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Na aula passada foi proposta um panorama de apresentar o Estado como uma forma específica de sociedade. - Quais os elementos que compõem o Estado?- Esses aspectos serão apresentados na sua teoria clássica.- Objetivos da Aula: oferecer noções teóricas sobre a natureza e as finalidades do Estado, sua origem, evolução, instituições e etc. • 3.1. A Soberania Foi afirmado na era moderna.- É um conceito com uma importância prática muito grande, porque para se pensar em Estado Moderno é necessário pensar no poder soberano. - Essa noção também é utilizada para identificar situações adversas de partes opostas, como por exemplo, uma disputa territorial → p. ex.: As Ilhas Malvinas (Argentina x Inglaterra). - Soberania é uma característica fundamental do Estado. - Na Antiguidade não havia qualquer noção semelhante à soberania.- Havia a noção de autarquia, um poder acima das sociedades familiares.- O conceito surgirá na Idade Média que surge essa necessidade de afirmação de poder supremo, pois havia várias ordens jurídicas concorrendo com a ordem jurídica do monarca. - Havia conflito na aplicação do direito. - A Antiguidade não chegou a conhecer o conceito de Soberania, faltava o dado da oposição do Estado e outros poderes. - O conceito não é desenvolvido a partir de uma noção abstrata, mas de uma noção concreta. - Já a partir do séc. XII, o monarca vai ser afirmando como soberano de todo o reino. E vai afirmando o poder supremo de caráter jurídico. Compete a ele o poder de colocar o direito e aplicar a jurídica. - A soberania tem um aspecto interno, onde ele se coloca como dominador de um território, e um externo, onde o monarca se coloca como poder independente dos outros reinos e da Igreja. - 3.1.1. Afirmação Histórica da Soberania. Diz que a teoria da soberania começa antes. Já no séc. XI foi desenvolvida uma teoria por teólogos espanhóis, Francisco de Vitória, Francisco Soares, de soberania externa. Que é a justificação do processo de colonização. ○ No centro das suas doutrinas eles representam a comunidade internacional como uma sociedade de repúblicas, e todos os Estados seriam livres e independentes, mas se submeteriam a um Direito, um Direito das Gentes. Esse Direito não era um Direito Positivado, mas uma reunião de costumes tradicionais. ○ Caráter eurocentrico. ○ Mas este modelo de Francisco entra em crise com a consolidação da afirmação de Estados Nacionais. ○ Esse modelo não entende que o Estado deva sofrer limites, tal como nessa teoria. ○ Todos os Estados estão numa condição de igualde jurídica, não de fato, e os povos da América não teriam essa mesma condição fática de se impor aos Estados Europeus. ○ Ferrajoli: distinção entre a afirmação da afirmação da soberania interna e da soberania externa. - A partir do séc. XVI, em grande parte com a teoria de Bodin, afirma-se essa ideia de - 3.1.2. Noção e Características da Soberania. Elementos do Estado I: Soberania e Território quarta-feira, 23 de outubro de 2013 09:42 Página 1 de Teoria Geral do Estado A partir do séc. XVI, em grande parte com a teoria de Bodin, afirma-se essa ideia de soberania absoluta. - O objetivo político da época era a unificação do poder político. Para garantir essa unidade, o único caminho possível seria a afirmação de um pode absoluto. Se não houvesse essa afirma não seria possível a construção do Estado Nacional. - Ele descreve a soberania como poder absoluto e perpétuo de uma república. ○ Absoluto: não sofre nenhum tipo de limitação ou concorrência. Não há nenhuma lei humana que limite o monarca. Ele só sofre a limitação de Deus. O monarca não poderia contrariar as leis divinas, por mais que ele fosse poderoso ele não poderia contrariar o poder de Deus. ○ Perpétuo porque a soberania não pode ser exercida por um tempo determinado, senão ele não seria um soberano, ele seria um guardião. ○ Não está em Bodin essa ideia, mas existe a característica da soberania ser intransferível. ○ O soberano seria livre em aderir a um poder internacional, a um tratado. Já que o acordo seria uma forma de limitar o poder. ○ Bodin escreve num contexto em que ele partia do exemplo da monarquia francesa. Ele a descrevia e procurava justificar o poder absoluto do monarca francês. - Num segundo momento, desenvolvem-se as doutrinas democráticas da soberania que operam a soberania como uma transferência do poder da associação de indivíduos para o governante. - Rosseau não admite a transferência da vontade geral para representantes. - Diz também que a soberania é indivisível, a vontade só será geral se todos participarem da sua formulação. - O poder soberano não poder exigir da sociedade questões inúteis, sobrecarregando a atividade social. E também não pode haver privilégios. - Serve como uma justificação para as Revoluções Liberais, em especial a Revolução Francesa. - Ganha corpo ao longo do século XIX, sobretudo porque interessa às sociedades, porque o poder acaba sendo afirmado pelo povo, no âmbito interno. - Mas no campo externo a soberania não encontra limites, se afirma absoluta, possibilitando a ocorrência do imperialismo, onde os Estados mais poderosos acabam dominando os mais fracos. - Isso é fruto do constitucionalismo.