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Empréstimo - comodato e mútuo

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3 
 
1.INTODUÇÃO CONTRATO DE EMPRÉSTIMO 
“contrato é o acordo de duas ou mais vontades, 
na conformidade da ordem jurídica, destinado a 
estabelecer uma regulamentação de interesses 
entre as partes, com o escopo de adquirir, 
modificar ou extinguir relações jurídicas de 
natureza patrimonial.” 
 Maria Helena Diniz 
 Com o avanço civilizatório cada vez mais o ser humano se vê dependente da 
sociabilidade, e, assim, cada vez mais se contrata, pois o homem é por natureza um ser social, 
que depende dos uns dos outros para garantir sobrevivência. 
Dentre a diversidade de institutos contratuais passaremos ao estudo do empréstimo, 
nas modalidades de mútuo e de comodato. 
O empréstimo é o instituto contratual pelo qual uma pessoa entrega a outra, uma coisa, 
para que dela desfrute, com a obrigação de restituir. O contrato somente se perfaz com a 
tradição, é contrato de natureza real. Antes dela só haverá uma promessa de empréstimo. 
O negócio jurídico do qual tratamos, empréstimo, é exemplo inequívoco de contrato 
unilateral, abarcando duas espécies: i) Comodato (empréstimo de uso); e ii) Mútuo 
(empréstimo de consumo). 
Leciona CARVALHO DE MENDONÇA: “O vocábulo vulgar empréstimo não tem 
em direito a mesma significação técnica. No primeiro sentido, ele exprime a entrega de um 
objeto a alguém, que assume a obrigação implícita de restituir, em um prazo mais ou menos 
determinado. Não se trata, porém, de distinguir a natureza do objeto, nem a forma da 
restituição. Assim, tanto se diz: emprestar um cavalo, ou emprestar dinheiro, como emprestar 
um prédio. O direito, ao contrário, partindo da forma por que deve ser feita a restituição, 
considera o empréstimo sob dois pontos de vista e o ramifica em dois institutos que são, na 
verdade, inconfundíveis: o mútuo e o comodato”. 
Nesta conjuntura, sem sempre se almeja a benevolência em tais contratos, e sim, um 
escopo especulativo objetivando geração de riqueza. Sobremaneira evidente no contrato de 
mútuo. É o caso do contrato de mútuo com incidência de juros (feneráticio), ou seja, modelo 
4 
 
contrato de empréstimo de coisa fungível, objetivando lucro através de juros. Exemplo: Maria 
firma um empréstimo através de contrato de mútuo feneráticio com Jonas, com juros de 10% 
ao ano, ou seja, abaixo do limitado por lei, 12%. 
Em diversos casos, o contrato de empréstimo representa manifestação de 
solidariedade, especialmente quando gratuito. No mundo dos negócios, destacam os 
empréstimos onerosos, disponibilizados pelas instituições financeiras bancos e que fomentam 
o desenvolvimento e o progresso. 
O empréstimo, em qualquer de suas modalidades, pertence à categoria dos contratos 
que têm por objeto a entrega de uma coisa. O recebedor é obrigado a restituí-la. Destaque-se 
que somente se perfaz com a tradição, portanto é contrato de natureza real. Sem a entrega da 
coisa só haverá uma promessa de empréstimo. 
Iniciemos a analise dos institutos de empréstimos contratuais: o comodato (prestito ad 
uso) (arts. 579 a 585 do CC/2002) e o mútuo (prestito di consumazione) (arts. 586 a 592 do 
CC/2002). Sendo o primeiro unicamente para uso, tem-se a posse da coisa, já o segundo para 
o consumo, o contraente possui a propriedade da coisa. Quando da restituição, no comodato 
se aperfeiçoa com a devolução da coisa, que foi cedida sem onerosidade, e, no mútuo se 
perfaz a devolução de coisa equivalente ao emprestado, de modo geral possui caráter oneroso. 
Embora possa ser gratuito, hodiernamente de forma raríssima, possa se vê, empréstimos de 
coisas fungíveis, especialmente dinheiro, sem a devida remuneração, pagamento de juros. A 
diferenciação entre as modalidades apresenta efeitos jurídicos práticos, assim enquanto o 
comodante continua proprietário da res e por isto responde pelos riscos, o mutuante perde o 
domínio ao emprestar a res, ficando os riscos por conta do mutuário – res perit domino (a 
coisa perece por conta do dono). 
2.COMODATO 
2.1.Historicidade 
Leciona Fritz Schulz, que em Roma, o commodatum surgiu tardiamente na 
jurisprudência republicana, pois anteriormente compreendia-se que a prática não deveria ser 
objeto do Jus Positum, uma vez que se realizava no âmbito das amizades e parentesco. O 
comodante dispunha da actio commodati directa para exercitar os seus direitos e o 
comodatário, da actio commodati contraria. Por esta, pleiteava-se o reembolso de despesas 
efetuadas com a conservação da coisa, cabendo ao comodatário o jus retentionis. 
5 
 
