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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Campus Virtual Atividade de Avaliação a Distância - AD Unidade de Aprendizagem: Introdução à Microeconomia Curso: Bacharelado em Ciências Econômicas Enviar em Word. Questão 1 (10,0 pontos). Pesquise em seu município qual um produto que produzido localmente e a partir do que estudamos na nossa disciplina, classifique este produto em tipo de bem, setor, estrutura de mercado e identifique os principais fatores de produção utilizados para produzi-lo. Faça um texto com suas palavras citando fontes de pesquisa, inserindo este produto no seu município agregando na análise alguns fatores de desenvolvimento econômico local e ressaltando a importância do seu município para o desenvolvimento do seu Estado. Desenvolver seus conhecimentos entre duas ou três páginas. Insira ao final do seu texto as referências bibliográficas utilizadas, na biblioteca temos um livro sobre como escrever a bibliografia dentro das normas. No nosso site: https://www.unisul.br/biblioteca/orientacao-para-trabalhos-academicos/. Fazer download do Livro Acadêmicos da Unisul. https://www.unisul.br/biblioteca/orientacao-para-trabalhos-academicos/ O cultivo de arroz no município de Pelotas – RS Quando pensamos na alimentação base do Brasil e de outros países, pensamos no arroz e feijão, visto que esses dois produtos são consumidos todos os dias, em grande escala, pela maior parte da população mundial. Sobre o primeiro produto, Magalhães, Gomes e Santos (2004, p. 24) apontam que “O arroz é um dos alimentos com melhor balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína per capita necessária ao homem […]”. Também, é sabido que o arroz “[…] é um alimento básico consumido por mais da metade da população mundial, sendo o alimento responsável por fornecer mais de 21% das necessidades calóricas diárias da população mundial […]” (FITZGERALD et al., 2009 apud POLIDORO, 2018, p. 17). O arroz é o segundo cereal mais cultivado no planeta e ocupa uma área de aproximadamente 168 milhões de hectares e uma produção de cerca de 741 milhões de toneladas de grãos em casca, o que corresponde a 29% do total de grãos que são utilizados na alimentação humana (CONAB, 2017). Ainda, o arroz é “[…] consumido pela maior parte da população e possui grande valor nutricional, sendo altamente energético. A preferência nacional é o arroz da classe longo fino, cuja produção se concentra no sul do país, principalmente no estado do Rio Grande do Sul” (CONAB, 2017, p. 7). Além das características citadas acima, sabe-se que o arroz é “[…] uma cultura extremamente versátil, que se adapta a diferentes condições de solo e clima, é considerado a espécie que apresenta maior potencial para o combate a fome no mundo” (MAGALHÃES; GOMES; SANTOS, 2004, p. 24). Polidoro (2018, p. 14) complementa que “Aprimoramentos em manejos e melhorias na produtividade colocaram o arroz (Oryza sativa L.) entre os cereais mais cultivados, produzidos e consumidos no mundo”. De acordo com a classificação feita por Leite (2016, p. 11), o arroz é um bem de consumo não durável, pois é destinado à satisfação direta das necessidades humanas e é produzido para consumo imediato. Este produto integra o “Setor primário: refere-se às atividades ligadas aos recursos naturais, como por exemplo, a atividade agrícola, pesqueira, pecuária, extrativista etc.” (LEITE, 2016, p. 13). Cabe ressaltar que na atualidade está muito difícil isolar os setores econômicos, por essa razão, Araújo (2003, p. 15) apud Leite (2016, p. 14) “[…] destaca que “a agricultura de antes, ou setor primário, passa a depender de muitos serviços, máquinas e insumos que vêm de fora. Depende também do que ocorre depois da produção, como armazéns, infraestruturas diversas” […]”. Quanto à estrutura de mercado, a produção de arroz enquadra-se como concorrência perfeita que, de acordo com Leite (2016, p. 58-59), é um modelo onde há: uma grande quantidade de vendedores e uma grande quantidade de compradores; ausência de barreiras à entrada ou saída de novas empresas; todos os agentes têm completa informação sobre os preços praticados nesse mercado; um grande número de firmas participa do processo de concorrência. Conforme Leite (2016, p. 58), esse modelo “[…] é útil para analisar diversos tipos de mercados, tais como: o mercado agrícola […]”. Durante a produção de arroz são empregados os cinco grupos de fatores de produção: Terra, Capital, Trabalho, Tecnologia e Capacidade Empresarial. O fator Terra é indispensável no processo de produção do arroz. Segundo Alcantara (2020, p. 44), “O desafio da produtividade da terra é fazer com que o cultivar produza mais e também reduza o custo de produção por unidade de produto”. Esse fator compreende os recursos naturais, como: espaço a ser cultivado (solo e subsolo); água (irrigação); matérias-primas