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Bens acessórios

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Bens acessórios: Dividiremos:
Frutos: os frutos, espécies de bens acessórios, são utilidades renováveis, cuja percepção não exaure a coisa principal (ex: laranja, amendoim – frutos naturais – tecido de indústria – frutos industriais – juros, aluguéis – frutos civis).
Produtos: diferentemente do fruto, é uma utilidade que não se renova, esgotando a coisa principal (ex: ouro).
Pertenças: é a coisa que serve o bem principal, sem integrá-lo (art. 93 do CC). Ex: aparelho de ar condicionado, rádio do carro.
	Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Benfeitorias: a benfeitoria é toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma coisa com propósito de conservá-la (benfeitoria necessária), melhorá-la (benfeitoria útil) ou proporcionar prazer (benfeitoria voluptuária).
OBS: benfeitoria não se confunde com acessão (construção). As benfeitorias são reformas em uma estrutura que já existe!
O que são bens imóveis por acessão intelectual? São os bens que o proprietário intencionalmente destina para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade (art. 43, III do CC/1916). Ex: um fazendeiro compra um grande maquinário agrícola para a exploração do imóvel. O enunciado nº 11 da 1ª Jornada de Direito Civil afirmou que esta classificação não existe mais. Mas, esse maquinário agrícola, então, é o que? Pode-se, seguindo a linha do Código Novo, classificá-lo como pertença.
LIVRO IIDOS BENS
TÍTULO ÚNICODas Diferentes Classes de Bens
CAPÍTULO IDos Bens Considerados em Si Mesmos
Seção IDos Bens Imóveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Seção IIDos Bens Móveis
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
Seção IIIDos Bens Fungíveis e Consumíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Seção IVDos Bens Divisíveis
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Seção VDos Bens Singulares e Coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
CAPÍTULO IIDos Bens Reciprocamente Considerados
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
CAPÍTULO IIIDos Bens Públicos
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Seção IVDos Bens Divisíveis
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Seção VDos Bens Singulares e Coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
CAPÍTULO IIDos Bens Reciprocamente Considerados
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias asde mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos
LIVRO IIDOS BENS
TÍTULO ÚNICODas Diferentes Classes de Bens
CAPÍTULO IDos Bens Considerados em Si Mesmos
Seção IDos Bens Imóveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Seção IIDos Bens Móveis
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
Seção IIIDos Bens Fungíveis e Consumíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Seção IVDos Bens Divisíveis
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Seção VDos Bens Singulares e Coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. 
CAPÍTULO IIDos Bens Reciprocamente Considerados
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
CAPÍTULO IIIDos Bens Públicos
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
TEORIA DO FATO JURÍDICO
Conceito: fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano que deflagra efeitos jurídicos (que tem relevância para o Direito).
Classificação: Fato jurídico em SENTIDO LATO se divide em:
Fato jurídico em sentido estrito: é o acontecimento natural.
Ordinário: quando for um acontecimento comum / previsível (ex: nascimento, morte, chuva).
Extraordinário imprevisibilidade (ex: uma nevasca em Salvador).: é aquele que não se espera 
Os fatos jurídicos em sentido estrito não podem ser estudados sob o prisma da validade (não se fala em nulidade ou anulabilidade).
Ato-fato jurídico (teoria desenvolvida por Pontes de Miranda).
Ações humanas:
Lícitas: seguindo a linha de Orlando Gomes e de Clóvis Bevilaqua, as ações humanas lícitas são o que se chama, em sentido amplo, de atos jurídicos.
Ilícitas: atos ilícitos (abuso de direito).
OBS: os atos ilícitos tanto são uma categoria própria – distinta do ato jurídico – que são regulados no CC em título próprio (a partir do art. mas há quem defenda que não é assim.186) 
Seguindo a doutrina dualista, o NCC, diferentemente do CC/1916, que era unitarista, subdivide os atos jurídicos (em sentido amplo) em atos jurídicos em sentido estrito e negócios jurídicos (a mais importante das categorias).
E qual seria a diferença entre atos jurídicos em sentido estrito e negócio jurídico? O ato jurídico em sentido estrito, também chamado de ato não negocial, previsto no art. 185, traduz um simples comportamento humano, voluntário e consciente, cujos efeitos estão predeterminados na lei (ex: o ato de fixação do domicílio; percepção dos frutos de uma árvore; atos de comunicação processual – como a notificação). Já no negócio jurídico há uma carga (em maior ou menor grau) de liberdade (autonomia privada).
