Buscar

CANDIDIASE ORAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Candidíase é uma infecção fúngica produzida pelos microrganismos Candida sp, sendo a 
espécie mais comumente encontrada a C. albicans. 
 Os fungos do gênero Candida fazem parte da microbiota bucal nos seres humanos, 
caracterizados pelo oportunismo, tornando-se patológicos quando existem condições que 
favoreçam seu crescimento, quando, por exemplo, os mecanismos de defesa do indivíduo 
estão comprometidos. 
 A candidíase oral é frequente no período neonatal e pode ser adquirida por transmissão 
vertical da Candida albicans durante o trabalho de parto ou por transmissão nosocomial. 
FATORES DE RISCO 
• Doenças sistémicas 
• Deficiência imunitária 
• Redução do fluxo salivar 
• Utilização de antibióticos de largo espectro ou tratamento com corticosteroides 
• Má higiene oral 
• infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV) 
• Xerostomia 
• Má nutrição - nomeadamente uma dieta de consumo exagerado de hidratos de carbono e deficiente em 
ferro, ácido fólico e vitamina B12; 
• Doença maligna avançada 
• Quimioterapia ou radioterapia 
• Gravidez 
QUADRO CLÍNICO 
• Candidíase Pseudomembranosa ou “thrush” 
o Mais comum em indivíduos imunocomprometidos, sob uso de corticoides e/ou antibióticos de amplo 
espectro ou com desordens sistêmicas como diabetes descompensada, leucemia e/ou infecção por HIV. 
o Caracterizada pela presença de placas pastosas brancas (ou amareladas) na língua, palato e mucosa 
jugal que cedem à raspagem com gaze ou espátula de madeira, evidenciando área eritematosa 
 
• Eritematosa 
o Mais frequentemente 
o está associada com o uso de corticosteroides, antibióticos de largo espectro e com a infeção pelo HIV. 
o Pode surgir como consequência da candidíase pseudomembranosa aguda persistente 
 
o São visualizadas áreas extensas ou pontuais atróficas, planas, avermelhadas, principalmente 
no palato e na língua e podem estar associadas à queixa de ardência 
 
• Glossite Romboidal Mediana 
o Caracterizada pela presença de área eritematosa de aspecto elíptico ou romboide bem demarcada na 
linha média da região posterior do dorso da língua. 
o Usualmente assintomática, simétrica, com superfície variando de plana a lobulada 
 
• Queilite angular 
o Acomete as comissuras labiais, que mostram eritema, fissuras e descamação. 
o Resulta do acúmulo de saliva devido à perda de dimensão vertical em pacientes idosos. 
o Outro fator associado é a anemia. 
 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
• O diagnóstico da candidíase orofaríngea é baseado em sinais e sintomas clínicos. 
• Quando o exame clínico é incerto ou o paciente não responde a terapia antifúngica, podem ser feitos exames 
complementares de diagnóstica 
o Citologia esfoliativa 
- A área suspeita é raspada com um instrumento estéril ou um raspador de língua, e o material 
colhido é aplicado numa lâmina de vidro. A aplicação de umas gotas de hidróxido de potássio a 
10% na colheita citológica permite a observação imediata no microscópio. 
o Cultura microbiológica 
o Testes de suscetibilidade. 
o Biópsia 
- A biópsia é raramente indicada, mas pode revelar penetração do tecido epitelial. 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
• Estomatite aftosa 
• Estomatite herpética 
• Difteria 
• Lesões orais da sífilis congênita 
• Leucoplasia 
 
• Língua geográfica 
• Líquen plano 
CONDUTA TERAPÊUTICA (PROTOCOLO/ESQUEMA TERAPÊUTICO) 
• Nitrato de Miconazol gel 2% (20 mg/g), 1,25 mL, 4 vezes ao dia, por 14 dias ou 
• Nistatina solução aquosa 100.000 UI/mL, 2 mL, 4 vezes ao dia, por 14 dias. 
• Não havendo resposta à terapia 
o Fluconazol 3 a 6 mg/kg (dose máxima diária de 200 mg), uma vez ao dia, por 7 a 14 dias. 
 Pacientes refratários ao tratamento sistêmico devem ser investigados clinicamente para imunossupressão, com 
testes rápidos para sífilis e HIV, questionados quanto ao uso frequente de antibióticos ou outras doenças que 
causem imunodeficiência. 
 Os medicamentos devem ser administrados com o auxílio de uma gaze e espalhado por toda a cavidade bucal 
(mucosa jugal, língua, palato e rebordos). 
 Para evitar recontaminação é imprescindível que objetos que o bebê leva a boca, como brinquedos e bicos 
artificiais, sejam devidamente desinfetados, sendo fervidos após cada uso, por 1 minuto. 
 Caso a criança esteja em aleitamento materno, a mãe deverá ser avaliada quanto a presença de sinais e 
sintomas sugestivos de infecção por cândida nos mamilos. 
- Relato de prurido na mama, sensação de queimação e dor em fisgadas, que persistem após as mamadas, 
assim como vermelhidão em mamilos e aréola, pele brilhante ou com fina descamação, observados ao 
exame físico, são sugestivos desse diagnóstico. 
- Se houver suspeita de infecção, a mãe também deve receber tratamento tópico com o Miconazol creme 
2% (20mg/g), por 14 dias, aplicar após cada mamada e remover com óleo de girassol ou óleo de coco 
antes da próxima mamada. 
- Se o tratamento tópico não for eficaz, recomenda-se o uso de Fluconazol 400 mg/dia no primeiro dia e 
depois 200 mg/dia por 14 dias, totalizando 15 dias. 
 