encontradas no subsolo; sementes, fertilizantes, agrotóxicos, entre outros itens necessários à produção do arroz. O fator Trabalho consiste na mão de obra empregada na produção. De acordo com Marshall (2013) apud Alcantara (2020, p. 45), “[…] a primeira condição para que uma organização seja eficiente é que os empregados sejam alocados conforme suas habilidades e treinamentos que lhe permitam ter um bom desempenho da atividade […]”. Esse fator inclui os trabalhadores envolvidos em todas as etapas das operações de produção, processamento e distribuição do arroz, como: trabalhadores que preparam o solo para o cultivo; que operam as máquinas; que realizam a colheita; que realizam os processos de transformação da matéria-prima em produto para o consumidor, etc. Segundo Leite (2016, p. 15), o fator Capital representa “[…] o conjunto de bens que são utilizados no processo de produção […] São as máquinas, equipamentos e instalações empregados na produção. Podem ser tratores, computadores etc.”. Ainda, Alcantara (2020, p. 38), aponta que “A luz das ideias de Smith (2007), o capital pode ser empregado de duas maneiras: i) para obter, fabricar ou comprar bens, e vendê-los novamente, com lucro; ii) no aprimoramento da terra, na compra de máquinas úteis ou instrumentos de trabalho […]”. O CONAB (2017, p. 12) cita alguns dos maquinários e equipamentos utilizados na produção do arroz, bem como o custo de manutenção: […] gastos com máquinas, principalmente com a irrigação e com a manutenção de máquinas e equipamentos. Neste caso, o desgaste do maquinário agrícola na lavoura de arroz é superior às demais culturas […] o que pode ser explicado pelas condições de trabalho em solos úmidos e alagadiços, tanto no preparo do solo como também na colheita, exigindo mais dos equipamentos. Outro fator a considerar é a abrasividade da casca do arroz, que provoca grande desgaste nos equipamentos de colheita e secagem, como colheitadeiras, carretas graneleiras, roscas transportadoras e secadores do cereal. De acordo com Leite (2016, p. 15), o fator Tecnologia compreende o estudo das técnicas que consiste na maneira correta de se executar uma tarefa (know-how: saber como), ou seja, é o conhecimento técnico e científico que envolve o modo de produção. Na produção do arroz é utilizada alta tecnologia durante todo seu ciclo produtivo, conforme “[…] comprovado no decorrer do levantamento dos coeficientes técnicos do custo de produção em todos os locais selecionados. O uso da tecnologia tem um preço considerável, mas é indispensável para se atingir bons níveis de produtividade” (CONAB, 2017, p. 12). Conforme Leite (2016, p. 15) o fator Capacidade Empresarial abrange uma visão do mercado “[…] em que se pretende atuar, das oportunidades de investimento, das possibilidades de financiamento da produção, da obtenção e utilização adequada dos fatores de produção e, principalmente, da organização e coordenação eficiente das operações”. Sato e Reis (2020, p. 554)apontam que a produção de arroz no estado do Rio Grande do Sul possui alta competitividade que “[…] se dá por diversos motivos, entre eles, […] grande incentivo por parte do governo, incluindo alíquotas de ICMS mais baratas e redução de fretes para as outras regiões brasileiras”. Cabe ressaltar que “Desde sua implantação, mudanças significativas ocorreram no sistema de cultivo que permitiu a racionalidade do processo de produção e resultou em crescentes produtividades e melhoria de qualidade do produto” (CONAB, 2017, p. 7). Ainda, Alcantara (2020, p. 72) observa que baseado no “[…] resultado de esforços empreendidos pelos produtores rurais, pelo governo, por instituições de ciência e tecnologia e por outros agentes públicos e privados, expressivos ganhos de produtividade no setor agrícola foram observados”. Baseado em estudos realizados, se viu que “[…] o Brasil é o sexto maior produtor mundial de arroz e o maior mercado fora da Ásia. Sua produtividade média colocou-o no 18º lugar em termos globais” (CONAB, 2017, p. 7). Se tomarmos por base os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, “[…] a produtividade gira em torno de 7.000 kg por hectare” (CONAB, 2017, p. 7). Cabe destacar que o estado do Rio Grande do Sul é responsável por mais de 70% da produção brasileira de arroz e sua lavoura é toda irrigada (CONAB, 2017). “Os sistemas de cultivos mais utilizados são o Cultivo Mínimo […] usado em 80% da área; o Cultivo Pré Germinado, que cobre cerca de 12% da lavoura gaúcha; e o Sistema Convencional, que varia de uma safra para outra de acordo com as condições climáticas […]” (CONAB, 2017, p. 12). De acordo com o INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ (2016) apud CONAB (2016, p. 10), “A Zona Sul corresponde a 19% da produção estadual e detém aproximadamente 17% da área cultivada”. É nessa região que está localizada a cidade de