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HISTOLOGIA 1 - HISTOLOGIA E SEUS MÉTODOS DE ESTUDO Histologia: estudo dos tecidos e de como estes se organizam ao construir órgãos. Tecidos: Conjuntivo, epitelial, muscular e nervoso. Formados por células e por matriz extracelular (MEC) com função de fornecer apoio mecânico para as células e ser um meio para transportar nutrientes às células e devolver catabólitos e secreções. MEC e células possuem uma intensa interação entre si. Uma associação de tipos de células caracterizam a função de uma célula. PREPARAÇÃO DE TECIDOS PARA O EXAME MICROSCÓPICO Cortes histológicos são preparados para serem observados em microscópios ópticos, que tem sua imagem formada ao passar um feixe de luz pela estrutura, logo estruturas espessas devem ser fatiadas através de micrótomos após vários tratamentos: FIXAÇÃO Finalidade: evitar a digestão dos tecidos por enzimas da própria célula (autólise) ou de bactérias; endurecer os fragmentos; preservar a estrutura e a composição molecular dos tecidos. Pode ser realizada por métodos físicos ou químicos por soluções fixadoras (soluções de agentes desnaturantes ou que estabilizam as moléculas. A penetração dos fixadores deve ser facilitada cortando- se as peças em partes menores ou realizando a perfusão intravascular. O fixador mais usado é uma solução tamponada isotônica de formaldeído a 4% ou glutaraldeído. O procedimento padrão da fixação consiste em uma fixação dupla de glutaraldeído tamponado junto a uma 2ª fixação em tetróxido de ósmio que preserva e fornece contraste aos lipídios e proteínas. INCLUSÃO Para serem cortados de fatias delgadas o tecido deve ser infiltrado com substâncias que forneçam a ele consistência rígida, como parafina e resinas de plástico (paraplast), processo denominado inclusão ou embebição em parafina, precedido de desidratação e clareamento. Primeiramente extrai-se a água (desidratação) com banhos em soluções cujas concentrações de etanol crescem gradativamente (70 a 100% (Absoluto)), depois substitui-se o etanol por uma solução miscível (solvente orgânico) no etanol e no meio de inclusão (parafina), normalmente o xilol. Já translúcidos, os fragmentos são colocados em parafina derretida e quente, o calor evapora o solvente orgânico e a parafina preenche os espaços do tecido. Quando a parafina se solidifica o tecido fica rígido, sendo fatiado pelo micrótomo em fatias de 1-10 micrômetros. Os cortes flutuam em água morna e depois são colocados sobre uma lâmina de vidro, onde será corado. FIXAÇÃO FÍSICA POR CONGELAÇÃO O tecido é fixado através da congelação, ficando rígido e podendo ser cortado pelo criostato. Não passa pelos processo de desidratação e inclusão. O congelamento não inativa maioria das enzimas e mantém muitas proteínas em suas formas naturais e locais originais. Estudo de lipídios, pois o xilol o dissolve. COLORAÇÃO Os tecidos são incolores. Os corantes podem ser basófilos ou acidófilos. Corantes básicos: Azul-de-toluidina, azul-de-metileno e hematoxilina. Tecidos que reagem com corante básico contêm ácidos na sua composição. Corantes ácidos: orange G, eosina, fucsina ácida. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 1 Corantes ácidos coram estruturas acidófilas, como mitocôndrias. O corantes mais usado é o hematoxilina-eosina (HE), onde a hematoxilina cora em azul ou violeta estruturas ácidas e a eosina cora em rosa colágeno e citoplasma. Outros: Tricrômicos: Corantes de Mallory e de Mason. • Os corantes não oferecem informação sobre a natureza química dos componentes do tecido. As células e seus limites são visíveis através de um contracorante aplicado para poder visualizar os contornos das células e do núcleo, ou pela impregnação por metais (prata e ouro - tecido nervoso). O procedimento todo dura de 12 h a 2 dias. MICROSCOPIA DE LUZ As preparação são observadas no microscópio de luz através da luz que atravessa o espécime. O componente óptico é composto pela lente condensadora (concentra a luz e projeta um feixe de luz no espécime), lestes objetivas (recebe a luz e projeta uma imagem aumentada às oculares que amplia mais a imagem e a projeta na retina. Cálculo da ampliação total: multiplica-se o aumento da objetiva pelo aumento da ocular. RESOLUÇÃO O poder de resolução é a menor distância entre 2 partículas ou entre duas linhas a qual permite que elas sejam vistas como dois objetos separados, fornecendo imagem aumentada com muitos detalhes. No microscópio óptico a resolução é de 0,2µm, que permite aumentos de 1.000 a 1.500x. A resolução depende somente da objetiva. MICROSCOPIA DE CONTRASTE DE FASE E DE CONSTRASTE DIFERENCIAL DE INTERFERÊNCIA Partes de espécimes não coradas possuem quase que a mesma densidade óptica, pelo fato da luz mudar sua velocidade ao atravessar estruturas celulares e extracelulares com índices de refração diferentes, as estruturas são evidenciadas como mais claras ou mais escuras. A microscopia de constraste diferencial (Nomarski) produz uma imagem aparentemente 3D. MICROSCOPIA DE POLARIZAÇÃO Em tecidos com moléculas e átomos com alto grau de orientação (celulose, microtúbulos) colocados entre 2 filtros polarizadores (Nicol ou Polaroid) o plano de vibração da luz do 1º filtro será modificado, mostrando as estruturas como luminosas contra um fundo escuro ao passarem pelo 2º filtro, capacidade esta (girar o plano de vibração da luz polarizada) denominada birrefringência. MICROSCOPIA CONFOCAL Pode ocorrer a superposição de vários planos do delgado corte do tecido que aparece em um mesmo foco, o que deteriora a imagem. Um plano muito delgado pode ser focalizado ao iluminar o espécime com um feixe estreito de luz, a imagem passa por um pequeno orifício, bloqueando as imagens dos outros planos que não são o focalizado. A iluminação provêm de uma fonte de laser que deve ser varrido sobre o espécime, a luz refletida pelo espécime é capturada por um detector, onde um amplificador amplia o sinal a ser captado por um monitor. Depende de computação para reunir os planos de um espécime. MICROSCOPIA DE FLUORESCÊNCIA Secções de tecidos irradiadas com luz ultravioleta emitem luz na porção visível do espectro, fazendo com que as substâncias fluorescentes apareçam brilhantes. Substâncias fluorescentes, como o alaranjado de acridina podem ser usadas como corantes fluorescentes, pois combina-se com o DNA e o RNA, deixando o Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 2 DNA com coloração verde-amarelada e o RNA com cor vermelho-alaranjada. Outra substância: isotiocianato de fluoresceína - FITC. MICROSCOPIA ELETRÔNICA Baseia-se na interação entre elétrons e componetes dos tecidos. Pode ser: MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO Com resolução de 0,1µm (aumento de 400.000x) é usado somente para partículas isoladas. Funciona a partir da liberação pelo aquecimento de um filamento metálico (catodo - de tungstênio) em vácuo. A diferança de voltagem entre o catodo e o anodo atraem os elétrons para o anodo acelerando até altas velocidades. Ao passarem pelo orifício do anodo é formado um feixe de elétrons que no tubo do microscópio passa no interior de bobinas elétricas sendo desviado, sendo as bobinas lentes eletromagnéticas. A 1ª lente é uma condensadora (focaliza os feixe de elétrons no espécime). Alguns elétrons interagem com os átomos do espécime e vão em direção à lente objetiva, formando uma imagem aumentada do objeto que é projetada em outras lentes que aumentam ainda mais. Um detector de elétrons é necessário para se observar a imagem, que éproduzida pelo balanço da quantidade de elétrons que atingiram o detector e elétrons que foram retidos no tubo, a imagem é em preto-e-branco. As áreas escuras são as elétron-densa e as claras elétron-lucentes ou elétron-transparentes. É utilizado cortes mais delgados obtidos por navalhas de vidro ou diamantes. MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA Fornece imagens pseudo-3D das superfícies do espécime, onde um feixe de elétrons pequeno é focalizado e percorre a superfície do mesmo. Os elétrons não atravessam o espécime. Os elétrons são refletidos, capturados por um detector, transmitidos a amplificadores resultando em uma imagem em preto-e-branco observada em um monitor. RADIOAUTOGRAFIAS EM SECÇÕES DE TECIDOS Utiliza da radioatividade para estudar funcionamente os processos biológicos em cortes de tecidos, onde cristais de brometo de prata detectam radioatividade. Primeiramente é fornecido átomos/moléculas radioativas denominadas percursores. Cortes são cobertos por uma emulsão fotográfica, depois as lâminas são reveladas e analisadas no microscópio. Grânulos pretos de prata metálica indicam radioatividade no tecido. A intensidade de sístese protéica, por exemplo é proporcional à quantidade de grânulos que apareceram. CULTURA DE CÉLULAS E TECIDOS A cultura de células permite a análise direta do comportamento/metabolismo das células vivas e experimentos in vitro. Cultivadas em soluções compostas por sais, aminoácidos , vitaminas e componentes do soro. Para a preparação da cultura, células devem ser separadas mecanicamente ou por tratamento enzimático, e colocadas em superfícies que possam aderir e crescer como uma única camada de células, como na placa de Petri - culturas primárias. Para as células terem a imortalidade, constituindo uma linhagem permanente de células, elas são submetidas ao processo de transformação. Deve-se realizar todos os procedimentos em uma área estéril. