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Rua Olinto Magalhães- nº 123- Centro 
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O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
 
 
Barbacena/MG 
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Índice 
 
 
 
1. LEI N.º 5.869, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 11 DE JANEIRO DE 1973 ..... 3 
2. O NOVO CPC, LEI N.º 13.105 DE 16 DE MARÇO DE 2015 .................................. 5 
3. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL ............................................................................... 8 
4 SUJEITOS DO PROCESSO .................................................................................. 23 
4.1 DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES .................... 26 
4.2 DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL.......... 28 
4.3 DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS MULTAS ... 29 
4.4 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA ..................................................................... 34 
4.5 DOS PROCURADORES ................................................................................. 40 
4.6 DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES ............................ 45 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. LEI N.º 5.869, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 11 DE 
JANEIRO DE 1973 
 
Segundo Marinoni, et. al, 2015, em suas linhas fundamentais, o modelo 
de legislação implantado com o Código de 1973, elaborado por Alfredo Buzaid e 
caudatário principalmente da doutrina italiana da primeira metade dos Novecentos, 
teve vigência plena entre nós até o advento das três grandes leis de reforma do 
Código de Processo Civil (Leis 8. 952, de1994, 10.444, de 2002, e 11.232, de 2005), 
que implementaram um novo modelo de legislação processual civil. A separação 
radical entre Processo de Conhecimento e Processo de Execução, a concentração 
de toda tutela de urgência no Processo Cautelar e a reserva de determinadas 
técnicas processuais diferenciadas tão somente aos Procedimentos Especiais foram 
paulatinamente substituídas por uma nova disciplina do direito processual civil, muito 
mais preocupada com a efetividade da tutela dos direitos do que com a excessiva 
segurança da posição jurídica do demandado. 
A exposição de motivos do Código de Processo Civil de 1973 foi redigida 
pelo então Ministro da Justiça e elaborador do anteprojeto Alfredo Buzaid, e inicia-se 
pela questão crucial da necessidade de inovação: reforma ou novo código? Para 
Buzaid (1973), esta questão demandou reflexão dos juristas, pois se a reforma 
permitiria a não interrupção legislativa, um código novo evitaria o sacrifício de 
verdades científicas que as concessões da reforma, provenientes das divergências, 
impunham. A decisão tomada foi a de fazer um novo código de acordo com as 
“conquistas modernas” e a partir das “experiências dos povos cultos”. Houve a 
preocupação de que o novo código (1973) devesse alcançar um “trabalho unitário” 
tanto no tocante aos princípios quanto às suas aplicações práticas (BUZAID, 1973 
apud PACHECO, 1999, p. 260). 
Tal decisão, porém, não significou a substituição de todos os institutos do 
Código anterior, mas uma reformulação das disposições, a fim de possibilitar melhor 
manuseio, simplificação estrutural, racionalização dos procedimentos e para tornar o 
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processo civil um “instrumento acessível à administração da justiça” (BUZAID, 1973 
apud PACHECO, 1999, p. 263). 
Por ser o processo civil dotado de técnica, deve ser aplicado na estrita 
observância da lei. E, por isso, sua especialização deve ser tomada de racionalidade 
e não seguir às raízes da tradição como se permite em outros ramos do Direito. 
Assim, foi traçado o CPC/1973, para satisfazer as necessidades das partes 
mediante um processo rápido e justo, conforme descreve Buzaid (1973): “Força é, 
portanto, estruturá-lo de tal modo que ele se torne efetivamente apto a administrar, 
sem delongas, a justiça”. Partindo da ideia do processo civil como instrumento 
técnico, optou-se pela aplicação do princípio da técnica legislativa na elaboração do 
projeto, que tende a observar a rigidez da terminologia na linguagem jurídica. Por 
isso, vários conceitos foram introduzidos de forma expressa no corpo do código de 
1973, dentre eles os de conexão, de continência e de litispendência . O CPC/1973 
não inovou quanto ao processo oral. Inicialmente, a intenção era a de “atingir a 
oralidade em toda a sua pureza”, e, para tanto, investia-se em figuras como a 
identidade da pessoa física do juiz, a concentração de provas e a irrecorribilidade 
das decisões interlocutórias. Porém, o alcance da oralidade não foi concretizado, 
pois o Código, justificando-se pela abrangência do território nacional, mitigou o rigor 
do princípio e permitiu a recorribilidade das decisões interlocutórias por meio de 
Agravo de Instrumento e também algumas exceções quanto à identidade da pessoa 
física do juiz. 
Quanto à disposição física da matéria, no CPC/1973, optou-se por 
distribuí-la em cinco livros (I – Do Processo de Conhecimento; II - Do Processo de 
Execução; III - Do Processo Cautelar; IV – Dos Procedimentos Especiais; V - Das 
Disposições Finais e Transitórias), o que recebeu críticas de alguns autores, pois, 
segundo o entendimento de Pacheco (1999), a matéria de procedimentos especiais 
poderia ser abordada, como em alguns países, em lei específica, e dessa forma não 
teria inchado o CPC/1973. 
Logo após sua promulgação, o Código de Processo Civil de 1973 passou 
por diversas e significativas reformas. Referidas reformas, por vezes atingiram a 
essência do CPC/1973, alterando seus dispositivos e, por vezes, refletiram de forma 
subsidiária na sua estrutura e interpretação. 
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2. O NOVO CPC, LEI N.º 13.105 DE 16 DE MARÇO DE 2015 
 