Antifúngicos Poliénicos 
• Nistatina 
o Se liga ao ergosterol da membrana plasmática do fungo e aumenta a permeabilidade da membrana 
através da criação de poros, promovendo o vazamento de componentes celulares essenciais 
conduzindo à morte celular 
o A nistatina está disponível em sob forma de cremes, comprimidos, pastilhas, géis, suspensões, 
bochechos 
• Anfotericina B 
o liga-se ao ergosterol da membrana plasmática dos fungos e através de mecanismos de formação de 
poros ocorre um aumento de permeabilidade da célula fúngica o que promove o vazamento de 
componentes celulares essenciais e consequentemente, a morte celular 
o A anfotericina B está disponível sob forma de pastilhas, colutórios, cremes, pomadas 
o A dosagem de normalmente utilizada na pediatria é de 1 mg / kg. 
Antifúngicos Azóis 
Imidazóis 
 
• Clotrimazol 
o bloqueia a esterol 14-demetilase, uma enzima fúngica especifica do citocromo P450 que catalisa a 
conversão de lanosterol a ergosterol. Isto conduz a danos estruturais e funcionais da membrana 
plasmática e morte celular. 
• Miconazol 
o danifica a integridade da membrana celular, altera a adesão de fungos, bem como inibe a formação de 
tubos germinais e de micélios. 
o Apresenta um potente e um amplo espectro de atividade contra muitas espécies de Candida spp., 
incluindo C. albicans, C. dubliniensis, C. glabrata e C. tropicalis. Além disso, é eficaz contra várias 
espécies de Candida spp. que são resistentes ao fluconazol 
• Cetoconazol 
o É eficaz contra um amplo espectro de fungos e leveduras, incluindo Candida spp 
Triazóis 
• Fluconazol 
o bloqueia a enzima esterol 14-demetilase e promove danos estruturais e funcionais da membrana 
plasmática e morte celular 
o dose diária de fluconazol necessária em recém-nascidos e crianças é de 12 mg / kg. 
• Itraconazol 
• Voriconazol 
o 9 mg / kg duas vezes por dia (no máximo dose de 350 mg) 
• Posaconazol 
• Isavuconazol 
COMPLICAÇÕES 
• As complicações da candidíase ocorrem em razão da disseminação hematogênica do fungo, podendo 
alcançar qualquer sistema, e isso se dá mais frequentemente em pacientes imunodeprimidos, como os 
portadores de neoplasias malignas, doenças degenerativas e AIDS. 
• As infecções sistêmicas mais comuns pelo fungo são: esofagite, endocardite, meningite, artrite e 
endoftalmite. 
Amebíase 
Parasita: Entamoeba histolytica 
Parasita: Entamoeba coli não é patogênico 
 
 
TRANSMISSÃO 
• contato direto 
• água e alimentos contaminados 
LOCAIS DE ACOMETIMENTO 
• Íleo e cólon 
• Localização extraintestinal (fígado, cérebro, pericárdio, pulmão, pleura) 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Amebíase intestinal não invasiva (forma clinica mais comum) 
o Os parasitos só́ se desenvolvem na luz do intestino grosso 
o Assintomática em 90% dos casos 
o Diarreia leve, desconforto abdominal. 
• Amebíase intestinal invasiva (E. histolytica colonizando ostecidos do hospedeiro) 
o Dor abdominal difusa 
o Cólicas intestinais 
o Dor retal 
o Diarreia 
o Síndrome disentérica (fezes mucos sanguinolentas). 
o Toxemia 
• Amebíase hepática (abscesso hepático amebiano) 
o Complicação de amebíase intestinal 
o Dor espontânea e à palpação do hipocôndrio direito. 
o Febre baixa 
o Náuseas e vômitos 
o Diarreia em metade dos pacientes 
o Toxemia e icterícia (infrequentes) 
• Amebíase cerebral (abscesso cerebral) 
o Alterações do estado mental e sinais focais 
o Rápida progressão para a morte. 
• Amebíase geniturinária (forma rara) 
o Cólica nefrética 
o Distúrbios miccionais 
o Dor no baixo ventre. 
• Amebíase cutânea 
o Lesões ulcerativas no períneo e órgãos genitais. 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
Dados clínicos + Exames complementares adequados de acordo com a forma clínica 
• Pesquisa de cistos e/ou parasitos nas fezes 
• Retossigmoidoscopia com raspado das lesões ou biopsia 
 
• Cultivo do material de fezes e do raspado das lesões 
• Testes imunológicos e PCR 
• Biopsia de cólon 
• Biopsia hepática 
• Ultrassonografia ou TC abdominal (abscesso hepático). 
• TC de crânio (abscesso craniano) 
• Aspiração com agulha do material do abscesso para excluir infecção piogênica ou superinfecção. 
TRATAMENTO 
• Secnidazol 
o Adultos: 2 g, em dose única. 
o Crianças: 30 mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de 2 g/dia. 
o Deve ser evitado no 1° trimestre da gravidez e durante a amamentação. 
• Metronidazol 
o Adultos: 500 mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias para adultos 
o Crianças: encomendam-se 35 mg/kg/dia, divididos em 3 tomadas, durante 5 dias. 
o Formas graves – Amebíase intestinal sintomática ou amebíase extraintestinal: 
- Metronidazol, 750 mg, VO, 3 vezes/dia, durante 10 dias. 
- Em crianças, recomendam-se 50 mg/kg/ dia, durante 10 dias. 
• Tinidazol 
o Adultos: 2 g, VO, para adultos, após uma das refeições, durante 2 dias, para formas intestinais. 
- Formas extraintestinais: 50 mg/kg/dia, durante 2 ou 3 dias, a depender da forma clínica. 
- Em formas graves, utilizar a mesma dosagem das formas leves, por 3 dias. 
o Crianças: dosagem recomendada é de 50 mg/kg/dia. 
• Teclozam 
o Somente para formas leves ou assintomáticas 
o Adultos: 1.500 mg/dia, divididos em 3 tomadas de 500 mg, dose única 
o Crianças: dosagem recomendada é de 15 mg/kg/dia, durante 5 dias. 
COMPLICAÇÕES 
• A infecção amebiana pode se comportar de diversas maneiras. 
• Comprometimento progressivo pode determinar colite fulminante, com ulceração de cólon e perfuração 
intestinal. 
• Outra forma de amebíase invasiva é o abscesso hepático, que ocorre em 1 a 7% das crianças. 
o O quadro é de febre, distensão abdominal e hepatomegalia. 
o O quadro é agravado pela perfuração do abscesso hepático no peritônio, na pleura ou no pericárdio, 
podendo levar a óbito. 
 