O que é um ato-fato jurídico? Desenvolvido por Pontes de Miranda, o ato-fato jurídico consiste em um comportamento que, embora derive da atuação humana, é desprovido de vontade consciente em direção ao resultado que se pretende atingir (ex: alienado mental que pega argila, pensando se tratar de comida, e produz uma belíssima obra de arte; criança que encontra tesouro na rua).
OBS: Qual é a natureza jurídica da venda de um doce a uma criança de cinco anos de idade? Pode ser entendido como um negócio nulo socialmente aceito (Silvio Venosa). O professor Jorge Cesa Ferreira afirma que a venda de um doce a uma criança enquadra-se melhor na noção de ato-fato (essa linha é seguida pelo prof. Pablo Stolze).
Negócio Jurídico: é a categoria mais importante (foi desenvolvida no Direito Alemão).
Conceito: é uma declaração de vontade emitida com base na autonomia privada e por meio da qual o agente auto-disciplina os efeitos jurídicos que pretende atingir (idéia de liberdade negocial). Ex: casamento.E no contrato de adesão, existe autonomia privada? Georges Ripert, em sua obra “a regra moral nas obrigações civis”, analisa que os contratos de adesão são mais fruto da “autoridade privada” do que da “autonomia privada”. Porém, existe autonomia, ainda que apenas de assinar ou não o contrato (seria uma espécie de autonomia mínima - mitigada).
Essa autonomia, ainda que em menor grau, é essencial para a caracterização de um negócio jurídico. 
OBS: A autonomia privada, núcleo do negócio jurídico, encontra-se hoje condicionada a parâmetros constitucionais de ordem superior, a exemplo dos princípios da função social e da boa-fé objetiva.
Teorias explicativas do negócio jurídico:
Teoria da vontade interna (ou voluntarista): é a teoria mais tradicional. Afirma que a base do negócio jurídico é a intenção (vontade interna). Foi a teoria que mais influenciou o CC/2002. Vejamos:
	Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Teoria da vontade externa (ou da declaração): afirma que o negócio jurídico se traduz na vontade externa ou declarada.
Durante anos, a doutrina se digladiou para descobrir com que teoria estava a razão. E a resposta é que as duas teorias, na verdade, se harmonizam O negócio jurídico é fruto da soma da vontade interna com a vontade que se declara.
O que é teoria da pressuposição? Teoria desenvolvida por Windscheid, segundo a qual o negócio jurídico somente seria considerado válido e eficaz se a certeza subjetiva do declarante, ao realizar o ato, não se modificasse. Essa teoria, hoje, não é aplicada como em outrora.
Podemos subdividir o negócio jurídico em três planos de análise (Pontes de Miranda):
Plano de existência: aqui, vamos estudar os requisitos de existência do negócio jurídico, sem os quais o negócio jurídico é inexistente (a inexistência pode ser reconhecida de ofício pelo juiz – não há prazo para a declaração da inexistência). Este plano não está previsto no CC, mas é colocado pela doutrina. Os requisitos de existência do negócio jurídico são:
Manifestação de vontade (ex: a violência física gera a inexistência do negócio jurídico);
OBS: No que tange à manifestação de vontade, o silêncio pode como tal ser compreendido? A questão quer saber se “quem cala consente”. No âmbito do direito civil, em linha de princípio, lembra-nos Caio Mário, que o silêncio é ausência de manifestação de vontade. No entanto, excepcionalmente, nos termos do art. 111, o silêncio pode traduzir vontade.
	Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo (exemplo de aplicação do art. 111).
OBS: veremos que o silêncio pode também significar quebra de boa-fé objetiva por dolo negativo (art. 147 do CC).
Agente (emissor da vontade);
Objeto;
Forma (o professor Vicente Ráo trata muito bem deste assunto. Forma significa o meio pelo qual a vontade se exterioriza, ou seja, o revestimento exterior da vontade. Pode ser oral / escrita / mímica).
Plano de validade: é o plano qualificativo do negócio. Não estuda a estrutura do negócio (que está no plano de existência). Neste segundo plano vamos estudar os pressupostos de validade (art. 104 do CC – muito criticado pela doutrina, pois disse menos do que deveria):
	Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Manifestação de vontade livre e de boa-fé;
Agente capaz e legitimado;
Objeto lícito, possível e determinado (ou ao menos determinável);
OBS: em geral, na doutrina civilista, licitude significa legalidade e adequação ao padrão médio de moralidade (ex: contrato de prestação de serviços sexuais é inválido).
Forma livre ou prescrita em lei (no direito brasileiro, a regra é a liberdade da forma nos negócios jurídicos – art. 107 do CC – mas há situações em que a lei exige a forma escrita para efeito de prova do negócio – ex: art. 227 do CC).
	Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
Vejamos, ainda, o art. 108 do CC:
	Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
OBS: Ausente algum requisito de validade o negócio é inválido.
OBS: Os vícios do negócio atacam a validade do negócio – a qualificação da vontade (geram nulidade ou anulabilidade).
Plano de eficácia: estuda os elementos que interferem nos efeitos jurídicos do negócio:
Condição;
Termo;
Modo ou encargo.
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
ERRO:
Erro vs. Ignorância: é uma falsa representação positiva da realidade; ao passo que a ignorância é um estado de espírito negativo, traduzindo desconhecimento.
O erro é causa de anulação do negócio jurídico.
Para a doutrina clássica, para que o erro possa anular o negócio jurídico, precisa ser SUBSTANCIAL e ESCUSÁVEL (perdoável). O primeiro requisito é pacífico. Quanto ao segundo requisito, diz a doutrina clássica que o direito não tutela “os que dormem” / os negligentes / os “patos” (pautava-se a doutrina clássica na idéia do “homem médio”). A doutrina moderna, porém, à luz do princípio da confiança e considerando a dificuldade na análise da escusabilidade do erro, tem dispensado este segundo requisito (enunciado 12 da 1ª Jornada de Direito Civil). 
Segundo a doutrina de Roberto de Ruggiero, podemos identificar basicamente três espécies de erro:
Erro sobre o negócio: incide sobre o próprio negócio em si (ex: pensei que era uma doação, mas tratava-se de um empréstimo).
Erro sobre o objeto: incide nas características do objeto (é a hipótese mais comum).
Erro sobre a pessoa: um exemplo é a celebração de um negócio com o irmão gêmeo univitelino de quem eu gostaria de celebrar.
OBS: Veremos no Direito de Família a grande aplicação do erro sobre a pessoa, quando estudarmos os arts. 1.556 e 1.557 do CC, que cuidam “da anulação do casamento por erro sobre pessoa”.
Estas espécies de erro estão previstas no art. 139 do CCB.
	Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
Todos os casos que vimos até agora se referem ao erro de fato. Mas o CCB previu o chamado “erro de direito”? Clóvis Bevilaqua não gostava da teoria do erro de direito, razão pela qual o CC/16 não era explícito a respeito; Eduardo Espínola, Carvalho Santos e Caio Mário defendiam essa possibilidade. À luz do princípio da boa-fé, o novo direito civil (art. 139 III do CC) passou a admitir explicitamente o erro de direito, aquele que, sem traduzir intencional recusa à aplicação da lei, incide no âmbito de atuação permissiva da norma (em outras palavras, é um erro de interpretação quanto à ilicitude do ato).
Questão especial de concurso: Qual é a diferença entre erro e vício redibitório? O erro atua no psiquismo do agente, invalidando o negócio jurídico (o erro está dentro de você); já o vício redibitórioé defeito da própria coisa, sendo, portanto, exterior ao agente. Além disso, o vício redibitório gera responsabilidade civil, mas não invalida o negócio.
DOLO:
Conceito: o dolo é o artifício malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro com o propósito de enganar a outra parte do negócio, causando-lhe prejuízo. Resumindo, dolo é o erro provocado.
O dolo gera a anulação do negócio jurídico (art. 145 do CC).
A doutrina clássica costuma dividir o dolo em:
Dolus bonus: não anula o negócio jurídico. É muito utilizado como técnica de publicidade (o realce das características do produto está no campo da licitude).
Dolus malus: anula o negócio jurídico.
OBS: a mensagem subliminar, aquela que atua inconscientemente em face do consumidor, induzindo-o a determinado comportamento, pode traduzir comportamento doloso e prática comercial abusiva, situações juridicamente reprováveis.
A doutrina distingue duas espécies de dolo: dolo principal e dolo acidental. O dolo que anula o negócio jurídico é o dolo principal (aquele que ataca a sua causa / a sua substância); o dolo meramente acidental não anula o negócio jurídico, apenas gera a obrigação de pagar perdas e danos. Vejamos o art. 146 do CC:
	Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
O que é dolo negativo? O dolo negativo, previsto no art. 147 do CC, traduz quebra de boa-fé objetiva por omissão dolosa da vontade.
	Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
Façamos a leitura atenta dos dispositivos seguintes do CC, acerca do dolo (muito importantes):
	Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
OBS: Havendo dolo bilateral, nos termos do art. 150, “deixa-se como está”, não podendo nenhuma das partes alegar a sua torpeza em juízo.