 
Segundo Figueiredo, 2015, a recente sanção da Lei Federal n. 13.105, de 
2015, pela Presidenta da República Dilma Rousseff, encerrou uma longa fase de 
reconstrução do processo civil brasileiro. Transcorreram-se 5 anos, 5 meses e 17 
dias entre a designação de Comissão de Juristas para a redação do anteprojeto e a 
tramitação sequencial do projeto de lei no Senado Federal, na Câmara dos 
Deputados, novamente no Senado Federal, ao depois, junto à Presidência da 
República, e, ao final, a publicação da nova lei no Diário Oficial de 17 de março de 
2015. A paulatina evolução e o aperfeiçoamento do texto são percebidos pela 
comparação entre a versão inicial com 970 artigos, apresentada pela Comissão de 
Teresa Arruda Alvim Wambier; a versão de 1.007 artigos aprovada na primeira fase 
Juristas em 8 de junho de 2010, onde esteve sob a relatoria-geral da professora do 
Senado Federal em 15 de dezembro de 2010, sob a relatoria-geral do então 
Senador Valter Pereira; a versão de 1.086 artigos aprovada pela Câmara dos 
Deputados em 26 de março de 2014, sob a relatoria-geral do DeputadoPaulo 
Teixeira; e a versão final com 1.072 artigos aprovada em 17 de dezembro de 2014 
na segunda fase da tramitação no Senado Federal, onde esteve sob a relatoria-geral 
do então Senador Vital do Rego. 
O processo civil brasileiro é construído a partir de um modelo 
estabelecido pela Constituição da República. É o chamado modelo constitucional de 
processo civil, expressão que designa o conjunto de princípios constitucionais 
destinados a disciplinar o processo civil (e não só o civil, mas todo e qualquer tipo de 
processo) que se desenvolve no Brasil. Começando pelo princípio que a 
Constituição da República chama de devido processo legal (mas que deveria ser 
chamado de devido processo constitucional), o modelo constitucional de processo é 
composto também pelos princípios da isonomia, do juiz natural, da inafastabilidade 
da jurisdição, do contraditório, da motivação das decisões judiciais e da duração 
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razoável do processo. Todos esses princípios são implementados através das 
normas (princípios e regras) estabelecidas no Código de Processo Civil. E o primeiro 
capítulo do Código destina-se, exatamente, a tratar dessas normas fundamentais do 
processo civil. Esta é, portanto, a sede em que se poderá encontrar o modo como o 
Código trata desses princípios. Registre-se, porém, que o rol de normas 
fundamentais encontrado neste primeiro capítulo do CPC não exaustivo (FPPC, 
enunciado 369), bastando recordar do princípio constitucional do juiz natural, que ali 
não é mencionado. (CÂMARA, 2016). 
O Novo Código de Processo Civil não é totalmente inovador, mantendo 
institutos e regras do diploma legal revogado (CPC/1973), mas mesmo nessas 
partes a obra foi inteiramente revista e adaptada às novidades advindas do novo 
diploma processual. É importante registrar que a obra continua com muitas citações 
jurisprudenciais, já que nem toda nossa jurisprudência será afastada pelo Novo 
Código de Processo Civil. Nas hipóteses em que entendi que essa seria mantida as 
citações permaneceram; onde entendo que elas serão superadas as citei justamente 
para apontar a superação. É natural que os tribunais ainda demorem algum tempo 
para criar jurisprudência a respeito das novidades do novo diploma processual, mas 
desprezar totalmente o histórico jurisprudencial não tem sentido. (NEVES, 2016, p. 
92). 
O Código de 2015 partiu do trabalho das reformas do Código Buzaid, 
aproveitando-as especialmente naquilo que compatível com as exigências do direito 
fundamental à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestiva (prevalência da 
