CCJ0014-WL-D-SIA-Contratos - Depósito

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“Contrato de depósito onde o depositário
recebe um objeto móvel e corpóreo, para guardar,
até que o depositante o reclame. Ao contrário do
comodato, o depositário não pode usar a coisa, mas
apenas guardá-la”. (Prof. Flávio Tartuce)
Conceito
Contrato de “depósito é contrato real por meio
do qual uma das partes (o depositário) recebe da
outra (o depositante) uma coisa móvel, para guarda
e conservação temporária”. (Prof. Roberto Senise
Lisboa)
Conceito
Depósito é o contrato em que uma das
partes, nomeada depositário, recebe da outra,
denominada depositante, uma coisa móvel, para
guardá-la, com a obrigação de restituí-la na ocasião
ajustada ou quando lhe for reclamada. A sua
principal finalidade é, portanto, a guarda de coisa
alheia.
Conceito
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o
depositário um objeto móvel, para guardar, até que
o depositante o reclame.
Código Civil – Art. 627 
Unilateral ou Bilateral: a regra é unilateral em
virtude da obrigação assumida ou bilateral nas
atividades bilateral ou profissional (art. 628).
Gratuito: a regra não existe ônus para o
depositante, admite a onerosidade nos contratos de
guarda de cofre.
Intuitu personae: fundado na confiança;
Não solene: porque não exige forma especial, mas
sempre escrito (art. 646);
Real: se ultima pela entrega da coisa ao
depositário.
Natureza Jurídica
- Na guarda de coisa alheia;
- Não pode o depositário dela se servir sem licença 
expressa do depositante (CC, 640);
- A natureza móvel da coisa dada em depósito;
- A obrigação de restituir é também da essência do 
contrato de depósito (temporariedade);
- O depósito caracteriza-se pela gratuidade, exceto 
se houver convenção em contrário, se resultante de 
atividade negocial ou se o depositário o praticar por 
profissão;
Características
- As partes devem ser capazes;
- O depositante, no depósito regular, não precisa
ser proprietário da coisa, bastando que tenha a
posse direta da mesma;
- O depositário deve ser capaz, pois contrairá
obrigações com o contrato;
Requisitos
- Depósito Voluntário;
- Regular;
- Irregular;
- Depósito Necessário:
- Legal (art. 647, I);
- Miserável (art. 647, II);
- Hospedeiro e Hoteleiro (art. 649).
Espécies
O depósito voluntário é aquele realizado
espontaneamente pelo depositante, isto é, por sua
livre decisão, sem a ocorrência de causa externa
que o obrigue a tanto. Pelo depósito voluntário, o
depositante escolhe o depositário e celebra com ele
o contrato de depósito; podendo ser regular ou
irregular em razão da natureza do bem confiado à
guarda do depositário.
Depósito Voluntário
O depósito voluntário regular é o depósito de
coisa individuada, não consumível, infungível, que
deverá ser restituída em espécie findo o contrato.
Depósito Voluntário Regular
O depósito voluntário irregular é o que recai
sobre coisa fungível, assumindo o depositário a
obrigação de restituir outra coisa do mesmo gênero,
qualidade e quantidade, como na hipótese do
depósito bancário. Ao depósito irregular são
aplicadas as regras do mútuo.
Depósito Voluntário Irregular
Depósito necessário é aquele no qual o
depositante, por imposição legal ou premido por
circunstâncias imperiosas, realiza com pessoa não
escolhida livremente. São as hipóteses do art. 647
do Código Civil. Nos termos do art. 649 do Código
Civil, é também considerado depósito necessário o
depósito das bagagens dos viajantes ou hóspedes
nas hospedarias onde estiverem.
Depósito Necessário
É o que decorre do desempenho de obrigação
imposta por lei, como nas seguintes hipóteses,
enumeradas por Washington de Barros Monteiro:
a) aquele que é obrigado a fazer o descobridor da
coisa perdida (CC, 1.233);
b) o que deve ser feito pelo administrador dos bens
do depositário que tenha se tornado incapaz (CC,
641).