 
 
Ascaridíase 
Parasita: Ascaris lumbricoides 
TRANSMISSÃO 
• Ingestão de ovos em legumes, verduras, água 
LOCAL DE ACOMETIMENTO 
• Jejuno e íleo 
• Pulmão (ciclo de loss) 
• Orifícios naturais (colédoco, tuba auditiva, apêndice) 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• Dor abdominal, cólica, cefaleia, náuseas, vômito, anorexia, irritabilidade 
• Diarreia (manifestação rara) 
• Pseudo-obstrução intestinal 
• Tosse 
TRATAMENTO*** 
• Albendazol (ovicida, larvicida e vermicida) 
o Adulto - 400mg dose única 
o Crianças -10mg/kg, dose única 
• Mebendazol: 100 mg, 12/12 h por 3 dias, ou 500 mg por 3 dias consecutivos 
o 200mg ao dia, dividido em 2 tomadas, por 3 dias 
o Não é recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade. 
• Ivermectina: 150 a 200 μg/kg, dose única 
• Nitazoxanida: 
o 1 a 3 anos: 100 mg (5 mℓ), 12/12 h por 3 dias 
o 4 a 11 anos: 200 mg, 12/12 h por 3 dias 
o 12 anos: 500 mg, 12/12 h por 3 dias. 
• Tratamento da obstrução intestinal: Piperazina, 100mg/kg/ dia + óleo mineral, 40 a 60ml/dia + 
antiespasmódicos + hidratação. Nesse caso, estão indicados sonda nasogástrica e jejum + 
COMPLICAÇÕES 
o A obstrução intestinal por bolo de vermes adultos é pouco comum, porém é causa importante de 
mortalidade. 
o O local mais comum de oclusão é na porção terminal do íleo, podendo ocorrer em ductos biliar e pancreático 
e apêndice cecal, simulando quadro de abdome agudo. 
o Tratamento 
 
o Piperazina é restrita para os casos de suboclusão intestinal, que atua paralisando o verme e 
facilitando sua eliminação. 
- A dose recomendada é de 75 a 100 mg/kg por sonda nasogástrica. 
- Em seguida, administra-se óleo mineral também por sonda, na dose de 40 a 60 mℓ; se necessário, 
repetir a cada 2 h com dose de 15 a 30 mℓ. 
 
Giardíase 
Parasita: Giardia lamblia 
TRANSMISSÃO 
• Contato direto 
• Água e alimentos contaminados 
LOCAIS DE ACOMETIMENTO 
• Porções altas do intestino delgado 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Cerca de 25 a 50% dos pacientes infestados são assintomáticos. 
• Fezes líquidas, explosivas, fétidas, vômito e distensão abdominal por 3 a 7 dias 
o Fezes mole, gordurosas e de odor fétido 
• Alternância de diarreia e constipação intestinal 
• Diarreia crônica 
• Síndrome de má absorção (semelhante à doença celíaca) 
• Desconforto ou dor epigástrica 
• Flatulência, distensão abdominal 
• Náuseas 
• Intolerância à lactose 
• Esteatorreia nos casos de infestação grave 
• Perda de peso 
MÉTODOS DIAGNOSTICO 
• Exame parasitológico de fezes (repetido 3 vezes, se necessário). 
o O controle da cura é feito com o exame parasitológico de fezes, negativo no 7º, 14º e 21º dias após o 
término do tratamento 
TRATAMENTO 
• Metronidazol 
 
o Criança :15 mg/kg/, 12/12h durante 5 dias 
o Adulto: 250mg VO, 12/12h durante 5 dias 
• Tinidazol 
o Criança: 50 mg/kg, VO, dose única 
o Adulto: 2g, VO, dose única 
• Secnidazol * 
o Criança: 30mg/kg, VO, dose única, tomada após uma refeição 
o Adulto: 2g, VO, dose única 
• Nitazoxanida 
o 1 a 3 anos: 100 mg (5 mℓ), 12/12 h por 3 dias 
o 4 a 11 anos: 200 mg, 12/12 h por 3 dias 
o > 12 anos: 500 mg, 12/12 h por 3 dias 
• Alternativa: albendazol, para maiores de 6 anos, 400 mg, 1 vez/dia, por 5 dias. 
COMPLICAÇÕES 
• Desidratação 
• Síndrome de má- absorção 
Oxiurose “enterobiose” 
Parasita: Enterobius vermicularis 
TRANSMISSÃO 
• contato direto; 
• objetos, roupas, alimentos, poeira 
LOCAL DE ACOMETIMENTO 
• cólon, sigmoide e reto 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Assintomático 
• Prurido anal mais intenso no período noturno 
• Sono agitado 
• Dor abdominal 
• Fase aguda (hiperemia da pele, irritação da mucosa, escoriações provocadas pela coçadura). 
• Fase crônica 
o dependendo do tempo de evolução, a região perianal pode se apresentar com aspecto coriáceo. 
o Insônia 
o Irritabilidade 
o Vulvovaginite, principalmente em criança, causando prurido e corrimento 
 
o Enurese noturna 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
• Parasitológico de fezes 
• Exame direto (teste da fita transparente) – Um pedaço de fita adesiva transparente é fixado à pele perianal 
no início da manhã̃ e, em seguida, retirado e colocado em uma lâmina para ser examinado ao microscópio. 
Esse procedimento deve ser realizado por 3 vezes, no mínimo, para se obter sensibilidade de 90%. 
• Exame microscópico do material removido das unhas das crianças. 
TRATAMENTO 
• Mebendazol 
o Adulto: 200 mg associado ao tiabendazol, 332 mg, 1 comp. VO, 12/12 h, durante 3 dias 
o Crianças 
▪ entre 11-15 anos: 1/2 comp. VO, 8/8 h, durante 3 dias 
▪ entre 5-10 anos: 1/2 comp. 12/12 h, durante 3 dias. 
• Pirvínio 
o VO, dose única pela manhã 
o Adultos: 100 mg para cada 10 kg de peso corpóreo. (Dose máxima diária de 600 mg.) 
o Crianças: 10 mg de suspensão para cada kg de peso corpóreo. 
o Repetir o tratamento após 2 semanas. 
• Albendazol 
o VO, 400 mg, dose única (adultos e crianças acima de 2 anos). 
o Terapia adequada quando há́ infestação mista. 
FATORES DE RISCO 
• Condições socioeconômicas precárias 
• Falta de saneamento• Habitações coletivas 
• Formas invasivas estão associadas a cepas mais agressivas. 
• Higiene precária 
• Climas quentes 
• Aglomerados populacionais 
 Os dermatófitos constituem um grupo singular de fungos que têm a capacidade de infectar 
estruturas cutâneas ceratinizadas não viáveis, incluindo o estrato córneo, as unhas e os pelos. 
- Os artrósporos podem sobreviver nas escamas humanas por 12 meses. 
 
