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1 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Barbacena/MG 2 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Índice 1. LEI N.º 5.869, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 11 DE JANEIRO DE 1973 ..... 3 2. O NOVO CPC, LEI N.º 13.105 DE 16 DE MARÇO DE 2015 .................................. 5 3. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL ............................................................................... 8 4 SUJEITOS DO PROCESSO .................................................................................. 23 4.1 DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES .................... 26 4.2 DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL.......... 28 4.3 DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS ... 29 4.4 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA ..................................................................... 34 4.5 DOS PROCURADORES ................................................................................. 40 4.6 DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES ............................ 45 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48 3 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br 1. LEI N.º 5.869, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 11 DE JANEIRO DE 1973 Segundo Marinoni, et. al, 2015, em suas linhas fundamentais, o modelo de legislação implantado com o Código de 1973, elaborado por Alfredo Buzaid e caudatário principalmente da doutrina italiana da primeira metade dos Novecentos, teve vigência plena entre nós até o advento das três grandes leis de reforma do Código de Processo Civil (Leis 8. 952, de1994, 10.444, de 2002, e 11.232, de 2005), que implementaram um novo modelo de legislação processual civil. A separação radical entre Processo de Conhecimento e Processo de Execução, a concentração de toda tutela de urgência no Processo Cautelar e a reserva de determinadas técnicas processuais diferenciadas tão somente aos Procedimentos Especiais foram paulatinamente substituídas por uma nova disciplina do direito processual civil, muito mais preocupada com a efetividade da tutela dos direitos do que com a excessiva segurança da posição jurídica do demandado. A exposição de motivos do Código de Processo Civil de 1973 foi redigida pelo então Ministro da Justiça e elaborador do anteprojeto Alfredo Buzaid, e inicia-se pela questão crucial da necessidade de inovação: reforma ou novo código? Para Buzaid (1973), esta questão demandou reflexão dos juristas, pois se a reforma permitiria a não interrupção legislativa, um código novo evitaria o sacrifício de verdades científicas que as concessões da reforma, provenientes das divergências, impunham. A decisão tomada foi a de fazer um novo código de acordo com as “conquistas modernas” e a partir das “experiências dos povos cultos”. Houve a preocupação de que o novo código (1973) devesse alcançar um “trabalho unitário” tanto no tocante aos princípios quanto às suas aplicações práticas (BUZAID, 1973 apud PACHECO, 1999, p. 260). Tal decisão, porém, não significou a substituição de todos os institutos do Código anterior, mas uma reformulação das disposições, a fim de possibilitar melhor manuseio, simplificação estrutural, racionalização dos procedimentos e para tornar o 4 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br processo civil um “instrumento acessível à administração da justiça” (BUZAID, 1973 apud PACHECO, 1999, p. 263). Por ser o processo civil dotado de técnica, deve ser aplicado na estrita observância da lei. E, por isso, sua especialização deve ser tomada de racionalidade e não seguir às raízes da tradição como se permite em outros ramos do Direito. Assim, foi traçado o CPC/1973, para satisfazer as necessidades das partes mediante um processo rápido e justo, conforme descreve Buzaid (1973): “Força é, portanto, estruturá-lo de tal modo que ele se torne efetivamente apto a administrar, sem delongas, a justiça”. Partindo da ideia do processo civil como instrumento técnico, optou-se pela aplicação do princípio da técnica legislativa na elaboração do projeto, que tende a observar a rigidez da terminologia na linguagem jurídica. Por isso, vários conceitos foram introduzidos de forma expressa no corpo do código de 1973, dentre eles os de conexão, de continência e de litispendência . O CPC/1973 não inovou quanto ao processo oral. Inicialmente, a intenção era a de “atingir a oralidade em toda a sua pureza”, e, para tanto, investia-se em figuras como a identidade da pessoa física do juiz, a concentração de provas e a irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Porém, o alcance da oralidade não foi concretizado, pois o Código, justificando-se pela abrangência do território nacional, mitigou o rigor do princípio e permitiu a recorribilidade das decisões interlocutórias por meio de Agravo de Instrumento e também algumas exceções quanto à identidade da pessoa física do juiz. Quanto à disposição física da matéria, no CPC/1973, optou-se por distribuí-la em cinco livros (I – Do Processo de Conhecimento; II - Do Processo de Execução; III - Do Processo Cautelar; IV – Dos Procedimentos Especiais; V - Das Disposições Finais e Transitórias), o que recebeu críticas de alguns autores, pois, segundo o entendimento de Pacheco (1999), a matéria de procedimentos especiais poderia ser abordada, como em alguns países, em lei específica, e dessa forma não teria inchado o CPC/1973. Logo após sua promulgação, o Código de Processo Civil de 1973 passou por diversas e significativas reformas. Referidas reformas, por vezes atingiram a essência do CPC/1973, alterando seus dispositivos e, por vezes, refletiram de forma subsidiária na sua estrutura e interpretação. 