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CAP 08 MAXIMIZAۂO DE LUCROS E OFERTA COMPETITIVA

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Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
CAPÍTULO 8
MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS E OFERTA COMPETITIVA
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR
Este   capítulo   apresenta   os   incentivos   com   que   se   defronta   uma   empresa
maximizadora de lucros e discute a  interação entre as empresas em um mercado
competitivo. Todas as seções do capítulo são importantes na formação de uma sólida
base analítica voltada para o detalhamento do lado da oferta do mercado competitivo.
A formação dessa base é crucial para o aproveitamento adequado da Parte III do texto.
Apesar   do   capítulo   ser   escrito   de   forma  muito   clara   e   de   fácil   compreensão,   os
estudantes encontram dificuldades com muitos dos conceitos relacionados à escolha da
quantidade ótima de produção pela empresa e à aplicação dos diagramas das curvas
de custo apresentados no capítulo anterior. Uma sugestão a ser implementada em sala
de aula é a discussão de tabelas semelhantes às utilizadas nos exercícios ao final do
capítulo. Através de vários exemplos baseados nesse tipo de tabela, os estudantes
podem entender os diferentes conceitos de custo, além da determinação do nível ótimo
de produção da empresa.
A Seção 8.1 apresenta as três premissas básicas da competição perfeita e a
seção 8.2 discute a hipótese da maximização de lucros como o objetivo da empresa.
Ambas as seções fornecem elementos importantes para a derivação da curva de oferta
da empresa, apresentada nas Seções 8.3 a 8.5. Na Seção 8.3, deriva­se o resultado
geral de que a escolha ótima da empresa se dá no ponto em que a receita marginal é
igual   ao   custo   marginal.     Em   seguida,   mostra­se   que   a   competição   perfeita
corresponde a um caso particular dessa regra geral, para o qual o preço é igual à
receita marginal    o que decorre da hipótese, apresentada na Seção 8.1, de que as
firmas  são   tomadoras  de  preço.    No   caso  dos   estudantes   terem estudado   cálculo
anteriormente,  é   interessante  derivar  a   regra  da   igualdade  entre   receita   e   custo
marginal explicitamente, através da derivação da função de lucro com relação a q.
Caso os estudantes ainda não tenham estudado cálculo, é recomendável gastar um
pouco mais de tempo na análise das tabelas de dados, de modo que fique claro para
eles que o lucro é maximizado no ponto em que a receita marginal é igual ao custo
marginal.   É  importante enfatizar que, para a empresa competitiva, a variável de
escolha é a quantidade produzida, e não o preço.  
Com o objetivo  de situar o caso da competição perfeita no contexto mais amplo
da teoria dos mercados, pode ser interessante apresentar uma  breve  discussão dos
casos   de   monopólio,   oligopólio   e   competição   monopolística   antes   de   discutir   as
hipóteses da competição perfeita. Tal discussão deveria abordar apenas as diferenças
entre   os   vários   casos  no  que  se   refere  ao  número  de  empresas    na   indústria,  à
existência de barreiras à  entrada, à  ocorrência   de diferenciação de produtos, e ao
caráter da interação estratégica entre as empresas  em particular, às expectativas
91
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
de cada empresa com relação à reação das demais empresas a suas escolhas de preços
e/ou quantidades.  Isso deveria motivar o interesse dos estudantes.
As Seções 8.4 e 8.5 analisam em maior detalhe a escolha ótima da empresa e
mostram que a curva de oferta da empresa corresponde ao trecho da curva de custo
marginal acima da curva de custo variável médio.  Alguns estudantes não devem ter
dificuldades  para  entender  a   significância  das   condições  de   segunda ordem;  para
outros, porém, não estará claro por que a quantidade  q0, na Figura 8.3, não é uma
escolha ótima, apesar desse ponto satisfazer a condição RMg = CMg.   Outros pontos
que  merecem  uma  discussão   cuidadosa   são:   1)   a   razão   pela   qual   uma   empresa
permaneceria em atividade apesar de ter prejuízo no curto prazo, e 2) o fato de que
maximizar lucros é o mesmo que minimizar prejuízos.
A obtenção da curva de oferta de mercado a partir das curvas de oferta das
empresas é bastante simples; entretanto, a análise do equilíbrio competitivo de longo
prazo apresenta algumas dificuldades para os estudantes. Dentre os conceitos mais
complicados, cabe destacar os seguintes:
 A razão pela qual a escolha ótima da empresa pode envolver prejuízos no curto
prazo mas não no longo prazo.