 Eles podem ser transmitidos diretamente (de homem para homem, de animal 
para o homem e da terra para o homem) e também indiretamente, por meio de 
materiais contaminados com escamas de pele parasitadas pelos cogumelos 
 As fontes de infecção podem ser, consequentemente, o homem, determinados 
animais (cão, gato, porco, gado, aves, peixes, etc) e o solo. 
 Estas infecções são mais comuns em países de clima quente e úmido, sendo que os 
de clima tropical e subtropical são os mais afetados. 
 As dermatofitoses ocorrem mais frequentemente em pós- púberes. A principal 
exceção é a tinea capitis — dermatofitose, tinea do couro cabeludo, que ocorre 
primariamente em crianças pré-púberes 
FATORES DE RISCO 
• Exposição domiciliar a tinea capitis ou tinea pedis e certos fatores ambientais, incluindo chapéus 
contaminados, escovas e instrumentos de barbear e, sobretudo para tinea unguium 
• Síndrome de down 
• Indivíduos com candidíase mucocutânea crônica ou imunodeficiência comum variável têm propensão a 
desenvolver dermatofitoses graves, crônicas ou recorrentes 
• Infecções por dermatófitos tendem a ser mais graves e recorrentes em pacientes infectados pelo hiv 
• Homens apresentam tinea pedis, tinea cruris e tinea unguium com mais frequência que as mulheres 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
• O padrão ouro do diagnóstico das dermatofitoses é fundamentado na pesquisa do agente etiológico 
realizado por: 
o EXAME MICOLÓGICO 
- Espécimes Raspados cutâneos, fragmentos de pelos tonsurados, fragmentos de unhas, induto 
subungueal e biopsias 
- A região suspeita deve ser higienizada com água e sabão, a coleta de material deve ser realizada 
após suspensão de qualquer medicamento que estiver em uso por um período mínimo de 7 a 10 
dias. 
- o material suspeito a ser examinado e cultivado pode ser removido com uma lâmina cega de bisturi 
ou cureta fenestrada, pelo corte de unhas, pelos e cabelos. 
o CULTURA 
- Para identificar os dermatófitos é feita semeadura da amostra suspeita em meios de ágar-
Sabouraud-dextrose, ágar-mycosel, ágar-batata em T° ambiente e 37°C (T. verrucosum cresce 
melhor nessa temperatura). 
o Macromorfologia 
- O tempo de crescimento das colônias dos dermatófitos varia entre 4 a 15 dias. Ao final desse período, 
são realizados os estudos macro e microscópicos das colônias. 
- São analisados os aspectos do verso e anverso, textura e produção de pigmento 
o Cultivo em lâmina (método de Riddel) 
- Realizado em placa de Petri, provida de folha de filtro umedecido com água destilada estéril; 
 
- a lâmina, é montada sobre bastão de vidro e, sobre a lâmina, é colocada pequena porção 
de meio de cultura e nas bordas desse meio são inoculadas pequenas porções da colônia a ser 
analisada, em seguida cobre-se com lamínula estéril; 
- no período de 8 a 15 dias, após o crescimento do fungo, nas extremidades do fragmento da cultura, 
remove-se lamínula e lâmina, preparando-as com azul-algodão e são levadas ao microscópio para 
identificação micromorfológica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Exame com luz ultravioleta (lâmpada de Wood) 
- Os cabelos das tinhas microspórica e favosa apresentam fluorescência verde-amarelada à luz 
ultravioleta de 3.660 Â; não há fluorescência da pele. É recomendada a lâmpada de 100W, de raio 
negro ou equivalente. 
o Exame histopatológico 
- A presença dos dermatófitos é comumente visualizada por meio de duas técnicas: PAS e nitrato de 
prata (metanina); na 1ª reação, os fungos (hifas + esporos) se tingem de vermelho intenso e, na 2ª 
coloração, de negro. Nas formas subcutâneas, numerosos micélios e esporos são encontrados 
dentro de folículos pilosos e também no infiltrado inflamatório da derme; nesse infiltrado além de 
necrose central, há supuração. 
Outros Recursos Micológicos 
 Prova da ureia (degradação de compostos fenólicos) em meio de Christensen: utilizada para diferenciar o T. 
rubrum (-) do T. mentagrophytes (+); leitura feita 7 dias após a incubação. O resultado positivo significa a 
degradação da ureia, ou seja, ocorre alteração da tonalidade do meio de cultura de amarelo para vermelho 
intenso. 
 Testes nutricionais: realizados em meios ricos em aminoácidos – ágar-trichophyton nos 1 a 7. 
 Prova de pigmentação no meio de ágar-batata: diferencia T. rubrum (+) do T. mentagrophytes (-). 
 Prova em meio de arroz: diferencia o M. canis (+) e M. audouinii (-). 
 Temperatura de crescimento: em geral os fungos são aeróbios ou microaerófilos; vivem em pH ácido (5,0) e 
temperatura variando entre 25°C a 37°C (ambiente úmido). 
 Teste de perfuração do pelo in vitro: diagnóstico diferencial entre T. mentagrophytes, que perfura rapidamente 
o pelo e o T. rubrum que não é capaz de fazê-lo 
 
Outros Recursos Diagnósticos 
 Determinação do ponto isoelétrico de proteínas secretadas pelos dermatófitos Análise eletroforética em gel de 
policrilamida; diferenciação antigênica entre as diversas espécies de dermatófitos; estudos das homologias do 
DNA 
 PCR Potencial método diagnóstico: identificação em 24 h a 48 h – aumenta a taxa de identificação de 
dermatófitos e FFND comparado com a cultura, diferencia espécies, identifica infecções mistas 
 Tomografia de coerência óptica Método óptico rápido e não invasivo – descrito como ferramenta para o 
diagnóstico de onicomicose. Permite aferir a espessura ungueal e identifica diferentes camadas e estruturas 
fúngicas; tem uma sensibilidade alta; não diferencia espécies fúngicas; examinador dependente. 
 Microscopia confocal de Escaneamento a Laser Método não invasivo, com resolução histológica, demonstra 
localização e densidade fúngica. Alta sensibilidade, baixa especificidade, não diferencia dermatófitos/ leveduras/ 
FFND. Não comprova viabilidade fúngica, examinador experiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAS CLINICAS 
Tinea Capitis – couro cabeludo 
• É uma infecção superficial por dermatófito que atinge a haste dos pelos e o couro cabeludo. 
• É mais comum em crianças com idade entre 3 e 7 anos e é rara após a puberdade. 
• Fisiopatologia 
o Os esporos fúngicos de T. tonsurans ficam confinados no interior da haste capilar (endótrix) e sua 
presença pode levar à fratura dos pelos, criando “pontos negros” no couro cabeludo. 
o Os esporos disseminam-se de pessoa a pessoa e por fômites, como escova, pente e travesseiro. 
• Quadro clínico 
o A apresentação clínica depende do padrão da tinha do couro cabeludo. 
o Pode variar desde prurido leve, com descamação e sem perda de cabelo, até́ múltiplas áreas de 
alopecia descamativa, com eritema, pústulas ou linfadenopatia cervical posterior. 
o Padrões de tinha do couro cabeludo: 
- Descamação aderente semelhante à caspa, sem alopecia 
- Áreas de alopecia pontilhadas com fibras pilosas quebradas com aparência de pontos negros 
- Placas circulares de alopecia com descamação cinza evidente. Mais encontradas nas infecções por 
Microsporum 
- Placas de alopecia com padrão em “comida por traças” com descamação generalizada. 
- Alopecia com pústulas dispersas. 
- Quérion, uma placa edematosa, espessa e dolorosa com pústulas, causada por reação inflamatória 
intensa ao fungo. Com frequência esse quadro é diagnosticado equivocadamente como tumor ou 
como infecção bacteriana. 
• Diagnóstico 
o A característica clínica mais importante para o diagnóstico da tinha do couro cabeludo é a presença de 
placas de alopecia (com descamação ou pontos negros) ou de descamação difusa sem alopecia.o Ocorre principalmente em crianças e com frequência observa-se linfadenopatia occipital. 
• Diagnóstico Diferencial 
o Alopecia areata: alopecia, porém, sem descamação significativa. 
 
