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CCJ0014-WL-C-SIA-Contratos - Empréstimo

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	Natália emprestou R$ 50.000,00 para Angelina, pelo prazo de 24 meses, findo o qual deveria ser restituída a quantia emprestada mais juros simples de 5% ao mês. Passados seis meses da celebração do negócio, Angelina foi demitida de seu emprego, única fonte de seu sustento.
 
	Preocupada com a situação econômica de Angelina, Natália solicitou uma consulta jurídica acerca do caso, com ênfase nos seguintes questionamentos:
Caso Concreto
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1 – A Lei prevê a possibilidade de Natália exigir de Angelina alguma garantia do cumprimento integral do contrato?
 
2 – Diante da alteração de sua situação econômica, Angelina poderia resolver o contrato com fundamento no art. 478, CC?
3 – Há possibilidade de Angelina pedir a revisão do contrato em razão da onerosidade excessiva decorrente da taxa de juros?
Caso Concreto
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	“É o negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega uma coisa a outra, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada ou outra da mesma espécie e quantidade.” (TARTUCE, Flávio. Direito Civil, 5ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forente, São Paulo: Método, 2010, p. 471)
Conceito
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- Comodato: art. 579 a 585
- Empréstimo: art. 586 a 592
Espécies
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	“Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.”
Comodato – Art. 579 a 585 
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Unilateral: obrigação para o comodatário;
Gratuito: não há retribuição pelo uso;
Intuito personae: fidúcia - pessoa do comodatário;
Temporário: tempo certo ou de uso, com obrigação de restituir a coisa ao término do prazo;
Real: concretiza-se com a transferência da coisa;
Não-solene: forma livre;
Natureza Jurídica
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- Exigir do comodatário o desvelo na guarda e conservação da coisa, apenas de acordo com a sua destinação e finalidade;
- Exigir que o comodatário efetue os gastos ordinários de conservação da coisa e restituição do bem findo o prazo avençado ou presumido;
- Receber equivalente de aluguel pelo prazo referente ao atraso na restituição.
Direitos - Comodante
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- Entrega do objeto do contrato de comodato, não tolhendo o seu uso e gozo;
- Responder pelos prejuízos causados em virtude de vícios ocultos se sabia da sua existência;
- Arcar com as despesas extraordinárias e urgentes, que excedam a conservação normal do objeto.
Obrigações - Comodante
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- Conservar a coisa, como se sua própria fora, usando somente de acordo com o contrato, sob pena de responder por perdas e danos (art. 582);
- Responder pelas despesas de conservação do objeto do contrato, sendo que as despesas extraordinárias deverão ser comunicadas ao comodante;
Obrigações - Comodatário
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- Usar a coisa de forma adequada, importa na necessidade de respeitar sua exata natureza prevista em contrato, sob pena de responsabilização por perdas e danos e de dar causa a resolução do contrato;
- Responder pelo dano causado ao objeto do contrato de comodato, se salvar os seus bens e abandonar o do comodante, mesmo nos casos de caso fortuito ou força maior (art. 583).
Obrigações - Comodatário
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	O art. 580 do Código Civil determina que as pessoas que exercem função de administração de bens não poderão dar em comodato os bens que estão sob sua administração (como, por exemplo, curadores e tutores em relação aos bens de seus curatelados e tutelados), a não ser através de autorização judicial específica para esse fim.
Restrições
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Observa-se as regras referentes às benfeitorias (arts. 1.219 a 1.222, CC/02):
- Posse de boa fé:
	- Benfeitorias necessárias e úteis: indenização 	+ retenção;
	- Benfeitorias voluptuárias: possibilidade de 	retirada;
- Posse de má fé:
	- Benfeitorias necessárias: indenização;
Benfeitorias
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- Necessárias: são aquelas que se destinam à conservação ou que evitam a deterioração do imóvel. Ex. Reparo de um telhado;
- Úteis: são aquelas obras que aumentam ou facilitam o uso do imóvel. Ex. Construção de uma garagem;
- Voluptuárias: são aquelas que não aumentam ou facilitam o uso do imóvel, mas podem torná-lo mais bonito ou mais agradável. Ex. Os jardins e a piscina.
Benfeitorias
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- Por ser um contrato temporário, deverá possuir prazo determinado;
- Admite-se que seja feito por prazo indeterminado, neste caso presume-se para o uso concedido;
- Em regra o comodante não poderá reaver o objeto ou coisa antes de findo o prazo, porém, admite-se em casos de necessidade imprevista e urgente reconhecida pelo juiz (art. 581).
Prazo
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- Ao findar o prazo estipulado para o empréstimo ou quando cessar a necessidade da utilização da coisa, conforme a finalidade para que foi emprestada;
- Pela resolução, por parte do comodante, quando o comodatário descumprir uma de suas obrigações;
- Por sentença, a pedido do comodante, desde que reste provada a necessidade imprevista e urgente;
Extinção
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	“Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.”
Mútuo – Art. 586 a 592 
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	Por meio deste, o mutuário obriga-se a restituir ao mutuante a coisa dada em empréstimo do mesmo gênero, quantidade e qualidade (empréstimo de consumo), não sendo exigido que seja restituída exatamente a mesma coisa.
	Ex. cereais, produtos químicos, gêneros alimentícios, etc.
Conceito
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Unilateral: obrigação para o mutuário;
Oneroso: há retribuição pelo uso;
Temporário: tempo certo ou de uso, com obrigação de restituir a coisa ao término do prazo; 
Real: concretiza-se com a transferência da coisa;
Não-solene: forma livre;
Comutativo: prestação determinada/certa. 
Natureza Jurídica
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	O mutuante transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário e, dessa forma, todos os riscos da coisa, a contar da tradição, são do último, visto que ele se torna o proprietário do bem.
	Considera-se como um empréstimo para consumo, pois, o mutuário pode consumir, usar, alienar o bem dado em empréstimo, desde que devolva outro respeitando a mesma espécie, quantidade e qualidade.
Características
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	O mutuo feneratício é o mútuo oneroso. No mútuo oneroso, o mutuário deve restituir não apenas a mesma espécie e mesma quantidade do bem emprestado, mas também os juros (presumidos quando o mútuo tiver finalidade econômica), que são a remuneração pela utilização da coisa alheia.
Características
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	O mutuante deverá comprovar ser proprietário do que empresta podendo dispor da coisa, e o mutuário deverá demonstrar que possui capacidade para se obrigar.
	“Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guardar estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.”
Capacidade
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“Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: 
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente; 
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais; 
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças; 
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.”
Capacidade
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	Em não estando estipulado o prazo do contrato, entende-se findo quando (art. 592):
- Em tratando-se de produtos agrícolas até a próxima colheita;
- Em tratando-se de dinheiro será o prazo de 30 dias contados do celebração do contrato;
- Em sendo coisa fungível, presume-se o prazo que mutuante declarar.
Prazo

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