2.2.Conceito 
 O art. 579 do Código Civil dispõe, “comodato e o empréstimo gratuito de coisas não 
fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto”. Enfim é um contrato benéfico, não oneroso, 
pelo qual se entregue uma coisa infungível para uso, e posteriormente seja devolvida em 
espécie, isto é, em sua individualidade, razão pela qual não pode ser consumida. 
 Leciona Pablo Stolze: “comodato é um negócio jurídico unilateral e gratuito, por 
meio do qual uma das partes (comodante) transfere à outra (comodatário) a posse de um 
determinado bem, móvel ou imóvel, com a obrigação de o restituir.” Enquanto, Paulo Nader 
assim o define: “Comodato é contrato gratuito que se perfaz com a entrega de coisa móvel ou 
imóvel ao comodatário, para posse, uso e devolução, por tempo determinado ou não”. 
 Ante o apresentado, o comodato é espécie de contrato, sendo unilateral, benéfico e 
gratuito. Pode o contrato ter como objeto bens móveis ou imóveis, porque são infungíveis 
(insubstituíveis). 
 As partes que compõe o negocio jurídico em questão, comodato, quem empresta a res 
(coisa) é intitulado comodante, no outro polo que a recebe é o comodatário. O contrato de 
comodato é intuiti personae (personalíssimo), fundado na fidúcia, confiança do comodante 
em relação ao comodatário. Não há exigibilidade formal escrita, portando contrato informal e 
não solene. 
 Sendo em regra geral, contratos que possuem como objeto bens infungíveis e não 
consumíveis. Conduto, há possibilidade de ter tal contrato em seu objeto, bem fungíveis para 
utilização de enfeite ou ornamentação, denominados de comodato ad pompam vel 
ostentationem. Exemplificando, presente está quando realiza-se comodato, se empresta, um 
arranjo floral diferenciado ou garrafas de vinhos para ornar uma adega ou exibir em uma 
exposição, situações que por acordo das partes tem aptidão de transformar coisa fungível por 
natureza em infungível, pois a devolução da mesma coisa emprestada aperfeiçoará o 
comodato. 
 Claro esta, conforme exposto anteriormente no art. 579 do CC/2002, que o comodato 
tem natureza de contrato real, pois se perfaz com a tradição, entrega da coisa. Não existe 
qualquer exigibilidade formal para a avença, podendo ser verbal. Neste sentido, julgado do 
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul do ano de 2016, apontou “o comodato caracteriza-
se como empréstimo gratuito de coisa móvel ou imóvel infungível. É o contrato pelo qual 
6 
 
durante um tempo determinado uma pessoa empresta algo para ser utilizado por outro e 
depois devolvido. Não se exige a titularidade do bem, basta que as partes sejam capazes, 
como regra geral, e que o comodante tenha a posse. É contrato não solene, não exigindo 
formalidade, conforme art. 579 do Código Civil, de forma que pode haver comodato verbal” 
(TJRS, Acórdão 0173360-10.2016.8.21.700, Lajeado, 17.ª Câmara Cível, Rel.ª Des.ª Liege 
Puricelli Pires, j. 25.08.2016, DJERS 06.09.2016). 
 