o Dermatite seborreica: apresenta-se com prurido leve e descamação localizada ou difusa no 
couro cabeludo; normalmente, não há perda de cabelos significativa. 
o Psoríase: apresenta-se com placas difusas ou localizadas, de descamação prateada no couro cabeludo. 
Encontram-se placas semelhantes nas superfícies extensoras de cotovelos e joelhos ou em outros 
locais do corpo. 
o Infecções bacterianas e tumores: podem ser confundidos com quérion. Entretanto, os tumores são raros 
em crianças e, quando ocorrem, devem ser submetidos à biopsia para confirmação do diagnóstico. 
o Outros: pediculose, alopecia por tração, tricotilomania e histiocitose de células de Langherans. 
• Tratamento 
o A tinha do couro cabeludo não responde apenas à terapia tópica, havendo a necessidade de tratamento 
sistêmico para penetrar na haste capilar e erradicar os esporos infectantes. 
- A griseofulvina via oral tem sido o padrão-ouro 
✓ O medicamento deve ser administrado com refeição gordurosa, leite integral ou sorvete 
cremoso, a fim de aumentar sua absorção. 
✓ Entre os efeitos colaterais mais comuns da griseofulvina estão exantema, cefaleia, diarreia, 
náusea e vômitos. 
✓ Medicamentos alternativos a griseofulvina 
o Terbinafina, itraconazol e fluconazol 
 
Tinea Faciei – face 
• Dermatofitose da pele glabra da face. 
• Placa eritematosa bem demarcada. 
• Mais comumente diagnosticada de modo incorreto em comparação às outras dermatofitoses. 
• Sinônimo: tinea faciei. 
• Etiologia: T. tonsurans na América. T. mentagrophytes, T. rubrum na Europa e Ásia. 
• Manifestação Clínica 
 
o Mácula ou placa bem demarcada com dimensões variáveis, borda elevada e regressão central. 
o A descamação é frequentemente mínima. 
o Coloração rosada a vermelha, nos pacientes negros, ocorre hiperpigmentação. Qualquer área da face, 
mas normalmente não é simétrica. 
• Diagnóstico Diferencial 
o Dermatite seborreica, dermatite de contato, eritema migratório, lúpus eritematoso, erupção polimorfa à 
luz, erupção por fármaco fototóxica, infiltrado linfocítico. 
• Diagnóstico 
o Microscopia direta e cultura. 
 
 
 
Tinea Corporis – tronco e membros* 
Agentes Etiológicos 
Dermatófitos Características clínicas 
ANTROPOFÍLICOS 
Trichophyton rubrum Vive comumente nos folículos pilosos; pode produzir anéis concêntricos; pode recorrer; é o microrganismo causador do granuloma de Majocchi e a 
causa mais comum de tinea 
T. tonsurans Comumente observado em adultos que cuidam de crianças com tinea capitis causada por esse microrganismo 
Epidermophyton floccosum Geralmente restrito a região inguinal, pés; responsável pelo eczema marginatum 
T. concentricum Responsável pela tinea imbricata; infecções tipicamente crônicas 
T. mentagrophytes var. interdigitale Causa tinea pedis interdigital, tinea cruris e onicomicose 
ZOOFÍLICOS 
T. mentagrophytes var. mentagrophytes Pode ser relacionado a reações tipo dermatofítides; causa tinea pedis inflamatória e tinea barbae; associado à exposição a pequenos mamíferos 
Microsporum canis Associados a exposição a animais domésticos (gato e cachorro) 
T. verrucosum T. verrucosum 
GEOFÍLICOS 
M. gypseum Frequentemente associado à exposição ocupacional em ambientes abertos; as lesões podem ser inflamatórias ou bolhosas 
 
• é uma infecção dermatofítica da pele do tronco e das extremidades, excluindo cabelo, unhas, regiões 
palmares, plantais e inguinocrural. 
• A infecção é geralmente restrita ao estrato córneo e ocorre mais em pele exposta, porém pode se 
desenvolver em qualquer parte do corpo. 
• A tinea corporis pode resultar de contágio: 
o inter-humano — incluindo autoinoculação, p. ex., de tinea capitis ou pedis 
o animal para homem 
o solo para homem 
• fisiopatologia 
o É causada com maior frequência pelos fungos antropofílicos Trichophyton rubrum ou Tricophyton 
mentagrophytes, ou pelo fungo zoofílico M. canis, disseminado por contato com gatos, cães e outros 
mamíferos. 
o Esses fungos infectam com mais facilidade a pele inflamada ou traumatizada. 
• Fatores Predisponentes 
o Exposição ocupacional ou recreacional — p. ex., alojamentos militares, ginásios, vestiários, serviços 
externos, luta livre 
 