Depósito Necessário Legal
É também denominado depósito necessário
por assimilação, que se equipara ao depósito legal,
conforme prescreve o art. 649 do CC/2002, tendo
por objeto as bagagens dos viajantes ou hóspedes.
os hospedeiros responderão como depositários,
assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem
as pessoas empregadas ou admitidas nos seus
estabelecimentos.
Depósito do Hospedeiro e 
Hoteleiro
A obrigação legal dos hoteleiros restringe-se
aos bens que, habitualmente, costumam levar
consigo os que viajam, como roupas e objetos de
uso pessoal, não alcançando quantias vultosas ou
jóias, exceto se o hóspede fizer depósito voluntário
junto à administração do hotel.
Depósito do Hospedeiro e 
Hoteleiro
No depósito gratuito, o contrato aperfeiçoa-se
com a entrega da coisa, após a qual só o
depositário terá obrigações. Nesse caso é unilateral.
Por conseguinte, eventuais obrigações do
depositante decorrerão de fatos posteriores à sua
formação, resumindo-se a duas:
a) A obrigação de reembolsar as despesas feitas
pelo depositário com o depósito;
b) A de indenizar o depositário pelos prejuízos
que advieram do depósito, como nos casos de
prejuízos decorrentes de vício ou defeito da coisa.
Obrigações do Depositante
a) A guarda da coisa alheia, devendo o depositário
cuidar dela como se fosse sua;
b) A conservação da coisa alheia deixada em
depósito, devendo o depositário zelar para restituir a
coisa no estado em que a recebeu.
c) Restituir a coisa, com os seus frutos e acrescidos,
quando o exija o depositante (CC, 629, segunda
parte).
Obrigações do Depositário
Nos moldes do art. 633, ainda que o contrato
fixe prazo à restituição, o depositário entregará o
depósito logo que se lhe exija, salvo se:
a) tiver o direito de retenção nos moldes do art. 644;
b) se o objeto for judicialmente embargado;
c) se sobre ele pender execução, notificada ao
depositário;
d) ou se houver motivo razoável de suspeitar que a
coisa foi dolosamente obtida.
Obrigações do Depositário
A não-devolução da coisa, com quebra de
confiança e da boa-fé, é reprimida severamente
pela lei. Não se aplica a pena de prisão civil ao
depositário (art. 652), por força da Súmula
Vinculante nº 25 do Supremo Tribunal Federal:
“É ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito.”
Obrigações do Depositário
O depositante é obrigado a pagar ao
depositário as despesas feitas com a coisa, e os
prejuízos que do depósito provierem. (art. 643)
O depositário poderá reter o depósito até que
se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor
das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o
artigo anterior, provando imediatamente esses
prejuízos ou essas despesas. (art. 644)
Se essas dívidas, não forem provados
suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário
poderá exigir caução idônea ou a remoção da coisa
para o Depósito Público, até que se liquidem.
Despesas e Retenção
- Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não
poderá o depositário furtar-se à restituição do
depósito, alegando não pertencer a coisa ao
depositante, ou opondo compensação, exceto se
noutro depósito se fundar (art. 638);
- Sob pena de responder por perdas e danos, não
poderá o depositário, sem licença expressa do
depositante, servir-se da coisa depositada, nem a
dar em depósito a outrem (art. 640);
- O depositário não responde pelos casos de força
maior; mas, para que lhe valha a escusa, terá de
prová-los (art. 642);
Considerações Gerais
- Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que
lhe assumir a administração dos bens diligenciará
imediatamente restituir a coisa depositada e, não
querendo ou não podendo o depositante recebê-la,
recolhê-la-á ao Depósito Público (art. 641);
- O depósito de coisas fungíveis, em que o
depositáriose obrigue a restituir objetos do mesmo
gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á pelo
disposto acerca do mútuo (art. 645).
Considerações Gerais