2.3.Características 
O contrato de comodato é uma forma contratual típica e nominada, que possui as 
seguintes características: 
 Contrualidade, sendo contrato pode originar-se de acordo de vontades, contudo: 
i) Unilateral, entretanto envolver volitivitade de ambas as partes, impõe a uma das 
partes a posição de devedor, estando a outra no polo credor, apenas uma parte se obriga 
perante a outra. De modo que o comodatário assume obrigações, contudo excepcionalmente 
possao comodante contraí-las, passando portanto, a ser bilateral. 
ii) Gratuito, sendo cessão sem contraprestação , onde um dos contraentes sofre o ônus, 
propiciando a outra parte uma vantagem. É formado por um favor prestado pelo comodante ao 
comodatário, mesmo que eventualmente este assuma a obrigação de pagar taxa ou imposto 
que recaia sobre a coisa dada em empréstimo de comodato. Assim se o empréstimo for de um 
automóvel, cabe ao comodatário pagar o IPVA, manutenção, seguro etc, de modo que não 
desvirtua o comodato, sendo a onerosidade inferior a contraprestação e é imposta como 
encargo por ser um comodato modal. 
iii) Intuiti personae, se baseia na confiança do comodante para com o comodatário. 
Assim não pode o comodatário ceder o objeto a terceiro. 
iv) Real, o contrado de comodato apenas se perfaz com a traditio, isto é com a entrega 
da coisa, do comodante ao comodatário, tendo este a posse (uso) e não a propriedade. Não há 
de se falar em usucapião. 
Infungibilidade e inconsumibilidade do bem (móvel ou imóvel), poderá ser um bem 
fungível e consumível, hipótese que ter-se-á o commodatum pompae vel ostentationis causa. 
7 
 
Temporariedade, o uso da coisa dada em comodato deverá ser temporário, 
determinado ou indeterminado, caso que o tempo é presumido do fim ao qual se destina. 
Assim, o empréstimo em comodato de um caminhão para realizar mudança, a devolução da 
coisa fica condicionada ao termino da tarefa. Durante este tempo o comodante não poderá 
exigir a coisa, salvo por determinação judicial, por advento de causa imprevista e urgente. 
Cito, em virtude de um desmoronamento, necessita do caminhão para retirar entulho que 
ameaça sua residência. Enfim, como não se trata de doação ou compra e venda o comodato 
não pode ser perpétuo. 
Restituição obrigatória da coisa, após o uso deve o comodatário restituir o objeto em 
sua completude, pois o comodatário é quem detém sua propriedade. Portanto caberá ao 
comodante interpor ação judicial de reintegração de posse, se o comodatário praticar esbulho 
(retirada forçada do bem de seu legítimo possuidor ou proprietário). 
2.4.Requisitos 
 Subjetivo. Requer a capacidade genérica conforme se exige para praticar atos da vida 
civil, contudo estabelece a certas pessoas para proteção dos proprietários, incapacidades 
especiais para outorga do comodato conforme se observa no art. 580 do Código Civil – “Os 
tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em 
comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda.” Denota-se a proteção 
ao proprietário do bem, para que o administrador não obtenha vantagens sobre o que não lhe 
pertence, pois foge a sua função de administrator e não aufere nenhum beneficio ao 
administrado. A exceção para realização do comodato se dará através de autorização especial 
do proprietário, e, sendo o mesmo incapaz ouvido o ministério publico, por decisão do juiz. 
 Objetivo. Apenas podem ser emprestados através de comodato, bens infungíveis e 
inconsumíveis, imóveis ou móveis, que desfrutarão o comodatário, como se encontram, não 
havendo por parte do comodante o dever de repará-los. Pode se constituir no direito de usar 
determinado local (commodatum loci), como casa de praia em um fim de semana ou vaga de 
estacionamento, sem onerosidade, isto é de forma gratuita. 
 Formal. Não se exige forma solene, sua forma é livre, de manifestação de vontade 
para o aperfeiçoamento da relação contratual, tratando-se de um contrato consensual. Por 
questão de segurança jurídica, porque pode se aperfeiçoar até oralmente, se faz recomendável 
ser por escrito, pois no entendimento jurisprudencial o comodato se presume; coexistindo 
dúvidas entre a locação e o comodato, será compreendido como se realizado contrato locativo. 
8 
 