o Contato com roupas e mobílias contaminadas e imunossupressão 
• Quadro Clinico 
o O período de incubação típico é de uma a três semanas. 
o Pápulas descamativas levemente pruriginosas que lentamente se expandem, formando um anel com 
bordas bem-definidas, levemente elevadas 
o Micose de pele glabra que se apresenta como placas anulares e descamativas levemente inflamatória, 
acompanhada de intenso prurido; crescimento centrífugo com tendência a clarear o seu centro; 
o Dependendo da espécie pode apresentar cura espontânea 
o As formas crônicas são mais secas 
o Variantes Clínicas 
- Tinha da face: é a denominação usada para as in- fecções por tinha que ocorrem na face, na 
maioria das vezes em crianças 
- Granuloma de Majocchi: 
✓ raramente, a tinha do corpo não fica restrita ao estrato córneo. 
✓ A invasão da derme por hifas acompanhando a raiz do folículo piloso pode produzir o 
granuloma de Majocchi, que se apresenta na forma de pápulas ou pústulas granulomatosas 
perifoliculares caracteristicamente na região da canela ou nos braços 
- Tinha incógnita: trata-se de apresentação atípica da tinha do corpo que pode ocorrer quando 
uma infecção por dermatófito tiver sido tratada com corticosteroide tópico potente ou com 
corticosteroide sistêmico. Caracteriza-se por pápulas dérmicas ou lesões semelhantes ao quérion 
sem inflamação, descamação ou prurido. 
• Diagnóstico Diferencial 
o Dermatite numular: placas circulares, pruriginosas e descamativas, em forma de anel, sem tendência à 
cura central. 
o Dermatite atópica: placas descamativas, eritematosas e pruriginosas em pacientes com atopia. 
o Pitiríase versicolor: múltiplas lesões maculosas hiper- pigmentadas ou hipopigmentadas assintomáticas 
com descamação final na região superior do tronco sem clareamento central. O exame direto com KOH 
revela tanto esporos quanto hifas. 
o Granuloma anular: pápulas dérmicas cor de pele, li- sas, com distribuição circular que podem coalescer, 
formando placas anulares. Essas placas podem variar de 1 a vários centímetros e ocorrem 
caracteristicamente no dorso das mãos e dos pés e nos membros inferiores. A resolução costuma ser 
espontânea em 1 a 2 anos. A ausência de descamação é uma característica distintiva importante. 
o Outros: candidíase, psoríase, pitiríase rósea, eritema multiforme, eritema medicamentoso fixo, lúpus 
cutâneo subagudo, sífilis secundária e eritema migratório (doença de Lyme) 
• Tratamento 
o Os medicamentos antifúngicos tópicos são efetivos para lesões isoladas da tinha do corpo. 
o Os medicamentos antifúngicos tópicos devem ser aplicados no mínimo 1 a 2 cm além do limite visível 
da lesão, e o tratamento deve ser mantido por 1 a 2 semanas após a resolução das lesões. 
o Se a infecção for extensiva, ou se não houver resposta ao tratamento tópico, pode-se usar griseofulvina 
via oral 
 
 
o Roupas de cama, toalhas e vestimentas devem ser lavadas e não compartilhadas com indivíduos 
infectados. 
o As crianças com infecção ativa não devem participar de competições esportivas com contato pessoal 
até que a infecção tenha sido tratada e curada. 
o Nos pacientes infectados com fungos zoofílicos, em especial nos casos de tinha da face, é importante 
identificar o animal infectado e tratá-lo de modo apropriado por um veterinário 
Tinea Manuum – mãos 
• A tinea manuum é uma infecção por dermatófito que afeta as faces palmar e dorsal das mãos. 
• É mais comum no sexo masculino e manoú rara nas crianças. 
•Fisiopatologia 
o Entre os fatores predisponentes estão trabalho manual, condições inflamatórias preexistentes nas 
mãos, hiperidrose, calor e umidade. 
o Tais fatores podem levar à quebra da barreira de proteção do estrato córneo da epiderme, permitindo a 
penetração dos dermatófitos. 
o A tinha da mão pode ser adquirida por contato direto com indivíduo ou animal afetado, ou por 
autoinoculação a partir de infecção fúngica nos pés ou na região inguinal. A 
o s espécies que mais frequentemente causam a tinha da mão são T. rubrum, Trichophyton 
mentagrophytes e Epidermophyton floccosum. 
• Quadro Clínico 
o Descamação fina e difusa. 
- Com frequência está associada à tinha do pé em mocassim. 
- É unilateral em cerca de 50% dos casos. 
- Em alguns casos, observa-se infecção fúngica concomitante nas unhas dos dedos. 
o Na superfície dorsal, geralmente se apresenta com padrão anular em placas vermelhas com borda 
descamativa. É possível haver vesículas e pápulas eritematosas 
• Diagnóstico 
o A principal característica clínica da tinha da mão é a descamação fina, sutil, difusa e assintomática em 
uma ou ambas as palmas das mãos. 
• Diagnóstico Diferencial 
 
o Dermatites de contato alérgica ou irritativa: costuma ser bilateral e apresentar-se com placas 
pruriginosas eritematosas não expansivas no dorso das mãos. Também é possível haver fissuras, 
erosões e descamação nas palmas das mãos 
o Psoríase: placas espessas e prateadas no dorso das mãos, geralmente associadas a placas em outros 
locais, como cotovelos e joelhos. 
• Tratamento 
o As infecções por tinha no dorso das mãos geralmente respondem ao uso de medicamentos antifúngicos 
tópicos 
o As infecções por tinha nas palmas das mãos em geral não se resolvem com medicamentos antifúngicos 
tópicos, podendo necessitar do uso de griseofulvina oral 
- A dose para adultos de griseofulvina micronizada é 500 mg a 1 g por dia durante 4 a 8 semanas. 
- A dose para adultos de griseofulvina ultramicronizada é 750 mg por dia durante 4 a 8 semanas. 
Tinea Cruris – região inguinal* 
Agentes Etiológicos 
Dermatófitos Características clínicas 
Trichophyton rubrum - Causa mais comum de tinea cruris 
- A infecção tende a ser crônica 
- Os fungos não são viáveis nas escamas (em móveis, tapetes, cortinas) por longos períodos de tempo 
- Frequente extensão para nádegas, cintura e coxas 
Epidermophyton floccosum - Comumente associado a tinea cruris “epidêmica”, principalmente em vestiários e dormitórios 
- A infecção é aguda (raramente crônica) 
- Os artroconídeos estão viáveis nas escamas (em móveis, tapetes e cortinas) por longos períodos de tempo 
- A infecção raramente se extende além da região inguinal 
 
