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CCJ0020-WL-B-PP-Ponto 12 – Do Processo Legislativo - Sabrina Rocha

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1 
 
Curso completo de Direito Constitucional 
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha 
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12 
 
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das 
obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. 
J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso 
D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura 
Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio 
Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson 
Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & 
William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a 
apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos 
pessoais. 
 
PONTO 12 – DO PROCESSO LEGISLATIVO 
 
O processo legislativo compreende uma série de atos legislativos 
destinados a criação de espécies normativas. Estas espécies normativas 
compreendem emendas à Constituição, leis (Complementares, Ordinárias e 
Delegadas), medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções, tudo 
conforme o artigo 59 da CF, que reza.. 
 
Art. 59 – O processo legislativo compreende a elaboração de 
I - emendas à constituição 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
 
Inicialmente cabe expressar um detalhe muito importante. A Emenda à 
Constituição, que é superior a todas as demais espécies normativas, altera e 
passa a fazer parte do texto Constitucional. Entre as demais espécies 
normativas não há qualquer hierarquia jurídica. 
 
12.1 – EMENDA À CONSTITUIÇÃO 
 
A primeira noção que devemos ter é a de que uma vez promulgada uma 
emenda constitucional ela passa a ter a mesma hierarquia das demais 
normas constitucionais. A única diferença é que poderá sofrer controle de 
constitucionalidade, o que não é possível nas regras do Poder Originário.. 
Esta espécie normativa serve para adequar às novas dinâmicas sociais 
a norma suprema. A Reforma Constitucional pode ser por Revisão ou por 
Emenda. 
O modo de elaboração das EMENDAS CONSTITUCIONAIS, consta no 
art. 60 da CF/88 e iremos abordá-lo a seguir. No tocante à REVISÃO 
2 
 
CONSTITUCIONAL encontra-se prevista no art. 3º, do ADCT (ADCT - significa 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). 
A Constituição da República, promulgada em 5 de outubro de 1988, já 
foi alvo de 52 Emendas Constitucionais e de 06 de Revisão Constitucional. 
Quando foi aprovada nossa Constituição possuía 245 artigos em sua parte 
permanente e 70 artigos em sua parte transitória denominada de ADCT - Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias. 
Hoje, em 2006, se vocês tiverem a curiosidade de contar, perceberão 
que a nossa Constituição de 1988, computadas as suas últimas alterações 
promovidas pela Emenda Constitucional nº 52, promulgada em 8/3/2006, 
possui 250 artigos em sua parte permanente e 94 artigos em sua parte 
transitória. 
 
CF/88 Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
 
§1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
 
§2º - A proposta será discutida e votadaem cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos 
dos votos dos respectivos membros. 
§3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
 
§4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
 
 Passaremos a analisar o art. 60, da Constituição de 1988 e perceberemos 
que há vários requisitos, conhecidos por limitações para que a Constituição 
seja modificada através de emenda. 
 
 Genericamente essas limitações são classificadas em limitações 
formais, limitações circunstanciais e limitações materiais, que já 
analisamos no início do nosso estudo. 
 
 iniciativa restrita(incisos I a III, do art. 60), porque poucos podem 
formular proposta de Emenda Constitucional.Apenas o Presidente da 
República; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; ou mais da metade das 
3 
 
Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros 
 
 a discussão e votação (§2º, do art. 60)dar-se-ánas duasCasas do 
Congresso Nacional, ou seja, na Câmara dos Deputados e no Senado 
Federal, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambas, 3/5 dos votos dos respectivos membros. 
 
 a promulgação (§3º, do art. 60)será realizada pelas mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal. 
 
 em caso de rejeição, a matéria não poderá ser objeto de nova 
propostana mesma sessão legislativa(§5º, do art. 60). De igual modo 
acontece com a matéria constante de proposta de emenda 
constitucional havida por prejudicada, assim entendida aquela que 
nem chegou a ser posta em votação por não atender, por exemplo, os 
requisitos quanto à sua iniciativa ou que tenha sido proposta na vigência 
de intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio. 
 
 Sessão legislativa éperíodo de reunião anual do Congresso 
Nacional que vai de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de 
agosto a 22 de dezembro (CF/88, art. 57, caput, com redação 
dada pela EC nº 50, de 14-2-2006). 
 