- A partir da década de 40 há também a limitação pelos Direitos Humanos. - O poder soberano não pode, desse modo, ser visto como um poder absoluto. - A soberania que era um poder político transforma-se também em poder jurídico.- Falar em soberania é falar em poder. - Num primeiro momento a soberania era um poder incontrastável de querer coercitivamente e de fixar competências, na perspectiva política. - Em oposição a essa concepção fundamentada no poder, existe a concepção de que a soberania é o poder de decidir em ultima instância sobre a atributividade das normas jurídicas, ou seja, é poder de estabelecer qual é poder que vale e tem funcionalidade. - Uma outra maneira de definir soberania é trazida por Schimmit, que é o poder decide onde se aplica o Estado de exceção, de decidir quando que ele não se submete ao direito. - Essa concepção jurídica acaba não revelando o elemento essencial do conceito de soberania, mas acaba limitando a soberania dos Estados no campo internacional. - Há uma terceira posição segundo a qual a soberania não pode ser compreendida como uma mera redução ao Direito. - Temos um elemento de força e o elemento de fazer juridicamente.○ Reale: soberania é o poder de organizar-se juridicamente e fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões no limites dos fins éticos de convivência. - 3.1.2.1. Conceito Político e Conceito Jurídico de Soberania Página 2 de Teoria Geral do Estado Quem é o soberano e por que ele é soberano?- Quem a detém é o monarca por vontade divina. ○ Seria, num primeiro momento, Deus quem constituía o príncipe. ○ Num segundo momento a soberania vem do povo com a concordância de Deus. ○ As primeiras teorias foram desenvolvidas no final da Idade Média eram as teorias teocráticas. - Depois se desenvolveram as teorias democráticas da soberania. O titular não é mais o monarca, é povo. - Esse povo inicialmente foi compreendido como uma massa anaforma.- Posteriormente o povo foi concebido como a nação. Não são mais as pessoas num momento histórico, mas o conjunto das pessoas que construíram, que constroem e virão. - Se a nação é a soberana, ela que escolhe quem exercerá o poder. - Num terceiro momento o titular da soberania é o Estado, como pessoa jurídica. - Marca a firmação do caráter jurídico. - O povo é quem formula a vontade do Estado. - 3.1.2.3. Justificação e Titularidade da Soberania. O objeto da soberania é a superioridadeno âmbito interno e sua independência no âmbito externo. - É possível mostrar o erro do uso arbitrário do poder.○ Para quê a soberania ser afirmada?- 3.1.2.4. Obejto e Significação da Soberania 3.2. Território Na Antiguidade não era relevante essa necessidade.- Foi na Idade Média que surgiu essa necessidade de limitar o espaço de atuação política e jurídica do monarca, evitando, assim, os conflitos. - O território é o substrato material e geográfico do Estado.- Bordeau: não é necessário, mas apenas o espaço.○ Kelsen: âmbito de validade jurídica da ordem estatal. ○ Várias doutrinas foram sendo desenvolvidas:- Cria conflitos com a propriedade particular. Parte delas vai nos remeter que essa relação é uma relação de propriedade, de direito público. ○ Noção de Imperio: o poder não se exerce sobre o território, mas sobre as pessoas que estão nesse local. ○ Há outra que diz que o poder do Estado se exerce sobre o espaço e sobre as pessoas. ○ Não existe Estado sem território, apesar de que esse Estado pode perder o território, totais ou parciais, sem deixar de existir. O território é que estabelece a limitação da ação soberana do Estado. Podemos concluir:○ Numa síntese o território é base física do Estado.○ Há um conjunto de teorias que trata da natureza dessa relação do Estado com o Território. - 3.2.1. Noção e Carcterísticas Problemas: ar e mar- Hoje o limite mais consolidado é o limite de 200 mil milhas marítimas.○ A afirmação não é propriamente bélica, é uma questão econômica.○ Mar: foi construído por meio de tratados.- Mas a partir da 1ª Guerra e da 2ª foram desenvolvido os modelos de aviões. ○ A aviação civil pode navegar sem que prejudique os Estados.○ Problemas: drones, foguetes e satélites.○ Ar: inicialmente se convencionou que o ar vai até o infinito.- 3.2.3. Limites do Território Página 3 de Teoria Geral do Estado Problemas: drones, foguetes e satélites.○ Princípios jurídicos; A proibição da apropriação por parte de qualquer estado do espaço ultra- terrestre. ONU desde 63:○ Página 4 de Teoria Geral do Estado