5 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br 2. O NOVO CPC, LEI N.º 13.105 DE 16 DE MARÇO DE 2015 Segundo Figueiredo, 2015, a recente sanção da Lei Federal n. 13.105, de 2015, pela Presidenta da República Dilma Rousseff, encerrou uma longa fase de reconstrução do processo civil brasileiro. Transcorreram-se 5 anos, 5 meses e 17 dias entre a designação de Comissão de Juristas para a redação do anteprojeto e a tramitação sequencial do projeto de lei no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, novamente no Senado Federal, ao depois, junto à Presidência da República, e, ao final, a publicação da nova lei no Diário Oficial de 17 de março de 2015. A paulatina evolução e o aperfeiçoamento do texto são percebidos pela comparação entre a versão inicial com 970 artigos, apresentada pela Comissão de Teresa Arruda Alvim Wambier; a versão de 1.007 artigos aprovada na primeira fase Juristas em 8 de junho de 2010, onde esteve sob a relatoria-geral da professora do Senado Federal em 15 de dezembro de 2010, sob a relatoria-geral do então Senador Valter Pereira; a versão de 1.086 artigos aprovada pela Câmara dos Deputados em 26 de março de 2014, sob a relatoria-geral do DeputadoPaulo Teixeira; e a versão final com 1.072 artigos aprovada em 17 de dezembro de 2014 na segunda fase da tramitação no Senado Federal, onde esteve sob a relatoria-geral do então Senador Vital do Rego. O processo civil brasileiro é construído a partir de um modelo estabelecido pela Constituição da República. É o chamado modelo constitucional de processo civil, expressão que designa o conjunto de princípios constitucionais destinados a disciplinar o processo civil (e não só o civil, mas todo e qualquer tipo de processo) que se desenvolve no Brasil. Começando pelo princípio que a Constituição da República chama de devido processo legal (mas que deveria ser chamado de devido processo constitucional), o modelo constitucional de processo é composto também pelos princípios da isonomia, do juiz natural, da inafastabilidade da jurisdição, do contraditório, da motivação das decisões judiciais e da duração 6 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br razoável do processo. Todos esses princípios são implementados através das normas (princípios e regras) estabelecidas no Código de Processo Civil. E o primeiro capítulo do Código destina-se, exatamente, a tratar dessas normas fundamentais do processo civil. Esta é, portanto, a sede em que se poderá encontrar o modo como o Código trata desses princípios. Registre-se, porém, que o rol de normas fundamentais encontrado neste primeiro capítulo do CPC não exaustivo (FPPC, enunciado 369), bastando recordar do princípio constitucional do juiz natural, que ali não é mencionado. (CÂMARA, 2016). O Novo Código de Processo Civil não é totalmente inovador, mantendo institutos e regras do diploma legal revogado (CPC/1973), mas mesmo nessas partes a obra foi inteiramente revista e adaptada às novidades advindas do novo diploma processual. É importante registrar que a obra continua com muitas citações jurisprudenciais, já que nem toda nossa jurisprudência será afastada pelo Novo Código de Processo Civil. Nas hipóteses em que entendi que essa seria mantida as citações permaneceram; onde entendo que elas serão superadas as citei justamente para apontar a superação. É natural que os tribunais ainda demorem algum tempo para criar jurisprudência a respeito das novidades do novo diploma processual, mas desprezar totalmente o histórico jurisprudencial não tem sentido. (NEVES, 2016, p. 92). O Código de 2015 partiu do trabalho das reformas do Código Buzaid, aproveitando-as especialmente naquilo que compatível com as exigências do direito fundamental à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestiva (prevalência da tutela específica em detrimento da tutela pelo equivalente monetário, previsão de técnica antecipatória fundada na urgência e na evidência e previsão de técnicas processuais executivas atípicas para a tutela dos direitos). Além disso, é possível lê- lo a partir da teoria da tutela dos direitos em sua dupla dimensão: o Código preocupa-se não só em prestar tutela aos direitos das partes (organizando um processo justo para tanto, pautado por normas fundamentais que o densificam principalmente partindo do direito à colaboração judicial, do direito ao contraditório como direito de influência e do dever de fundamentação como dever de debate), mas também em prestar tutela ao direito outorgando unidade ao sistema jurídico (mediante um sistema que concebe os juízes de primeiro grau, os Tribunais 7 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Regionais Federais e os Tribunais de Justiça como cortes de controle e de jurisprudência e o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça como cortes de interpretação e de precedentes). (MARINONI, et. al, 2015). Segundo Bueno, 2015, do ponto de vista estrutural, inovando em relação ao CPC de 1973, e semelhante ao Código de Processo Civil de 1939 - o novo CPC contém uma "Parte Geral" em contrapartida a uma "Parte Especial". Ele traz também um "Livro Complementar". A Parte Geral e dividida em seis livros, denominados, respectivamente, "Das normas processuais civis"; "Da função jurisdicional"; "Dos sujeitos do