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Micoses Superficiais - Pediatria

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MICOSES SUPERFICIAIS
Antonio Alexandre Sales Neto
Internato de Saúde da Criança
Preceptora: Dra Marina Chahini
UEPA – Santarém
2016
 
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INTRODUÇÃO
Três tipos de micoses: superficiais, profundas e sistêmicas;
Mais de15% das consultas médicas na população pediátrica;
Superficiais: mais frequentes;
As apresentações clínicas variam de acordo com a faixa etária;
O diagnóstico é feito principalmente por meio de anamnese e exame físico adequados. 
a infecção por Candida sp. é comum nos lactentes, a por dermatófitos no couro cabeludo é mais comum nos escolares e as infecções fúngicas dos pés e das unhas são mais comuns entre os adolescentes, assim como a pitiríase versicolor.
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DEFINIÇÃO
Micoses superficiais: que não provocam uma significante resposta inflamatória histopatológica no hospedeiro (ceratofitoses)
Micoses cutâneas: podem provocar mudanças patológicas no hospedeiro (dermatofitoses, não dermatófitos e candidíase)
Ceratofitoses: fungos se proliferam na camada córnea da pele ou sobre a haste livre dos pelos. 
Dermatofitoses (tíneas): fungos alimentam-se de queratina. Invadem córnea, pelo e unhas. Produzem reação inflamatória. 
Ambas são exclusivas de pele queratinizada.
Candidíase superficial pode afetar tanto pele quanto mucosas.
DEFINIÇÃO
DERMATOFITOSES
Fungos que vivem no solo, nos animais ou nos humanos. 
Epidermophyton sp.
Microsporum sp.
Trichophyton sp.
DERMATOFITOSES
Contágio direto (seres humanos, solo ou animais contaminados) ou indireto (exposição a fômites ou banhos públicos)
Distribuição varia (sexo, idade, imunidade, hábitos, populações fechadas)
Diagnóstico: micológico direto (raspagem das lesões e observação das hifas à microscopia com KOH a 10%)
Gênero é determinado pela morfologia dos conidióforos.
Espécie se descobre pela cultura em ágar de Sabouraud (agar glicose) ou ágar de Mycosel (cloranfenicol e cicloeximida).
DERMATOFITOSES
TINEA CAPITIS
Infecção fúngica do couro cabeludo.
Muito comum na infância (4-14 anos)
Alopecia focal em placas de áreas tonsuradas.
Causada por Microsporum ou Trichophyton. Microsporum canis (mais comum, zoofilico) e Trichophyton tonsurans (antropofílico) são os principais.
Período de incubação curto (geralmente 1 a 3 semanas) 
A transmissão via fômites (escova de cabelos, pentes, bonés e instrumentos contaminados) está bem documentada.
TINEA CAPITIS TONSURANTE
A tínea microspórica produz uma área única e grande.
Enquanto a tricofítica produz várias áreas pequenas.
TINEA CAPITIS TONSURANTE
Quérion (Kerion Celsi): forma aguda na infecção por M. canis.
Placas dolorosas infiltradas, bem delimitadas, alopecia, pústulas e frequentemente drenagem de secreção purulenta
TINEA CAPITIS TONSURANTE
Causada principalmente pelo T. schoenleinii (antropofílico).
Pequenas lesão crostosas crateriformes em torno do óstio folicular: escútula fávica ou “godet”. - patognomônicos
Acometimento do bulbo capilar: 
 alopécia definitiva.
TINEA CAPITIS FAVOSA
TINEA CAPITIS FAVOSA
Sistêmico (medicação deve penetrar no folículo piloso)
Griseofulvina: tratamento clássico e único aprovado pelo FDA.
20 a 25 mg/kg/dose, 1 vez/dia (após refeição gordurosa, para aumentar sua absorção), por 6 a 8 semanas.
SBP recomenda xampu antifúngico, como o cetoconazol ou sulfeto de selênio, 2 a 3 vezes/semana, pois esses agentes removem as placas e erradicam esporos viáveis.
TINEA CAPITIS - TRATAMENTO
Terbinafina: antifúngico recente. Uso de terbinafina por 4 semanas (<20kg: 62,5 mg/dia; 20-40kg: 125mg/dia; >40kg: 250mg/dia) é tão eficaz quanto a griseofulvina por 8 semanas.
Fluconazol: doses de 3 a 6 mg/kg/dia, por 2 a 4 semanas.
No quérion, considerar antibióticos sistêmicos na presença de muitas crostas. Prednisona na dose de 0,5 a 1 mg/kg/dia por 1 a 2 semanas leva a resolução mais rápida da inflamação.
TINEA CAPITIS - TRATAMENTO
Não é recomendado manter as crianças afastadas das atividades escolares.
Eliminação de esporos pode continuar por meses.
Não compartilhar pentes, escovas, bonés e jaquetas com capuz.
TINEA CAPITIS - TRATAMENTO
TINEA CORPORIS
Tínea da pele glabra. “Impigem”
Agentes principais: T. rubrum (antropofílico) e M. canis (zoofílico).