2.5.Obrigações do comodatário 
Conservar e guardar a coisa emprestada como se fosse sua, conforme se infere no 
art. 582, 1ª parte, Código Civil. Evitando assim ser penalizado por perdas e danos, conforme a 
responsabilidade civil. Não podendo emprestar o que não lhe pertence, e se alienar o objeto do 
comodato caberá sua responsabilização por crime de estelionato, disposto no art. 171, § 2°, 
Código Penal. 
As despesas originárias correrão por conta do comodatário, como: água, luz, conserto 
de fechadura, ITPU etc. Não poderão ser recobradas ao comodante, pois feitas no seu uso e 
gozo. Contudo caberá ao comodatário as despesas extraordinárias, em caso de urgência e, não 
comunicadas ao comodante para autorização, podendo reter a coisa emprestada até que os 
gastos lhes sejam pagos, em se tratando de benfeitorias, pois o mesmo é detentor de boa-fé. 
Entretanto as benfeitorias realizadas em virtude da natureza do comodato, não possibilitarão 
ser indenizados. 
Os gastos extraordinários deverão ser previamente solicitados e pelo comodante serem 
autorizados. 
Fazendo benfeitorias, o comodatário, no bem objeto do comodato, com o tácito 
consentimento ou à vista do comodante, deverá ser ressarcido. Cito, executando reparos na 
casa emprestada, e tendo ciência o comodante sem se manifestar, ao comodatário caberá 
direito à retenção da coisa, salvo se convenção contraria. 
Limitar o uso da coisa. Conforme o convencionado no contrato ou de acordo com a 
natureza em atenção ao art. 582 do Código Civil, sob pena de responsabilização por perdas e 
danos. Vejamos: tendo emprestado veículo para realizar viajem a cidade de Arapiraca, não se 
pode ir a cidade do Recife; se objeto do comodato é destinado para uso próprio não se pode 
destina-lo a terceiro. Existindo dano ou perda da coisa objeto do comodato por seu uso 
indevido, o comodatário responde por perdas e danos, por suposto lhe cabendo ação 
regressiva contra terceiro que deu-lhe causa. 
Devolução da coisa emprestada “in natura”. No momento acordado restituir a coisa, 
em não havendo prazo determinado, terminado o uso pela natureza da circunstancia. 
Exemplificando, se empresta um veículo de carga para efetuar uma mudança, devolve-lo ao 
termino da operação. Caberá ação de reintegração de posse se o comodatário não devolver no 
tempo devido o que não é de sua propriedade, pois estará cometendo esbulho. Frise-se que o 
9 
 
comodante apenas poderá solicitar a coisa antes do prazo estipulado se provar, motivado por 
caso de emergência e imprevisão em relação ao ato do contrato, e assim o juiz assim entender, 
conforme pode se aferir no disposto no Código Civil em seu art. 581. 
Responsabilidade pela mora. Responde por suportar os riscos, assumindo os 
resultados de deterioração e perda da res emprestada (art. 389, CC), e efetuar o aluguel (art. 
399, CC) convencionado em base do valor de mercado estipulado no contrato, pelo tempo do 
atraso em restituir, ou, correspondente a perdas e danos conforme se infere da jurisprudência, 
calculados desde a interposição da ação de execução ou do arbitramento, inclusive as 
despesas com custas processuais e honorários advocatícios. O aluguel é um meio de reparar os 
prejuízos do comodante motivados pela mora do comodatário. Alertando que o contrato não 
se transforma de comodato para locação. Ainda se o aluguel arbitrado pelo comodante gerar 
enriquecimento indevido, não obstara a redução contudo o contrato de comodato ser gratuito. 
constituída a mora do comodatário, ante notificação, em caso de recusa na devolução da coisa 
ter-se-á esbulho no caso de imóvel, sendo permitido o uso da ação de reintegração de posse. 
Responsabilidade pelos riscos. Em caso de deterioração ou perda da coisa, conforme 
reza o art. 582 do Código Civil. Assim, mesmo em virtude de força maior ou caso fortuito tem 
o dever o comodatário, podendo agir, de salvaguardar primeiramente, evitando ou 
amenizando o dano ao que lhe foi emprestado em relação a seus próprios bens. Se fizer o 
contrário, restará indenizar o prejuízo. Evidente que como no comodato a coisa pertence ao 
dono e nãoao possuidor/comodatário, o ônus ante o risco da coisa se perder em caso de caso 
fortuito ou força maior este arcará com os prejuízos. 
Responsabilizar-se solidariamente, havendo mais comodatários. Possuidor de caráter 
benéfico o contrato de comodato e ao que se infere do art. 585 do Código Civil, a 
responsabilidade dos comodatários é solidaria ante o comodante. Constituindo-se uma maior 
segurança para efetivação da devolução da coisa, pois em caso de descumprimento do 
contrato, terá direito o comodante a acionar qualquer dos comodatários para assegurar o seu 
direito de propriedade, não importando qual dos comodatários descumpriu, restando aos 
demais, ação regressiva a quem deu causa ao prejuízo. 
2.6.Obrigações do comodante 
A rigor o comodante não possui obrigações, pois se tratando de contrato que apenas se 
perfaz com a tradição, entrega da coisa, é contrato unilateral. Realizada esta, resiste 
10 
 