Pelotas (figura 1), onde resido atualmente. Pelotas é a quarta cidade mais populosa do estado, está localizada na zona temperada do sul e possui aproximadamente 343 milhões de habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para 2020. A economia do município é baseada no agronegócio e no comércio, sendo a maior produtora de pêssego em conservas. O município também é grande produtor de arroz, sendo “[…] considerada uma das principais regiões orizícolas do país” (POLIDORO, 2018, p. 57). Foi no município de Pelotas, no ano de 1904, que surgiu a primeira lavoura empresarial, já então irrigada. Sobre a localização do município, Rosa (1985, p. 11) apud Finatto e Salamoni (2008, p. 207) apontam que Pelotas “[…] apresenta características geográficas bastante peculiares […]”. Ainda, cabe ressaltar que “A logística proporciona ao produto dessa região o melhor preço do mercado, principalmente pela proximidade do Porto de Rio Grande” (CONAB, 2016, p. 10). Figura 1 – Localização do município de Pelotas Fonte: Wikipédia, 2021. Finatto e Salamoni (2008, p. 207) destacam que o município é caracterizado por: […] apresentar distintas configurações espaciais na sua estrutura agrária. Apresenta pequenas unidades agrícolas, ou seja, de menor dimensão territorial, marcadas pela forte presença da agricultura familiar com o desenvolvimento da policultura, nas áreas com maiores declividades e não apropriadas para a mecanização […] na área localizada na planície sedimentar há uma forte presença de lavouras empresariais, onde as grandes lavouras patronais são as principais representantes, configurando um espaço geometricamente organizado, sendo que a orizicultura predomina como principal atividade produtiva […]. Para visualizar a importância deste produto, produzido em grande escala no município de Pelotas (figura 2), basta analisar os benefícios que advêm do seu cultivo, e que geram desenvolvimento social e econômico, tanto na localidade e arredores, quanto para o estado do Rio Grande do Sul. No aspecto social, verifica-se que “Talvez a maior importância social do cultivo de arroz no sul do Brasil esteja na sua contribuição no barateamento da cesta básica” (SOSBAI, 2014, p. 12). Ainda, sobre o aspecto social e econômico estima-se que no estado do Rio Grande do Sul, o arroz apresenta: […] atualmente um valor bruto de produção de mais de cinco bilhões de reais, o que representaria mais do que 3% e 2,74% do ICMS e PIB, respectivamente, do Estado. Quanto ao aspecto social, a importância do arroz é representada pela possibilidade de ser cultivado tanto em pequenas como em médias e grandes áreas. Esta flexibilidade da cultura permite que a agricultura familiar e a empresarial se desenvolvam e utilizem o arroz como alternativa para geração de renda e de empregos. Atuam na lavoura de arroz em torno de 37,2 mil trabalhadores, sendo 27% temporários. Na média do Rio Grande do Sul, cada trabalhador atende 27,8 ha de arroz cultivado. Na metade sul do Rio Grande do Sul, o arroz irrigado é a principal atividade econômica, chegando a representar mais de 50% do valor bruto da produção agrícola para diversos municípios. (SOSBAI, 2014, p. 12). Figura 2 – Produtividade do município de Pelotas nas últimas safras de arroz Fonte: CONAB, 2017. Os números acima mostram a importância das lavouras de arroz para o estado do Rio Grande do Sul, bem como para o município de Pelotas, pois geram empregos e renda. De acordo com a RBS (2018), as lavouras de arroz empregam “[…] 37 mil trabalhadores no Rio Grande do Sul. Depois de cultivado e colhido, os grãos vão para a indústria, onde outras 15 mil pessoas trabalham. Com isso, a cadeia produtiva do arroz gera mais de 50 mil empregos diretos no Rio Grande do Sul […]”. O município de Pelotas tem importância expressiva nesses números, pois na cidade estão localizadas “[…] 23 indústrias de beneficiamento de arroz. Em uma delas, cerca de 360 pessoas estão empregadas, e na época de safra, o número aumenta. Cinquenta funcionários foram contratados. Destes, cerca de 30% devem ser efetivados pela empresa” (RBS, 2018). Deste modo, verifica-se que “[…] os ganhos proporcionados pela atividade são muito importantes, especialmente nas comunidades arrozeiras espalhadas pelo interior do estado […]” (RBS, 2018). REFERÊNCIAS ALCANTARA, Isabela Romanha de. Fatores de produção, agricultura e desenvolvimento econômico regional no Brasil. 2020. 138 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio – Mestrado) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Toledo, 2020. Disponível em: http://tede.unioeste.br/bitstream/tede/4780/2/Isabela_Alcantara_2020.pdf. Acesso em: 20 set. 2021. CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Evolução dos custos de produção de arroz no Brasil. Compêndio de estudos Conab. Brasília: Conab, v. 4. 2016. 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