OBS: No caso do dolo de terceiro, regulado no art. 148, não posso esquecer que a anulação só ocorrerá se o beneficiário soubesse ou tivesse como saber do engodo; em caso contrário, o negócio é mantido e apenas o terceiro responde pelas perdas e danos.
COAÇÃO: 
Estamos tratando da coação moral!
Conceito: lembra-nos Francisco Amaral que coação é sinônimo de violência, ou seja, é a violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que a sua vontade interna não deseja celebrar.
A coação gera a anulação do negócio jurídico!
O CC trata da matéria a partir do art. 151 (que é uma “norma explicativa”):
	Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. 
A coação é apreciada em concreto (art. 152)! Não tem essa de “homem médio”!
Não se deve confundir coação com temor reverencial e ameaça de um exercício regular de um direito (isso está no art. 153 do CC e tem vasta aplicação jurisprudencial).
Coação de terceiro: Havendo coação de terceiro, o negócio é anulado, desde que o beneficiário saiba ou tenha como saber do vício, respondendo SOLIDARIAMENTE pelas perdas e danos; caso não saiba ou não tenha como saber, o negócio é mantido, respondendo apenas o terceiro pelas perdas e danos.
 cada um responde na medida de sua culpa.OBS: no dolo é diferente 
LESÃO:
A lesão foi uma inovação do CC/2002 (não estava presente no CC/16).
Conceito: a lesão, causa de invalidade do negócio jurídico, consiste na desproporção existente entre as prestações do negócio jurídico, em face do abuso da necessidade ou inexperiência de uma das partes.
A primeira lei do Brasil que se preocupou com a lesão foi a 1.521/51 (Lei de Economia Popular), que tipificava o crime de usura (âmbito do direito penal).
Antes do CDC e do CC/2002, ausente uma norma de direito privado que cuidasse da lesão, havia entendimento do STJ (RESP 434687/RJ) no sentido de que negócio com lesão seria nulo por ilicitude do objeto. O panorama mudou quando entrou em vigor o CDC, que foi a primeira grande lei de direito privado que combateu a lesão (art. 39 V e art. 51 IV). A lesão é causa de nulidade absoluta do negócio de consumo (no CDC). Já no CCB, para negócios civis em geral, a lesão é causa de anulação do negócio jurídico (art. 157).
A doutrina costuma apontar que a lesão possui dois requisitos fundamentais:
Requisito objetivo: desproporção entre as prestações pactuadas (ou seja, o desequilíbrio prestacional).
Requisito subjetivo: desdobra-se no abuso da necessidade ou da inexperiência de uma das partes.
Alguns autores clássicos colocam ainda como requisito subjetivo da lesão o “dolo de aproveitamento” (intenção de explorar). Mas o NCC não exigiu como requisito da lesão a prova do “dolo de aproveitamento”!
	Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
À luz do princípio da conservação, o parágrafo 2º do art. 157 admite que as partes possam reequilibrar o negócio evitando a sua anulação.
Qual é a diferença entre lesão e a teoria da imprevisão? A lesão é marcada pelo desequilíbrio que nasce com o contrato, tornando-o passível de invalidação; diferentemente, a teoria da imprevisão pressupõe contrato válido que se desequilibra depois. Vale dizer, na imprevisão o desequilíbrio é superveniente.
ESTADO DE PERIGO:
Conceito: trata-se de uma aplicação do Estado de Necessidade para o Direito Civil. Configura-se quando o agente, diante de situação de perigo de dano conhecido pela outra parte, assume prestação excessivamente onerosa.
Vejamos o art. 156 do CC:
	Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. 
O Estado de Perigo é causa de anulação do negócio jurídico.
Exemplo: um navio está afundando. Você, para salvar-se,pede auxílio a outra embarcação, pedindo para ser levado ao porto. O sujeito, então, cobra de você R$ 100.000,00 (Caio Mário).
Exemplo (STJ RESP 796.739/MT): “Não é razoável em cheque dado como caução para tratamento hospitalar ignorar sua causa, pois acarretaria desequilíbrio entre as partes. O paciente em casos de necessidade, quedar-se-ia à mercê do hospital e compelido a emitir cheque, no valor arbitrado pelo credor”. A exigência de cheque caução para tratamento hospitalar (emergência) é um exemplo de lesão (o negócio jurídico pode ser anulado).
A existência do Estado de Perigo e da Lesão no direito civil brasileiro significa o respeito ao princípio da função social como forma de coibir abuso de poder econômico.
A ANS, por meio da res. 44/03, nos seus termos, proíbe a exigência desse tipo de caução estabelecendo que as denúncias deverão ser remetidas ao MPF. 