 A razão pela qual a livre entrada e saída da indústria tendem a reduzir o lucro
econômico a zero no longo prazo.
 A razão pela qual o preço é igual ao custo médio mínimo no longo prazo.
Um exemplo interessante a ser discutido em sala de aula é o de uma indústria em que,
inicialmente, existe apenas uma empresa auferindo lucro econômico positivo, e que
passa a receber novas empresas até  convergir para o ponto de equilíbrio de longo
prazo.   Discuta as mudanças no preço, quantidade e lucro ao longo desse processo,
relacionando tais mudanças às motivações de cada empresa.
Este   capítulo  apresenta outros  dois   conceitos  que  serão  tratados  em maior
detalhe no Capítulo 9: o excedente do produtor e a renda econômica.  Cabe notar que
os estudantes freqüentemente confundem os conceitos de lucro, excedente do produtor,
e renda econômica.  
92
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
QUESTÕES PARA REVISÃO
1.   Por que uma empresa incorrendo em prejuízos optaria por continuar a
produzir, em vez de encerrar suas atividades? 
A empresa  incorre  em prejuízo quando as receitas  são  inferiores aos
custos   totais.    No  caso  das  receitas  serem maiores  do  que os  custos
variáveis, mas inferiores aos custos totais, vale a pena para a empresa
produzir no curto prazo,  em vez de encerrar  suas atividades,  mesmo
incorrendo em prejuízo. A empresa deve comparar os prejuízos obtidos
na situação em que não produz e na situação em que apresenta produção
positiva, e então escolher a alternativa que gera a menor perda.   No
curto prazo, o prejuízo será minimizado se a empresa for capaz de cobrir
seus custos variáveis.  No longo prazo, todos os custos são variáveis, de
modo que a permanência da empresa na indústria depende dos custos
totais serem cobertos.
2.  A curva de oferta a curto prazo para uma empresa coincide com a curva
de custo marginal a curto prazo (acima do ponto de custo variável médio
mínimo).  Por que sua curva de oferta a longo prazo  não  coincide com a
curva de custo marginal a longo prazo (acima do ponto de custo médio total
mínimo)?
No curto prazo, uma mudança no preço de mercado induz as empresas a
modificar seu nível ótimo de produção.  O nível ótimo ocorre no ponto em
que o preço é igual ao custo marginal, desde que o custo marginal seja
maior do que o custo variável médio. Logo, a curva de oferta de uma
empresa corresponde à sua curva de custo marginal, no trecho acima do
custo  variável  médio.     (Quando  o  preço  cai  abaixo  do  custo  variável
médio, a empresa opta por abandonar as atividades).
No longo prazo, a empresa ajusta as quantidades de seus insumos de
modo a igualar o custo marginal de longo prazo ao preço de mercado.  No
nível ótimo de produção, a empresa está operando sobre uma curva de
custo marginal de curto prazo, num ponto onde o custo marginal de curto
prazo é igual ao preço.   À medida que o preço de longo prazo muda, a
empresa   altera   gradualmente   a   combinação   de   insumos   de  modo   a
minimizar seus custos.  Logo, a oferta no longo prazo reage às mudanças
no preço através de deslocamentos de uma curva de custo marginal de
curto prazo para outra.
Observe, ademais, que no longo prazo haverá entrada de novas empresas
e a empresa auferirá lucro zero, de modo que qualquer nível de produção
para o qual CMg>CMe é inviável.
3.     No   equilíbrio   de   longo   prazo,   todas   as   empresas   de   uma   indústriaauferem lucro econômico zero. Por que tal afirmativa é verdadeira?
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Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
A teoria da competição perfeita pressupõe explicitamente a ausência de
barreiras à entrada ou saída de novos participantes da indústria. Com
livre entrada,  a ocorrência de lucros econômicos positivos atrai novas
empresas para a indústria, o que desloca a curva de oferta para a direita,
causando   a   queda  do   preço   de   equilíbrio   do  mercado   e,   portanto,   a
redução dos lucros. A entrada de novas empresas cessará apenas quando
os lucros econômicos tiverem sido totalmente eliminados, caracterizando,
assim, um equilíbrio em que todas as empresas auferem lucro zero.