processo"; "Dos atos processuais"; "Da tutela provisória" e "Da formação, da suspensão e da extinção do processo". Nela são disciplinados, dentre outros, os princípios e as garantias fundamentais do processo civil (arts. 1º a 11); estabelecida ordem cronológica de conclusão para proferir sentenças ou acórdãos (art. 12); a aplicação das normas processuais (arts. 13 a 15); os contornos da "jurisdição e da ação", cabendo destacar que a “impossibilidade jurídica do pedido” deixou de ser uma das condições da ação e que, embora interesse e legitimidade lá estejam, não figuram no novo CPC como condições (art. 17); os limites da jurisdição nacional e, inovando, uma interessante disciplina a respeito da cooperação internacional, inclusive por “auxílio direto” (arts. 21 a 41); a competência (arts. 42 a 66); a cooperação nacional (arts. 67 a 69); os sujeitos do processo, incluindo uma bem modificada e mais completa disciplina sobre os honorários advocatícios, cabíveis, inclusive em grau recursal (arts. 70 a 97); gratuidade da justiça (arts. 98 a 102); as funções essenciais à administração da justiça, distinguindo, com nitidez, o juiz (e seus auxiliares), do Ministério Público, da advocacia pública e da defensoria pública (arts. 139 a 187); atos processuais (arts. 188 a 293), com a importante novidade de que os prazos processuais só correrão em dias úteis (art. 219, caput) e as normas relativas à formação, à suspensão e à extinção do processo (arts. 312 a 317). Após a Parte Geral, vem a Parte Especial, que é dividida em três Livros, pela ordem: “Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença” (arts. 318 a 770). “Do processo de execução” (art. 771 a 925) e “Dos processos nos Tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais” (arts. 926 a 1044). Por fim, em termos estruturais, o Livro Complementar do novo CPC ocupa-se com as disposições finais e transitórias. Nele, importa destacar, a mais 8 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br cuidadosa disciplina de direito intertemporal, querendo minimizar, com a iniciativa, os inevitáveis problemas decorrentes do atingimento dos processos em curso por nova legislação. 3. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL O novo CPC estabelece em seu art. 13 e seguintes que a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, fazendo ressalvadas às disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Segundo Rodrigo Cunha, 2016, a regra, que trata de problemas de direito intertemporal, determina que o Código de Processo Civil será aplicado segundo os seguintes princípios: (I) respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF/88); (II) irretroatividade; (III) aplicação imediata. Com base nessa tríade se configura a situação em que o texto processual civil se aplicará aos processos novos e aos processos pendentes de maneira imediata, ou seja, todos os atos praticados posteriormente à sua vigência serão praticados sob suas regras. Essa e a regra geral, que deverá ser adequada à irretroatividade,na medida em, que não poderá anular atos precedentes à sua vigência, por incompatíveis, bem como devera respeitar direitos processuais já adquiridos antes de sua vigência, o que importará admitir a prática de atos realizados segundo o regramento anterior, pois sobre eles já havia direito adquirido. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições do novo Código de Processo Civil - CPC lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 9 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições do novo CPC. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. A legitimação para agir pode ser ordinária (quando há coincidência entre a legitimação para causa e a titularidade do direito afirmado em juízo) ou extraordinária (quando não há essa identidade) sendo espécie dessa última a substituição processual. Embora equívoca, a expressão tem largo uso na doutrina e no foro. Não se confunde de modo nenhum com a representação, em que o representante atua em nome do representado, invocando direito do representado; na substituição processual, há invocação de direito alheio, propondo o substituto a ação em nome próprio. É instituto do direito processual civil individual, sem pertinência ao direito processual civil coletivo, em que não há sentido em aludir-se à dicotomia "direito próprio-direito alheio". A utilização dos termos "legitimação extraordinária" e "substituição processual" no processo coletivo tem finalidade exclusivamente didática, já que não se pode conceber o processo coletivo à luz de conceitos do processo individual. Quando se pensa em "direito alheio", raciocina-se a partir de uma visão individualista, obviamente contrária à filosofia do processo coletivo. A alusão à propositura de ação em nome próprio para tutela de direito alheio como algo excepcional não só parte da premissa de que apenas aquele que se afirma titular do direito material está autorizado a defendê-lo em juízo, mas também supõe que só existem direitos individuais. As noções de direitos essencialmente coletivos (direitos coletivos e direitos difusos) e de direitos acidentalmente coletivos (direitos individuais homogêneos), como é óbvio, rompe com a noção de que o direito ou é próprio ou é alheio. Se o direito é da comunidade ou da coletividade, não satisfaz mais a clássica dicotomia. Se o direito pertence a um grupo de pessoas e existem vários legitimados para proteção em nome de todos os titulares, então também não é mais possível imaginar que tão somente aquele que se afirma titular do