SIMULAÇÃO:
A simulação, no CC/16, gerava anulação do negócio jurídico. Mas no CC/2002 (art. 167) é causa de nulidade absoluta do negócio jurídico! OBS: O NCC não se aplica retroativamente aos negócios celebrados na vigência do código anterior.
Conceito: na simulação celebra-se um negócio jurídico que tem aparência normal, mas que, em verdade, não pretende atingir o efeito que juridicamente devia produzir.
Existem duas espécies de simulação (em qualquer dos casos o negócio é nulo):
Simulação absoluta: é aquela em que se celebra um negócio jurídico destinado a não gerar efeito algum.
Simulação relativa: na simulação relativa, também chamada “dissimulação”, as partes celebram um negócio destinado a encobrir um outro negócio cujos efeitos são proibidos por lei.
Ex: um cidadão casado não pode doar bens à concubina. Simula, então, uma compra e venda (ou doa a um amigo, que doará à amante).
No caso da simulação relativa, à luz do princípio da conservação, se o juiz puder, aproveitará o negócio dissimulado (art. 167 do CC).
	Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Como a simulação gera nulidade, considerando-se que o negócio nulo pode ser inclusive reconhecido de ofício de ofício pelo juiz, qualquer dos simuladores poderá impugnar o negócio em juízo (enunciado 294 da 4ª Jornada de Direito Civil).
O que é contrato de vaca-papel? Trata-se de um contrato agrário (parceria pecuária), que, em verdade, mascara (dissimula), um empréstimo a juros extorsivos. O contrato de parceria pecuária é o contrato simulado. Há a simulação de empréstimo de vaca (que na verdade é o dinheiro, já que não há vaca alguma), que possibilita, quando do pagamento, um valor superior ao dos juros autorizados, ao argumento de que se trataria do resultado do investimento agropecuário. O STJ já pronunciou que o contrato de vaca-papel é SIMULADO (e, portanto, NULO DE PLENO DIREITO) – Resp. 441.903/SP.
O que é reserva mental? Relaciona-se com a cogitatio, sendo de raiz psicológica. A reserva mental se configura quando o agente emite declaração de vontade resguardando o íntimo propósito de não cumprir o efeito jurídico pretendido. Enquanto a reserva mental não for exteriorizada, subsiste a manifestação de vontade. E qual é a conseqüência jurídica que decorre da manifestação da reserva, ou seja, o que se dá quando a outra parte toma conhecimento da reserva? Há duas correntes doutrinárias. A primeira corrente doutrinária, defendida pelo Min. Moreira Alves, e adotada no CCB, art. 110, sustenta que tomando a outra parte ciência da reserva, o negócio se torna inexistente. Para ela, a manifestação de vontade deixa de existir (por não subsistir). Com isso, haveria a inexistência do negócio, por ausência de manifestação de vontade. A segunda corrente (Carlos Alberto Gonçalves) afirma que, manifestada a reserva mental, e dela tomando conhecimento a outra parte, o negócio torna-se inválido por dolo ou simulação.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
FRAUDE CONTRA CREDORES:
Conceito: a fraude contra credores traduz a prática de um ato negocial que diminui o patrimônio do devedor, prejudicando credor preexistente. A fraude contra credores pressupõe que a insolvência do devedor seja ATUAL ou IMINENTE. Exemplo mais comum de fraude contra credores é a doação para familiar de imóveis.
OBS: Existem duas diferenças básicas entre a fraude contra credores e a simulação: na fraude, não há um necessário disfarce e, além disso, a sua vítima é específica (o credor preexistente).
Tradicionalmente, no Brasil, a fraude contra credores pressupõe dois requisitos:
Consilium fraudis (má-fé)
Eventus damni (prejuízo ao credor).
OBS: A doutrina (Marcos Bernardes de Mello, Maria Helena Diniz) costuma afirmar que alguns atos fraudulentos são tão graves que o requisito da má-fé é presumido. 
Instrumentos comumente utilizados para fraude: doação; remissão de dívida fraudulenta; contratos onerosos do devedor insolvente (aqui, tanto o dano – que sempre tem de ser provado – como a é a hipótese da venda de um imóvel por ummá-fé precisam ser provados) preço bastante inferior ao de mercado. OBS: para se provar fraude no negócio oneroso, além do consilium fraudis e do eventus damni, deve ficar provado também (CCB, 159) ou que a insolvência do devedor era notória ou que havia motivo para ser conhecida do outro contratante; dá também para ter fraude contra credores pela antecipação de pagamento a credor quirografário (sem garantia); também haverá fraude pela outorga de garantia (ex: hipoteca) em prejuízo dos outros.
