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UFAL – UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS FDA – FACULDADE DE DIREITO DE ALAGOAS LETÍCIA BORGES BARBOSA CORDEIRO FICHAMENTO DE CITAÇÃO DO LIVRO: Teoria Pura do Direito Maceió - Alagoas 2017 LETICIA BORGES BARBOSA CORDEIRO FICHAMENTO DE CITAÇÃO DO LIVRO: Teoria Pura do Direito Fichamento entregue ao Professor Rosmar Rodrigues de Alencar como requisito parcial de avaliação da disciplina Filosofia do Direito II, do curso de Direito da Faculdade de Direito de Alagoas, no 2º Semestre letivo de 2016 Maceió – Alagoas 2017 FICHAMENTO KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução: João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes. 2009. p.387-397. (Capítulo VIII – A interpretação). A essência da interpretação. Interpretação autentica e não autentica. (p.387-392). Capítulo VIII – A interpretação. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução: João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes. 2009. “A interpretação é [...] uma operação mental que acompanha o processo da aplicação do Direito no seu progredir de um escalão superior para um escalão inferior”. (p.387) “[...] existem duas espécies de interpretação que devem ser distinguidas claramente uma a outra: a interpretação do Direito pelo órgão que o aplica, e a interpretação do Direito que não é realizada por um órgão jurídico mas por uma pessoa privada e, especialmente, pela ciência jurídica”. (p.388) Relativa indeterminação do ato de aplicação do Direito. (p.388). Capítulo VII – A interpretação. Item a. “[...] a norma do escalão superior regula o ato através do qual é produzida a norma do escalão inferior, ou o ato de execução [...] ela determina não só o processo em que a norma inferior ou o ato de execução são postos, mas também, eventualmente, o conteúdo da norma a estabelecer ou o ato de execução a realizar”. (p.388) “A norma do escalão superior não pode vincular em todas as direções (sob todos os aspectos) o ato através do qual é aplicada. Tem sempre de ficar uma margem, ora maior ora menor, de livre apreciação, de tal forma que a norma de escalão superior tem sempre, em relação ao ato de produção normativa ou de execução que a aplica, o caráter de um quadro ou moldura a preencher por este ato”. (p.388) Indeterminação intencional do ato de aplicação do Direito. (p.388-389). Capítulo VII – A interpretação. Item b. “[...] todo o ato em que o Direito é aplicado, quer seja um ato de criação jurídica quer seja um ato de pura execução, é, em parte, determinado pelo Direito e, em parte, indeterminado”. (p.389) “A indeterminação pode respeitar tanto ao fato (pressuposto) condicionante como à consequência condicionada. A indeterminação pode mesmo ser intencional, que dizer, estar na intenção do órgão que estabeleceu a norma a aplicar”. (p.389) “ [...] o estabelecimento ou fixação de uma norma simplesmente geral opera-se sempre [...] sob o pressuposto de que a norma individual que resulta sua aplicação continua o processo de determinação que constitui, afinal, o sentido da seriação escalonada ou gradual”. (p.389) Indeterminação não-intencional do ato de aplicação do Direito. (p.389-390). Capítulo VII – A interpretação. Item c. “[...] a indeterminação do ato jurídico pode também ser a consequência não intencional da própria constituição da norma jurídica que deve ser aplicada pelo ato em questão”. (p.389) “O sentido verbal da norma não é unívoco, o órgão que tem de aplicar a norma encontra- se perante várias significações possíveis [...] o que executa a norma crê poder presumir que entre a expressão verbal da norma e a vontade da autoridade legisladora, que há de exprimir através daquela expressão verbal, existe uma discrepância”. (p.389) “A indeterminação do ato jurídico a pôr pode finalmente ser também a consequência do fato de duas normas, que pretendem valer simultaneamente – porque, v. g., estão contidas numa mesma lei – contradizem total ou parcialmente”. (p.390) O Direito a aplicar como uma moldura dentro da qual há várias possibilidades de aplicação. (p.390-391). Capítulo VII – A