direito tem legitimidade para atuá-lo em juízo. (MARINONI, et. al, 2015). Segundo o art. 19 do CPC: 10 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Interesse processual e declaração. Há interesse processual quando presentes a necessidade e a utilidade (ou, para alguns, adequação) da ação (sobre o interesse processual. As ações declaratórias, como se disse acima, têm por finalidade a obtenção de uma sentença que afaste a incerteza que pesa sobre a existência ou inexistência de uma situação ou relação jurídica. Diz o art. 19, I, do CPC/2015 que o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica. No entanto, não se admite o ajuizamento de ação declaratória para discussão de tese jurídica em abstrato. Considerou-se, assim, “incabível a declaração de inexistência de relação jurídico- tributária genérica e abstrata, sem a especificação do dano ocorrido por meio da menção às atividades mercantis específicas que realizou com seus clientes. É inviável juridicamente a utilização da ação declaratória para veicular discussão em abstrato de tese jurídica. Hipótese em que a autora pede a declaração da inexistência de relação jurídico tributária de ISS relativamente a operações de leasing sem especificar os fatos que estavam sujeitos à tributação” (STJ, AgRg no REsp 1.045.978/RS, 1.ª T., j. 23.03.2010, rel. Min. Benedito Gonçalves). (MEDINA, 2015). É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. No que se refere aos limites da jurisdição nacional o CPC estabelece que compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, ou no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação, ou ainda que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Para esse fim considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de 11 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. Quando se tratar de hipóteses em que a competência (melhor: jurisdição brasileira) for exclusiva, afasta-se a possibilidade da eleição de foro no estrangeiro. Assim é que a eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. Cabe acrescentar que se deve tratar de contrato internacional. O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das panes. Antes da citação a cláusula de eleição de foro pode ser reputada ineficaz de oficio pelo juízo se abusiva, determinandoa remessa dos autos ao juízo do foro de domicilio do réu. Cabe ao réu, citado, alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. (BUENO, 2015). No que se refere à cooperação internacional estabelece o art. 26 do CPC: 12 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. § 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. § 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. § 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. A cooperação jurídica internacional terá por objeto a citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; a colheita de provas e obtenção de informações; a homologação e cumprimento de decisão; a concessão de medida judicial de urgência; a assistência jurídica internacional e qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. O instituto do auxílio direto possui como marca distintiva, o fato de que, através dele, o Estado requerido não necessita realizar qualquer juízo de delibação, já que não há qualquer ato jurisdicional a ser delibado. O auxílio direto pressupõe que o Estado requerente não esteja aplicando o seu direito sobre a lide que lhe foi apresentada, mas, de outro lado, que esteja transferindo ao Estado requerente tal tarefa. O que o Estado requerente busca não é a execução de uma decisão de mérito sua, mas que o Estado requerido profira decisão de mérito sobre questão advinda de litígio em seu território. Não há, portanto, duas jurisdições atuando, mas uma jurisdição requerendo à outra que atue sobre determinada questão de mérito. Percebe-se, nitidamente, que o critério de distinção adotado pela nova legislação, entre o auxílio direto e a carta rogatória, teve como lastro o objeto jurídico da 13 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br cooperação, conforme já vinha prevalecendo na jurisprudência do STJ (AgRg na CR 3.162/CH, rei. Min. César Asfor Rocha, Corte Especial, p. 6.9.2010). No auxílio direto, não se reconhece, em solo nacional, decisão proferida por jurisdição estrangeira, enquanto que a carta rogatória tem origem, justamente, numa decisão proferida pela autoridade estrangeira. (RODRIGO CUNHA, 2016). A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: a obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; a colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira e qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. Carta rogatória é mecanismo de comunicação internacional, utilizado quando não haja previsão, em tratado ou acordo de cooperação, do emprego de auxílio direto e, eventualmente, quando expressamente indicado pelo ato 14 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br internacional. Pode ter por objeto qualquer ato processual que deva ser executado no Brasil, de conteúdo decisório ou não. Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. O pedido de cooperação jurídica internacional, oriundo de autoridade brasileira competente, será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. Após a novel disciplina da "cooperação internacional", o novo CPC volta- se a estabelecer as regras relativas à competência interna e ao fazê-lo traz poucas, embora importantes modificações. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. A arbitragem pode ser definida como uma técnica que visa a solucionar questões de interesse de duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, sobre as quais as mesmas possam dispor livremente em termos de transação e renúncia, por decisão de uma ou mais pessoas - o árbitro ou os árbitros - os quais têm poderes para assim decidir pelas partespor delegação expressa destas, resultante de convenção privada, sem estar investidos dessas funções pelo Estado. (GARCEZ, 2004, p.71). A arbitragem é um oportuno processo de solução de conflitos por intermédio da atuação de um terceiro, ou de terceiros, estranho(s) a contenda e à 15 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br jurisdição pública, indicado(s), em comum acordo, pelas partes, em decorrência de documento obrigacional de nome convenção arbitral, nos termos prescritos em lei. Está colocada a disposição dos jurisdicionados, de qualquer nível social, para o debate de questões de maior ou menor complexidade, sendo disciplinado pela Lei nº.9.307/96. Em sequencia o art. 43 do CPC estabelece que determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. Competência é um conceito de Teoria Geral do Direito. Refere-se ao limite de exercício de um poder. É possível cogitar competência legislativa, administrativa, jurisdicional e, até, competência para a prática de atos privados (competência do gestor de uma sociedade anônima, por exemplo). "Por competência entender-se-á o poder de ação e de atuação atribuído aos vários órgãos e agentes constitucionais com o fim de prosseguirem as tarefas de que são constitucional ou legalmente incumbidos. A competência envolve, por conseguinte, a atribuição de determinadas tarefas bem como os meios de ação ("poderes") necessários para a sua prossecução. Além disso, a competência delimita o quadro jurídico de atuação de uma unidade organizatória relativamente a outra". (CANOTILHO, 2002, p. 539). Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados. Competência são os limites dentro dos quais cada juízo pode, legitimamente, exercer a função jurisdicional. É, em outros termos, a legitimidade do órgão jurisdicional para atuar em um processo, devendo ser compreendida como sua específica aptidão para exercer função jurisdicional naquele processo específico que perante ele se tenha instaurado. Explique-se melhor o ponto: a jurisdição é exercida, no Brasil, por diversos órgãos (os juízos ou órgãos jurisdicionais). Entre eles há uma divisão de trabalho, estabelecida a partir de critérios definidos em lei http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 16 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br (como a matéria e o território, por exemplo). Registre-se que se fala em lei, aqui, em sentido amplo, podendo as normas de competência ser encontradas na Constituição da República, em leis federais (inclusive – e principalmente – no CPC), nas leis estaduais de organização judiciária e nas Constituições dos Estados (art. 44). A partir desses critérios é possível estabelecer uma “área de atuação” de cada órgão jurisdicional, o qual só exercerá de forma legítima a jurisdição nos processos que estejam dentro dessa “área”, cujos limites estão definidos em lei. Sempre que um processo se instaure perante um juízo, será preciso verificar, então, se tal juízo está legitimado a atuar naquela causa, ou seja, se aquela causa encontra-se dentro de sua “área de atuação”. Caso a resposta a essa questão seja positiva, o juízo será competente para a causa. No caso contrário, o juízo será incompetente. Assim estabelece o art. 92 da CF/88. Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. A existência em nosso ordenamento processual de regras de competência relativa e absoluta se explica em razão da busca de um equilíbrio entre razões políticas divergentes. As regras de competência relativa prestigiam a vontade das partes, por meio da criação de normas que buscam proteger as partes (autor ou réu), franqueando a elas a opção pela sua aplicação ou não no caso concreto. Em razão de sua maior flexibilidade, também a lei poderá modificar tais regras. Surgem assim as regras de competência relativa, dispositivas por natureza e que buscam privilegiar a liberdade das partes, valor indispensável num Estado democrático de direito como o brasileiro. As regras de competência absoluta são fundadas em 17 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br razões de ordem pública, para as quais a liberdade das partes deve ser desconsiderada, em virtude da prevalência do interesse público sobre os interesses particulares. Nesse caso, não há flexibilização, seja pela vontade dos interessados, seja pela própria lei, tratando-se de norma de natureza cogente que deverá ser aplicada sem nenhuma ressalva ou restrição. (NEVES, 2016). Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. Nesta hipótese o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. Havendo dois ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. Para as açõesfundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, 18 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. Sobre a competência, estabelece, ainda, o art. 53: Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 19 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III - do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; IV - do lugar do ato ou fato para a ação: a) de reparação de dano; b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. Com as devidas atualizações e aprimoramentos, o dispositivo se ocupa com as variações de competência constantes do art. I00 do CPC de 1973 reformulado. O diploma revogado trazia, no inciso I do art. 100, regra considerada polêmica: as ações de separação dos cônjuges, de conversão da separação em divórcio e de anulação de casamento deveriam ser propostas no foro da residência da mulher. Não obstante o STF ter reputado recepcionada a regra pela Carta Constitucional vigente, o tema não era pacífico na doutrina, muito menos na jurisprudência. O novo regramento excluiu a opção prévia e abstrata pela residência da mulher, escorado, com toda certeza, na isonomia que deve reinar, irrestritamente, na sociedade conjugal (art. 226, § 5º, CF/88). De acordo com o novel diploma, as ações de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável deverão ser propostas: (I) no domicílio do guardião de filho incapaz; (II) no último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; (III) no domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. (FIGUEIREDO, 2015). A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência. 20 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Didier Júnior, 2015, leciona que a competência absoluta é regra de competência criada para atender a interesse público. A incompetência absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, podendo ser reconhecida ex officio pelo órgão julgador (art. 64, §1º, C P C). Pode, inclusive, ser alegada como preliminar de contestação pelo réu (art. 64, caput, CPC). Trata-se de defeito grave; uma vez transitada em julgado a última decisão, ainda será possível, no prazo de dois anos, desconstituí-la por ação rescisória, com base no art. 966, II, CPC. A regra de competência absoluta não pode ser alterada pela vontade das partes. Não se admite negócio processual que altere competência absoluta. A regra de competência absoluta não pode ser alterada por conexão ou continência. Competência em razão da matéria, da pessoa e funcional são exemplos de competência absoluta. A competência em razão do valor da causa também pode ser absoluta, quando extrapolar os limites estabelecidos pelo legislador. Em alguns casos, a competência territorial também é absoluta. Mudança superveniente de competência absoluta impõe o deslocamento da causa para outro juízo, excetuando a perpetuação da competência. Já a competência relativa é regra de competência criada para atender precipuamente a interesse particular. A incompetência relativa somente pode ser arguida pelo réu, na contestação, sob pena de preclusão e prorrogação da competência do juízo, não podendo o magistrado reconhecê-la de ofício (enunciado n. 33 da súmula da jurisprudência do STJ). O Ministério Público pode alegar incompetência relativa nas causas em q u e atuar (como fiscal da ordem jurídica, esclareça-se, a despeito do laconismo do texto legal - art. 65, par. ún., CPC). o assistente simples não pode alegar incompetência relativa em favor do assistido (aplicação do art. 122, CPC). As partes podem modificar voluntariamente a regra de competência relativa, quer pelo foro de eleição (art. 63, CPC), quer pela não alegação da incompetência relativa (art. 65, caput, CPC). A regra de competência relativa pode ser modificada por conexão ou continência. Competência territorial é, em regra, relativa. Além disso, também é relativa a competência pelo valor da causa, quando ficar aquém do limite estabelecido pela lei. Mudança superveniente de competência relativa é irrelevante para o processo, mantida a perpetuação da competência. 21 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo seum deles já houver sido sentenciado. Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Dá-se a continência entre duas ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. A prevenção é critério auxiliar no processo de descoberta do juízo competente e que passa a ter relevância quando dois ou mais juízes são, em abstrato, igualmente competentes. Prevenção vem de prae + venire, ou seja, vir antes, de modo que o juiz prevento (que veio antes) atrai para si a competência para decidir outros processos, alargando-a, no mesmo passo em que exclui a competência dos demais juízos, antes competentes. Na esteira do que afirma Giuseppe Chiovenda, “não pode deixar de influir sobre as regras da competência a exigência de um simultaneus processus, quando as causas a unir-se coubessem a juízes diferentes: em outros termos, torna-se necessário que um entre os diferentes juízes julgue as causas unidas e, assim sendo, passe a ter competência em causas para as quais não era competente”. Não custa repetir que a modificação (por ampliação/exclusão) da competência apenas tem lugar na modalidade relativa, nunca nos casos de competência absoluta. Aproveita-se o ensejo para mencionar que o parágrafo único, do art. 930, do NCPC trata da prevenção no tribunal para a sede recursal, ao ponderar que “o primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo”. (FIGUEIREDO, 2015). O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 22 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. O foro de eleição é aquele eleito pelas partes para dirimir eventuais conflitos oriundos dos mais diversos atos da vida civil (art. 63, CPC). Não se confunde com o foro contratual, que é o foro que os contratantes especificaram para o cumprimento do contrato (art. 78, CC). O Código de Processo Civil confundiu o fórum electionis e o forum contractus. O foro contratual serve no direito brasileiro como critério territorial de competência (art. 53, III, d, CPC). Havendo foro de eleição, esse prevalece sobre o foro contratual (STJ, 4. a Turma, REsp 379.949/PR). (MARINONI, et. al, 2015). A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. 