 
 Circunstanciais - Referem-se as circunstâncias, constantes do §1º do art. 
60, conhecidos como estados de legalidade extraordinária: intervenção 
federal(CF,art. 34), de estado de defesa(CF,art. 136) e estado de sítio (CF, art. 137) 
durante estes períodos a Constituição não poderá ocorrer emenda. 
 Materiais - São as famosas cláusulas pétreas. As cláusulas pétreas, 
constantes dos incisos I a IV, do §4º do art. 60, impedem que sequer seja 
objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir : 
 a forma federativa de Estado; 
 o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 a separação dos Poderes, 
 os direitos e garantias individuais 
 
 Essas normas (cláusulas pétreas, núcleo duro) não podem ser 
modificadas pelos agentes políticos investidos do poder constituinte 
derivado. Assim, não pode haver emendas constitucionais supressivas sobre 
os quatro assuntos aqui relacionados. 
 Pelo fato de a nossa Constituição dispor destas cláusulas pétreas que não 
podem ser revogadas pelo Poder Constituinte Derivado, faz com que alguns 
estudiosos a classifiquem também como uma CONSTITUIÇÃO SUPER 
RÍGIDA. 
 
 Formais - A doutrina se refere ainda às limitações procedimentais que 
são os caminhos necessários para se propor e apreciar uma emenda 
constitucional. Estabelece quem pode, como fazer e quando fazer. 
 
4 
 
Os estudiosos são unânimes em afirmar que além das limitações 
expressas que são previstas no texto da Constituição (Limitações 
formais, limitações circunstanciais, limitações materiais) há outras que 
não estão expressas sendo assim implícitas. O exemplo mais citado é o da 
impossibilidade de uma emenda à Constituição revogar qualquer dos inciso ou 
parágrafos da art. 60 da nossa Constituição. Segundo a melhor doutrina, a 
aprovação de emenda constitucional,alterando o processo legislativo da 
própria emenda, ou revisão constitucional, tornando-o menos difícil, não seria 
possível, porque haveria um limite material implícito ao poder constituinte 
derivado em relação a essa matéria. 
 
12.2 – REVISÃO CONSTITUCIONAL 
 
 Art. 3º do ADCT. A revisão constitucional será realizada após cinco 
anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
 Esta Revisão prevista no art. 3º do ADCT-Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias já foi concluída. Iniciada em 1993 e concluída em 
1994, o saldo dela resultante foram (seis) emendas, denominadas Emendas 
Constitucionais de Revisão, respectivamente numerada de 1 a 6. 
 
 Com relação as limitações, a revisão sujeitou-se a limitações formais e 
materiais. As formais foram a necessidade de maioria absoluta em sessão 
unicameral do Congresso Nacional. As materiais, conforme Jurisprudência do 
STF, foram as mesmas limitações materiais de a que estão submetidas 
as Emendas à Constituição (cláusulas pétreas). 
 
12.3 – LEIS COMPLEMENTARES 
 
CF Art. 69 As leis complementares serão aprovadas por maioria 
absoluta. 
 
Assim, para aprovação de um projeto de lei complementar serão 
necessários os votos favoráveis de mais da metade do total dos membros de 
determinada Casa Legislativa. Trata-se da maioria absoluta. Exemplo: A 
câmara federal conta com um total de 513 deputados federais. Uma lei 
complementar para ser aprovada necessita de no mínimo 257 votos favoráveis. 
Assim 257 votos representam o primeiro número inteiro superior a metade (a 
metade é 256,5). O senado conta com 81 senadores, assim, para ser 
aprovada, uma lei complementar necessita de 42 votos favoráveis. 
 
12.4 – LEIS ORDINÁRIAS 
 
 Para sabermos o quorum para aprovação de um projeto de lei 
ordinária precisamos atentar para o disposto no art. 47 da CF/88, cujo teor é o 
seguinte. 
 
5 
 
Art. 47.Salvo disposição constitucional em contrário, as 
deliberações de cada Casa e de suas comissões serão 
tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta 
de seus membros. 
 