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 3 FRACIONAMENTO CELULAR Isolamento e purificação de componentes de células e tecidos através da força centrífuga que separam as organelas em função de seus coeficientes de sedimentação, que depende de seu tamanho, forma, densidade e viscosidade do meio. HISTOQUÍMICA E CITOQUÍMICA Métodos que identificam e localizam substâncias em cortes ou células cultivadas através de procedimentos cuja maioria baseia-se em reações químicas ou em interações de alta afinidade entre as moléculas, que resulta em substâncias coloridas ou elétron-densas, podendo ser observadas no microscópio. ÍONS Podem ser localizados (cálcio, ferro, fosfato, etc) através de reações químicas. ÁCIDOS NUCLÉICOS O DNA pode ser identificado pela reação de Feulgen, que o deixa em vermelho. PROTEÍNAS Somente a imunocitoquímica permite a localização de proteínas específicas. Os métodos histoquímicos localizam um grupo grande de proteínas, as enzimas, onde que primeiramente permite-se a interação entre enzima e soluções com substrato da mesma enzima, depois coloca-se uma substância marcadora que reage com o produto da degradação/transformação do substrato, logo o produto final evidencia a enzima, que pode ser colorida ou eletron-densa para ser observada no microscópio. Ex. de enzimas detectadas: Fosfatases (utilizadas na demonstração de lisossomos, pois possuem grande quantidade de fosfatases); Deidrogenases (removem hidrogênio de um substrato e o transferem a outro, permite a localização nas mitocôndrias da succinodeidrogenase); Peroxidase (oxida certos substratos e transfere íons de H para o peróxido de H, produzindo ao mesmo tempo molélculas de H2O; podem ser usadas para marcarem outras moléculas); • O nitrato de prata evidencia os limites celulares. POLISSACARÍDEOS E OLIGOSSACARÍDEOS Podem ser livres ou combinados (grupo heterogêneo e complexo). A reação de ácido periódico-Schiff (PAS) os evidenciam em cor magenta (cor-de-rosa). O glicogênio é um polissacarídeo livre. Glicoproteínas são moléculas de proteínas associadas com cadeias pequenas e ramificadas de açucares (oligo.). Glicosaminoglicanos são polissacarídeos não ramificados, fortemente aniônicos, que possuem monossacarídeos aminados (aminoaçúcares), um grande número de cadeias que se prende a um eixo protéico constituem os proteoglicanos. Glicoproteínas e glicosaminoglicanos reagem com o corante Alcian blue por serem fortemente aniônicas e por terem alto conteúdo de grupos carboxila e de sulfato. LIPÍDIOS Corantes solúveis em lipídios são os melhores: Sudan IV e Sudan black. Em cortes obtidos por congelação. DETECÇÃO DE MOLÉCULAS EM CORTES HISTOLÓGICOS POR MEIO DE INTERAÇÕES MOLECULARES DE ALTA AFINIDADE Compostos que se ligam em moléculas específicas permite a percepção da mesma, esses compostos devem ser acoplados a um marcador (substâncias fluorescentes, átomos radioativos, moléculas de enzimas Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 4 como a peroxidase, metais (ouro)) para detectar açúcares, proteínas e ácidos nucléicos. Ex. de compostos que interagem com moléculas: Feloidina (interage com actina, masrcada com subst. fluorescente para demonstrar os filamentos de actina); Proteína A (detecção de imunoglobulinas); Lectinas (proteínas que se ligam a carboidratos, glicoproteínas, proteoglicanos e glicolipídios, caracterizam moléculas de membranas celulares com sequências específicas de açúcares). IMUNOCITOQUÍMICA Permite a identificação de moléculas em cortes de células por meio de anticorpos marcados que a reconhecem, marcando proteínas e glicoproteínas. O anticorpo se liga especificamente à molécula, como uma proteína, permitindo a evidenciação da sua localização da molécula. A molécula (proteína) tem que ser previamente purificada e isolada para que os anticorpos contra ela sejam produzidos. ANTICORPOS MONOCLONAIS E POLICLONAIS Anticorpo policlonal: Mistura de vários anticorpos diferentes produzidos contra as várias porções da proteína que foram reconhecidas pelos linfócitos de um animal que recebeu o antígeno. Cada anticorpo diferente pode ser isolado e cultivado isoladamente, constituindo um anticorpo monoclonal, que são mais específicos e mais precisos do que o anticorpo policlonal. 2 técnicas: Técnica direta de imunocitoquímica: o anticorpo é ligado a um marcador apropriado, fica em interação com um pedaço do tecido por um tempo, o tecido é lavado e pode ser observado, onde que os locais de corte estarão fluorescentes, ou cobertos por um precipitado escuro ou colorido devido às enzimas ou às partículas de ouro. Técnica indireta de imunocitoquímica: Para se detectar uma proteína, produz-se 2 anticorpos: 1 (monoclonal ou policlonal) e imunoglobulina de outro animal não imunizado que é injetada em um 3º animal que produz um anticorpo contra essa imunoglobulina, sendo este anticorpo o ligado a um marcador. O corte do tecido é incubado com o primeiro anticorpo e depois com o anticorpo marcado, depois é observado. Essa técnica é mais sensível e responde com um sinal maior. TÉCNICAS DE HIBRIDIZAÇÃO Hibridização é a ligação entre 2 moléculas de cadeia única de ácidos nucléicos (DNA com DNA, RNA com RNA ou DNA com RNA) que se reconhecem um ao outro se suas sequências forem complementares, formando moléculas de cadeia dupla. Permite a identificação de sequências específicas de DNA ou RNA. HIBRIDIZAÇÃO IN SITU Técnica aplicada diretamente em células, cortes, esfregaços ou cromossomos de células mitóticas. Averigua se uma célula tem uma sequência específica de DNA(como um gene, ou parte), para definir a localização de um gene ou a célula em que o gene está sendo transcrito. Identificação de tumores malígnos ou benígnos. PROBLEMAS NA INTERPRETAÇÃO DE CORTES DISTORÇÃO E ARTEFATOS CAUSADOS PELO PROCESSAMENTO DOS TECIDOS O fixador causa retração,, assim como o calor da parafina ou resina. A retração causa espaços artificiais nas células, causada também pela perca de moléculas que não foram mantidas no tecido pelo fixador como os lipídios. Os espaços e outras distorções como sujeira, são chamados artefatos de técnica. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 5 A TOTALIDADE DO TECIDO Não é possível corar diferencialmente todos os componentes em um só preparado, sendo necessário examinar preparados diferentes. DUAS DIMENSÕES E TRÊS DIMENSÕES Uma estrutura 3D aparenta ter apenas 2 dimensões por ter sido cortada de forma muito delgada, logo deve-se analisar secções consecutivas. O CITOPLASMA As células podem ser: procariontes e eucariontes. DIFERENCIAÇÃO CELULAR A especialização da célula (diferenciação celular) permitiu à célula que exercesse funções com um maior rendimento e eficiência através de modificações bioquímicas, morfológicas e funcionais. PRINCIPAIS CONSTITUINTES DAS CÉLULAS Citoplasma e núcleo. No preparado comum corado com hemotoxilina-eosina o citoplasma fica róseo e o núcleo azul-escuro. CITOPLASMA A membrana plasmática/plasmalema é o limite entre meio intracelular e extracelular, contém proteínas (integrinas) que realizam trocas entre o meio extra/intracelular através de filamentos do citoesqeleto e macromoléculas extracelulares. Nele há o citoesqueleto, as organelas e os depósitos/inclusões (temporários) de hidrato de carbono, proteínas, lipídios, etc. A matriz citoplasmática/citosol preenche o espaço entre organelas e os depósitos, contêm substâncias como aminoácidos, proteínas, nutrientes energéticos e íons. Em eucariontes o citoplasma é dividido por membranas que regula o trânsito de moléculas, aumentando o rendimento das atividades celulares. MEMBRANA PLASMÁTICA / PLASMALEMA Possui uma estrutura trilaminar (unidade de membrana). Compostas por 2 camadas fosfolipídicas, com seus grupamentos hidrofóbicos (apolares) voltados para o centro da membrana e os grupamentos hidrofílicos (polares) nas 2 superfícies. Também há outros lipídios (glicolipídios e colesterol) em membranas celulares. A membrana é assimétrica, pois a composição lipídica de cada camada é diferente. As moléculas protéicas (algumas são poros funcionais, por onde se insere moléculas e íons e algumas são receptores de hormônios/moléculas sinalizadoras/macromoléculas do MEC) se inserem parcial ou totalmente na membrana. Realiza a manutenção da constância do meio intracelular (diferente do meio extracelular). As proteínas (50% do peso da membrana) ficam inseridas na membrana e podem ser: • Proteínas integrais: incorporadas na estrutura da membrana; • Proteínas periféricas: fracamente associadas à membrana; • Proteínas transmembrana: proteínas integrais que atravessam inteiramente a membrana (pode ter moléculas longas que se dobram e atravessa várias vezes). Pode ser: • Proteína de passagem única; • Proteína de passagem múltipla; Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 6 A bicamada é fluida, quando o citoesqueleto impulsiona as proteínas, elas se movimentam na membrana. O mosaico fluido ocorre pelo fato das proteínas estarem distribuídas em mosaico na bicamada. A distribuição de proteínas é diferente entre as duas camadas. As proteínas são sintetizadas no ret. end. rugoso (RER), completadas no complexo de Golgi e levadas