4.  Qual é a diferença entre lucro econômico e excedente do produtor?
O lucro econômico é  a diferença entre a receita total e o custo total,
enquanto que o excedente do produtor é a diferença entre a receita total e
o custo variável total. A diferença entre lucro econômico e excedente do
produtor é, portanto, o custo fixo de produção.
5.    Por que as empresas  entram em uma determinada  indústria  quando
sabem que no longo prazo seu lucro econômico será zero?
A obtenção de lucro econômico positivo no curto prazo pode ser suficiente
para  incentivar  a  entrada em uma indústria.    A ocorrência  de   lucro
econômico zero no longo prazo implica retornos normais para os fatores
de   produção,   incluindo   o   trabalho   e   o   capital   dos   proprietários   da
empresa.   Suponha   o   caso   de   um   pequeno   empresário   cujo   negócio
apresenta lucro contábil positivo. Caso o lucro seja igual ao rendimento
que   o   proprietário   poderia   obter   em   outra   atividade,   possivelmente
assalariada,   ele   será   indiferente   entre   permanecer   no   negócio   ou
abandonar as atividades.
6.  No início do século XX, havia muitos pequenos fabricantes de automóveis
nos   EUA.   No   final   do   século,   existem   apenas   três   grandes   empresas
automobilísticas.   Suponha   que   esta   situação   não   se   deva   à   falta   de
regulamentação  antimonopolística  por  parte  do  governo   federal.  De  que
forma você explicaria a redução no número de fabricantes de automóveis?
(Sugestão:   qual   seria   a   estrutura   de   custos   inerente   à   indústria
automobilística?)
A indústria automobilística é altamente capital­intensiva. Isso significa
que, mesmo na ausência de barreiras à competição no setor, a presença
de retornos crescentes de escala pode reduzir o número de empresas no
longo prazo.   De fato, à medida que as empresas crescem, os retornos
crescentes de escala implicam custos menores de produção, permitindo
às   empresas   de   grande   porte   cobrar   preços   mais   baixos   e,   assim,
expulsar do mercado as empresas menores. Se as economias de escala
cessarem a partir de certo nível de produção, a configuração de mercado
de equilíbrio comportará mais de uma empresa.
94
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
7.   A indústria X é caracterizada por competição perfeita, de tal forma que
cada empresa está auferindo lucro econômico zero.  Se o preço de mercado
caísse, nenhuma empresa poderia sobreviver.  Você  concorda ou discorda
dessa afirmação?  Discuta.
A afirmação é falsa.   Se o preço caísse abaixo do custo total médio, as
empresas continuariam a produzir no curto prazo e cessariam a produção
no longo prazo.   Se o preço caísse abaixo do custo variável médio, as
empresas deixariam de produzir no curto prazo.  Logo, caso a redução no
preço seja suficientemente pequena, ou seja, menor do que a diferença
entre o preço e o custo variável médio, as empresas podem sobreviver.  Se
a redução no preço for maior do que a diferença entre o preço e o custo
variável médio mínimo, as empresas não sobreviverão.  Em geral, pode­
se esperar que algumas empresas sobrevivam e outras abandonem a
indústria,   sendo   que   o   número   de   empresas   que   saem   deve   ser   o
estritamente necessário para que o lucro deixe de ser negativo.
8.    O  crescimento  da  demanda de   filmes  em vídeo   também aumenta  os
salários dos atores e atrizes substancialmente. A curva de oferta a longo
prazo para filmes tem inclinação horizontal ou ascendente? Explique.
A curva de oferta de longo prazo depende da estrutura de custos da
indústria. Se a oferta de atores e atrizes for fixa, o aumento do número
de filmes produzidos causará o aumento dos salários.  Logo, a indústria
apresenta custos crescentes, o que significa que sua curva de oferta de
longo prazo deve ser positivamente inclinada..  
9.   Verdadeiro ou falso:   Uma empresa deveria sempre operar no nível de
produção em que o custo médio a longo prazo seja minimizado.  Explique.
Falso.    No   longo  prazo,   sob   competição perfeita,  as  empresas  devem
produzir no ponto de custo médio mínimo.   A curva de custo médio de
longo prazo é formada pelos pontos de custo mínimo para cada nível de
produção.   No curto prazo, porém, é possível que a empresa não esteja
produzindo a quantidade ótima de longo prazo. Logo, na presença de
algum fator de produção fixo, a empresa não produz necessariamente no
ponto de custo médio mínimo.