 
 Pois bem O art. 47 da CF/88 (cuja regra se aplica quando a Constituição não 
prevê número específico de apoios para determinada matéria) trata do número 
mínimo de votos parlamentares para dar início a uma reunião. Neste nosso 
trabalho podemos denominar de quorum de instalação. O artigo 47 cuida 
ainda do número mínimo de parlamentares para que determinada matéria seja 
aprovada, passaremos a denominar este último de quorum para aprovação. 
Só se instala a sessão deliberativa com a presença da maioria absoluta dos 
membros integrantes da Casa Legislativa. Maioria absoluta representa mais 
da metade dos membros que integram determinada Casa Legislativa. Em 
termos técnicos a maioria absoluta representa o primeiro número inteiro 
superior a metade. Caso estejam presentes essa maioria absoluta, haverá 
condições para o início da discussão e votação. Diz ainda o artigo que tendo 
início a discussão com a presença da maioria absoluta (quorum de 
instalação), as decisões serão tomadas por maioria simples de votos dos 
parlamentares presentes. Esta maioria de votos é chamada de maioria 
simples. Assim, um projeto de lei ordinária ao ser posto em votação terá votos 
favoráveis, votos contrários e abstenções de voto dos membros da Casa 
Legislativa que estiverem efetivamente presentes. O projeto será aprovado 
se receber a maioria de votos favoráveis. Por outro lado, em sentido 
oposto, se a maioria dos presentes forem contrários o projeto será 
rejeitado. 
 Desta forma para que seja aprovado um projeto de lei ordinária serão 
necessários os votos favoráveis da maioria simples (quorum de aprovação) 
entre os presentes. Desde que estejam presentes a reunião a maioria absoluta 
dos membros de determinada Casa Legislativa (quorum de instalação).Trata-
se da maioria simples. 
 
Vamos a um exemplo: 
Na câmara dos deputados, que tem 513 deputados federais, para ter 
início uma sessão de votação necessitam estar presentes 257 (maioria 
absoluta dos membros). Estando presentes no mínimo 257 deputados, a lei 
ordinária será aprovada com a maioria simples dos votos dos deputados 
presentes à sessão. Suponha que 120 digam sim, 110 digam não e 27 se 
abstenham de votar, neste caso a lei ordinária será aprovada. 
 
12.4.1 – HIERARQUIA entre LEI COMPLEMENTAR e LEI ORDINÁRIA 
 
Hierarquia para o Direito, é a circunstância de uma norma encontrar sua 
nascente, sua fonte geradora, seu fundamento de validade, numa norma que 
lhe é superior. A lei é hierarquicamente inferior à Constituição porque encontra 
na Constituição o seu fundamento de validade. Só existe lei porque a 
Constituição a cria. 
6 
 
A lei ordinária encontra seu fundamento de validade na lei 
complementar? Claro que NÃO. Tanto a lei ordinária quanto a lei complementar 
encontram seu fundamento de validade no Texto Constitucional.Portanto, não 
há hierarquia entre a lei complementar e lei ordinária. 
Portanto, quais as diferenças entre lei ordinária e lei complementar? São 
duas: 
 Diferença material – somente poderá ser objeto de lei complementar a 
matéria taxativamente prevista na Constituição Federal, enquanto todas 
as demais matérias deverão ser objeto de lei ordinária. 
 Diferença formal – diz respeito ao processo legislativo, na fase de 
votação. O quorum para aprovação da lei ordinária é de maioria simples 
(art. 47). O quorum para aprovação de lei complementar é de maioria 
absoluta (art. 69). 
Um exemplo nos deixará mais calmo. Nossa Câmara dos Deputados tem 513 
pessoas e 257 estão presentes, há o que se chama quorum (estão presentes a 
maioria dos membros). 
 Para aprovar uma lei ordinária: basta que a maioria simples dentre os 
presentes votem favoravelmente ao projeto. Para iniciar-se a 
deliberação (votação) faz-se necessária a presença de no mínimo 257 
Deputados. 
 Para aprovar uma lei complementar: são necessários 257 votos 
favoráveis, ou seja, a maioria absoluta dos membros da Câmara dos 
Deputados. 
 
 12.5 – LEI DELEGADA 
 
Uma característica específica da lei delegada é que ela é elaborada pelo 
próprio Presidente da República, mediante solicitação ao Congresso Nacional. 
Constitui exercício de atribuição legislativa atípica. 
O instrumento de controle de que dispõe o Congresso Nacional em 
relação a lei delegada encontra-se disposto no art. 49, V, da CF/88, assim “é 
da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem...dos limites de delegação legislativa”. 
Existe a DELEGAÇÂO ABERTA, aquela na qual o Congresso Nacional 
delega a atribuição ao Presidente da República, mas ratificará a lei antes de 
sua promulgação. Não é permitido ao Congresso modificar nada. Ele ratifica ou 
rejeita por intero. (art. 68, § 3º). DELEGAÇÃO FECHADA, aquela na qual o 
Congresso Nacional delega ao Presidente estabelecendo os limites exatos de 
atuação. (art. 69, § 2º). Vai existir um controle preventivo, no primeiro caso, e 
repressivo, no segundo. 
 