Interumana (fômites, contato direto, banhos públicos) ou contato com animais domésticos, principalmente filhotes de cães e gatos, que ocorre de forma frequente na infância.
Uma ou mais placas anulares descamativas. bem circunscritas, com um centro claro e uma borda descamativa, vesicular, papular ou pustular (por isso a expressão “em formato de anel”)
Os locais de predileção incluem tronco e extremidades, tendem a uma distribuição assimétrica.
TINEA CORPORIS
TINEA CORPORIS
Terapia tópica com creme a 1% é efetiva para os casos localizados.
Aplicar duas vezes/dia. Ciclopirox, clotrimazol, cetoconazol, miconazol, oxiconazol e terbinafina.
Melhora clínica e alívio do prurido na primeira semana.
O tratamento deve ser mantido por 2 a 3 semanas para assegurar a completa resolução!!!
TINEA CORPORIS - TRATAMENTO
TINEA CORPORIS - TRATAMENTO
Lesões disseminadas ou refratárias: terapia com antifúngicos orais por 4 semanas
TINEA FACEI
Muitas vezes semelhante à tinha do corpo.
Pode ter uma forma clínica discreta, especialmente quando corticoides tópicos foram utilizados.
Apesar de as lesões localizadas responderem ao tratamento tópico, o tratamento sistêmico é muitas vezes necessário.
TINEA CRURIS
Infecção superficial da região inguinal e raiz de coxas.
Comum em adolescentes do sexo masculino e adultos.
Mais sintomática em climas úmidos e quentes,
Frequente em obesos ou naqueles que realizam atividade física extenuante com suor excessivo e atrito das vestimentas.
Placas eritematosas bem demarcadas, bordas elevadas com descamação, vesículas ou pústulas.
Em geral bilateral, simétrica e envolve áreas intertriginosas junto ao escroto e face medial das coxas. Extremamente pruriginosa.
Poupa bolsa escrotal, não apresenta lesões satélites (diferencia da candidíase inguinal)
TINEA CRURIS
TINEA CRURIS
Terapia tópica por 3 a 4 semanas. 
Reduzir o excesso de atrito e irritação usando roupas íntimas de algodão largas e soltas
Secar as áreas acometidas após o banho ou transpiração
Estimular a perda de peso (obesos).
TINEA CRURIS - TRATAMENTO
TINEA PEDIS
Rara em crianças pequenas, muito frequente em adolescentes e adultos (dermatofitose mais comum)
Forma intertriginosa: mais comum. Inflamação, descamação e maceração entre os pododáctilos
Forma vesicular: inflamação com vesículas ou bolhas, mais comum no verão. 
TINEA PEDIS
Forma em mocassim (escamosa): eritema, descamação, fissura e hiperqueratose plantar, podendo se estender para a face lateral dos pés).
TINEA PEDIS
Secar os pés após o banho, evitar sapatos fechados e usar sandálias ou chinelos em áreas de risco.
Pós ou sprays antifúngicos: usados 1 a 2 vezes/dia em indivíduos com predisposição.
O tratamento de escolha é a aplicação de antifúngico tópico 2 vezes/dia por 2 a 3 semanas.
Via oral: considerar nos com inflamação grave, doenças crônicas ou imunossupressão.
TINEA PEDIS - TRATAMENTO
ONICOMICOSE
Lesão da lâmina ungueal por dermatófitos.
Unhas se tornam grossas, opacas, amareloesverdeadas, frágeis, com sulcos e irregularidades.
Acometimento das bordas: pensar em cândida
Mais comum em idosos. Em crianças geralmente se associa a tínea pedis.
O acometimento distal subungueal é o mais comum (invasão do leito ungueal e porção inferior da placa ungueal, levando à onicólise e espessamento da região subungueal).
ONICOMICOSE
Em geral, agentes tópicos não são eficazes, pela baixa penetração na unha.
Podem ser usados quando houver tinea pedis associada, reduzindo a taxa de recaída, ou quando houver acometimento de 30 a 50% da lâmina ungueal.
Tratamento definitivo: antifúngicos por via oral, sendo o itraconazol
e a terbinafina relacionados à cura em torno de 70%.
Permanecem concentrados nas unhas por meses (vantagem em relação à griseofulvina).
ONICOMICOSE - TRATAMENTO
Itraconazol: pulsoterapia (diário por uma semana por mês, durante 3 a 4 meses).
Terbinafina: dose diária por 3 a 4 meses e muitos estudos sugerem ser superior em eficácia e custo-benefício em relação aos outros antifúngicos.
ONICOMICOSE - TRATAMENTO
PITIRÍASE VERSICOLOR
Infecção fúngica muito comum, causada pelas formas fermentadoras do fungo Malassezia furfur.
Parte da flora normal da pele e, sob condições apropriadas, a levedura transforma-se em hifa invasiva.
Ocorre em todo o mundo, maioria dos casos em adolescentes, em virtude da natureza lipofílica do microrganismo e da característica das áreas afetadas serem ricas em lipídios.
Manchas e placas com descamação furfurácea em tronco, face e pescoço.
