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CCJ0014-WL-D-SIA- Contratos - Vícios Redibitórios

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História
FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD
Conceito
FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD
“Vícios redibitórios são defeitos ocultos
existentes à época da contratação que, ignorados
por aquele que obteve a coisa, proporcionam a sua
impropriedade ao uso ou a diminuição do seu valor.”
(LISBOA, Roberto Senise, Manual de Direito Civil. São Paulo: Saraiva,
2010.)
Conceito
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“Art. 441. A coisa recebida em virtude de
contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a
que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo
único. É aplicável a disposição deste artigo às
doações onerosas.”
Conceito
FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD
“Art. 441. A coisa recebida em virtude de
contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a
que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo
único. É aplicável a disposição deste artigo às
doações onerosas.”
Garantia
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Na entrega da coisa deverá o vendedor ou
transmitente garantir que:
- Abster de praticar ato que impliquem na turbação
do direito transmitido;
- Evitar a turbação do exercício do direito por
terceiros, e se este vencer deve indenizar o
adquirente;
- Garantir a materialidade idônea da coisa,
garantindo de vícios ocultos.
Garantia
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O Prof. Silvio de Salvo Venosa em seu Código
Civil Interpretado (2010, p. 457) esclarece que:
“A garantia refere-se a vícios ocultos na coisa, ao
tempo da transmissão. Presume-se que o negócio
não teria sido realizado, ou teria sido realizado de
outra forma, se o adquirente soubesse da existência
do defeito na coisa. A lealdade contratual manda que
o transmitente alerte o adquirente da existência do
vício.”
Vício Redibitório x Erro
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É de suma importância distinguirmos o erro do
vício redibitório. No erro não existe nenhum vício
oculto, mas sim, existe uma formação equivocada
da realidade, enquanto que no vício redibitório existe
um vício oculto, que poderá prejudicar o negócio
jurídico.
Ex. O adquirente de um quadro pensa que o mesmo
é verdadeiro, porém, é falso (erro). O adquirente de
um quadro com fungos invisíveis, que venha a mofar
(vício redibitório).
Vício Redibitório x Erro
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Requisitos (art. 441)
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- O contrato deve ser comutativo;
- O vício deve ser oculto e desconhecido;
- O defeito deve ser grave, e de tal importância que, se
dele tivesse tomado conhecimento anteriormente o
adquirente, o contrato não teria sido realizado;
- Os defeitos devem existir ao tempo do contrato.
Código Civil – Art. 442
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“Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo
o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar
abatimento no preço.”
Código Civil – Art. 442
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O artigo 442 coloca a disposição do adquirente
duas alternativas:
- Redibir a coisa, obtendo-se a devolução da
importância paga e das despesas tidas com o
contrato, através da ação redibitória;
- Receber parte do preço pago – abatimento –
permanecendo com o bem adquirido através da
ação estimatória.
Considerações - Fixação
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- O defeito do produto deve ser grave, de tal
forma que impediria a realização do negócio;
- A impossibilidade para o uso ou a diminuição do seu
valor, norteará a ação judicial que será tomada
(redibitória ou quanti minoris);
- Na venda de lotes, o defeito oculto de uma não
autoriza a redibição de todas, desde que admitida a
separação;
- Em sendo proposta a ação escolhida, não poderá o
autor modificar o seu pedido.
Ações Judiciais
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- A ação redibitória é indivisível, se participam do
negócio jurídico vários alienantes e vários
adquirentes. Não é possível destruir o negócio com
relação a apenas algum dos participantes.
- A ação estimatória deve ser considerada divisível.
O objeto dessa ação é o pagamento de uma soma
em dinheiro, podendo ser intentada por qualquer dos
adquirentes contra qualquer dos vendedores.
(VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 548)
Ações Judiciais
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- Redibição é a rejeição ou enjeitamento do bem, o
que se torna possível quando da existência do vício,
podendo o adquirente, ao proceder à devolução da
coisa, obter a restituição das importâncias
desembolsadas para a sua aquisição.
- Estimação é a declaração escrito do valor de um
bem, ainda que não avaliada judicialmente. A
estimação deve ser efetuada mediante a avaliação do
bem viciado, a fim de que se torne possível a
apuração da diferença entre o valor da compra e o
valor de mercado do bem.
LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil. Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 
2010, p, 189
Código Civil – Art. 443 e 444
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“Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou
defeito da coisa, restituirá o que recebeu com
perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente
restituirá o valor recebido, mais as despesas do
contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante
subsiste ainda que a coisa pereça em poder do
alienatário, se perecer por vício oculto, já existente
ao tempo da tradição.”
Código Civil – Art. 443 e 444
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- Em sendo aceita a ação redibitória, o negócio
jurídico se resolve retroativamente (ex tunc) e sendo
provado o dolo (alienante conhecia do vício quando
da realização do negócio) restituirá o que recebeu
acrescidos de perdas e danos.