obrigações apenas ao comodatário. Contudo eventualmente possam surgir obrigações ao 
comodatário, decorrente das leis e fatos, como: 
Vedação a restituição do bem. Não cabe solicitar o bem emprestado antes do 
convencionado, estipulado ou do necessário para o uso do comodatário, salvo nos casos das 
circunstâncias do art. 581 do Código Civil e/ou se o contrato for de prazo não fixado, poderá o 
comodante solicitar a qualquer tempo sem carência de justificativas, bastando cientificar o 
usuário. 
Despesas extraordinárias e necessárias. Nos casos de conservação da coisa, em caso 
de urgência, em que não se pode dar ciência ao comodante para respectiva autorização; como 
da mesma forma gastos não relacionados com a fruição do bem emprestado em comodato, 
cito, realização de pagamento da multa por construção irregular do imóvel emprestado. 
Responsabilização da posse útil e pacifica da coisa. O comodante ante ao 
comodatário, se procedeu dolosamente, responderá. Conduto, não se responsabilizará pela 
evicção ou vícios redibitórios, que pressupõem contratos cumulativos ou onerosos, sendo o 
comodato contrato gratuito e unilateral. Fundamentado nos arts. 441 e 447 do Código Civil. 
2.7.Extinção do comodato 
 Tratamento da extinção do contrato válido de comodato. Pois, se for caso de 
alguma nulidade absoluta ou relativa, o estudo de sua desconstituição é realizado na teoria 
geral, quando da análise da invalidade do negócio jurídico. 
Exaurimento do seu prazo de vigência, e, caso seja pactuado por prazo 
indeterminado, será considerado cumprido quando esgotada a finalidade de sua utilização. 
 
Dissolvido por resolução, resilição ou distrato. A resolução por inexecução 
contratual, não obsta que o comodante rescinda o contrato previamente ao termo do prazo, 
reivindicando perdas e danos, quando o comodatário utiliza o bem em sua posse de forma 
diversa ao empréstimo. A resilição unilateral, devido o contrato ser gratuito, poderá ser 
resolvido provado superveniência de necessidade urgente e não prevista à época da 
contratação, sentenciado pelo juiz competente. Pode também o comodatário, a qualquer 
tempo, resilir o negócio jurídico que não seja mais do seu interesse, pois não estará obrigado a 
conservar situação que já não mais o interessa. Distrato, este se efetivará se os contraentes 
antes do convencionado prazo de extinção, acordarem mutuamente. 
11 
 
Morte das partes. Suportará ser considerado dissolvido o contrato, no caso de 
falecimento do comodatário, se for considerado intuitu personae, pois há casos em que o 
comodante cede o uso da coisa em atenção, não especificamente à pessoa do comodatário, 
mas em favor do interesse deste. Esclarecendo, pode o comodante ter emprestado uma casa 
para um casal morar, tendo o negócio realizado como o esposo. O comodatário morre e o 
contrato poderá ser mantido com a viúva. 
Carlos Roberto Gonçalves, em referência ao exemplo acima citado, leciona: “Se, no 
entanto, o empréstimo do trator ao vizinho, por exemplo, foi feito para uso na colheita, a sua 
morte prematura não obriga os herdeiros a efetuarem a devolução antes do término da aludida 
tarefa”. 
Finalizando, cabe salientar que a morte do comodante não induz a extinção do 
contrato, uma vez que os seus herdeiros deverão respeitar o seu prazo de vigência. 
Alienação da coisa emprestada. Extingue-se o contrato de comodato, salvo se o novo 
proprietário assumir a obrigação de manter o comodato. 
Oportuno salientar que se dará por encerrado, o contrato se o seu objeto sofrer 
destruição total (perecimento), como na hipótese de um acidente natural (enchente, terremoto 
etc.) destruir a casa, cedida para uso do comodatário. Sendo destruição, todavia, apenas 
parcial, nada impede que o comodato subsista, a depender do interesse das partes. Entretanto, 
se o comodatário contribuiu com culpa ou incorreu em alguma das situações de 
responsabilidade vistas acima (arts. 582 e 583), a obrigação converte-se em perdas e danos. 
3.MÚTUO 
3.1.Historicidade 
Contrato de mútuo é importante propulsor da economia mundial, por ser um 
importante instrumento de realização da atividade financeira. 
Antigamente nas sociedades, o mútuo se realizava na manifestação de caridade, pois 
se condenava a fixação de juros. Entretanto no Direito Romano, predominou a liberdade na 
estipulação dos juros, posteriormente combatida no Direito Canônico e admitida 
hodiernamente. 
 