10.  Poderá haver rendimentos constantes de escala em uma indústria com
curva de oferta dotada de inclinação ascendente?  Explique.
Os   rendimentos   constantes   de   escala   implicam   que   aumentos
proporcionais   em   todos   os   insumos   geram   o   mesmo   aumento
proporcional na produção. Aumentos proporcionais em todos os insumos
podem causar a elevação dos preços caso as curvas de oferta dos insumos
sejam  positivamente   inclinadas.   Logo,   os   rendimentos   constantes   de
escala não implicam necessariamente uma curva de oferta horizontal.
95
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
11.  Quais as suposições necessárias para que um mercado seja considerado
perfeitamente   competitivo?    À   luz   de   tudo   o   que   você   aprendeu  neste
capítulo, por que cada uma de tais suposições se faz necessária?
As duas principais hipóteses da competição perfeita são:   (1)  todas as
empresas na indústria são tomadoras de preço, e (2) há livre entrada e
saída de empresas do mercado.   O objetivo deste capítulo é discutir de
que forma o equilíbrio competitivo é atingido a partir dessas hipóteses.
Vimos, em particular, que no equilíbrio competitivo o preço é igual ao
custo marginal.   Ambas as hipóteses são necessárias para garantir que
tal condição seja satisfeita. No curto prazo, o preço poderia ser maior do
que o custo médio, implicando lucros econômicos positivos.   Com livre
entrada,   a   ocorrência   de   lucros   econômicos   positivos   atrai   novas
empresas para a indústria, o que exerce pressão para baixo sobre o preço,
até que este se iguale ao custo marginal e ao custo médio mínimo.
12.  Suponha que uma empresa competitiva se defronte com um aumento da
demanda (isto é, a curva da demanda desloca­se para cima).   Por meio de
quais passos um mercado competitivo assegura um aumento no nível  de
produção?  Sua resposta seria modificada caso o governo implementasse um
preço­teto?
Supondo uma oferta fixa, o aumento na demanda aumenta o preço e os
lucros.  O aumento no preço induz as empresas presentes na indústria a
aumentar sua produção.  Além disso, a ocorrência de lucro positivo deve
incentivar a entrada de novas empresas na  indústria.    Se o governo
implementasse   um   preço­teto,   o   lucro   seria  menor   do   que   no   caso
anterior, reduzindo o incentivo à entrada.  Com lucro econômico zero, não
há entrada de empresas ou deslocamento da curva de oferta.
13.   O governo aprova uma lei autorizando um subsídio substancial para
cada acre  de   terra  utilizado  no plantio  de  tabaco.  De  que  maneira  esse
subsídio federal influenciaria a curva de oferta do tabaco a longo prazo?
O subsídioà produção de tabaco diminuiria os custos de produção da
empresa,   causando   a   entrada   de   novas   empresas   na   indústria   e   o
deslocamento da curva de oferta da indústria para a direita.
EXERCÍCIOS
1.  A partir dos dados da Tabela 8.2, mostre o que ocorreria com a escolha do
nível de produção da empresa caso o preço do produto apresentasse uma
redução de $40 para $35.
A tabela abaixo mostra as informações de receita e custo da empresa
para o caso em que o preço cai de $40 para $35.
Q P RT
P =
CT 
P =
CMg
P = 40
RMg
P = 40
RT
P = 35
RMg
P =

P = 35
96
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
40 40 35
0 40     0   50 ­50 ___ ___ 0 ___ ­50
1 40 40 100 ­60 50 40 35 35 ­65
2 40 80 128 ­48 28 40 70 35 ­58
3 40 120 148 ­28 20 40 105 35 ­43
4 40 160 162 ­2 14 40 140 35 ­22
5 40 200 180 20 18 40 175 35 ­5
6 40 240 200 40 20 40 210 35 10
7 40 280 222 58 22 40 245 35 23
8 40 320 260 60 38 40 280 35 20
9 40 360 305 55 45 40 315 35 10
10 40 400 360 40 55 40 350 35 ­10
11 40 440 425 15 65 40 385 35 ­40
Ao preço de $40, a empresa deveria produzir oito unidades de produto
para maximizar seu lucro  essa é a quantidade mais próxima do ponto
em que o preço se iguala ao custo marginal.  Ao preço de $35, a empresa
deveria produzir sete unidades de produto com o objetivo de maximizar
seu lucro.  Quando o preço cai de $40 para $35, o lucro cai de $60 para
$23.