12.6 – MEDIDAS PROVISÓRIAS 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da 
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
7 
 
 
12.6.1 - TRAMITAÇÃO 
 
a) Competência: do Presidente da República. 
b) Início da votação: as MP terão sua votação iniciada na Câmara dos 
Deputados. 
c) Pressupostos constitucionais das MPs: relevância e urgência. 
d) Prazo de vigência: será de 60 dias o prazo de vigência da medida 
provisória contados da sua publicação no Diário Oficial, 
suspendendo-se a contagem do prazo durante os períodos de recesso 
do Congresso Nacional. 
e) Regime de urgência: se a MP não forapreciada em até 45 dias 
contados da sua publicação entrará em regime de urgência, 
subseqüentemente, em cada um das Casas do Congresso Nacional 
(CN), ficando sobrestadas todas as demais deliberações da Casa em 
que estiver tramitando (ocorre o que a imprensa denomina de 
trancamento da pauta). 
f) Prorrogação do prazo de vigência: prorrogar-se-á uma única vez por 
igual período a MP que não tiver a sua votação encerrada nas duas 
Casas do CN no prazo de 60 dias de sua vigência. 
g) Vedação de reedição das MP: na mesma sessão legislativa, é 
vedada a reedição de MP que tenha sido rejeitada ou que tenha 
perdido sua eficácia por decurso do prazo. 
h) Perda de eficácia: se a MP não for convertida em lei no prazo de 
sua vigência (60 dias prorrogável por igual período)perderá a eficácia 
desde a edição (publicação no Diário Oficial). 
i) Em caso de perda de eficácia: deve o Congresso Nacional 
disciplinar, em até 60 dias, por decreto legislativo, as relações jurídicas 
delas decorrentes. Se o Congresso Nacional não o fizer, as relações 
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a 
vigência da MP conservar-se-ão por ela (pela MP) regidas. 
j) Juízo prévio sobre os pressupostos: a deliberação de cada uma das 
Casas do CN sobre o mérito das MP dependerá de juízo prévio sobre 
o atendimento de seus pressupostos constitucionais (relevância e 
urgência). Caberá á comissão mista de Deputados e Senadores emitir 
parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário 
de cada uma das Casas do CN. 
k) Alteração do texto da MP: aprovado o projeto de lei de conversão de 
MP alterando o texto original, esta manter-se-á integralmente em 
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. 
l) Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação 
extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente 
incluídas na pauta de convocação (§ 8º, art. 57). 
 
12.6.2 – POSSIBILIDADES DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS 
 
8 
 
 
1. instituir ou majorar tributos: a exemplo do Imposto de Importação-II, 
Imposto de Exportação-IE, do Imposto sobre Produtos 
Industrializados-IPI, Imposto sobre Operações Financeiras-IOF e 
Imposto Extraordinário de Guerra-IEG. No caso de impostos 
submetidos ao princípio da anterioridade, a exemplo do Imposto de 
Renda-IR, do Imposto Territorial Rural-ITR; a cobrança só ocorrerá no 
exercício seguinte àquele em que a medida provisória tenha sido 
convertida em lei. 
 
2. ser adotada por Estados e Municípios através de suas respectivas 
Constituições e Leis orgânicas (Jurisprudência do STF). 
 
12.6.3 – LIMITES DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS 
 
1. dispor sobre nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e 
direito eleitoral; 
 
2. dispor sobre direito penal, processual penal e processual civil; 
 
3. dispor sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
carreira e a garantia de seus membros; 
 
4. dispor sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e 
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º 
(abertura de crédito extraordinário); 
 
5. dispor sobre matéria que vise a detenção ou seqüestro de bens, de 
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
6. dispor sobre matéria reservada a lei complementar; 
7. dispor sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado 
pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do 
Presidente da República. 
8. regulamentar artigo da Constituição cuja redação tenha sido 
alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 
1995 e 11 de setembro de 2001, data da promulgação da emenda 
nº 32. 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STF SOBRE MEDIDA PROVISÓRIA 
 
 Os conceitos de relevância e urgência, pressupostos da medida 
provisória (CF art. 62), decorrem, em princípio, do juízo discricionário 
de oportunidade e de valor do Presidente da República, mas admitem o 
controle do judiciário quanto ao excesso do poder de legislar, o que, no 
caso, não se evidencia de pronto (STF - Pleno Adin nº 162-1/ DF - medida liminar. 
Rel. Min. Moreira Alves DJ 10.9.97). 
 