12 
 
3.2.Conceito 
Para Pablo Stolze e Gagliano: “O mútuo consiste em um “empréstimo de consumo”, 
ou seja, trata-se de um negócio jurídico unilateral, por meio do qual o mutuante transfere a 
propriedade de um objeto móvel fungível ao mutuário, que se obriga à devolução, em coisa do 
mesmo gênero, qualidade e quantidade”. 
Conceitua o civilista Carlos Roberto Gonçalves: “O mútuo é o “empréstimo de coisas 
fungíveis”, pelo qual o mutuário obriga-se “a restituir ao mutuante o que dele recebeu em 
coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade” (CC, art. 586). Por ele, o mutuante 
“transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário”. Por conta deste, que se torna 
proprietário, “correm todos os riscos dela desde a tradição” (art. 587)”. 
Paulo Nader, o define deste modo: “O contrato de mútuo consiste no empréstimo de coisa 
fungível, por tempo determinado ou determinável, findo o qual deve ocorrer a restituição, 
mediante coisa de igual gênero, quantidade e qualidade”. 
 Conceitualmente, o mútuo o mútuo consiste em um “empréstimo de consumo”, ou 
seja, trata-se de um negócio jurídico unilateral, por meio do qual o mutuante transfere a 
propriedade de um objeto móvel fungível ao mutuário, que se obriga à devolução, em coisa do 
mesmo gênero, qualidade e quantidade. Conforme se infere do art. 586, Código Civil: - “O 
mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o 
que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade”. 
 Observe-se que, posto o dinheiro seja bem fungível por excelência, o mútuo pode ter 
por objeto outros bens, passíveis de consumibilidade. 
Assim, tanto haverá o mútuo quando se toma dinheiro emprestado em um banco, como 
também quando vamos ao vizinho e pedimos “emprestado” uma porção de açúcar, obrigando-
nos a devolver outra porção, do mesmo gênero, no dia seguinte. É importante, pois, o 
entendimento que: enquanto comodato tem por objeto coisas infungíveis (empréstimo de 
uso); o mútuo tem por objeto coisas fungíveis (empréstimo de consumo), sendo que, neste 
caso, há de se observar que a transferência da propriedade não é a finalidade do contrato 
desejada pelas partes, como no contrato de compra e venda, mas a consequência normal da 
fungibilidade do bem emprestado, que, na maioria das vezes, impede a restituição do mesmo 
bem emprestado. 
13 
 
3.3.Características 
Contratualidade. Requer a manifestação de duas vontades. Trata-se de contrato real, 
perfaz-se com a tradição; gratuito, o mutante nada recebe do mutuário em trocado favor que 
lhe faz, podendo ser oneroso, havendo alguma contraprestação por parte do mutuário. Cito, 
pagamentos de juros nos empréstimos de dinheiro ou de outras coisas fungíveis; unilateral, 
vez que o bem emprestado ao mutuário, recairá apenas sobre ele, em regra, obrigações. 
Temporariedade. Pois geralmente é realizado durante prazo determinado, pois se 
fosse indeterminado ter-se-ia uma doação ou compra e venda. O art. 592, CC, contem regras 
quando da indeterminação da estipulação de prazos. Cito, de prazo até a colheita, se o 
emprestado for produtos agrícolas, para consumo ou para semeadura; prazo mínimo de 30 
dias, se for relacionado a dinheiro; do espaço de tempo declarado pelo mutante, sendo 
qualquer coisa fungível, vedado o que for para semeadura ou consumo agrícola, ou de 
dinheiro. O mutante fixará prazo para devolução do bem pelo mutuário, contudo nada obsta, 
se pelas circunstâncias fáticas o magistrado conceder maior prazo ao mutuário. 
Fungibilidade da coisa emprestada. Mesmo que possa recair sobre coisa 
inconsumível pelo uso que, por destinação ou convenção, se torne fungível, por exemplo, 
empréstimo em uma biblioteca de um exemplar de uma coleção, com a obrigação de restituí-
lo em igual número. 
Translatividade de domínio do bem emprestado. Sendo fungível, e , regra geral, 
consumível, ocorre a transferência da propriedade ao mutuário com a tradição da coisa. Assim 
o mutuário dispõe do bem como melhor lhe convir, pelo que acara com as consequências dos 
eventuais prejuízos que venha a sofrer, a coisa pertence ao dono, mesmo nos casos de força 
maior ou caso fortuito. Os riscos pertencem ao mutuário pois a propriedade é sua. Evidente 
destacar que os riscos provenientes anteriores a tradição serão suportados pelo mutante, já que 
a propriedade é sua. 
Obrigatoriedade da restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e 
quantidade. Sendo restituída por coisa diversa ou dinheiro, ter-se-ia troca ou compra e venda. 
Não há de se cogitar em devolução in natura, ou seja, da própria coisa emprestada. Disposto 
no art. 590 do Código Civil, o mutante pode exigir garantias a restituição, se anteriormente ao 
prazo estipulado ao vencimento, sofrer o mutuário acentuada mudança na sua situação 
econômica que dificulte o cumprimento da obrigação. O mutuário não satisfazendo tal 
14 
 