23 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. 4 SUJEITOS DO PROCESSO A relação jurídica processual, de acordo com a doutrina mais aceita, é trilateral. Na verdade, apesar do uso consagrado da expressão “trilateral”, os sujeitos processuais não são apenas autor, juiz e réu. Os peritos, o escrivão, o Ministério Público e os terceiros intervenientes também se incluem nesse conceito, tendo em vista que integram a relação jurídica processual. Os sujeitos processuais podem ser imparciais (peritos, escrivão, juiz e Ministério Público, quando atua como custos legis) ou parciais (autor, réu e terceiros intervenientes), porquanto interessados no desfecho da demanda. Neste capítulo, trataremos inicialmente dos sujeitos parciais do processo: as partes. (DONIZETTI, 2016). Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. O juiz nomeará curador especial ao incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade. Nomeará também ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. Importante destacar que este dispositivo vem consubstanciado em renovação sistêmica que atualizou o dispositivo anterior do CPC/1973, trabalhando 24 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br com melhor técnica as hipóteses da nomeação do curador especial. Com efeito, o juiz nomeará curador especial ao incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste (representante legal) colidirem com os daquele (incapaz), enquanto durar a incapacidade, bem como ao réu preso revel, e, ainda, ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Merece destaque a informação de que a curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei, criação relevante para o sistema. (FIGUEIREDO, 2015). O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separaçãoabsoluta de bens; resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. Estas mesmas regras, aplicadas aos cônjuges aplicam-se à união estável, desde que comprovada nos autos. O consentimento não dado por um dos cônjuges poderá ser suprido judicialmente quando for negado sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo. Estabelece o art. 75 do CPC: Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III - o Município, por seu prefeito ou procurador; IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; V - a massa falida, pelo administrador judicial; VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII - o espólio, pelo inventariante; 25 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. § 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. § 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. § 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. § 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. Nosso Código de Processo Civil ignora a diferença basilar existente entre representação e presentação. Há presentação sempre que se cogita de atribuição de função a órgão de pessoa jurídica. Pela presentação a pessoa jurídica faz-se presente por um de seus órgãos. É a própria pessoa que age: não há que se pensar, por isso, em outorga de poderes (daí por que não é de se exigir instrumento de mandato, STJ, taTurma,REsp493.287 I TO, rel. Min. Francisco Falcão,j. 08.03.2005, DJ25.04.2005, p. 224). O nexo é de imputação. Na representação, ao contrário, há duas pessoas distintas e outorga de poderes. A procuração prova a representação. No art. 75, CPC, são casos de presentação aqueles constantes dos incisos I, li, III, IV, VIII e X; de representação, incisos V, VI, VII, IX e XI. (MARINONI, et. al, 2015). Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 26 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br 4.1 DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES São deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: 1) expor os fatos em juízo conforme a verdade; 2) não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; 3) não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; 4) cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; 5) declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; 6) não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. Nas hipóteses dos itens 4 e 6, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. A violação ao disposto nos itens 4 e 6 constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos de modernização do Poder Judiciário previstos no art. 97 do CPC. Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista poderá ser fixada em até dez vezes o valor do salário-mínimo. 27 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica a multa, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. Reconhecida violação ao disposto no item 6, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado. O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada. Na relação jurídica processual, as partes têm faculdades, ônus e deveres. As faculdades processuais se traduzem em escolhas a serem feitas pelas partes durante a tramitação da demanda. Algumas faculdades, a princípio, não trazem qualquer consequência jurídica negativa para quem asexerce, como nos casos em que a parte revoga procuração anteriormente concedida e constitui novo procurador nos autos. Outras faculdades, se não exercidas pelas partes, podem acarretar prejuízos, principalmente no que tange ao resultado da demanda; nessas hipóteses, as faculdades são chamadas de ônus processuais e estão diretamente ligadas ao próprio interesse da parte, que arcará com as respectivas consequências processuais. Como exemplo, podemos citar o ônus do réu de contestar tempestivamente a demanda. Por fim, os deveres processuais são de natureza pública e estão ligados aos interesses de todos os sujeitos processuais. O descumprimento de um dever poderá gerar graves sanções, inclusive de natureza penal. Para tanto, o art. 77 do CPC elencou os deveres a serem observados pelas 28 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br partes e por todos aqueles que de qualquer forma participam do processo. (DONIZETTI, 2016). 