 
futuro estabelecem fortes conexões entre ética e negócios‖ 
Por que temas como transparência na gestão, responsabilidade social, 
ética empresarial e governança corporativa passaram a ser mais freqüentes no mundo 
das organizações? 
Hoje em dia em uma sociedade aberta e democrática, cresce a rejeição de 
empresas que tem como lema ―fazemos qualquer negocio‖. 
Existem empresas que tem uma visão estratégica de futuro, em que existe 
conexão entre ética e negócios. Outras encaram ética como coisa banal, sem 
necessidade alguma, só fachada. Essas correm um risco muito grande, inclusive com 
 
24 
 
seus funcionários que podem dizer as pessoas se o compromisso da empresa é real 
ou só fachada. 
Ao proclamar uma coisa e praticar outra, a empresa expõe-se ao risco de 
que as pessoas enxerguem incoerência em sua conduta. Já as empresas sérias 
praticam o que divulgam e não admitem que a ética seja mero instrumento de 
propaganda – só assim se conquista respeito e credibilidade. 
 
Lembra-te que és mortal 
 
“Um poder que se serve, em vez de servir é um poder que ano serve” 
. 
Já imaginou? Tem gente que precisa de alguém que ao menos uma vez 
por semana o lembre que é apenas um mortal. 
Isso serve para nos que muitas vezes nos orgulhamos de um poder 
estranho, poder sobre a natureza, de domar, de construir e o poder sobre as pessoas. 
A finalidade central do poder é servir: ―um poder que se serve em vez de servir é 
um poder que não serve‖. 
Uma das questões centrais da ética é entendermos e regularizarmos as 
nossas relações de maneira que o poder possa servir em vez de ser servido. 
Quando alguém tem essa postura, o reflexo na ética é muito forte.Ética 
não é uma mera fachada. Quando se discute ética estamos falando na capacidade de 
supormos que existem relações entre as pessoas que tem de preservar a dignidade do 
outro e a sua própria. 
Há pessoas que apequenam a vida, apequenam com o preconceito, com a 
arrogância e com a venda da própria alma. 
A ética é a proteção da integridade, é a capacidade de ter princípios. É a 
capacidade de saber sim que vivemos dilemas - dilemas na família, no trabalho, na 
empresa, na concorrência – mas que isso está ligado a que princípios nos 
defendemos. Finalizando, a frase do grande beneditino francês François Rabelais não 
pode deixar de ser citada: ―conheço muitos que não puderam quando deviam porque 
não quiseram quando podiam‖ 
Se a gente pode e a gente quer, a gente deve. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
O que são PRECONCEITOS – Dicionário Filosófico 
Fonte:http://www.consciencia.org/o-que-sao-preconceitos-dicionario-filosofico 
 
O preconceito é uma opinião sem julgamento. Assim, em toda a 
terra, inspiram-se às crianças todas as opiniões que se desejam, antes que 
elas possam julgá-las. 
Há preconceitos universais necessários, que constituem a própria 
virtude. Em todo país ensina-se às crianças a reconhecer um deus 
recompensador e vingador, a respeitar e a amar o pai e a mãe, a encarar o 
furto como um crime, a mentira interessada como um vício, antes que elas 
possam adivinhar o que é um vício e uma virtude. 
Há bons preconceitos: são os que o juízo ratifica, quando 
raciocinamos. Sentimento não é simples preconceito, é qualquer coisa de mais 
forte. Uma mãe não ama o filho porque lhe dizem ser preciso amá-lo: ama-o, 
extremosamente, mesmo sem querer. Não é por preconceito que correis em 
socorro de uma criança desconhecida, prestes a tombar num precipício ou a 
ser devorada por um animal. Mas por preconceito respeitais um homem 
revestido de certos trajes, caminhando gravemente e falando de igual forma. 
Vossos pais vos disseram que devíeis vos inclinar diante desse homem: vós o 
respeitais antes de saber se ele merece vosso respeito. Crescei em idade e em 
conhecimentos; percebeis que o homem é um charlatão, cheio de orgulho, de 
interesse e de artifícios; desprezais o que tínheis reverenciado, e o preconceito 
cede assim lugar ao julgamento. Acreditastes por preconceito nas fábulas com 
que vos embalaram ao berço, na infância: disseram-vos que os titãs fizeram 
guerra aos deuses, Vénus se apaixonara por Adónis; tomais, aos doze anos, 
essas fábulas por verdades e as encarais aos vinte anos como alegorias 
engenhosas. 
Examinemos em poucas palavras as diferentes espécies de 
preconceitos, a fim de pô-los em ordem em nossas questões. Somos, talvez, 
 
26 
 
como aquelas pessoas do tempo do sistema de Law, que descobriram ter 
calculado com riquezas imaginárias. 
Preconceitos dos sentidos 
Não é uma coisa engraçada que nossos olhos nos enganem 
sempre, mesmo quando vemos muito bem, e que o contrário aconteça com os 
nossos ouvidos? Se vosso ouvido bem conformado ouve: "És bela, eu te amo", 
é bem certo que não vos dizem: "Odeio-te, és feia". Mas vede um espelho liso 
e ele demonstra que vos enganais, é uma superfície muito grosseira. Vede o 
Sol com dois pés, mais ou menos, de diâmetro; e está demonstrado ser um 
milhão de vezes maior do que a Terra. 
Parece Deus ter posto a verdade em vossos ouvidos e o erro em 
vossos olhos; mas estudai a óptica e vereis que Deus não vos enganou e que é 
impossível os objetos vos parecerem de outra maneira, se os vedes no estado 
presente das coisas. 
 
BIBLIOGRAFIA 
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=70 
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 1994. 
 
CHAUÍ, Marilena e outros. Primeira filosofia; lições introdutórias. São 
Paulo, Brasiliense, 1984. 
 
CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre 
gestão, liderança e ética. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2007. 
 
SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia. São Paulo, Cortez, 1992. 
ARANHA, Maria Lucia Arruda e Martins, Maria Helena. Temas de Filosofia. 
Moderna, 2005. 
 
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