tutela específica em detrimento da tutela pelo equivalente monetário, previsão de 
técnica antecipatória fundada na urgência e na evidência e previsão de técnicas 
processuais executivas atípicas para a tutela dos direitos). Além disso, é possível lê-
lo a partir da teoria da tutela dos direitos em sua dupla dimensão: o Código 
preocupa-se não só em prestar tutela aos direitos das partes (organizando um 
processo justo para tanto, pautado por normas fundamentais que o densificam 
principalmente partindo do direito à colaboração judicial, do direito ao contraditório 
como direito de influência e do dever de fundamentação como dever de debate), 
mas também em prestar tutela ao direito outorgando unidade ao sistema jurídico 
(mediante um sistema que concebe os juízes de primeiro grau, os Tribunais 
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Regionais Federais e os Tribunais de Justiça como cortes de controle e de 
jurisprudência e o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça como 
cortes de interpretação e de precedentes). (MARINONI, et. al, 2015). 
Segundo Bueno, 2015, do ponto de vista estrutural, inovando em relação 
ao CPC de 1973, e semelhante ao Código de Processo Civil de 1939 - o novo CPC 
contém uma "Parte Geral" em contrapartida a uma "Parte Especial". Ele traz também 
um "Livro Complementar". A Parte Geral e dividida em seis livros, denominados, 
respectivamente, "Das normas processuais civis"; "Da função jurisdicional"; "Dos 
sujeitos do processo"; "Dos atos processuais"; "Da tutela provisória" e "Da formação, 
da suspensão e da extinção do processo". Nela são disciplinados, dentre outros, os 
princípios e as garantias fundamentais do processo civil (arts. 1º a 11); estabelecida 
ordem cronológica de conclusão para proferir sentenças ou acórdãos (art. 12); a 
aplicação das normas processuais (arts. 13 a 15); os contornos da "jurisdição e da 
ação", cabendo destacar que a “impossibilidade jurídica do pedido” deixou de ser 
uma das condições da ação e que, embora interesse e legitimidade lá estejam, não 
figuram no novo CPC como condições (art. 17); os limites da jurisdição nacional e, 
inovando, uma interessante disciplina a respeito da cooperação internacional, 
inclusive por “auxílio direto” (arts. 21 a 41); a competência (arts. 42 a 66); a 
cooperação nacional (arts. 67 a 69); os sujeitos do processo, incluindo uma bem 
modificada e mais completa disciplina sobre os honorários advocatícios, cabíveis, 
inclusive em grau recursal (arts. 70 a 97); gratuidade da justiça (arts. 98 a 102); as 
funções essenciais à administração da justiça, distinguindo, com nitidez, o juiz (e 
seus auxiliares), do Ministério Público, da advocacia pública e da defensoria pública 
(arts. 139 a 187); atos processuais (arts. 188 a 293), com a importante novidade de 
que os prazos processuais só correrão em dias úteis (art. 219, caput) e as normas 
relativas à formação, à suspensão e à extinção do processo (arts. 312 a 317). 
Após a Parte Geral, vem a Parte Especial, que é dividida em três Livros, 
pela ordem: “Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença” (arts. 
318 a 770). “Do processo de execução” (art. 771 a 925) e “Dos processos nos 
Tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais” (arts. 926 a 1044). 
Por fim, em termos estruturais, o Livro Complementar do novo CPC 
ocupa-se com as disposições finais e transitórias. Nele, importa destacar, a mais 
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cuidadosa disciplina de direito intertemporal, querendo minimizar, com a iniciativa, 
os inevitáveis problemas decorrentes do atingimento dos processos em curso por 
nova legislação. 
 