4.2 DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 1) deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 2) alterar a verdade dos fatos; 3) usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 4) opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 5) proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 6) provocar incidente manifestamente infundado; 7) interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vezes o valor do salário-mínimo. O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. 29 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br 4.3 DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS Com exceção das disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. Assim estabelece o art. 85 do CPC: Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. § 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos; III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários- mínimos. § 4º Em qualquer das hipóteses do § 3o: 30 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença; II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. § 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente. § 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. § 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. § 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º. § 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. § 10 Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo. § 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. § 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. § 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais. § 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm naturezaalimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14. § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art77 31 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Segundo Marinoni, et. al, 2015, os honorários advocatícios a que alude o art. 85, do CPC são aqueles arbitrados judicialmente e não outros. Não se trata daqueles contratados entre a parte e o seu patrono. O que interessa para condenação em honorários é a derrota no processo. São devidos honorários advocatícios ainda que o advogado funcione em causa própria. O art. 22, caput, Lei 8. 906/1994 (EOAB) dispõe que "a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência", e o art. 23 assevera que "os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor". Os honorários advocatícios, quer oriundos do negócio entre as partes, quer oriundos da sucumbência, têm caráter alimentar (art. 85, § 14,CPC; STJ,3.aTurma,REsp948.492/ ES, rel. Min. Sidnei Beneti,j. 01.12.2011, DJe 12.12.2011). De regra, o juiz, ao fixar a verba honorária, deve obedecer a limites quantitativos (art. 85, § 2º, CPC) e qualitativos (art. 85, § 2º , I a IV, CPC). Admite-se, contudo, que eventualmente, se superem os limites quantitativos do art. 85, § 2º, CPC, obedecendo-se tão somente aos qualitativos (art. 85, § 8º, CPC). Quantitativamente, os honorários advocatícios devem variar entre 10% (dez por cento) e 20% (vinte por centro) sobre o valor da condenação (inadmissível a fixação de honorários advocatícios em salários mínimos, Súmula 201, STJ); se arbitrados sobre o valor da causa, incide correção monetária a partir do ajuizamento da ação (Súmula 14, STJ). O § 8º do art. 85 é exceção ao § 2º, uma vez que livra as hipóteses nele contidas dos limites quantitativos previstos nesse. São casos em que não se atendem aos lindes quantitativos do§ 2º, CPC: a) os feitos de valor inestimável; b) aqueles em que o proveito econômico é irrisório; e c) aqueles em que o valor da causa é muito baixo. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Se um litigante sucumbir em 32 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários. A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas. Se a distribuição não for feita, os vencidos responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu. Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu. Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente. Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver. Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido. As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova. Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente público. 33 Instituto NÚCLEO- conecte-se a um novo mundo - Tel.: (32) 3331-3600/ (32) 3333-3457 Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro secretaria@nucleoeadbrasil.com.br Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente. A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo será corrigida monetariamente. Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado; paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça. Nesse caso, o juiz, após o trânsito em julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão público, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça. O valor
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