- O vício por ser oculto, somente se manifestará
quando a coisa já estiver na posse do adquirente.
Código Civil – Art. 445
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“Art. 445. O adquirente decai do direito de
obter a redibição ou abatimento no preço no prazo
de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se
for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava
na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à
metade. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só
puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á
do momento em que dele tiver ciência, até o prazo
máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de
bens móveis; e de um ano, para os imóveis.”
Código Civil – Art. 445
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Código Civil – Art. 445
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“Art. 445. O adquirente decai do direito de
obter a redibição ou abatimento no preço no prazo
de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se
for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava
na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à
metade. § 2o Tratando-se de venda de animais, os
prazos de garantia por vícios ocultos serão os
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos
usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo
antecedente se não houver regras disciplinando a
matéria. ”
CC x CDC
V Redibitórios x V Produto
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Relação Civil: art. 441 a
446. São os vícios ocultos
que desvalorizam a coisa
ou tornam a mesma
imprópria para uso.
Relação de Consumo: art.
18 e 26. São os vícios
aparentes e ocultos, de
qualidade e identidade.
O adquirente prejudicado
poderá pleitear, por meio
de uma ação:o
abatimento do preço ou
resolução do contrato.
O consumidor pleiteará:
- abatimento do preço,
complementação de preço
ou medida;
- novo produto ou similar;
- resolução do contrato
com devolução do valor
pago.
Prazos Decadenciais
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I – Quando o vício for de conhecimento imediato:
a) 30 dias para móveis;
b) 1 ano para imóveis.
Os prazos são deduzidos à metade se o
adquirente já estava na posse do bem, e
contados da data da entrega da coisa.
Prazos Decadenciais
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II – Quando os vícios, por sua natureza, somente
puderem ser conhecidos mais tarde:
a) 180 dias para bens móveis;
b) 1 ano para bens imóveis;
Os prazos serão contados do conhecimento do
vício. Não se aplica, nesses casos, a redução
dos prazos.
Jurisprudência
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“Compra e venda – Vício redibitório – Bem móvel
(veículo automotor) – Impossibilidade de
regularização do automóvel frente aos órgãos de
trânsito em razão da existência de veículos “dubles”
– Vício redibitório – Reconhecimento – Retorno das
partes ao estado anterior. (“status quo ante”) –
Recursos não providos” (TJSP – Ap. Cível 993.307-
0/0, 5-12-2008, 25ª Câmara de Direito Privado – Rel.
Antônio Benedito Ribeiro Pinto)
Jurisprudência
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“Direito civil. Recurso especial. Ação de conhecimento sob o
rito ordinário. Compromisso de compra e venda. Possibilidade
de rescisão com fulcro em vício redibitório.
Prequestionamento. Ausência. Imóvel. Vício redibitório.
Ciência pelo adquirente em data posterior à de tradição do
imóvel. Prescrição. Termo inicial. Data de conhecimento do
vício. - É inadmissível o recurso especial na parte em que não
houve o prequestionamento do direito tido por violado. - O direito de
ação que tenha por objeto a rescisão do contrato fundada em vício
redibitório do bem imóvel prescreve em seis meses a contar, no
regime do CC de 1916, da data da tradição da coisa. - Se,
entretanto, à época da tradição era oculto o vício, conta-se o prazo
prescricional a partir de sua ciência pelo adquirente do bem. -
Recurso especial a que não se conhece. (STJ – REsp 489867 / SP
Recurso Especial 2002/0160219-7, 3ª Turma. Rel. Mn. Nancy
Andrighi, julgado em 20/05/2003. Publicado no DJ 23/06/2003.
Código Civil – Art. 446
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“Art. 446. Não correrão os prazos do artigo
antecedente na constância de cláusula de garantia;
mas o adquirente deve denunciar o defeito ao
alienante nos trinta dias seguintes ao seu
descobrimento, sob pena de decadência.”
Código Civil – Art. 446
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O Prof. Silvio de Salvo Venosa (Código Civil
Interpretado, 2010) salienta que a redação deste
artigo não é das melhores, e o interpreta afirmando
que “o dispositivo pretende firmar é que, quando o
alienante (fornecedor de produto ou serviço)
estabelece prazo de garantia, há causa impeditiva
para o início de prazo decadencial. ... Terminado o
prazo de garantia, inicia-se a contagem dos prazos
estabelecidos em lei. Contudo, se durante a garantia
surgir o defeito na coisa, o adquirente deve
denunciar o fato nos 30 dias seguintes de seu
descobrimento, “sob pena de decadência”.
Prazos na Garantia
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Vícios Redibitórios
Art. 446 do CC. Não
correm os prazos
legais na vigência de
garantia convencional.
Vícios do Produto
Art. 50 do CDC. A
garantia é
complementar à legal e
será concedia por
escrito.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil – vol. 3. São Paulo: 2010, pág. 227.(slides de 16 a 
21)

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