 
 
3. DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
 
 
O novo CPC estabelece em seu art. 13 e seguintes que a jurisdição civil 
será regida pelas normas processuais brasileiras, fazendo ressalvadas às 
disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos 
internacionais de que o Brasil seja parte. 
A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos 
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
Segundo Rodrigo Cunha, 2016, a regra, que trata de problemas de direito 
intertemporal, determina que o Código de Processo Civil será aplicado segundo os 
seguintes princípios: (I) respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa 
julgada (art. 5º, XXXVI, CF/88); (II) irretroatividade; (III) aplicação imediata. Com 
base nessa tríade se configura a situação em que o texto processual civil se aplicará 
aos processos novos e aos processos pendentes de maneira imediata, ou seja, 
todos os atos praticados posteriormente à sua vigência serão praticados sob suas 
regras. Essa e a regra geral, que deverá ser adequada à irretroatividade,na medida 
em, que não poderá anular atos precedentes à sua vigência, por incompatíveis, bem 
como devera respeitar direitos processuais já adquiridos antes de sua vigência, o 
que importará admitir a prática de atos realizados segundo o regramento anterior, 
pois sobre eles já havia direito adquirido. 
Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos, as disposições do novo Código de Processo Civil - CPC lhes serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
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A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o 
território nacional, conforme as disposições do novo CPC. 
Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico. Havendo substituição processual, o 
substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. 
A legitimação para agir pode ser ordinária (quando há coincidência entre 
a legitimação para causa e a titularidade do direito afirmado em juízo) ou 
extraordinária (quando não há essa identidade) sendo espécie dessa última a 
substituição processual. Embora equívoca, a expressão tem largo uso na doutrina e 
no foro. Não se confunde de modo nenhum com a representação, em que o 
representante atua em nome do representado, invocando direito do representado; na 
substituição processual, há invocação de direito alheio, propondo o substituto a ação 
em nome próprio. É instituto do direito processual civil individual, sem pertinência ao 
direito processual civil coletivo, em que não há sentido em aludir-se à dicotomia 
"direito próprio-direito alheio". A utilização dos termos "legitimação extraordinária" e 
"substituição processual" no processo coletivo tem finalidade exclusivamente 
didática, já que não se pode conceber o processo coletivo à luz de conceitos do 
processo individual. Quando se pensa em "direito alheio", raciocina-se a partir de 
uma visão individualista, obviamente contrária à filosofia do processo coletivo. A 
alusão à propositura de ação em nome próprio para tutela de direito alheio como 
algo excepcional não só parte da premissa de que apenas aquele que se afirma 
titular do direito material está autorizado a defendê-lo em juízo, mas também supõe 
que só existem direitos individuais. As noções de direitos essencialmente coletivos 
(direitos coletivos e direitos difusos) e de direitos acidentalmente coletivos (direitos 
individuais homogêneos), como é óbvio, rompe com a noção de que o direito ou é 
próprio ou é alheio. Se o direito é da comunidade ou da coletividade, não satisfaz 
mais a clássica dicotomia. Se o direito pertence a um grupo de pessoas e existem 
vários legitimados para proteção em nome de todos os titulares, então também não 
é mais possível imaginar que tão somente aquele que se afirma titular do direito tem 
legitimidade para atuá-lo em juízo. (MARINONI, et. al, 2015). 
Segundo o art. 19 do CPC: 
 