Observações fundamentais:
A fraude contra credores, como afirma a STJ, não pode ser alegada em Embargos de Terceiro. Isso porque existe uma ação específica contra fraude contra credores. É a ação pauliana, também chamada de ação revocatória. Trata-se de uma ação pessoal, por isso não há exigência de outorga uxória, e o prazo decadencial é de 4 (quatro) anos.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
O decurso do tempo é o fundamento da prescrição e da decadência. Qual é a natureza jurídica do tempo? O tempo é um fato jurídico em sentido estrito.
Há um dogma do direito clássico que precisa ser desmistificado: “a ação está prescrita” ou a “prescrição ataca a ação”. Este é um dos maiores equívocos da história do direito civil. O direito de ação (que é um direito público, processual e abstrato de pedir ao Estado um provimento jurisdicional) não prescreve nunca! E o que prescreve? É a denominada pretensão. Pretensão é o poder jurídico conferido ao credor de coercitivamente exigir o cumprimento da prestação. Este poder jurídico nasce quando seu direito à prestação é violado e morre no último dia do prazo prescricional. 
O CC, no art. 189 faz importantes considerações acerca da prescrição:
	Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
O NCC regula os prazos prescricionais em apenas dois artigos: 205 (prazo extintivo máximo de 10 anos) e 206 (prazos especiais). Todos os outros prazos do Código são decadenciais!
	Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bensque entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
A decadência, que também é conhecida como caducidade, não tem nada a ver com direito a prestação violado, ou seja, não tem nada a ver com pretensão. A decadência tem conexão com os direitos potestativos. Direito potestativo, com base na doutrina do professor Francisco Amaral, é apenas um direito que traduz poder de interferência na esfera jurídica alheia sem prestação correspondente. Em outras palavras, direito potestativo é um direito de sujeição.
Quando o direito potestativo tiver prazo, esse prazo sempre será DECADENCIAL! Ou seja, prazos decadenciais são prazos para exercício de direito potestativo. Existem prazos decadenciais legais e prazos decadenciais convencionais! Ex: prazo para exercer o direito de anular o negócio jurídico prazo decadencial legal de 4 anos;por vício (como erro ou dolo) prazo de arrependimento e desistência do contrato (ex: 30 dias) fixado prazo decadencial convencional.em uma cláusula contratual 
OBS: Os prazos prescricionais, diferentemente dos decadenciais, são exclusivamente legais!
Os prazos prescricionais submetem-se a causas impeditivas, suspensivas ou interruptivas. Os decadenciais, apenas por exceção (art. 26 do CDC).
As causas que impedem (o prazo não começa a correr) e suspendem (prazo que estava correndo e fica paralisado) o prazo prescricional estão nos arts. 197 a 199 do CC. Já as causas que interrompem o prazo prescricional estão previstas no art. 202:
	Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Causas que interrompem o prazo prescricional:
	Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
OBS: Este inciso prejudicou a Súmula 153 do STF, que dizia exatamente o contrário!
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor (ex: notificação; interpelação);
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Quando o prazo prescricional é interrompido, ele recomeça a contar do zero!
A prescrição é, em essência, uma matéria de interesse e de defesa do devedor. Consumado o prazo prescricional, já era pro credor.
Características fundamentais da prescrição e decadência:
Os prazos prescricionais, por serem legais, não podem ser alterados pela vontade das partes (art. 192). Pela mesma razão, os prazos decadenciais legais também não. Já os prazos decadenciais convencionais poderão ser modificados.
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a que aproveita (art. 193). Os prazos decadenciais também.
A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juiz? Sim. O art. 219 p. 5º do CPC (“o juiz pronunciará de ofício a prescrição”) não deixa margem para dúvidas. O objetivo deste dispositivo é tornar mais dinâmico o processo. Mas como conciliar esta regra com o art. 191 do CC (“a renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição”), que não foi revogado (Enunciado 295 da 4ª Jornada de Direito Civil)? A prescrição nunca deixou de ser matéria de defesa (ele pode renunciar à prescrição). Seguindo a doutrina de Pablo Stolze, conciliando o art. 191 do CC com o art. 219 p. 5º do CPC, é recomendável que, considerando que a prescrição é matéria de defesa, o juiz, à luz do princípio da cooperatividade, abra prazo ao credor e ao devedor para suas manifestações (podendo o devedor, inclusive, renunciar à prescrição). Caso o devedor permaneça silente, o juiz poderá pronunciá-la de ofício.