- Agente causal do “eczema marginatum” (bordas bem-demarcadas com múltiplas pequenas vesículas e algumas vezes vesicopústulas) 
T. mentagrophytes, particularmente 
var. mentagrophytes 
- A infecção tende a ser mais grave e aguda, com inflamação intensa e formação de pústulas 
- Pode rapidamente disseminar-se para o tronco e extremidades inferiores, causando inflamação grave 
- Frequentemente adquirido de caspa de animais 
 
• A tinea cruris é uma infecção dermatofítica da região inguinal 
• Fatores predisponentes 
o Homens - porque o escroto ocupa um meio ambiente morno e úmido 
o Obesidade 
o transpiração excessiva. 
 A tinea cruris é frequentemente associada à tinea pedis quando roupas colocadas pelos pés estão 
contaminadas e entram em contato com a pele da região inguinal. 
• Quadro Clinico 
o placas arciformes, eritematosas na região perineal 
o prurido e ardor local 
o descamação e vesículas são raras 
o a bolsa escrotal pode estar afetada e estender-se à região anal e abdominal 
• Diagnóstico 
o Placas anulares circulares ou semicirculares, de cor rosada, com borda descamativa bem-definida, na 
maioria dos casos encontrada nas pregas inguinais e na região superior das coxas, constituem a 
principal característica clínica da tinha crural. 
• Diagnóstico diferencial 
 
o Intertrigo candidiásico 
o Dermatite de contato 
o Alergia a cuecas e calcinhas sintéticas, desodorantes e sabões 
o Candidíase: apresenta-se como placas úmidas, profundamente vermelhas com pústulas-satélites. Não 
há clareamento central. O escroto costuma ser afetado e, às vezes, o pênis. 
o Eritrasma: causado por Corynebacterium minutissimum. Lesões maculosas, uniformes, de cor vermelha 
a castanha, sem descamação ou clareamento central. As bordas são bem definidas, mas não elevadas. 
As lesões apresentam fluorescência vermelho-coral brilhante ao exame com a lâmpada de Wood. 
o Dermatite seborreica: placas simétricas confluentes, de cor salmão, levemente descamantes na face 
interna das coxas. Em geral, há envolvimento do couro cabeludo e da área central da face. 
o Outros: psoríase e líquen plano crônico 
• Tratamento 
o Uso de medicamentos antifúngicos tópicos, de preferência creme ou loção 
o Os talcos absorventes de miconazol são muito úteis como adjuntos ao tratamento e podem ajudar a 
evitar recorrências. 
o A griseofulvina oral deve ser reservada às lesões refratárias disseminadas ou mais inflamatórias. 
- A dose de griseofulvina micronizada para adultos é 500 mg por dia durante 2 a 4 semanas. 
- A dose de griseofulvina ultramicronizada para adultos é 375 mg por dia durante 2 a 4 semanas. 
o Para prevenção de reinfecção, a tinha ungueal e a tinha do pé coexistentes devem ser tratadas. Os 
homens devem ser orientados a usar calças e cuecas largas. A tinha crural geralmente responde bem 
ao tratamento, mas é comum haver recorrências. 
Tinea Pedis – pés* 
• é uma das infecções fúngicas superficiais da pele mais comuns nos países desenvolvidos. 
• É mais comum nos homens do que nas mulheres e nas crianças. 
• Entre os fatores de risco estão utilização de piscinas e chuveiros públicos e uso de sapatos fechados. 
• Fisiopatologia 
o A pele das regiões plantares tem uma camada espessa queratinizada e numerosas glândulas 
sudoríferas écrinas. A combinação de queratina abundante, transpiração e oclusão dentro do sapato 
cria um ambiente perfeito para infecções por dermatófito. 
o A tinha do pé crônica não inflamatória costuma ser causada por T. rubrum. É possível que haja uma 
predisposição genética para esse tipo de tinha do pé. 
o A tinha do pé vesiculobolhosa em geral é causada por T. mentagrophytes. 
• Quadro Clínico 
o Os pacientes geralmente se queixam de prurido e descamação persistente ou, com menos frequência, 
de bolhas na superfície plantar ou no espaço interdigital. 
o Os pacientes podem se apresentar com três padrões de tinha do pé: 
- Padrão interdigital com descamação, fissuras ou maceração ou odor desagradável, em geral no 
quarto espaço interdigital. É possível haver infecção secundária por gram-negativos ou gram-
positivos. A tinha pode disseminar-se para o dorso do pé, criando placas descamativas anulares. 
 
- Padrão difuso em mocassim com descamação seca, prateada a branca nas plantas dos 
pés, estendendo-se às laterais do pé na sua forma branda, observam-se pequenos arcos 
escamosos e disseminados. É possível que haja onicomicose e tinha da mão concomitantes. 
- Padrão vesiculobolhosos com vesículas e/ou bolhas na superfície plantar, em especial no arco, 
acompanhadas por inflamação e dor. A infecção bacteriana secundária nas bolhas pode evoluir 
para celulite ou linfangite 
• Diagnóstico 
o A principal característica clínica diagnóstica da tinha do pé é constituída pelas placas descamativas e/ou 
pelas bolhas nos pés. 
• Diagnóstico Diferencial 
o Dermatite de contato: placas eritematosas simétricas no dorso do pé, geralmente causadas por alergia 
a um ou vários componentes de calçados com borracha, couro ou metal. 
o Eczema disidrótico (pônfolix): numerosas vesículas pruriginosas simétricas com aspecto de “pudimde 
tapioca” nas faces laterais das plantas dos pés e/ou das palmas das mãos. É mais comum em pacientes 
com hiperidrose. 
o Psoríase: há dois padrões observados nos pés - placas eritematosas descamativas ou pústulas 
dolorosas simétricas. Em ambos, é possível haver distrofia ungueal. 
o Outros: calos moles interdigitais, eritrasma e dermatite atópica. 
• Tratamento 
o As infecções interdigitais costumam responder a diversos medicamentos antifúngicos tópicos 
o A tinha do pé́ em forma de mocassim, seca, pode responder a medicamentos antifúngicos tópicos, mas 
em geral requer medicamento antifúngico oral para resolver a infecção. As recorrências são comuns. 
o A tinha vesiculobolhosa aguda do pé pode ser tratada com compressas úmidas de Burow e 
medicamentos antifúngicos tópicos ou orais. 
o As infecções bacterianas secundárias devem ser tratadas com antibiótico tópico ou oral 
o A griseofulvina pode ser usada se a tinha do pé́ não responder aos medicamentos antifúngicos tópicos: 
- Griseofulvina micronizada, dose para adultos, 500 mg a 1 g por dia durante 4 a 8 semanas 
- Griseofulvina ultramicronizada, dose para adultos, 750 mg por dia durante 4 a 8 semanas. 
Tinea Unguium (onicomicose) – unhas 
• As onicomicoses são mais comuns em pacientes do sexo masculino, imunossuprimidos, diabéticos, 
infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou que tenham problemas circulatórios. 
• Traumatismos ou distrofia ungueal também predispõem o paciente à infecção por fungos 
• Etiologia 
o Dermatófitos: T. rubrum, T. mentagrophytes e E. floccosum. 
o Fungos não dermatófitos: Acremonium, espécies de Aspergillus, Cladosporium carrionii, espécies de 
Fusarium, Onyhcocola canadensis, Scopulariopsis brevicaulis, Scytalidium dimidiatum e Scytalidium 
hyalinum. 
o Leveduras: Candida albicans. 
• Quadro Clínico 
o Os pacientes em geral queixam-se de espessamento ou alteração na cor das lâminas ungueais. 
o Dor ou hiperestesia pode estar presente. 
 