2.   Utilizando novamente os dados da Tabela 8.2, descreva o que ocorreria
com a escolha do nível de produção da empresa e com seu lucro se o custo
fixo da produção fosse aumentado de $50 para $100 e, posteriormente, para
$150. Que conclusão geral  você  poderia tirar dos efeitos dos custos fixos
sobre o nível de produção escolhido  pela empresa?
A tabela abaixo mostra as informações de receita e custo da empresa
para os casos com custo fixo igual a FC= 50, 100, e 150.
Q P RT CT
CF = 50

CF = 50
CM
g
CT
CF = 100

CF = 100
CT
CF = 150

CF = 150
0 40 0   50 ­50 __ 100 ­100 150 ­120
1 40 40 100 ­60 50 150 ­110 200 ­160
2 40 80 128 ­48 28 178 ­98 228 ­148
3 40 120 148 ­28 20 198 ­78 248 ­128
4 40 160 162 ­2 14 212 ­52 262 ­102
5 40 200 180 20 18 230 ­30 280  ­80
6 40 240 200 40 20 250 ­10 300  ­60
7 40 280 222  58 22 272 8 322  ­42
8 40 320 260  60 38 310 10 360  ­40
9 40 360 305  55 45 355 5 405  ­45
97
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
10 40 400 360 40 55 410 ­10 460  ­60
11 40 440 425 15 65 475 ­35 525  ­85
Em todos os casos acima    com custo fixo igual a 50, 100 e 150  , a
empresa produzirá 8 unidades, pois essa é a quantidade mais próxima do
ponto em que o preço é igual ao custo marginal (excluídos os casos em
que   o   custo   marginal   é   superior   ao   preço).   Os   custos   fixos   não
influenciam  a  quantidade  ótima  produzida,   pois  não  afetam o   custo
marginal.
3.    Suponha que você   seja  administrador  de uma empresa fabricante de
relógios  de  pulso,  operando  em um mercado competitivo.    Seu custo  de
produção é  expresso pela equação:  C = 100 + Q2,  em que Q é  o  nível  de
produção e C é o custo total.  (O custo marginal de produção é 2Q.  O custo
fixo de produção é de $100.)
a. Se o preço dos relógios for $60, quantos relógios você deverá produzir
para maximizar o lucro?
Os   lucros   são  máximos   quando   o   custo  marginal   é   igual  à   receita
marginal. No caso em questão, a receita marginal é igual a $60; tendo em
vista   que,   em   um  mercado   competitivo,   o   preço   é   igual   à   receita
marginal:
60 = 2Q, ou Q = 30.
b. Qual será  o nível de lucro?
O lucro é igual à receita total menos o custo total:
 = (60)(30) ­ (100 + 302) = $800.
c. Qual   será   o   preço   mínimo   no   qual   a   empresa   apresentará   uma
produção positiva?
A empresa deve produzir no curto prazo se as receitas recebidas forem
superiores a seus custos variáveis.   Lembre que a curva de oferta de
curto prazo da empresa é o trecho de sua curva de custo marginal acima
do ponto de custo variável médio mínimo.  O custo variável médio é dado
por:  Q
Q
Q
Q
CV

2
.  Além disso, o CMg é igual a 2Q.  Logo, o CMg é maior
do   que   o   CVMe   para   qualquer   nível   de   produção   acima   de   0   e,
conseqüentemente, a empresa produz no curto prazo para qualquer preço
acima de zero.
98
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
4.  Utilize a mesma informação do Exercício 1 para responder ao seguinte:
a. Determine a curva de oferta   a curto prazo da empresa.   (Sugestão:
você poderia desenhar as curvas de custo apropriadas.)
A curva de oferta de curto prazo da empresa corresponde ao trecho de
sua curva de custo marginal acima da curva de custo variável médio A
tabela abaixo apresenta informações referentes ao custo marginal, custo
total, custo variável, custo fixo e custo variável médio da empresa.   A
empresa poderá produzir 8 ou mais unidades, dependendo do preço de
mercado, mas não produzirá no intervalo de 0 a 7 unidades, pois nesse
intervalo o CVMe é maior do que o CMg.   Quando o CVMe é maior do
que o CMg, a empresa minimiza suas perdas deixando de produzir.