à superfície celular em vesículas. A superfície externa é coberta por uma camada rica em hidratos de carbono - glicocálice que participa do reconhecimento entre células/moléculas extracelulares. As proteínas integrais constituem canais na membrana que permitem a passagem moléculas pequenas e íons (Ca, K, Na) por difusão passiva, transporte ativo ou transporte facilitado (com o auxílio de proteínas carregadoras - sem gasto energético). A entrada de macromoléculas (endocitose) modifica a membrana. A exocitose é o mesmo, porém de dentro para fora da célula. A endocitose pode ser: PINOCITOSE DE FASE FLUIDA Forma-se pequenas invaginações na membrana que envolvem fluido extracelular e as suas substâncias. As vesículas de pinocitose se destacam da membrana e vão para o lisossomo. ENDOCITOSE MEDIADA POR RECEPTORES Receptores para diversas moléculas (hormônios protéicos, LDL, etc) na superfície da membrana espalhados ou em áreas específicas (fossetas cobertas) se unem a molécula que tem afinidade (ligante) ativando moléculas do citoesqueleto. A cobertura da fosseta é composta por várias proteínas (clatrina) que formam uma malha de hexágonos e pentágonos, as fossetas se destacam da membrana e formam vesículas cobertas, que penetram no citoplasma, perdem o revestimento de clatrina (na face interna da membrana são reutilizadas) e se fundem com o endossomo (sistema de vesículas e túbulos no citossol), formando o compartimento endossomal. O endossomo que fica ácido tem os receptores separados de seus ligantes e retornam à superfície celular para serem reutilizados. FAGOCITOSE Macrófagos englobam e eliminam microrganismos ou células danificadas/desnecessárias através de prolongamentos laminares (pseudópodes) que englobam em um vacúolo intracelular (fagossomo). Depende da ligação entre a partícula e os receptores da superfície celular. EXOCITOSE: Fusão de vesículas citoplasmáticas com a membrana plasmática e expulsão do conteúdo dessa vesícula para fora, sem que haja ruptura da superfície celular. Ex.: células secretoras (glândulas salivares e pâncreas). É mediada por proteínas específicas (proteínas fusogênicas) para que não haja a repulsão (carga neg) Há a fusão da membrana da vesícula citoplasmática com a membrana plasmática, na endocitose forma- se a vesícula através de porções da membrana, logo na exo. ganha membrana e na endo. perde membrana, formando um fluxo de membrana. CAPTAÇÃO DE SINAIS Comunicação entre células para organizar o crescimento e coordenar funções através de junções comunicantes que possibilitam a troca de íons e moléculas sinalizadoras, sem que passem pelo meio extracelular. As moléculas sinalizadoras extracelulares fazem 3 tipos de comunicação: Sinalização endócrina: As moléculas são hormônios e chegam na célula alvo (possui receptores para um sinal químico) pelo sangue. Sinalização parácrina: as moléculas agem apenas no local, em células próximas. Inativam rapidamente. Sinalização autócrina: A secreção parácrina atua no mesmo tipo celular que a Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 7 sintetizou. Sinalização sináptica: somente em tecido nervoso, os neurotransmissores agem nos contatos celulares (sinapses). As moléculas sinalizadoras podem ser: pequenas e hidrofóbicas (lipossolúveis), como hormônios e esteróides, que difundem-se na membrana e ativam proteínas receptoras dentro das células ou sinalizadoras hidrofílicas, como neurotransmissores e hormônios, que ativam proteínas receptoras na superfície da célula alvo. • As células respondem aos sinais químicos de acorod com os receptores que possuem. CAPTAÇÃO DE SINAIS POR RECEPTORES INTRACELULARESUm hormônio se combina com um receptor ativando-o, cada hormônio é reconhecido por um membro diferente de uma família de proteínas receptoras. MITOCÔNDRIAS Se acumulam onde o gasto de energia é mais intenso. Transformam a energia química dos metabólitos citoplasmáticos em energia facilmente utilizável pela célula, onde 50% é armazenada em ATP e 50% é dissipado como calor para manter a temperatura. A enzima ATPase libera a energia armazena no ATP para o trabalho. Formadas por 2 membranas, a interna com projeções para o interior (cristas mitocondriais), que delimitam 2 compartimentos: espaço intermembranoso (entre as 2 membranas) e o outro que possui a matriz mitocondrial e é limitado pela membrana interna. As cristas aumentam a superfície interna e possui as enzimas e outros componentes da fosforilação oxidativa e do sistema transportador de elétrons. A acetil-coenzima A (acetil-CoA) entra nas mitocondrias combinando-se com o ác. oxalacético formando ác. cítrico, iniciando o ciclo de Krebs que resulta na liberação em forma de ATP. As partículas arredondadas (partículas elementares) transformam a energia para formar ATP. A síntese de ATP ocorre através de um fluxo de prótons através das partículas elementares. A quantidade de mitocôndrias e o número de cristas são proporcionais ao metabolismo energético da célula. A matriz amorfa rica em proteínas e com pequenas quantidades de DNA e RNA fica entre as cristas, além de grânulos esféricos eletro-denso de Ca. O DNA mitocondrial apresenta-se como filamentos duplos e circulares que são sintetizados pela mitocôndria e se duplica independentemente do DNA do núcleo celular. Possui todos os RNA: RNAr, RNAm e RNAt. Sintetizam algumas poucas proteínas. RIBOSSOMOS Compostos por 4 tipos de DNA ribossomal e 80 proteínas. Dois tipos: um de células procarioentes, cloroplastos e mitocôndrias e outro de células eucariontes que possuem a maior parte de seu RNA sintetizado no nucléolo. São basófilos, corando-se intensamente com corantes básicos (azul-de- metileno, azul-de-toluidina e hematoxilina) Polirribossomos: grupos de ribossomos unidos por uma molécula de RNAmensageiro que possui o código para a sequência de aminoácidos para a síntese protéica que serão segregadas nas cisternas do RERugoso e depois podem ser secretadas ou armazenadas na célula. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO Rede intercomunicante de vesículas achatadas, redondas e tubulares formada poruma membrana contínua que delimita a cisterna do retículo endoplasmático, que as vezes possui em sua superfície externa polirribossomos sintetizando proteínas que serão injetadas na cisterna, podendo ser: RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 8 Abundante em células que secretam proteínas como plasmócitos e fibroblastos. Suas cisternas são saculares e achatadas. Possui muitos polirribossomos na superfície da membrana, que o deixa basófilo. Segrega do citosol proteínas a serem exportadas ou para o uso intracelular, faz a glicosilação inicial das glicoproteínas, síntese de fosfolipídios, proteínas integrais da membrana e montagem de moléculas protéicas com múltiplas cadeias polipeptídicas. As proteínas sintetizadas vão para o armazenamento intracelular (lisossomos), armazenamento intracelular provisório (exportação) (pâncreas). RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO Não apresenta ribossomos. Membrana em forma de túbulos. Participa de processos funcionais que variam de acordo com o tipo de célula, podendo sintetizar esteróides, faz a síntese de fosfolipídios para as membranas celulares, a hidrólise do glicogênio, produzindo glicose para o metabolismo. Em células musculares estriadas são denominados retículo sarcoplasmático, acumula íons de cálcio regulando a contração muscular. APARELHO DE GOLGI (COMPLEXO DE GOLGI) Conjunto de vesículas achatadas e empilhadas, com as porções laterais dilatadas, localizam-se em uma determinada região do citoplasma. Completa as modificações pós-tradução, empacota e coloca um endereço nas moléculas sintetizadas encaminhado-as para as vesículas de secreção, lisossomos ou membrana celular. É uma estrutura polarizada, possui uma face cis que recebe as vesículas do RER e uma face trans que origina vesículas eliminando o material do CG. LISOSSOMOS Vesículas delimitadas por membrana contendo enzimas (atividade em ph = 5 (ácido). Ex: fosfatase ácida, protease, sulfatase, lipase, etc)) para a digestão intracitoplasmática. Mais abundantes em macrófagos e fagócitos. Sua membrana impede que suas enzimas ataque o citoplasma que tem pH = 7 (básico). As suas enzimas são sintetizadas do RER, vai para o CG que forma os lisossomos primários (lisossomos que ainda não fazer o processo digestivo). A membrana do lisossomo se funde aos fagossomos digerindo com suas enzimas (lisossomo secundário). Pode ficar no lisossomo restos do material, formando um corpo residual que pode ser eliminado do citoplasma. Em neurônios e céls. do músculo cardíaco, esses resíduos se acomulam formando os grânulos (lipofucsina). Renovam as organelas celulares que são envolvidas pelo REL, o lisossomo a digere formando o autofagossomo, um fagossomo secundário, o que ocorre muito em células em atrofia. PROTEASSOMOS Complexos de proteases que digerem proteínas assinaladas para destruição pela união com ubiquitina, necessário para remover excesso de enzimas e proteínas inúteis que já exerceram suas funções, destroem moléculas protéicas defeituosas (estrutural) e proteínas codificadas por vírus. Agem em moléculas individualizadas, enquanto o lisossomo age sobre uma material introduzido em quantidade. PEROXISSOMOS Utilizam oxigênio, sem produzir ATP, logo sem participar do metabolismo energético. Oxidam substratos orgânicos específicos retirando átomos de H e combinando-os com O2, o que produz peróxido de hidrogênio (H2O2), oxidante, que é eliminado pela célula através da enzima catalase, que decompõem o H202 em H2O e O2. No fígado fazem a síntese de ácido biliares e de colesterol. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 9 VESÍCULAS OU GRÂNULOS SECETÓRIOS Em células que armazenam material até que a secreção seja desencadeada. Contém as moléculas secretadas sob uma forma concentrada. As com enzimas digestivas chamam grânulos de zimogênio. CITOESQUELETO Rede complexa de microtúbulos, filamentos de actina (microfilamentos) e filamentos intermediários. Influi na forma da célula e com proteínas motoras possibilita os movimentos das organelas e vesículas citoplasmáticas. Realiza a contração muscular e a movimentação da célula inteira (movimento amebóide). MICROTÚBULOS No citoplasma e em prolongamentos celulares (cílios e flagelos). Formados por um heterodímero das moléculas das proteínas α e β tubulina. As subunidades de tubulina polimerizam-se formando microtúbulos, em forma de espiral (com 13 subunidades) através dos centros prganizadores de microtúbulos (MTOCs), que incluem os centríolos, os corpúsculos basais dos cilios e flagelos e os centrômeros dos cromossomos. Os microtúbulos se desfazem e refazem, crescendo na extremidade (+), onde a polimerização (adição de dímeros) prevalece e na extremidade (-) a despolimerização (remoção dos dímeros) prevalece, fazendo-os diminuírem. A polimerização depende da concentração de Ca no citossol e das proteínas associadas aos microtúbuos (MAPs). As moléculas de tubulina formam 13 protofilamentos. Rígidos são importantes do desenvolvimento e na forma das células. Proteínas motoras impulsionammicrotúbulos a realizarem o movimento de organelas, etc. É a base morfológica de organelas como: • Centríolos: Estruturas cilíndricas, composto por microtúbulos curtos e organizados (9 conjuntos de 3 microtúbulos, são duplicados durante a mitose e se movimentam para o pólo das células formando o fuso mitótico. Ficam próximo ao núcleo e ao CG. Citocentro/centrossomo = par de centríolos + material granuloso em volta. Os centríolos estão ligados entre sí através de pontes protéicas. • Cílios e flagelos: Prolongamentos móveis, com microtúbulos em seu centro. Em sua base há um corpúsculo basal (roda de carroça) FILAMENTOS DE ACTINA (MICROFILAMENTOS) A atividade contrátil do músculo resulta da interação de 2 proteínas: miosina (filamentos grossos) e actina (filamentos finos). Pode constituir uma rede no citoplasma formando uma fina camada próxima à membrana, chamada córtex celular, participando da endocitose, exocitose e migração de células. FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS Constituídos por várias proteínas: Queratinas (células do tec. epitelial), Vimentinas (tec. embrionário), Desmina (tec. muscular), Proteína fibrilar ácida da glia e proteína dos neurofilamentos (em filamentos intermediários de células nervosas). DEPÓSITOS CITOPLASMÁTICOS Depósitos com reservas de nutrientes/substâncias como lipídios (gotículas), depósito de pigmento (melanina - pigmento abundante na epiderme, fica em forma de grânulos na membrana), caroteno, etc. Lipofucsina: pigmento que aumenta com a idade, seus grânulos são de substâncias que não foram digeridas pelos lisossomos - presentes em células que não se renovam como neurônios. CITOSOL OU MATRIZ CITOPLASMÁTICA Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 10 Possui em sua composição microfilamentos de actina, microtúbulos, subunidades protéicas, miosina, enzimas glicose, vitaminas, aminoácidos, proteínas motoras (realizam o transporte intracelular de organelas e vesículas). É um substrato para a organização de moléculas enzimáticas. Possui muitas enzimas que produzem moléculas energéticas que liberam ATP, maquinaria para a síntese protéica (RNAr, RNAm e RNAt, enzimas e outros fatores). O NÚCLEO CELULAR O núcleo é o centro de controle das atividades celulares, pois contém nos cromossomos o genoma (DNA) celular (conjunto de informação genética codificada no DNA), faz a síntese e processamento dos RNA (RNAr, RNAm e RNAt). Não sintetiza proteínas. Sua forma é variável, geralmente arredondado e alongado, se cora pelos corantes básicos e pela hematoxilina. Há células multinucleadas e com só 1 núcleo. Componentes: envoltório nuclear, cromatina, nucléolo, matriz nuclear e nucleoplasma. ENVOLTÓRIO NUCLEAR Separa do citoplasma o conteúdo intranuclear. É constituído por 2 camadas separadas por um espaço, a cisterna perinuclear. A membrana nuclear externa possui poliribossomos em sua superfície citoplasmática. O envoltório possui poros em uma estrutura: complexo do poro, que realiza o transporte seletivo de moléculas para fora e para dentro do núcleo. É impermeável a íons e moléculas maiores que 9nm (menorem que 9nm passam por difusão passiva), sendo o complexo do poro responsável por esse trânsito (transporte ativo - com gasto de ATP, mediado por receptores). O complexo do poro é uma estrutura cilíndrica e que faz saliência no interior e na face citoplasmática. A lâmina nuclear é uma rede de moléculas protéicas fibrosas que estabiliza o envelope nuclear e apoia os cromossomos interfásicos, é constituída pelas proteínas estruturais laminas A, B e C. O poro nuclear é constituído por 2 anéis protéicos, um no lado intracelular e outro no lado citoplasmático do envelope nuclear e um grânulo central CROMATINA Dois tipos: Heterocromatina: elétron-densa, grânulos grosseiros, é inativa por ter a hélice dupla de DNA muito compactada, impedindo a transcrição dos genes. Eucromatina: granulosa e clara, os filamentos de DNA não estão condensados, logo transcrevem os genes, é a cromatina ativa e está em abundância em células que estão produzindo muita proteína. A cromatina é constituída por duplos filamentos helicoidais de DNA associados a proteínas (histonas) que possuem 5 tipos: H1, H2A, H2B, H3 e H4. DNA + histonas = nucleossomo (constituído por 8 moléculas de histonas (um par de cada tipo), formando um octâmero). As proteínas não-histônicas possuem funções estruturais, condensam cromossomos, regulam atividade do gene ou da enzima. Os filamentos de nucleossomos constituem os cromossomos. A cromatina sexual aparece somente no sexo feminino e é um dos 2 cromossomos X que ficam condensados no núcleo interfásico. • Cariótipo: conjunto dos cromossomos de uma célula, organizados por sua forma e tamanho. NUCLÉOLOS Produzem os ribossomos, geralmente basófilos, são constituídos por RNAribossomal (RNAr) e proteínas. A maioria das células possuem1 ou 2 nucléolos, há uma porção de heterocromatina presa nela (cromatina associada ao nucléolo). 3 partes: região granular (grânulos de RNA); região fibrilar Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 11 (constituída por RNA, o aspecto granular /fibrilar depende do grau de maturação dos ribossomos); filamentos de DNA dispersos (constituem a região cromossômica organizadora do nucléolo). O RNA ribossomal constitui os ribossomos na síntese de moléculas protéicas. MATRIZ NUCLEAR Estrutura fibrilar que fornece um esqueleto para apoiar os cromossomos interfásicos, determinando sua localização dentro do núcleo celular. Diz-se que é uam estrutura artificial, criada pelas técnicas de preparação. Nucleoplasma: Soluto com muita água, íons, aminoácidos, metabólitos e precursores diversos, enzimas para síntese de RNA e DNA, receptores para hormônios, moléculas de RNA, etc. É o componente granuloso que preenche o espaço entre os elementos morfologicamente bem caracterizados no núcleo, com a cromatina e o nucléolo. DIVISÃO CELULAR Observável na mitose, onde uma célula-mãe se divide em 2 células-filhas que recebem um jogo cromossômico igual ao da célula-mãe, havendo a duplicação dos cromossomos e sua distribuição. Quando não está em mitose, ocorre a intérfase (sem divisão mitótica). Fases da mitose: 1. Prófase: condensação da cromatina para a constituição dos cromossomos mitóticos, no final, o envoltório nuclear se fragmenta, originando vesículas que vão reconstituir o envelope nuclear no fim da mitose. Centrossomos e centríolos separam-se e migram um par para cada polo da célula. Microtúbulos aparecem entre os 2 pares de centríolos formando o fuso mitótico. O núcleo se desintegra. Na fase pré- prófase ocorre a condensação intranuclear dos cromossomos. 2. Metáfase: Os cromossomos migram e ficam no plano equatorial da célula, cada cromossomo se divide em 2 cromátides, que se prendem aos microtúbulos do fuso mitótico através do cinetocoro que fica próximo ao centrômero (região mais estreita do cromossomo que mantém as cromátides juntas até a anáfase). 