 Segundo Jurisprudência do STF, o Presidente da República não pode 
retirar da apreciação do Congresso Nacional medida provisória que tiver 
editado. Pode, entretanto, ab-rogá-la (revogá-la por inteiro) por meio de 
9 
 
nova medida provisória (STF Pleno Adin 1.315-7/DF – medida liminar – Rel. 
Min. Ilmar Galvão DJ 22.5.95). 
 
 O STF entende que Governadores e Prefeitos podem editar medidas 
provisórias(Adin MC 812-9 TO, Rel. Min. Moreira Alves). É imortante realçar que 
esta possibilidade só se configurará se houver previsão no capítulo 
referente a processo legislativo nas respectivas Constituições dos Estados 
e nas Leis Orgânicas dos Municípios. 
 
 
DOUTRINA SOBRE AS MEDIAS PROVISÓRIAS 
 
 
A MP durante o prazo previsto para sua aprovação suspende a eficácia de 
lei ordinária anterior nos pontos conflitantes. Caso não seja aprovada pelo 
Congresso Nacional, a lei anterior volta a sua plenitude de eficácia (Alexandre 
de Moraes). 
 
12.7 – DECRETO LEGISLATIVO 
 
Segundo Michel Temer: “Essa espécie normativa tem conteúdo, 
basicamente das matérias de competência exclusiva do Congresso (art. 
49). A iniciativa depende de membro ou comissão do Congresso Nacional. A 
discussão se passa no Congresso Nacional. A aprovação se dá por maioria 
simples (art. 47). Por ser matéria de competência exclusiva não há sanção. A 
promulgação é pelo Presidente do Senado Federal (que também é o 
Presidente do Congresso Nacional, art. 57, §5º) que o mandará publicar” 
A EC nº 32, § 3º, dispõe sobre a utilização do decreto legislativo. Vejamos: 
"As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão 
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de 
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, 
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por DECRETO LEGISLATIVO, 
as relações jurídicas delas decorrentes". 
Em resumo, para simplificarmos basta que entendamos que tanto o 
decreto legislativo como as resoluções são atos normativos destinados a dispor 
sobre matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49), 
privativa da Câmara dos Deputados (art. 51) ou privativa do Senado Federal 
(art. 52). 
 
12.8 - RESOLUÇÕES 
 
Em se tratando de resoluções são válidos todos os comentários que 
fizemos sobre decreto legislativo. Normalmente destinadas a regulação dos 
artigos de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49), da Câmara 
dos Deputados (art. 51) ou do Senado Federal (art. 52). 
No entanto, a CF/88 em algumas passagens determina alguns assuntos 
que serão regulados por Resolução. Por exemplo, ao tratar da lei delegada, 
menciona que “A delegação ao Presidente da República terá a forma de 
resolução do Congresso Nacional”.....(art. 68. §2º). Ao dispor sobre ICMS 
10 
 
dispõe a Carta Política que “resolução do Senado Federal...estabelecerá 
alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de 
exportação(art. 155, §2º, IV)” e “é facultado ao Senado estabelecer 
alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de 
iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus 
membros,” (art. 155, §2º, V, a). 
 
RESUMO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS DO PROCESSO LEGISLATIVO 
 
 
ESPÉCIES 
NORMATIVAS 
INICIATIVA LIMITAÇÕES VOTAÇÃO PROMULGAÇÃO MATÉRIA 
EMENDA 
CONSTITUCIO- 
NAL 
ART 60, CF 88 
 
Presidente da República 
1/3 dos membros da 
Câmara dos Deputados 
ou do Senado Federal 
Mais da metade das 
Assembléias Legislativas, 
cada qual por sua maioria 
relativa. 
 
Formais 
Circunstanci
ais 
 
Materiais 
 
Implícitas 
 
Dois turnos em 
cada casa do 
Congresso 
Nacional, 
necessitando de3/5 dos votos para 
aprovação. 
 