Versicolor provém da variedade de cores que as lesões podem assumir, desde hipopigmentadas, eritematosas até acastanhadas ou marrons.
PITIRÍASE VERSICOLOR
A pitiríase versicolor responde a uma variedade de agentes tópicos. Recorrências são comuns e as alterações pigmentares demoram meses a anos para serem resolvidas.
O xampu de sulfeto de selênio a 2,5% é conveniente, barato, seguro e efetivo especialmente em pacientes mais jovens. 
Aplicar uma fina camada sobre as lesões por 10 minutos antes de enxaguar, por 1 a 2 semanas, utilizando aplicações intermitentes como manutenção.
PITIRÍASE VERSICOLOR - TRATAMENTO
Podem ser usados também tópicos como cetoconazol, miconazol, terbinafina, entre outros.
Tratamento sistêmico: indicado nas formas extensas. Cetoconazol por 10 dias, itraconazol por 5 dias ou fluconazol em doses semanais por 2 a 4 semanas, via oral
PITIRÍASE VERSICOLOR - TRATAMENTO
CANDIDÍASE
Infecção aguda ou crônica da pele, membranas mucosas e raramente órgãos internos, causada por um fungo fermentador do gênero Candida.
Candida albicans é a causa mais frequente. Existe na microflora da cavidade oral, trato gastrointestinal e vagina. Torna-se um patógeno quando há alterações na defesa do hospedeiro.
RN e lactentes são fisiologicamente suscetíveis à infecção por Candida, podendo manifestar-se como candidíase oral, candidíase relacionada a fraldas ou intertrigos.
CANDIDÍASE ORAL
Infecção da língua, palatos duro e mole, mucosas oral e gengival, podendo ser dolorosa ou não.
Manchas ou placas pseudomembranosas, friáveis e que variam de cor branca a cinza sobre uma mucosa avermelhada.
Pode ser adquirida durante a passagem pelo canal de parto infectado, durante o contato com a pele da mama ou da mão materna, ou por meio da esterilização inadequada das mamadeiras.
Diagnóstico: frequentemente clínico, confirmado pela remoção cuidadosa das placas “leite coalhado” que, ao contrário do leite materno ou das fórmulas, aderem-se à mucosa oral.
A remoção é realizada pela fricção cautelosa da área com um cotonete ou abaixador de língua, resultando em uma erosão inflamatória da mucosa.
CANDIDÍASE ORAL
A abordagem usual: em geral efetiva
Administração de 1 mL de nistatina em suspensão oral, nos cantos da boca, 4 vezes/dia por 14 dias.
CANDIDÍASE ORAL
CANDIDÍASE DA ÁREA DE FRALDAS
Possível consequência de terapia antibiótica sistêmica.
Manifesta-se como eritema disseminado em nádegas, abdome inferior e porções internas das coxas.
Borda elevada, marginação nítida com escamas brancas na borda e lesões-satélite papulovesiculares minúsculas (patognomônico).
Pode não estar relacionada à candidíase oral
Lactentes abrigam a C. albicans no intestino inferior, sendo as fezes contaminadas a principal fonte para as erupções por Candida na área das fraldas.
Tratamento: agente antifúngico tópico (nistatina, clotrimazol, miconazol, entre outros) por 14 dias.
CANDIDÍASE DA ÁREA DE FRALDAS
INTERTRIGO CANDIDIÁSICO
Condição marcada por intenso eritema das dobras, geralmente regiões axilar, face anterior do pescoço e inguinal.
O ambiente úmido e aquecido dessas áreas favorece o desenvolvimento da infecção.
Apesar de nem sempre estar associado a uma infecção fúngica, a presença de C. albicans é comum, e uma infecção bacteriana secundária (S. aureus) pode estar presente.
INTERTRIGO CANDIDIÁSICO
Tratamento: antifúngicos tópicos (clotrimazol, miconazol, cetoconazol, entre outros) aplicados 2 a 3 vezes por dia 
Casos mais graves: corticosteroide de baixa potência ou antibiótico via oral, quando ocorrer infecção bacteriana secundária
INTERTRIGO CANDIDIÁSICO
TÍNEA NEGRA
Infecção do extrato córneo palmar causada pelo Phaeannellomyces werneckii.
Mácula acastanhada ou enegrecida, frequente em crianças do sexo feminino.
Diagnóstico: exame direto com KOH a 10%
Tratamento: ceratolíticos ou antifúngicos tópicos até duas semanas após a cura clínica.
TÍNEA NEGRA
PIEDRA NEGRA
Infecção do pelo pela Piedraia hortai.
Nódulos pretos aderentes à haste dos cabelos.
Típicas de áreas tropicais
Tratamento: corte de cabelo associado a imidazólico tópico.
PIEDRA BRANCA
Infecção do pelo pelo Trichosporum beigeli.
Nódulos de branco a castanho claro, de consistência cremosa, facilmente removíveis.
Tratamento: corte de cabelo associado à imidazólico tópico ou sistêmico (alta taxa de recidiva)
FIM!!!!

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