3. Anáfase: Os cromossomos-filhos separam-se e migram para os pólos da célula na direção dos microtúbulos do fuso. 4. Telófase: Ocorre a reconstrução dos envoltórios nucleares das células-filhas. Os cromossomos ficam menos condensados levando ao reaparecimento da cromatina. Os nucléolos se reconstituem. Fim da divisão celular. A divisão do citoplasma (citocinese) inicia-se na anáfase e termina na telófase. É o aparecimento de um anel com actina e miosina na zona equatorial da célula, a diminuição do diâmetro desse anel divide o citoplasmaem 2 partes, cada uma com o seu núcleo. Os tecidos nervosos e do músculo do coração não regeneram porque suas células não realizam mitose, não havendo assim renovação celular. CICLO CELULAR A duplicação do DNA ocorre na intérfase (não há divisão celular). Ciclo celular = intérfase + mitose. A intérfase se subdivide em 3 fases: 1. Fase G1: Depois da mitose, ocorre a síntese de RNA e proteínas, recuperando o volume celular, reduzido à metade na mitose. Em tecidos de renovação rápida G1 é curta. As células que não se renovam saem da fase G1 e entram na fase G-zero (fase de repouso). Na fase G1 há o ponto de Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 12 restrição que impede a passagem de uma célula defeituosa (com DNA danificado por exemplo) para o resto do ciclo. 2. Fase S: Síntese de DNA e duplicação de centrossomos e centríolos. 3. Fase G2: As células acumulam energia para a mitose e sintetizam tubulina para formar os microtúbulos do fuso mitótico. APOPTOSE Rápido e sem deixar vestígios, faz parte das funções normais do organismo. Não ocorre a liberação do conteúdo celular para o meio extracelular. É a auto-destruição da célula quando ocorre grande modificação em seu DNA, onde a célula e o seu núcleo diminuem de tamanho, tendo sua cromatina muito condensada e cora-se fortemente (núcleo picnótico). O citoplasma forma saliências que se separam (bolhas (envolvido por membrana plasmática)) da superfície celular e são fagocitados rapidamente pelos macrófagos, sem que moléculas sinalizadoras sejam liberadas, evitando o processo inflamatório nos tecidos vizinhos. A morte acidental de células é a necrose, causada por microrganismos, agentes químicos, etc, onde as células se incham e a célula rompe, lançando o seu conteúdo no espaço extracelular, os macrófagos a digere, mas secretam moléculas que ativar células de defesa, causando a inflamação TECIDO EPITELIAL Capítulo 4 O organismo é formado por 4 tipos básicos de tecidos: o epitelial, o conjuntivo (com grande quantidade de material extracelular produzido por suas próprias células), o muscular (com células alongadas com função de contração) e o nervoso (com células com prolongamentos a partir de seu corpo, com funções de receber, gerar, transmitir impulsos nervosos), todos estes formados por células/moléculas da matriz extracelular (MEC) e associados uns aos outros. A maioria dos órgãos são divididos em parênquima, de células responsáveis pelas funções dos órgãos, e estroma, o tecido de sustentação, constituído de tecido conjuntivo. Os epitélios são constituídos de células poliédricas justapostas com pouca substância extracelular entre elas, aderindo-se por junções intercelulares. Revestem as cavidades do corpo e as superfícies externas ou se organizam em unidades secretoras (tudo o que entra ou sai o corpo atravessa o folheto epitelial). Funções dos epitélios: Revestimento de superfícies (pele), absorção de moléculas (intestinos), secreção (glândulas), percepção de estímulos (neuroepitélio) e contração (células mioepiteliais). AS FORMAS E AS CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS EPITELIAIS A forma das células variam muito, de colunares altas a pavimentosas. A forma poliédrica é devido ao fato das células serem justapostas, formando folhetos. O núcleo tem sua forma variando de esférico a elíptico ou alongado, acompanhando a forma das células - célula pavimentosa = núcleo achatado. Todos os epitélios estão apoiados sobre o tecido conjuntivo. Nos epitélios que revestem cavidades ocas esta camada de tec. conjuntivo é denominada lâmina própria, a parte voltada para o tecido conjuntivo é a porção basal ou pólo basal. A extremidade oposta, voltada para a cavidade é a porção/pólo apical, sendo sua superfície, a superfície livre. As paredes laterais são as superfícies que separam as células, interceptando-as. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 13 Lâminas basais e membranas basais Ficam na superfície de contato entre células epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente, formada por uma rede de delgadas fibrilas (lâmina densa). Podem ter camadas elétron-lucentes (lâminas lúcidas). Composta por colágano tipo IV, glicoproteínas laminina, entactina e proteoglicanos (ex.: proteoglicano de heparan sulfato). Se prendem as tecido conjuntivo por fibrilas de ancoragem de colágeno tipo VII. Existem onde as células entram em contato com tecido conjuntivo, ao redor de células musculares, células adiposas, entre camadas epiteliais adjacentes/muito próximas (alvéolos pulmonares) e células de Schwann, onde formam um barreira que limita/controla a troca de macromoléculas entre essas células e o tecido conjuntivo. Seus componentes são secretados pelas células epiteliais, musculares, adiposas e de Schwann. Fibras reticulares podem estar relacionadas à lâmina basal, formando a lâmina reticular. Funções: Papel estrutural, na filtração de moléculas, influencia a polaridade das células, regula a proliferação e a diferenciação celular, ligando-se a fatores de crescimento, influi no metabolismo celular, serve como caminho e suporte à migração de moléculas. A membrana basal situa-se abaixo dos epitélios e se cora pelo ácido periódico-Schiff (PAS). É formada pela fusão de 2 lâminas basais ou de uma lâmina basal e uma lâmina reticular, sendo mais espessa. Junções intercelulares Estruturas associadas à membrana plasmática, contribuem para a coesão e a comunicação intercelular. Abundantes nos epitélios, onde as células epiteliais possuem uma intensa adesão mútua. Essa coesão é mais desenvolvida em epitélios sujeitos a fortes trações e pressões (pele). A adesão ocorre devido à ação coesiva de glicoproteínas transmembranas (caderinas), que podem perder a capacidade de adesividade na ausência de Ca+2. Exibem várias especializações, os vários tipos de junções servem de locais de adesão e vedantes - previne o fluxo de materiais pelo espaço intercelular e fornece canais para a comunicação entre células adjacentes - sendo funcionalmente: junções de adesão (zônulas de adesão, hemidesmossomos e desmossomos), junções impermeáveis (zônlas de oculsão) e junções comunicantes (junções comunicantes ou junção gap). • Junções estreitas ou zônulas de oclusão: junções mais apicais, a junção forma uma faixa que circunda toda a célula, nessa área ocorre a adesão das membranas, que veda todo o espaço intercelular. O número de linhas (pontos de fusão) está relacionado com a permeabilidade do epitélio, assim epitélios com poucos locais de fusão são mais permeáveis à água e aos solutos. Função: Promove uma vedação contra o movimento de materiais entre células epiteliais (via paracelular), do ápice à base e da base ao ápice, logo formam os compartimentos funcionais delimitados por folhetos de células epiteliais. • Zônula de adesão: Circunda toda a célula e contribui para a aderência em células vizinhas. Possui inserção de numerosos filamentos de actina em placas de material elétron-denso no citoplasma subjacente à membrana da junção, esses filamentos formam a trama terminal - rede de filamentos de actina, filamentos intermediários e espectrina do citoplasma apical de células epiteliais. Zônula de oclusão + zônula de adesão = complexo unitivo. • Junções comunicantes (junções gap): Existem em qualquer lugar das membranas laterais das células epiteliais e outros tecidos, exceto o músculo esquelético. Caracterizada pela grande Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 14 proximidade com as membranas das células adjacentes. Formadas por porções de membrana plasmática em forma de placas. As proteínas (conexinas) organizam-se em hexâmeros em torno de um poro hidrófilo, formando o conexon - unidade estrutural da junção. Conexons de uma célula alinham-se com conexons de outras formado canais hidrofílicos entre as células. As junções permitem o intercâmbio de moléculas como íons e hormônios, dessa forma as células trabalham de forma coordenada. As junções coordenam as contrações do músculo cardíaco. O último tipo de junção comunicante é: • Desmossomos ou mácula de adesão: Estrutura complexa, em forma de disco, fica na superfície da célula, onde as membranas celulares são retas e paralelas. No lado citoplasmático há uma placa circular - placa de ancoragem, composta de no mínimo 12 proteínas. Em células epiteliais, filamentos intermediários de queratina se inserem na placa de ancoragem, por esses filamentos serem muito fortes, os desmossomos fazem uma forte/firme adesão intercelular, em células não-epiteliais não há queratina mas de outras proteínas, como desmina ou vimentina. Na adesão provida por desmossomos participam proteínas da família caderina. Essa adesividade por ser abolida pela remoção de cálcio. • Hemidesmossomos: Encontrados na região de contato entre algumas células epiteliais e sua lâmina basal, são junções que prendem a célula epitelial à lâmina basal, neles a placa de ancoragem tem integrinas, ao invés de caderinas nos desmossomos. As integrinas (proteínas) agem como receptores para macromoléculas da matriz extracelular. ESPECIALIZAÇÕES DA SUPERFÍCIE LIVRE DAS CÉLULAS EPITELIAIS Consistem em modificações com a função de aumentar a superfície ou mover partículas. MICROVILOS Pequenas projeções citoplasmáticas, de número variado, podendo ser expansões curtas ou longas em forma de dedos ou pregas de trajeto