Senado 
Federal 
Câmara de 
Deputados 
 
 
Modificação da 
Constituição, 
foram 
promulgadas 
45 Emendas 
Constitucionais 
até 31/12/2004 
 
REVISÃO 
CONSTITUCIO- 
NAL 
ADCT, ART 3º 
 
Congresso Nacional 
 
 
Formais 
 
Materiais 
 
Temporais 
 
Maioria absoluta 
dos membros do 
Congresso 
Nacional em 
sessão unicameral 
 
Congresso 
Nacional 
 
Promulgadas 
6 Emendas 
Constitucionais 
de revisão 
(já encerrada) 
LEI 
COMPLEMEN- 
TAR 
ART 69, CF 88 
 Presidente da 
República 
 Deputado 
 Senador 
 Comissões 
 STF 
 Tribunais Superiores 
 Procurador Geral da 
República 
 TCU 
 
Impostas 
pela 
Constituição 
 
Maioria absoluta 
Presidente da 
República, 
suscetível a 
sansão ou 
veto. Havendo 
veto, este pode 
ser derrubado 
pelo voto da 
maioria 
absoluta do 
Congresso, em 
sessão 
conjunta com 
escrutínio 
secreto a ser 
realizado até 
30 dias após o 
recebimento. 
 
 
 
 
 
Matéria 
taxativamente 
prevista na CF 
88 
LEI ORDINÁRIA  Presidente da 
República 
 Deputado 
 Senador 
 Comissões 
 STF 
 Tribunais Superiores 
 Procurador Geral da 
República 
 TCU 
 Popular 
Impostas 
pela 
Constitui- 
cão. 
 
Maioria simples ou 
relativa 
 
Presidente da 
República, 
suscetível a 
sansão ou 
veto. Havendo 
veto, este pode 
ser derrubado 
pelo voto da 
maioria 
absoluta do 
Congresso, em 
 
Matéria sob as 
quais não há 
determinação 
espécie 
legislativa. 
11 
 
 sessão 
conjunta com 
escrutínio 
secreto a ser 
realizado até 
30 dias após o 
recebimento. 
 
ESPÉCIES 
NORMATIVAS 
INICIATIVA VOTAÇÃO PROMULGAÇÃO MATÉRIA 
LEI DELEGADA 
ART 68, CF 88 
 
 Presidente da 
República, mediante 
delegação do Congresso 
Nacional, através de 
resolução. 
 
Só terá 
votação na 
hipótese 
de assim 
determinar 
a 
Resolução 
 
Presidente da 
República, não 
sujeita a sanção ou 
veto. 
 
Quaisquer matéria, exceto as 
previstas no §1º, do art. 68 da 
CF/88 
MEDIDA 
PROVISÓRIA 
 
 Presidente da República 
sobre temas relevantes 
e urgentes. 
 
Tem início 
na 
Câmara; 
necessita 
de parecer 
prévio 
elaborado 
pela 
comissão 
mista. 
Maioria 
Simples. 
 
Presidente da 
República, 
suscetível a 
sanção ou veto. 
Havendo veto, 
este pode ser 
derrubado pelo 
voto da maioria 
absoluta do 
Congresso, em 
sessão conjunta, 
com escrutínio 
secreto a ser 
realizado até 30 
dias após o 
recebimento. 
 
Assuntos de relevância e 
interesse. 60 dias de vigência 
prorrogável por igual prazo; 
deve ser apreciada até 45 dias. 
Suspensa de entrar em regime 
de urgência. Pode instituir 
tributos; adotada pelos Estados 
e Municípios. 
 
DECRETO 
LEGISLATIVO 
Membro do Congresso 
Nacional. 
 
Dispõe sobre assuntos de 
competência exclusiva do 
Congresso Nacional (art. 
49). 
 
Tem início 
onde 
houve a 
iniciativa. 
 
Presidente do 
Senado. Não 
sujeito a sanção 
ou veto 
 
Assuntos de competência 
exclusiva do Congresso 
Nacional 
RESOLUÇÃO Membro do Congresso 
Nacional, da Câmara dos 
Deputados ou do Senado 
Federal. 
 
Dispõe sobre assuntos de 
competência exclusiva do 
Congresso Nacional (art. 
49), e privativa da Câmara 
(art. 51) e privativa do 
Senado (art. 52). 
 
Tem início 
onde 
houve a 
iniciativa. 
 
Mesa da Casa 
Legislativa que o 
editou. Não sujeito 
a sanção ou veto 
 
Regulamentação de artigos de 
competência exclusiva do 
Congresso Nacional, privativa 
da Câmara dos Deputados ou 
privativa do Senado.

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