Q CT CMg CVT CFT CVMe
0  50 ___ 0  50 ___
1 100 50 50  50 50,0
2 128 28 78  50 39,0
3 148 20 98 50 32,7
4 162 14 112 50 28,0
5 180 18 130 50 26,0
6 200 20 150 50 25,0
7 222 22 172 50 24,6
8 260 38 210 50 26,3
9 305 45 255 50 28,3
10 360 55 310 50 31,0
11 425 65 375 50 34,1
b. Se 100 empresas idênticas estiverem atuando no mercado, qual
será a expressão da curva de oferta da indústria?
Para 100 empresas com estruturas de custo idênticas, a curva de oferta
de mercado é a soma horizontal da produção de cada empresa, para cada
preço.
99
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
8 0 0
4 0
Q
P
S
5.  Um imposto sobre vendas no valor de $1 por unidade produzida passa a
ser arrecadado sobre uma empresa cujo produto é vendido por $5 em uma
indústria competitiva.
a. De que forma tal imposto influenciará as curvas de custo da empresa?
A   cobrança   de  um   imposto   de   $1   sobre   determinada   empresa   deve
provocar o deslocamento de todas as curvas de custo em $1 para cima.
b. O que ocorrerá com o  preço do produto da empresa, com seu nível de
produção e com seu lucro a curto prazo?
Dado que a empresa é tomadora de preço em um mercado competitivo, a
cobrança de um imposto sobre sua produção não afetará o preço cobrado,
pois o preço de mercado não se altera.   Dado que a curva de oferta de
curto prazo da empresa corresponde ao trecho de sua curva de custo
marginal acima da curva de custo variável médio e que a curva de custo
marginal   se  desloca  para   cima   (para  a  esquerda),   a   empresa  estará
ofertando menos  para cada nível  de preço.    Os  lucros  também serão
menores para cada nível de produção.
c. No longo prazo haverá entrada ou saída de empresas da indústria?
Se o imposto incide sobre uma única empresa, tal empresa será obrigada
a abandonar a indústria, pois no longo prazo o preço de mercado será
inferior a seu custo médio mínimo.
6.   Suponha que o custo marginal de uma empresa competitiva para obter
um nível de produção q seja expresso pela equação: CMg(q) = 3 + 2q.   Se o
preço de mercado do produto da empresa for $9, então:
a. Qual será o nível de produção escolhido pela empresa?
100
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
A empresa  deve   igualar   a   receita  marginal   ao   custo  marginal   para
maximizar   seu   lucro.    Dado   que   a   empresa   opera   em  um  mercado
competitivo, o preço de mercado com que se defronta é igual à receita
marginal.  Logo, a empresa deve escolher um nível de produção tal que o
preço de mercado seja igual ao custo marginal:
9 = 3+ 2q, ou q = 3.
b. Qual é o excedente do produtor para essa empresa?
O excedente do produtor é dado pela área abaixo do preço de mercado,
i.e., $9.00, e acima da curva de custo marginal curve, i.e., 3 + 2q.  Tendo
em vista que o CMg é linear, o excedente do produtor é um triângulo com
base igual a $6 (9 ­ 3 = 6) e altura igual a 3, que é o nível de produção
para o qual P = CMg.  Logo, o excedente do produtor é igual a
(0,5)(6)(3) = $9.
Veja a Figura 8.6.b.
Preço
Quantidade
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 0
1 2 3 4
CMg(q) = 3 + 2q
Producerçs
Surplus
Excedente do
produtor
P = $9,0 0
Figura 8.6.b
7.   Suponha que o custo variável médio da empresa do Exercício (6) seja
expresso  pela   equação:  CVMe(q)   =   3  +  q.   Suponha  que  o   custo   fixo  da
empresa seja de $3. A empresa estará auferindo lucro positivo, negativo ou
zero a curto prazo?
O lucro é igual à receita total menos o custo total.  O custo total é igual
ao custo variável total mais o custo fixo total.   O custo variável total é
dado por (CVMe)(q).  Logo, para q = 3,
CV = (3 + 3)(3) = $18.
O custo fixo é igual a $3.