OBS: PRAZO DE PRESCIÇÃO DA AÇÃO DE DANOS MORAIS 3 ANOS (inclusive, este é o prazo prescricional para as ações de responsabilidade civil em geral). Detalhe: no CC/16 eram longos 20 anos!
OBS: Art. 2.028 do CC:
	Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
OBS: O prazo menor superveniente deve ser contado a partir da entrada em vigor da lei nova (o STJ já pacificou o entendimento – RESP 896.635/MT – no sentido de que o prazo diminuído deve incidir a partir da entrada em vigor do NCC).
Contagem dos prazos no direito civil exclui-se o dia de início e inclui-se o dia do fim.
O que é prescrição intercorrente? A prescrição intercorrente é a que se dá dentro do processo, ou seja, após a pretensão ser formulada em juízo. Ex: o processo em que você formulou uma pretensão de cobrança ficou parado por 5 anos.
OBS: no direito tributário, após a edição da lei 11.051/04, que alterou a Lei de Execução Fiscal (LEF), a prescrição intercorrentepassou a ser expressamente admitida (art. 40 p. 4º).
E no âmbito do processo civil? Cabe ao juiz reconhecer a prescrição intercorrente? No processo civil brasileiro, na fase cognitiva, regra geral, não se admite prescrição intercorrente, especialmente porque a paralisação do feitoé imputável ao próprio Poder Judiciário (Súmula 106 do STJ; STJ – AgRg no Ag 618.909/PE). Vejamos agora duas situações especiais / excepcionais de prescrição intercorrente no processo civil:
Segundo o prof. Salomão Viana, a prescrição da pretensão executória, fundada em título executivo judicial (obrigação por quantia certa) começará a correr a partir do dia em que ficar evidenciada a violação do direito do credor, certificada na sentença.
OBS: A Súmula 150 do STF sustenta que o prazo de prescrição da pretensão executória é o mesmo da pretensão de conhecimento.
Súmula 264 do STF (“verifica-se a prescrição intercorrente pela paralisação da ação rescisória por mais de cinco anos”).
RESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
 CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Do estado de necessidade e legitima defesa
Estado de necessidade = Previsto no art. 188, II do CC, traduz uma situação de agressão de interesse jurídico alheio, visando a remover perigo iminente não causado pelo agente .
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
...
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
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OBSERVAÇÃO 
Na forma dos artigos 929 e 930, no estado de necessidade, assim como na legitima defesa, CASO SEJA ATINGIDO TERCEIRO INOCENTE, este poderá demandar o agente, que indenizando-o, terá ação regressiva em face do verdadeiro culpado. Vale lembrar que a legitima defesa, prevista na inc. I do artigo 188, ocorre quando o agente reage proporcionalmente a uma situação de agressão injusta, atual ou iminente.
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Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito = Embora o CC não regule explicitamente o Estrito cumprimento do dever legal, o jurista Frederico Marques observa que este instituto está compreendido no próprio exercício regular de direito (art. 188, I, segunda parte do CC). Ex: guarda-volumes de supermercado, fiscalização no aeroporto, alarmes na porta dos estabelecimentos, 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
- os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido
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OBSERVAÇAO
O STJ já decidiu no Ag Rg no Ag 792824/SP que atua no exercício regular de direito o credor que, na forma da lei, exerce a faculdade de protestar título.
O STJ negou a tese no REsp 164391/RJ – o empregador não pode exercer o direito de cercear a liberdade da empregada doméstica.
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Caso fortuito e força maior = art. 393, CC.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Ver Resp 726371 = assalto a ônibus é evento fortuito, a empresa vária não tem responsabilidade, pois também será vítima da falta de segurança publica– caso de caso fortuito externo..
Existe, todavia, uma corrente minoritária em Tribunais Inferiores (ver material de apoio), no sentido de que se o assalto é freqüente, sucessivo, na mesma linha, passa a ser previsível não traduzindo mais caso fortuito ou força maior.
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Culpa Exclusiva da vítima = por ruptura do nexo jurídico de responsabilidade, exclui a responsabilidade civil, portanto. Ex: vitima que se arremessa na frente do seu carro para cometer suicídio. O CDC prevê esta hipótese.
Não cabe presunção de culpa exclusiva da vitima, ela deve estar suficientemente provada.
CULPA EXCLUSIVA DA VITIMA X CULPA CONCORRENTE (art. 945, CC) = Este último prevê uma diminuição da culpa da vítima, minimizando o quantum indenizatório, mas não a culpa do agente.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
No âmbito do Direito do consumidor, o que se entende por fortuito externo e interno? RO último é o que incide no processo de elaboração do produto ou execução do serviço, não excluindo a responsabilidade do fornecedor. Já o fortuito externo poderá eximir o fornecedor de responsabilidade, uma vez que coincide após a consumação do processo de elaboração do produto ou é alheio à execução do serviço.