sinuoso. Em abundância nas células que exercem intensa atividade de absorção, como as do epitélio de revestimento do intestino delgado. Nas áreas absortivas o glicocálice é mais espesso e o conjunto de glicocálice e microvilos forma a borda em escova / estriada. Em seu interior possui grupos de filamentos de actina, que por outras proteínas mantêm ligações cruzadas entre si e com a membrana plasmática do microvilo. ESTEREOCÍLIOS Prolongamentos longos e imóveis de céulas do epidídimo e do ducto deferente que são microvilos longos e ramificados. Aumentam a área de superfície da célula, facilitando o movimento de moléculas para dentro e para fora. CÍLIOS E FLAGELOS Os cílios são prolongamentos longos e dotados de motilidade, ficam na superfície de algumas células epiteliais. Envolvidos pela membrana plasmática, contêm 2 microtúbulos centrais, cercados por 9 pares de microtúbulos periféricos, sendo os 2 microtúbulos dos pares periféricos unidos entre si. Inseridos em corpúsculos basais (estruturas elétron-densas no ápice das células e abaixo da membrana). Exibem um rápido movimento - movimento ciliar que é coordenado, permitindo uma corrente de fluido impelida em uma direção ao longo da superfície do epitélio, sendo ATP a fonte de energia. Os flagelos possuem estrutura semelhante à dos cílios, porém são mais longos e limitados em um por célula. Ocorre, nos seres humanos, somente no espermatozóide. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 15 TIPOS DE EPITÉLIOS Divididos de acordo com sua estrutura e função em epitélio de revestimento e glandulares. EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO Células em camadas formando a camada mais externa da superfície. Podem ser classificados de acorod com o número de camada de células e suas formas: Epitélio simples: Possui uma única camada de células. Epitélio estratificado: Possui mais de uma camada de células. De acordo com a morfologia, o epitélio simples pode ser: Pavimentoso: Cúbico: Prismático / Colunas / Cilíndrico: De acordo com a morfologia, o epitélio estratificado pode ser: Pavimentoso: Cúbico: Prismático: De transição: O epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado reveste superfícies úmidas, ao contrário do queratinizado, que reveste superfícies como a pele. As células mais próximas ao tecido conjuntivo são mais cúbicas, sendo que a medida que se aproxima da superfície, estas células tornam-se mais achatadas, sendo que no epitélio queratinizado, as células da superfície são mortas, não possuem organelas e seu citoplasma é ocupado por queratina. O epitélio estratificado prismático é raro, estando presente em poucas áreas. O epitélio de transição possui a camada mais superficial composta por células globosas, que permitem distender algum órgão como a bexiga. O epitélio pseudo-estratificado é formado por células que aparentam ter o seu núcleo em várias camadas, sendo que todas as células estão apoiadas no pólo basal, mas nem todas chegam à superfície, assim a posição dos núcleos é variável. Células neuroepiteliais formam epitélios com função sensorial e as mioepiteliais são capazes de contração, porque possuem actina e miosina (presentes nas porções secretoras de glândulas). EPITÉLIOS GLANDULARES Formados por células secretoras capazes de armazenar temporariamente as moléculas a serem secretadas em vesículas envolvidas por membrana (grânulos de secreção). Sintetizam, armazenam e secretam proteínas, lipídios ou complexos de carboidratos e proteínas, sendo que as glândulas mamárias secretam os três tipos de substâncias. TIPOS DE TECIDOS GLANDULARES • Glândulas unicelulares: Células glandulares isoladas; • Glândulas multicelulares: Compostas de agrupamentos de células. Glândulas são formadas pelo epitélio de revestimento que invadiu o tecido conjuntivo que está embaixo, onde que glândulas exócrinas mantêm uma conexão com o epitélio por um ducto tubular, por onde é secretado substâncias ao meio extracelular, e glândulas endócrinas não possuem essa Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 16 conexão, assim suas secreções vão para o sangue. As glândulas endócrinas possuem 2 tipos: no 1º as células formam cordões anastomasados, entremeados por capilares sanguíneos e o 2º as células formam vesículas preenchidas pelo material. Glândulas exócrinas possuem uma porção secretora e a parte dos ductos. Glândulas simples possuem um único ducto não-ramificado, enquanto glândulas compostas possuem ductos ramificados. As simples podem ser tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas (porção secretora esférica ou arredondada) de acordo com a forma da porção secretora, e as compostas podem ser tubulares, acinosas ou túbulo-acinosas. De acordo com a forma de secreção, as glândulas podem ser merócrinas (secreção via exocitose sem perda de material celular), holócrinas (a secreção é eliminada junto com toda a célula) e apócrinas (o material é secretado junto com uma parte do citoplasma apical da célula). Glândulas multicelulares possuem prolongamentos de uma cápsula de tecido conjuntivo que a envolve denominados septos, estes dividem a glândula em lóbulos (porções menores). BIOLOGIA DOS TECIDOS EPITELIAIS O tecido conjuntivo apoia, nutre e promove a adesão entre o epitélio e outras estruturas subjacentes. Evaginações do conjuntivo (papilas) aumentam a área de contato entre o epitélio e a lâmina própria. POLARIDADE É a distribuição das organelas em diferentesáreas da célula de acordo com a função que exercem, assim diferentes partes da célula podem exercer diferentes funções. Os nutrientes vêm dos capilares sanguíneos do tecido conjuntivo que nutre o epitélio através da passagem destes pela superfície basal e lateral por receptores para mensageiros químicos e proteínas integrais (enzimas) estes últimos em células de intensa absorção. INERVAÇÃO Proveniente das terminações nervosas de plexos nervosos da lâmina própria. Pode influenciar células epiteliais secretoras, estimulando ou inibindo sua atividade. RENOVAÇÃO DAS CÉLULAS EPITELIAIS Suas células renovam-se continuamente por mitose, podendo ser em uma taxa rápida ou lenta. • Metaplasia: Determinado tipo de tecido epitelial que pode se transformar em outro. CONTROLE DA ATIVIDADE GLANDULAR As glândulas são sensíveis ao controle nervoso e endócrino, sendo que um desses mecanismos predomina sobre o outro: glândulas salivares estão sob controle nervoso principalmente. Esse controle ocorre pela ação de mensageiros químicos. CÉLULAS QUE TRANSPORTAM ÍONS Transporte contra o gradiente de concetração e contra um gradiente de potencial elétrico usando ATP, processo denominado transporte ativo. Algumas células utilizam bomba de sódio para transferir o sódio do ápice à base (transporte transcelular). O transporte pode ocorrer em diferentes direções: do lúmem ao vaso sanguíneo (absorção) e na direção oposta (secreção). As junções de oclusão mantêm a compartimentalização e o controle da distribuição de íons. CÉLULAS QUE TRANSPORTAM POR PINOCITOSE Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 17 Vesículas de pinocitose interiorizam para o citoplasma moléculas do meio extracelular, isso ocorre no epitélio simples pavimentoso que revestem capilares (sanguíneos e linfáticos) (endotélios) ou que revestem cavidades do corpo (mesotélios). É utilizado vesículas que transportam moléculas até o tecido conjuntivo (o transporte pode ocorrer em ambas as direções). CÉLULAS SEROSAS São poliédricas ou piramidais, com núcleo central e polaridade bem definida, a região basal tem muito RER e polirribossomos, o que a deixa basófila, a região apical tem muito CG e vesículas (grânulos de secreção), sendo grânulos de zimogênio em células que produzem enzimas digestivas. O conteúdo dos grânulos é liberado por exocitose, esses grânulos se movimentam sob influência de proteínas motoras. CÉLULAS SECRETORAS DE MUCO Com numerosos grânulos, formam muco (glicoproteínas), um gel viscoso, elástico e lubrificante. O núcleo fica na região basal e na apical ficam os grânulos, assim como o CG. As proteínas são sintetizadas do RER que fica na base. SISTEMA NEUROENDÓCRINO DIFUSO Células endócrinas no meio de células epiteliais não-endócrinas, isoladas. Células argirófilas (coram-se com sais de prata). CÉLULAS MIOEPITELIAIS Célula cujo citoplasma contém filamentos de actina e miosina. Envolvem unidades secretoras de glândulas, que ao se contrair, comprime o ácino e expulsa os produtos de secreção dessas unidades para o exterior. CÉLULAS SECRETORAS DE ESTERÓIDES Células endócrinas que sintetizam e secretam esteróides com atividade hormonal. • São acidófilas, com muitas gotículas de lipídios, núcleo central e são poliédricas ou arredondadas; • Abundante em REL que possui enzimas para a sintetize de colesterol; • Mitocôndrias com cristas tubulares que produzem energia e hormônios esteróides (junto ao REL). TECIDO CONJUNTIVO Capítulo 5 Realiza a manutenção da forma do corpo, onde as moléculas da MEC conectam as células oferecendo suporte. Formado por matriz extracelular (proteínas fibrosas + substância fundamental). Fibras de colágeno formam o estroma (tecido de sustentação dos órgãos). Fibras elasticas conferem resistência e elasticidade ao tecido. A substância fundamental, formada por glicosaminoglicanos e proteoglicanos, se liga às proteínas integrinas