Logo, o custo total, dado por CV mais CF, é
101
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
CT = 18 + 3 = $21.
A receita total é dada pela multiplicação do preço pela quantidade:
RT = ($9)(3) = $27.
O lucro, dado pela receita total menos o custo total, é:
 = $27 ­ $21 = $6.
Logo, a empresa aufere lucro econômico positivo.
A solução poderia ser obtida de forma alternativa. Sabemos que o lucro é
igual ao excedente do produtor menos o custo fixo; dado que, na questão
6, o excedente do produtor foi calculado em $9, o lucro deve ser igual a 9­
3, ou seja, $6.
8.    Uma  indústria  competitiva  encontra­se  no  equilíbrio  de  longo  prazo.
Então, um imposto sobre vendas passa a incidir sobre todas as empresas da
indústria. O que você esperaria que ocorresse com o preço do produto, com o
número de empresas que atuam na indústria e com o nível de produção de
cada empresa a longo prazo?
A   cobrança   de   um   imposto   sobre   as   vendas   na   indústria   causa   o
deslocamento das curvas de custo marginal de todas as empresas para
cima, de modo que a curva de oferta de mercado se desloca para cima e
para a esquerda.    Esse deslocamento da curva de oferta de mercado
causa   o   aumento   do   preço   de  mercado   do   produto   e   a   redução   da
quantidade ofertada por cada empresa.   No curto prazo, as empresas
continuam a produzir, desde que o preço esteja acima do custo variável
médio.  No longo prazo, algumas empresas podem sair da indústria se o
preço cair abaixo da nova curva de custo médio de longo prazo, que se
deslocou para cima em função do imposto.   À medida que as empresas
abandonam a indústria, a curva de oferta se desloca para cima e para a
esquerda,   o   que   resulta   em   um   preço  mais   elevado   e   em  menores
quantidades ofertadas.
*9.    Um imposto de 10% sobre vendas  passa  a   incidir  sobre metade das
empresas (aquelas que poluem) que atuam em uma indústria competitiva.  A
receita do imposto arrecadado é paga a cada uma das demais empresas da
indústria (aquelas que não poluem) por meio de um subsídio correspondente
a 10% do valor de sua produção vendida.
a. Supondo que todas as empresas tenham custos médios a longo prazo
constantes idênticos antes da implementação da política de subsídio
fiscal, o que você espera que ocorra com o preço do produto, com o
nível de produção de cada empresa e com o nível total de produção da
indústria a curto e longo prazos? (Sugestão: de que forma o preço do
produto se relaciona com o insumo da indústria?)
102
Capítulo 8: Maximização de Lucros e Oferta Competitiva
O preço de mercado do produto depende da quantidade produzida pela
totalidade das empresas na indústria.   O efeito imediato da política de
subsídio   fiscal  é  a   redução  das  quantidades  ofertadas  pela  empresas
poluidoras e o aumento das quantidades das demais empresas. Supondo
que,  antes da implementação da política de subsídios,  a   indústria se
encontrasse no equilíbrio de longo prazo, o preço seria igual ao custo
marginal   e   ao   custo   médio   mínimo   de   longo   prazo.     Após   a
implementação da política, o preço se encontra abaixo do custo médio
mínimo para as empresas poluidoras; conseqüentemente, tais empresas
deverão sair  da indústria.    Por sua vez,  as  empresas não poluidoras
auferem lucros econômicos que incentivam a entrada de novas empresas
não   poluidoras.     Caso   a   indústria   apresenta   custos   constantes   e   a
redução   da   quantidade   ofertada   pelas   empresas   poluidoras   seja
exatamente   compensada  pelo  aumento  da   quantidade   ofertada  pelas
empresas não poluidoras, o preço permanecerá inalterado.
b. Tal   política   pode   sempre   ser   praticada   com   a   receita   fiscal   se
igualando ao valor pago na forma de subsídios? Por quê? Explique.  
À  medida   que   as   empresas   poluidoras   deixem   a   indústria   e   novas
empresas não poluidoras entrem no mercado, as receitas dos impostos
cobrados   das   empresas   poluidoras   diminuem   e   as   despesas   com   os
subsídios pagos às empresas não poluidoras aumentam. Logo, a política
tende a causar um desequilíbrio fiscal. Tal desequilíbrio surge assim que
a primeira empresa poluidora sai  da indústria e persiste a partir  de
então.
103

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