exigência, ter-se-á o vencimento antecipado da dívida. No caso de morte do mutuário, é dever 
dos herdeiros recompor o patrimônio do mutante, restituindo a coisa mutuada, nas condições 
acordadas. 
3.4.Requisitos 
Subjetivos. Para realizar o contrato de mútuo se faz necessária a capacidade comum tanto 
como a especial dos contraentes se for o caso. Como se pode aferir no Código Civil nos arts. 
180, 588 e 589. Vejamos: 
“Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, 
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de 
obrigar-se, declarou-se maior. (...) 
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não 
pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. 
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente: 
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar 
posteriormente; 
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus 
alimentos habituais; 
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não 
lhes poderá ultrapassar as forças; 
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente”. 
 
Objetivos. Sendo empréstimo de consumo, o objeto envolvido é fungível, assim pode 
ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade (art. 85, CC). Comumente 
o mútuo hodiernamente se realiza por empréstimo em dinheiro. Podendo se realizar através de 
mercadorias e títulos, contudo menos frequentes. No mútuo me dinheiro a resolução do 
contrato se dará restituindo a mesma soma contraída no empréstimo, mesmo havendo 
depreciação da moeda. 
O mútuo fenerático ou oneroso é permitido em nosso ordenamento jurídico, pois é 
essencialmente um contrato destinado a fins econômicos. Sendo a taxa de juros fixada pela 
que estiver em vigor no ato da realização do contrato, para a mora do pagamento devidos à 
Fazenda Nacional, não havendo estipulação entre as partes ou disposição legal diversa. Hoje 
o entendimento recai que a taxa seria a Selic ou a do art. 161 do CTN. Claro esta a permissão 
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para capitalização anual de juros. Sendo proibida a clausula que estabelecer período inferior 
para capitalização. As taxas de juros superiores as permitidas, caso requeridas ao juízo, este 
determinara seu ajuste, ou no caso de terem sido cumpridas, ordenar a restituição, em dobro, 
da quantia para em excesso, acrescidas de juros legais a contar da data do pagamento 
indevido. Estas regras não se aplicaram às instituições financeiras e demais autorizadas pelo 
Banco Central, bem como as operações no mercado financeiro, de capitais e de valores 
imobiliários regidos por legislação própria. Também as sociedades de crédito que fomentem o 
microempreendedor, as organizações da sociedade civil, digo, sociedades simples de interesse 
público de que trata a Lei 9.790/99, registradas no MJ, e não apresentam qualquer ligação 
com o Sistema Financeiro Nacional, por operarem com sistemas alternativos de crédito. 
Os juros constituem o proveito do capital emprestado, podendo ser compensatório, se 
representarem a renda ou o fruto do dinheiro mutuado, compensando o mutante pela 
indisponibilidade do dinheiro, ou seja, pelo uso que dele fez o mutuário, é moratórios, se 
forem pagos a título de indenização pela mora do devedor. 
Formal. A lei não requer modo especial para celebração do contrato de mútuo, 
possuirá forma livre, não sendo oneroso, caso em que terá de ser convencionado 
expressamente. A prova do contrato será realizada, por exemplo, com a emissão de nota 
promissória, confissão formal da dívida e o recibo da soma emprestada. Contudo os Tribunais 
têm entendido que o cheque não serve para comprovação de contrato de mútuo, pois 
representar apenas o meio de pagamento. 
3.5.Efeitos jurídicos 
Celebrado o contrato de mútuo, este passará a produzir efeitos no mundo jurídico, 
como: Gerar obrigações ao mutuário e conferir direitos ao mutante. 
Obrigações do mutuário. Cabe ao contraente mutuário deveres, como: a) restituir o 
recebido em coisa de mesma espécie, qualidade e quantidade, no prazo estipulado, não sendo 
possível tal devolução, por causa que lhe é inimputável, poderá ser devolvida coisa devida 
pelo seu equivalente pecuniário. Se não convencionado não pode o mutuário compelir o 
mutante a receber pro parte. b) Sendo o contrato fenerático, obrigatoriedade de se para os 