interpretação. Item d. “O ato jurídico que efetiva ou executa a norma pode ser conformado por maneira a corresponder a uma ou outra das várias significações verbais da mesma norma, por maneira a corresponder à vontade do legislador [...] ou, então, à expressão por ele escolhida”. (p.390) “Se por “interpretação” se entende a fixação por via cognoscitiva do sentido do objeto a interpretar, o resultado de uma interpretação jurídica somente pode ser a fixação da moldura que representa o Direito a interpretar e, consequentemente, o conhecimento das várias possibilidades que dentro dessa moldura existem. Sendo assim, a interpretação de uma lei não deve necessariamente conduzir a uma única solução como sendo a única correta, mas possivelmente a várias soluções que – na medida em que apenas sejam aferidas pela lei a aplicar – tem igual valor”. (p.390) Os chamados métodos de interpretação. (p.391-392). Capítulo VII – A interpretação. Item e. “Não há absolutamente qualquer método – capaz de ser classificado como de Direito positivo – segundo o qual, das várias significações verbais de uma norma, apenas uma possa ser destacada como correta”. (p.391) “Todos os métodos de interpretação até o presente elaborados conduzem sempre a um resultado apenas possível, nunca a um resultado que seja o único correto”. (p.392) A interpretação como ato de conhecimento ou como ato de vontade. (p.392-395). Capítulo VIII – A interpretação. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução: João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes. 2009. “A tarefa que consiste em obter, a partir da lei, a única sentença justa (certa) ou o único ato administrativo correto é, no essencial, idêntica à tarefa de quem se proponha, nos quadros da Constituição, criar as únicas leis justas (certas) [...]. De certo que existe uma diferença entre os dois casos, mas é uma diferença somente quantitativa, não qualitativa, e consiste apenas em que a vinculação do legislador sob o aspecto material é uma vinculação muito mais reduzida do que a vinculação do juiz, em que aquele é, relativamente muito mais livre na criação do Direito do que este”. (p.393) “A interpretação feita pelo órgão aplicador do Direito é sempre autêntica. Ela cria Direito. Na verdade, só se fala de interpretação autêntica quando esta interpretação assuma a forma de uma lei ou de um tratado de Direito internacional e tem caráter geral [...]. Mas autêntica, isto é, criadora de Direito é-o a interpretação feita através de um órgão aplicador do Direito ainda quando cria o Direito apenas para um caso concreto”. (p.394) “[...] pela via da interpretação autentica [...] não somente se realiza uma das possibilidades cognoscitiva da mesma norma, como também se pode produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma a aplicar representa”. (p.394) “Da interpretação através de um órgão aplicador do Direito distingue-se toda e qualquer outra interpretação pelo fato de não ser autentica, isto é, não criar Direito”. (p.395) A interpretação da ciência jurídica. (p.395-397). Capítulo VIII – A interpretação KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução: João Baptista Machado. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes. 2009. “A interpretação cientifica é pura determinação cognoscitiva do sentido das normas jurídicas. Diferentemente da interpretação feita pelos órgãosjurídicos, ela não é criação jurídica. [...] A interpretação simplesmente cognoscitiva da ciência jurídica também é, portanto, incapaz de colmatar as pretensas lacunas do Direito”. (p.395) “O preenchimento da chamada lacuna do Direito é uma função criadora de Direito que somente pode ser realizada por um órgão aplicador do mesmo”. (p.395) “A interpretação jurídico-científica não pode fazer outra coisa senão estabelecer as possíveis significações de uma norma jurídica. [...]. A interpretação jurídico-científica tem de evitar, com o máximo cuidado, a ficção de que uma norma jurídica apenas permite, sempre e em todos os casos, uma só interpretação: a interpretação correta”. (p.395-396)
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