da superfície celular para fornecer força tênsil e rigidez à matriz. Função estrutural, reserva de fatores de crescimentos que controlam a proliferação e a diferenciação celular. Sua matriz é um meio de troca de nutrientes e catabólitos entre as células e o sangue. Originam-se no mesênquima (células com muiots prolongamentos e que são imersas em uma abundante matriz com poucas fibras) que se origina do mesoderma. CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO Podem ser produzidas localmente ou virem de outros locais, como os leucócitos. São elas: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 18 FIBROBLASTOS Sintetizam proteínas como colágeno, elastina, glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas multiadesivas que formam a matriz extracelular. Produzem fatores de crescimento que controlam a proliferação e diferenciação celular. Podem modular sua capacidade metabólica, o que reflete na morfologia dessas células. Podem ser: • Fibroblastos: Intensa atividade de síntese. Possuem maior quantidade de organelas. • Fibrócitos: Células metabolicamentes quiescentes (repouso). Menores e mais finos, fusiformes, núcleo menor e mais escuro, poucos prolongamentos citoplasmáticos. Citoplasma c/ pouco RER. Citoplasma abundante com muitos prolongamentos, núcleo ovóide, com cromatina fina e nucléolo proeminente, rico em RER e C.G (citoplasma basófilo). • Na regeneração tecidual, fibrócitos revertem-se em fibroblastos por estímulos reativando a sua capacidade de síntese. Miofibroblastos (c/ actina e miosina - contração) fecham a ferida através de sua contração (contração da ferida). MACRÓFAGOS E O SISTEMA FAGOCITÁRIO MONONUCLEAR Capazes de fagocitar. Sua forma varia com o tecido que estão e de sua atividade funcional. Possuem núcleo oval (forma de rim), superfície irregular, com reentrâncias - características de pinocitose e fagocitose, C.G. desenvolvido, muitos lisossomos e R.E.R. proeminente. Originados dos monócitos. que surgem da medula óssea e circulam no sangue até penetrarem no tecido e amadurecem para macrófagos (monócitos e macrófagos são as mesmas células em diferentes estágios de maturação), esse processo aumenta o seu tamanho e a síntese protéica (aumento das organelas). Podem se fundir formando células gigantes de corpo estranho. Atuam na defesa ao fagocitarem restos celulares e elementos anormais como bactérias, também secretam substâncias da defesa e que reparam tecidos. Participam da defesa imunológica (digestão parcial e apresentação de antígenos).Quando estimulados, passam por modificações metabólicas e morfológicas, (macrófagos ativos), o que aumenta seu metabolismo e sua capacidade de fagocitar. Removem restos celulares e componentes extracelulares alterados. Também secretam substâncias que participam de processos inflamatórios e reparam tecidos, além de destruirem células tumorais. MASTÓCITOS Célula globosa, com citoplasma cheio de grânulos, núcleo pequeno, esférico e central encoberto pelos grânulos. Colaboram com as reações imunes, com papel nas inflamações, reações alérgicas e expulsão de parasitas. Possuem histamina, que aumenta a permeabilidade vascular, importante na inflamação. Secretam alguns leucotrienos sintetizados nos fosfolipídios da MP e liberadas para o meio extracelular. Suas moléculas atuam em secreções parácrinas (locais). Podem ser: mastócitos do tecido conjuntivo (grânulos com substância anticoagulante) e da mucosa. Originam de células precursoras hematopoéticas (produzem sangue) da medula óssea (monócitos), que circulam pelo sangue, penetram nos tecidos, onde se diferenciam em macrófagos (Mastócitos se diferenciamdos macrófagos porque originam de uma célula-tronco diferente). A imunoglobulina E (IgE) fixa-se em sua superfície, onde há receptores específicos. • A liberação de mediadores químicos dos mastócitos promove reações alérgicas (hipersensibilidade) e ocorre após a penetração do antígeno em indivíduos sensibilizados. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 19 • Estão em todo o corpo, porém em maior quantidade da derme e nos tratos digestivo e respiratório. PLASMÓCITOS Células ovóides, com citoplasma basófilo, ricas em RER, C.G. (com cisternas dilatadas que contém imunoglobulinas) e centríolos próximos ao núcleo, núcleo esférico, com grumos de cromatina que se alteram (raios da roda da carroça). Numerosos somente em locais sujeitos à penetração de bactérias e nas inflamações. Derivados do linfócito B sintetizam anticorpos (glicoproteínas produzidas em resposta à entrada de antígenos (moléculas estranhas), sendo específico a ele) que participam das reações imunes. LEUCÓCITOS OU GLÔBULOS BRANCOS Vindos do sangue por diapedese (saída dos capilares ou vênulas em direção ao tecido por movimentos amebóides), realizam a defesa contra microrganismos agressores através da inflamação (reação vascular (a diapedese aumenta nas invasões) - vermelhidão, dor, calor, inchaço e alteração da função. A inflamação inicia-se com a liberação de mediadores químicos da inflamação que induzem o aumento do fluxo sanguíneo, a permeabilidade vascular (ação da histamina), a quimiotaxia (atração de certas células para a região, como leucócitos) e a fagocitose. Os leucócitos não retornam ao sangue, ao contrário dos linfócitos. CÉLULAS ADIPOSAS Células do tecido conjuntivo especializadas em armazenar energia na forma de triglicerídeos. FIBRAS Proteínas se polimerizam e formam estruturas alongadas que são as fibras. 3 tipos: colágenas, reticulares (ambas de colágeno) e elásticas (de proteínas elastina). Os sistemas de fibras são: Sistema colágeno (fibras colágenas e reticulares) e o sistema elástico (fibras elásticas, elaunínicas e oxitalânicas). O colágeno tem funções estruturais: rigidez, elasticidade e força de tensão, é a mais abundante proteína do organismo (30% peso seco), ocorrendo na pele, osso, cartilagem, lâmina basal, etc. Podem ser: • Colágenos que formam longas fibrilas: Tipo 1, 2, 3, 5 e 11. Osso, dentina, derme: tipo 1 (mais abundante). • Colágenos associados a fibrilas: Ligam as fibrilas de colágeno umas às outras e a outros componentes da matriz extracelular. Tipos: 9, 12 e 14. • Colágenos que formam redes: Tipo 4. Compõem a lâmina basal: papel de aderência e filtração. • Colágenos de ancoragem: Tipo 7, nas fibrilas que ancoram fibras de colágeno (tipo 1) na lâmina basal. Composto por glicina, prolina e hidroxiprolina, suas fibras se formam pela polimerização de tropocolágeno (unidades moleculares alongadas). As fibras são finas e alongadas, com estriações transversais periódicas. • Tipo 1, 2 e 3: microfibrilas (agregados de tropocolágeno) se unem formando fibrilas. • Tipo 1 e 3: fibrilas se unem formando fibras. • Tipo 2: Forma fibrilas mas não forma fibras. • Tipo 4: Não forma nem fibrilas e nem fibras - troprocolágeno se associa formando uma trama (tela de galinheiro). BIOSSÍNTESE DO COLÁGENO TIPO 1 (I) Fibrilas de colágeno tipo I são as mais abundante. As etapas são: 1. Polirribossomos do RER sintetizam cadeias polipeptídicas (preprocolágeno), que ao serem liberadas formam procolágeno. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 20 2. Ocorre a hidroxilação de prolinas e lisinas através de 2 enzimas. 3. Após ser formada a hidroxilisina, inicia-se a sua glicosilação. 4. Cada cadeia alfa é sintetizada com 2 peptídeos de registro nas extremidades que alinham cadeias peptídicas em forma de tríplice hélice, formando a molécula de procolágeno que é exocitado para a matriz extracelular através de microtúbulos. 5. Os peptídeos de registro são removidos, tornando-se tropocolágeno, capaz de polimerizar-se para formar fibrilas de colágeno. 6. As fibrilas se agregam nos tipos 1 e 3 formando fibras. 7. A estrutura fibrilar é reforçada c/ ligações covalentes entre os tropocolágenos. Para ser renovado tem que ser degradado por enzimas colagenases que cortam a molécula e duas partes que posteriormente serão degradadas por proteases (enzimas que degradam proteínas). FIBRAS DE COLÁGENO TIPO 1 (I) Mais abundantes, são brancas devido às fibras elásticas, birrefringentes, de moléculas alongadas e paralelas, formando feixes de colágeno. São acidófilas e se coram por eosina, etc. FIBRAS RETICULARES Formados por colágeno tipo 3, finas, formam uma rede extensa, são argirófilas (coradas com sais de prata) e PAS-positivas. Constituem uma rede flexível em órgãos sujeitos a variação de forma/volume. Formadas por finas fibrilas unidas por pontes de proteoglicanos e glicoproteínas. Se coram em verde. O SISTEMA ELÁSTICO Composto por fibras elásticas, oxitalânicas e elaunínicas. Fibras oxitalânicas consistem de feixes de microfibrilas que possuem fibrilina (formam o arcabouço para a deposição de elastina), fibras oxitalianicas conectam o sistema elástico com a lâmina basal, posteriormente é depositado elastina entre as microfibrilas oxitalânicas, formando as fibras elaunínicas, assim a elastina passa a ocupar todo o centro do feixe de microfibrilas, sendo estas as fibras elásticas. • Fibras oxitalânicas: s/ elasticidade, resistentes à tração. • Fibras elásticas: c/ muita elasticidade. A elastina é rica em glicina e prolina. Suas moléculas são ligadas por ligações covalentes gerando uma rede extensível. As fibras elásticas são responsáveis pela elasticidade da pele. SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL INTERCELULAR Mistura hidratada de glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas multiadesivas. Preenche os espaços entre células e fibras do tecido conjuntivo, atuando como lubrificante e barreira à penetração de microrganismos invasores. Glicosaminoglicanos são polímeros lineares que ligados covalentemente a um eixo protéico forma os proteoglicanos. Proteoglicanos são moléculas com um eixo protéico no centro com cadeias de glicosaminoglicanos (polímeros lineares) ligados nele. Glicoproteínas multiadesivas são compostos protéicos ligados a cedeias de glicídios. Glicoproteínas realizam a interação entre células adjacentes. A laminina participa da adesão intercelular. As integrinas são proteínas receptoras de matriz, transmembranas, que interagem com componentes da matriz Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 21 extracelular. Também aumenta, junta à fibronectina a habilidade de tumores cancerosos de invadir outros tecidos. Fluido tecidual: Fluido, semelhante ao plasma sg. (íons e substâncias difusíveis) nos tec. conjuntivos. O sangue traz ao tecido nutrientes e leva produtos de refugo através de 2 forças: pressão hidrostática do sangue e pressão osmótica. Na metade arterial dos capilares passa água destes para o tecido, e na metade venosa dos capilares passa água do tecido para os capilares, voltando ao sangue. Algum líquido remanescente retorna ao sangue por vasos linfáticos. TIPOS DE TECIDOS CONJUNTIVOS De acordo com os componentes ou a organização estrutural. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO 2 classes: • Tecido conjuntivo frouxo: Ocorreem estruturas sujeitas a pressão ou atrito. Contém todos os elementos estruturais sem haver predominância. Sem resistência à tração, flexível. As células mais encontradas são fibroblastos e macrófagos. • Tecido conjuntivo denso: Oferece resistência e proteção. Predominância de fibras colágenas - menos flexível e mais resistente à tensão, fibras sem orientação definida - denso não modelado: resistente a tração feita em qualquer direção; Suas fibras não são organizadas quanto a uma orientação. Denso modelado possui feixes de colágeno paralelos entre sí e entre os fibroblastos, em respostas à tração feita em uma só direção, ex.: tendão. TECIDO ELÁSTICO Feixes de fibras elásticas espessos e paralelos. Possui grande elasticidade. Os espaços entre as fibras é ocupado com fibras delgadas de colágeno e fibroblastos achatados. TECIDO RETICULAR Forma uma rede 3D, suporta as células de certos órgãos, formados por células reticulares (fibras reticulares associadas a fibroblastos) dispersas em uma matriz, cobre parcialmente fibras reticulares e substância fundamental, formando uma estrutura trabeculada, onde ficam livres células e fluidos. TECIDO MUCOSO Consistência gelatinosa por ter muito matriz fundamental composta de ácido hialurônico, possui poucas fibras. Principais células desse tecido são os fibroblastos. TECIDO ADIPOSO Capítulo 6 Tecido conjuntivo onde predomina células adiposas (adipócitos) que estão isoladas em pequenos grupos ou formando grandes agregados (tecido adiposo). É o maior depósito corporal de energia em forma de triglicerídeos. Células hepáticas e músculo esquelético acumulam energia na forma de glicogênio. Triglicerídeos são mais eficientes porque fornecem 9,3 Kcal/g contra 4,1 Kcal/g do glicogênio, porém não são depósitos estáveis, mas se renovam, sendo influenciados por estímulos nervosos e hormonais. Fica embaixo da pele, assim modela a superfície, forma coxins absorventes de choques, contribui para o isolamento térmico do organismo, preenche espaços, mantêm os orgãos em suas posições, e possui atividade secretora ao sintetizar algumas moléculas. Duas variedades: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 22 1. Tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular: Células possuem apenas um gotícula de gordura que ocupa quase todo o seu citoplasma. 2. Tecido adiposo parto ou multilocular: Células com numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias em seu citoplasma. TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR Sua cor branco/amarela deve-se ao acúmulo de carotenos dissolvidos nas gotículas. Predomina nos adultos. Seu acúmulo depende do sexo e da idade. Forma o panículo adiposo, camada sob a pele de espussura uniforme em todo o corpo do recém-nascido. Suas células isoladas são esféricas e quando no tecido, são poliédricas devido à compressão recíproca entre as células. A gotícula lipídica é removida por solventes orgânicos (xilol), assim é mostrado somente uma fina camada de citoplasma, como um anel. Deve-se realizar cortes histológico por congelação (criometria) e coloração por Sudam III (alaranjado) ou Sudam Black. Cada célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal, sua membrana plasmática possui várias vesículas de pinocitose. Apresenta septos de conjuntivo com vasos e nervos de onde partem fibras reticulares (colágeno III) que sustentam os adipócitos (tecido conjuntivo de sustentação). A vascularização é abundante ao se considerar a pequena quantidade de citoplasma. DEPOSIÇÃO E MOBILIZAÇÃO DOS LIPÍDIOS Os lipídios armazenados estão na forma de triglicerídeos que se originam da alimentação, sendo tragos pelos quilomícrons, do fígado e do intestino, sob a forma de lipoproteínas de pequeno peso molecular (VLDL) e da síntese a partir da glicose nos adipócitos. • Quilomícrons: Partículas formadas nas células epiteliais do intestino delgado, a partir dos nutrientes. Adipócitos sintetizam ácidos graxos e glicerol a partir da glicose (a insulina acelera esse processo ao estimular a penetração de glicose nas células). Inervados pelas fibras do sistema nervoso autônomo, as terminações encontram-se nas paredes dos vasos sanguíneos, e somente algumas células são inervadas, contrário ao multilocular, onde as fibras atingem diretamente os vasos e os adipócitos. Por estímulos nervosos, mobiliza-se gordura como fonte de energia em condições de exercícios físicos, jejuns ou frio. Na remoção, os estímulos ocorrem primeiramente nos depósitos subcutâneos, do mesentério e retroperitoniais, sendo que coxins (mão e pé) resistem muito à desnutrição. Em períodos de fome, toda a gordura da célula é perdida, e esta transforma-se em fusiforme ou poligonais, com raras gotículas lipídicas. É secretor, pois sintetiza moléculas como a leptina (hormônio protéico que regula a quantidade de tecido adiposo no corpo e a ingestão de alimentos - diminui a ingestão e aumenta o gasto energético) e a lipase lipoprotéica. PROCESSOS DE DEPOSIÇÃO E REMOÇÃO DE LIPÍDIOS NOS ADIPÓCITOS Forma-se os quilomícrons nas células epiteliais do intestino a partir dos nutrientes absorvidos. Esses quilomícrons deixam as células epiteliais e penetram nos capilares linfáticos e posteriormente atingem o sangue circulando assim por todo o organismo, sendo que aí, a enzima lipase lipoprotéica hidrolisa os quilomícrons liberando ácidos graxos e glicerol, que se difundem no citoplasma dos adipócitos, onde se recombinam formando triglicerídeos que são depositados. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” 1º - integral - 2011 Ivan J M Oliveira Página. 23 Quando necessário, ocorre a hidrólise dos triglicerídeos pela liberação do neurotransmissor noradrenalina por parte das terminações dos nervos simpáticos, que ativam a lipase sensível ao hormônio promovendo a liberação de ácidos graxos e glicerol armazenados, que se difundem pelos capilares, sendo que os ácidos graxos serão utilizados como fonte de energia e o glicerol será reaproveitado pelo fígado. • Obesidade: Desequilíbrio dos sistemas reguladores do peso devido a fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Resulta da ingestão da calorias além da necessidade, logo ocorre o aumento da quantidade de triglicerídeos depositados em cada adipócito. Calorias não gastas são depositadas no tecido adiposo unilocular. HISTOGÊNESE DO TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR Originam do mesênquima, dos lipoblastos, semelhantes aos fibroblastos, porém acumulam gordura em seu citoplasma, sendo que no início as gotículas são separadas entre si e posteriormente se fundem em uma única. Uma célula mesenquimal indiferenciada origina os fibroblastos e os lipoblastos, estes últimos diferenciam-se em células adiposas (adipócitos). TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR Possui cor parda/marrom devido às muitas mitocôndrias e à abundante vascularização, possui distribuição limitada, em determinadas áreas, principalmente no recém-nascido. Este tecido não cresce, logo é mínimo no adulto. As células são menores e com forma poligonal, seu citoplasma tem várias gotículas lipídicas, com várias mitocôndrias cujas cristas são longas, podendo ocupar toda a sua espessura. Especializado na produção de calor, auxilia na termorregulação em recém-nascidos através da oxidação dos ácidos graxos que gera calor e não ATP - a energia é dissipada na forma de calor e não é usada para fazer ATP, esse calor aquece o sangue que aquece todo o corpo, isso ocorre porque as suas mitocôndrias possuem uma proteína transmembrana chamada termogenina ou UCP1. As terminações nervosas são abundantes em torno da célula assim como nos vasos
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