Fato de terceiro = também tem o condão de excluir a responsabilidade civil por ruptura do nexo de causalidade. A sumula 187 do STF firma entendimento de que no caso de transporte de passageiros o fato de terceiro não pode ser invocado.
O que é aplicação do fato de terceiro, eximi ateoria do corpo neutro? R responsabilidade do condutor de veículo que, atingido por outrem é arremessado violando direito de pessoa inocente. Existem 2 correntes doutrinárias tratando dos efeitos jurídicos desta teoria. A primeira argumenta que a vítima inocente poderá demandar o condutor do veiculo arremessado que terá ação regressiva em face do verdadeiro culpado. RT 646/89 e RT 437/127. Já a segunda corrente sustenta que o condutor do veiculo arremessado também é vítima, de uma maneira que o único legitimado a responder em sede de responsabilidade civil é o verdadeiro culpado, não cabendo interpretação extensiva dos artigos 929 e 930 do CC (Resp 54444/SP)
O que é cláusula de não - trata-se de uma convenção pela qual as partes, segundo aindenizar? R autonomia privada, excluem a responsabilidade civil. É claro que devemos considerar a igualdade entre as partes, ou seja , estão no mesmo patamar econômico, inclusive jurídico. Ver art. 25 do CDC – cláusula de não –indenizar é abusiva na relação contratual de consumo. Assim como a súmula 161 do STF proíbe cláusula de não- indenizar em contrato de transporte.
O enriquecimento ilícito (ver material de apoio), embora não traduza causa excludente de responsabilidade civil, pode interferir na fixação do quantum.
RESPONSABILIDADE CIVIL INDIRETA
Responsabilidade de fato da coisa ou do animalO fundamento teórico da responsabilidade pelo fato da coisa e do animal, originou-se na França, à luz de Planiol, Rupert e Boulanger (ver tb Teixeira de Freitas – art. 3960, do seu esboço de 1865). Segunda a teoria do Guardião, ou teoria da guarda, a responsabilidade pelo fato da coisa e do animal é da pessoa que detém poder de comando sobre ele (guardião). O proprietário é o guardião presuntivo.
x.i responsabilidade pelo fato do animal = Para o CC/1916, o art. 1527 versava que a responsabilidade civil era subjetiva, ou seja, o guardião do animal poderia eximir-se de responsabilidade alegando que não teve culpa, por ter guardado e vigiado com cuidado preciso. Ou seja, o código velho abria espaço para a verificação de culpa. Já no NCC, em seu artigo 936, consagra a responsabilidade objetiva pelo fato do animal. Em outras palavras, não há verificação da culpa. Se houve a lesão, haverá a responsabilidade civil. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
x.ii responsabilidade pelo fato da coisa = Se desdobra em: i- responsabilidade pela ruína de edifício ou construção e ii- na responsabilidade por objetos lançados ou caídos.
i- responsabilidade pela ruína de edifício ou construção – pode ser de ruína total ou parcial. Aqui a responsabilidade é objetiva,nos termos do at. 937 do dono da construção ou do edifício. Pois entende que o reparo não foi efetuado, ou seja, falta de manutenção do edifício. A raiz histórica está no art. 1386 do Código Francês.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
ii- na responsabilidade por objetos lançados ou caídos – previsão: art. 938 do CC. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
De fato, a presunção é que a responsabilidade é do dono, no entanto, deverá ser do possuidor, daquele que habitar no prédio. A responsabilidade também é objetiva, e daquele que habita. O rol é ampliativo. A ação judicial que a vitima próprio contra habitante do local que arremessa objetos é chamada de ACTIO DE EFFUSIS ET DEJECTIS, nesse caso o prazo prescricional é de 3 anos.
ATENÇAO
Não se sabendo de onde se saiu o projétil, a responsabilidade é de todo o condomínio, com base na teoria da causalidade alternativa, segundo a qual todos os agentes possíveis do dano poderão ser responsabilizados para que a vítima não fique irressarcida. A jurisprudência (RT 530230, REsp 64682/RJ) exclui a responsabilidade das unidades habitacionais de onde seria impossível o arremesso. 
De O STFquem é a responsabilidade pelo acidente com veículo locado? R responsabiliza solidariamente a locadora de veículo pelo acidente causado, e a base deste entendimento pode ser encontrada na própria teoria do risco. Súmula 492 do Supremo. Também há previsão no CC em seu art. 942, senão vejamos: 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

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