o Os pacientes com frequência relatam história de outras infecções fúngicas na pele, 
especialmente tinha do pé e da mão. 
o Os achados iniciais são estrias ou placas brancas/ama- relas ou laranjas/acastanhadas sob a lâmina 
ungueal. 
o À medida que a infecção progride, podem ocorrer hiperceratose subungueal, onicólise (separação da 
lâmina ungueal e do leito ungueal) e espessamento da lâmina ungueal. 
o Padrões principais de infecção: 
- Subungueal distal: as unhas são distróficas e espessadas. Há alteração na cor (branca, amarela, 
laranja ou castanha). 
- Subungueal proximal: segmento proximal da unha com coloração branca, mas sem estar esfoliando. 
- Branca superficial: a lâmina ungueal fica branca e esfoliativa 
- Candida: casos brandos podem produzir apenas leuconíquia difusa (manchas brancas sob a lâmina 
ungueal). 
- Os casos graves podem apresentar alteração na cor para amarelo-acastanhado, com leito ungueal 
espessado e edema da prega ungueal lateral e proximal. A onicólise é comum e pode haver 
hiperceratose subungueal 
Tinea Barbae – barba 
• Sinonímia: sicose tricofítica 
• Comum no trabalhador rural que se infecta em contato com as vacas na coleta do leite 
• Agentes etiológicos: T. mentagrophytes, T. verrucosum 
TRATAMENTO 
 
 Queda temporária, parcial ou total, dos cabelos ou dos pelos do corpo todo. 
 
 Distingue-se da calvície porque nessa condição a perda é apenas dos cabelos 
FORMAS CLINICAS 
• Eflúvio Telógeno – Perda difusa dos pelos com redução da densidade pilosa. 
o Pós-parto (inicia-se 2 a 3 meses após o parto). 
o Nutricional (desnutrição, deficiência de ferro, de zinco de proteínas, dietas de emagrecimento). 
o Doenças sistêmicas (lúpus eritematoso sistêmico, anemias, diabetes, hipo e hipertireoidismo, hepatites, 
dermatomiosite) 
o Estresse (físico ou psicológico) 
o Medicamentos (contraceptivos orais, heparina, dicumarínicos, retinoides, betabloqueadores, 
quimioterápicos) 
o Intervenções cirúrgicas. 
• Eflúvio Anágeno – Queda difusa dos pelos, incluindo os pelos em fase de crescimento. 
o Doenças infecciosas agudas, micose, sífilis secundária 
o Quimioterapia antineoplásica, Radioterapia 
o Intoxicação exógena (arsênio, ouro, ácido bórico, tálio). 
• Alopecia Cicatricial – Por destruição de folículos pilosos. 
o Infecções fúngicas, viróticas, bacterianas, sífilis terciária 
o Nevo epidérmico 
o Penfigoide cicatricial, líquen plano, sarcoidose 
o Colagenoses (lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia). 
o Neoplasias malignas 
o Agentes físicos ou químicos (ácidos e álcalis), queimaduras, congelamento, radiodermatite. 
• Alopecia Androgenética (calvície de padrão masculino) 
o Decorrente de estímulo das raízes pilosas por hormônios masculinos. 
o Geneticamente determinada (autossômica dominante). 
o Ação de androgênios 
• Alopecia Areata – Perda de pelos em placas, sem sinais inflamatórios ou atrofia da pele. 
o Provavelmente autoimune 
o Fatores infecciosos (bacterianos), emocionais, endócrinos 
• Alopecia De Tração - Perda pilosa irregular. 
o Tricotilomania (arrancar os próprios cabelos ou pelos). 
o Faixas ou fitas apertadas na cabeça. 
• Tinha da Cabeça - Infecção fúngica (espécies de Microsporume Trichophyton) 
• Dermatite Seborreica – Fator agravante das diversas formas clínicas de alopecia. 
o Placas de pelos quebradiços próximas ao couro cabeludo, com sinais inflamatórios. 
QUADRO CLINICO 
• Perda parcial ou geral dos cabelos ou dos pelos do corpo todo. 
• Prurido e descamação do couro cabeludo (tinha da cabeça). 
• Cabelos quebradiços (tinha da cabeça e alopecia de tração) 
• Redução dos pelos nas bordas da placa de alopecia (alopecia areata) 
 
• História familiar de calvície 
• Estresse físico ou psicológico 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
• Reações sorológicas para sífilis 
• Hemograma, Ferro sérico e Ferritina 
• Provas de função tireoidiana 
• Níveis hormonais em mulheres adultas 
• Investigação laboratorial para lúpus eritematoso sistêmico 
• Biópsia do couro cabeludo em casos especiais 
• Antiestreptolisina O (ASLO) 
CONDUTA TERAPÊUTICA (PROTOCOLO/ESQUEMA TERAPÊUTICO) *OPÇÕES MINOXIDIL 
• Alopecia androgenética 
o Minoxidil tópico 2 a 5%; ou finasterida, VO, 1 mg/dia (homem: evitar o uso 3 meses antes de engravidar 
a mulher; contraindicado para mulheres em idade fértil). Mulheres com alterações hormonais – 
Espironolactona 200 mg/dia ou acetato de ciproterona. 
• Alopecia areata 
o Corticoides tópicos de alta potência ou intralesionais. 
• Tinha da cabeça 
o Griseofulvina, 15 a 20 mg/kg/dia (em crianças durante 8 semanas).

Outros materiais