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CCJ0052-WL-B-APT-11-TP Redação Jurídica-Respostas Plano de Aula

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
011 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
1 de 2 
Data: 
27/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-011/WLAJ/DP 
TRABALHO PARA AV2 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-11 
 
QUESTÃO 
 
Leia o caso concreto seguinte e produza a ementa e a fundamentação do Parecer. Utilize, além dos 
argumentos sugeridos na aula anterior, os que são trabalhados neste encontro. 
 
Texto 
 
João da Silva e outros detentos da cela quatro, custodiados na 20º Delegacia de Polícia do Estado do Rio 
de Janeiro, ingressaram com ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de reparação por danos morais 
em face do Estado do Rio de Janeiro, com fulcro no art. 37, § 6º da CRFB/88. 
Alegam em síntese que por culpa do Estado se encontram submetidos a situação degradante, custodiados 
em local sem aeração adequada, insalubre e com problemas de superlotação. Além disso, informam que 
convivem diuturnamente com pessoas que possuem doenças contagiosas e que não existe qualquer privacidade 
no referido local. 
No pedido da ação, os detentos requerem a transferência para unidade prisional adequada e a condenação 
do Estado ao pagamento por danos morais. 
O Estado réu em sua defesa alegou que não desconhece a precariedade das carceragens da 20ª Delegacia 
de Polícia, bem como de todo o conjunto carcerário, porém afirmou que não se encontra omisso quanto à busca 
da solução dos problemas dessa área, citando como exemplo a aprovação de créditos para a construção de cinco 
novos estabelecimentos prisionais, o que afastaria por completo qualquer responsabilidade por parte da 
Administração Pública. 
Acrescentou o Estado que é fato notório o aumento da criminalidade, o que prejudica qualquer 
planejamento estatal sobre a matéria, sustentando que a propositura de ações como a presente não soluciona o 
problema. 
Enfatizou ainda a impossibilidade fática do cumprimento de uma eventual sentença de procedência para 
promover a transferência dos autores para outros estabelecimentos prisionais, diante da necessidade de se alocar 
recursos não previstos, não se levando em consideração todas as dificuldades do Estado. Pleiteou a 
improcedência total dos pedidos formulados pelos autores. 
 
Sugerimos consultar as seguintes fontes jurisprudenciais: 
 
1) TJRJ - Embargos infringentes proc. nº. 0009573-98.2005.8.19.0061. 
 
2) Em nada contribui para a melhoria do sistema prisional do Brasil a concessão, individualmente, de indenização 
por dano moral a detento submetido à superlotação e a outras agruras que permeiam (e envergonham) nossos 
estabelecimentos carcerários. A medida, quando muito, servirá tão-só para drenar e canalizar escassos recursos 
públicos, aplicando-os na simples mitigação do problema de um ou só de alguns, em vez de resolvê-lo, de uma 
vez por todas, em favor da coletividade dos prisioneiros. A condenação do Estado à indenização por danos morais 
individuais, como remédio isolado, arrisca a instituir uma espécie de "pedágio-masmorra", ou seja, deixa a 
impressão de que ao Poder Público, em vez de garantir direitos inalienáveis e imprescritíveis de que são titulares, 
por igual, todos os presos, bastará pagar, aos prisioneiros que disponham de advogado para postular em seu 
favor, uma "bolsa-indignidade" pela ofensa diária, continuada e indesculpável aos mais fundamentais dos direitos 
assegurados constitucionalmente. (RECURSO ESPECIAL Nº 962.934 - MS (2007/0145328-6). 
 
RESPOSTA: 
 
PRECARIEDADE DO SISTEMA CARCERÁRIO. 
Danos Morais - Princípio da dignidade da pessoa 
humana – Segurança da sociedade - Reserva Legal. 
Parecer à improcedência total dos pedidos 
formulados pelos autores. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
APT: 
011 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
2 de 2 
Data: 
27/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Aplicação Prática Teórica-011/WLAJ/DP 
 
O fato da superlotação e da precariedade do sistema carcerário, embora a sua administração 
seja de responsabilidade do estado, na justifica a reparação por danos morais aos detentos que ali se 
encontram porque estaria instituindo uma espécie de “pedágio masmorra” ou até mesmo uma “bolsa 
indignidade”, e também oneraria mais ainda os cofres públicos, além de diminuir a capacidade 
financeira do Estado para investir na prevenção contra o aumento de criminalidade. 
Embora os detentos estejam alegando como justificativa para indenização pelo Estado o 
principio da dignidade da pessoa humana, vale lembrar que estes são uma minoria transgressora e 
que estão encarcerados justamente pelo fato dos mesmos terem idos contra tal principio além de 
outros, daí o uso da capacidade punitiva Estatal. 
É dever do Estado garantir e zelar pela segurança da sociedade e esta se perfaz por meio de 
regras positivadas em nosso ordenamento jurídico, as quais devem ser observadas por todos, 
inclusive é inescusável a alegação de seu desconhecimento. O Fato do Estado estar cumprindo seu 
papel, Reserva Legal, ao punir aqueles que praticaram crimes reprováveis em nossa sociedade, na 
dá direito dos apenados solicitarem indenizações pelas condições do sistema carcerário. 
Portanto não é concedendo indenização aos detentos que vai diminuir a criminalidade em 
nosso país. 
 
 
Ante o exposto, opino pela total improcedência dos pedidos formulados pelos autores. É o 
parecer, salvo melhor juízo. 
 
Recife, 27 de agosto de 2013. 
 
____________________________________ 
Advogado 
OAB 
 
 
 
____________________________________ 
 
Waldeck Lemos de Arruda Junior 
 
 
==XXX==

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