juros. 
Direitos do mutante. Lhe é facultado direitos, como: a) exigir garantia real (ex. 
hipoteca) ou fidejussória (ex. fiança) da restituição, se o mutuário vier a sofre, anteriormente o 
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findo prazo, notória mudança no seu patrimônio ou em sua capacidade econômica, que 
dificulte o comprimento do contrato. Se não cumprida tal exigência, ter-se-á o vencimento 
antecipado da divida, descontando-se da importância os juros legais; b) reclamar a restituição 
de coisa equivalente, vencido o prazo estipulado. Se não houver estipulação de prazo 
contratual, a exigência da restituição poderá ocorrer a qualquer tempo, cabendo ao mutante 
notificar em prazo razoável o mutuário, excetuando os caos contidos no art. 592, I e II, CC; c) 
demandar a resolução do contrato de mútuo fenerático, caso o mutuário deixe de pagar os 
juros. 
Deveres do mutante. Existem certos deveres não decorrentes dos efeitos da obrigação 
contratual assumida no mútuo, pois são elementosindispensáveis a formação do contrato. 
Trata-se da obrigação de: a) entregar a coisa do objeto de mútuo; b) se abster de interferir no 
uso, ou se no consumo, da coisa durante a vigência do contrato, sendo impossibilitado de 
exigir a restituição antes do prazo estipulado, salvo casos em que autorizem a rescisão 
contratual; c) responsabilizar-se pelo vício oculto apresentado pela coisa depois da tradição e 
pelos danos que, culposamente, causar. 
3.6.Extinção 
O modo de extinção normal de todo contrato é seu cumprimento. O contrato de mútuo 
pode estipular outras formas de extinção. Regra geral, o contrato de mútuo estabelece prazo 
para seu cumprimento e extinção. Não ocorrendo exceções, somente pode ser exigida a 
restituição, uma vez findo o prazo. As partes podem de comum acordo resilir o pacto, 
operando distrato. 
No silencio do contrato, aplica-se a regra do art. 133, CC, segundo a qual os prazos se 
presumem estabelecidos em proveito do devedor. De modo que, pode o devedor restituir a 
coisa antes do término do prazo. Para que tal direito possa ser afastado, há necessidade de 
regra expressa no contrato instituindo o prazo em favor do credor, exigindo, exemplificando, 
o pagamento de juros de todo o período contratual. 
Não havendo previsão contratual, o art. 592, CC, especifica situações de extinção do 
mútuo: 
“I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para a 
semeadura; 
II – de trinta dias, pelo menos, até prova em contrário, se for de dinheiro; 
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.” 
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O descumprimento de cláusula contratual também pode dar motivo à extinção, como, 
por exemplo, o não pagamento de juros ou apresentação oportuna de garantias. 
O mútuo, ao contrário do comodato, não possui regra que permite ao mutuário pedir a 
restituição antes do prazo na hipótese de necessidade imprevista e urgente, tendo em vista a 
natureza fungível das coisas emprestadas. 
Não sendo fixado prazo para o mútuo, incumbe ao mutuante que efetive denúncia vazia ou 
imotivada do contrato, a fim de que exija a restituição. Havendo prazo e não exigindo o 
mutuante a devolução a seu final, o contrato passa a ter vigência por prazo indeterminado. 
Não se confunde essa vigência com a recondução ou renovação do contrato, que pode 
decorrer dos próprios termos do negócio. 
4.CONCLUSÃO 
O desenvolvido no presente trabalho evidencia a importância dos contratos de 
empréstimo nas espécies mútuo e comodato suas similaridades e particularidades, e, como 
atualmente no mundo dos negócios jurídicos, precipuamente na modalidade mútuo, se mostra 
como instrumento propulsor do fomento a economia. Também, percebe-se que entender um 
contrato é compreender o que o documento quer dizer para os sujeitos de direito, isto é, a que 
ele se refere, o que ele protege, que seguranças traz consigo, entre outras questões. 
Assim, demostrado como se classificam e a que se destinam. Evidenciamos, por fim, 
que não foi exaurido o tema, o que se pretendeu apenas, foi que através desta obra seja 
possível introduzir conhecimento necessário para o melhor aprendizado do estudo do direito 
contratual de empréstimo.

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