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Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 
Interesse processual e declaração. Há interesse processual quando 
presentes a necessidade e a utilidade (ou, para alguns, adequação) da ação (sobre 
o interesse processual. As ações declaratórias, como se disse acima, têm por 
finalidade a obtenção de uma sentença que afaste a incerteza que pesa sobre a 
existência ou inexistência de uma situação ou relação jurídica. Diz o art. 19, I, do 
CPC/2015 que o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência, da 
inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica. No entanto, não se admite o 
ajuizamento de ação declaratória para discussão de tese jurídica em abstrato. 
Considerou-se, assim, “incabível a declaração de inexistência de relação jurídico-
tributária genérica e abstrata, sem a especificação do dano ocorrido por meio da 
menção às atividades mercantis específicas que realizou com seus clientes. É 
inviável juridicamente a utilização da ação declaratória para veicular discussão em 
abstrato de tese jurídica. Hipótese em que a autora pede a declaração da 
inexistência de relação jurídico tributária de ISS relativamente a operações de 
leasing sem especificar os fatos que estavam sujeitos à tributação” (STJ, AgRg no 
REsp 1.045.978/RS, 1.ª T., j. 23.03.2010, rel. Min. Benedito Gonçalves). (MEDINA, 
2015). 
É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. 
No que se refere aos limites da jurisdição nacional o CPC estabelece que 
compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, 
qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil, ou no Brasil 
tiver de ser cumprida a obrigação, ou ainda que o fundamento seja fato ocorrido ou 
ato praticado no Brasil. Para esse fim considera-se domiciliada no Brasil a pessoa 
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as 
ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) 
o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de 
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relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição 
nacional. 
Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer 
outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de 
sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em 
divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou 
tenha domicílio fora do território nacional. 
A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e 
não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das 
que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados 
internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. A pendência de causa perante 
a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira 
quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o 
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro 
em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
Quando se tratar de hipóteses em que a competência (melhor: jurisdição 
brasileira) for exclusiva, afasta-se a possibilidade da eleição de foro no estrangeiro. 
Assim é que a eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento 
escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. Cabe acrescentar 
que se deve tratar de contrato internacional. O foro contratual obriga os herdeiros e 
sucessores das panes. Antes da citação a cláusula de eleição de foro pode ser 
reputada ineficaz de oficio pelo juízo se abusiva, determinandoa remessa dos autos 
ao juízo do foro de domicilio do réu. Cabe ao réu, citado, alegar a abusividade da 
cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. (BUENO, 2015). 
No que se refere à cooperação internacional estabelece o art. 26 do CPC: 
 
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Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o 
Brasil faz parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou 
não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, 
assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na 
legislação brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos 
pedidos de cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades 
estrangeiras. 
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá 
realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de 
sentença estrangeira. 
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de 
atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as 
normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. 
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na 
ausência de designação específica. 
 
A cooperação jurídica internacional terá por objeto a citação, intimação e 
notificação judicial e extrajudicial; a colheita de provas e obtenção de informações; a 
homologação e cumprimento de decisão; a concessão de medida judicial de 
urgência; a assistência jurídica internacional e qualquer outra medida judicial ou 
extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão 
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no 
Brasil. 
O instituto do auxílio direto possui como marca distintiva, o fato de que, 
através dele, o Estado requerido não necessita realizar qualquer juízo de delibação, 
já que não há qualquer ato jurisdicional a ser delibado. O auxílio direto pressupõe 
que o Estado requerente não esteja aplicando o seu direito sobre a lide que lhe foi 
apresentada, mas, de outro lado, que esteja transferindo ao Estado requerente tal 
tarefa. O que o Estado requerente busca não é a execução de uma decisão de 
mérito sua, mas que o Estado requerido profira decisão de mérito sobre questão 
advinda de litígio em seu território. Não há, portanto, duas jurisdições atuando, mas 
uma jurisdição requerendo à outra que atue sobre determinada questão de mérito. 
Percebe-se, nitidamente, que o critério de distinção adotado pela nova legislação, 
entre o auxílio direto e a carta rogatória, teve como lastro o objeto jurídico da 
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cooperação, conforme já vinha prevalecendo na jurisprudência do STJ (AgRg na CR 
3.162/CH, rei. Min. César Asfor Rocha, Corte Especial, p. 6.9.2010). No auxílio 
direto, não se reconhece, em solo nacional, decisão proferida por jurisdição 
estrangeira, enquanto que a carta rogatória tem origem, justamente, numa decisão 
proferida pela autoridade estrangeira. (RODRIGO CUNHA, 2016). 
A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro 
interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a 
autenticidade e a clareza do pedido. 
Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio 
direto terá os seguintes objetos: a obtenção e prestação de informações sobre o 
ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou 
em curso; a colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em 
curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira e 
qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas 
congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela 
tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo 
Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. 
No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei 
brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as 
providências necessárias para seu cumprimento. Recebido o pedido de auxílio direto 
passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que 
requererá em juízo a medida solicitada. O Ministério Público requererá em juízo a 
medida solicitada quando for autoridade central. Compete ao juízo federal do lugar 
em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que 
demande prestação de atividade jurisdicional. 
O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça 
é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido 
processo legal. 
Carta rogatória é mecanismo de comunicação internacional, utilizado 
quando não haja previsão, em tratado ou acordo de cooperação, do emprego de 
auxílio direto e, eventualmente, quando expressamente indicado pelo ato 
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internacional. Pode ter por objeto qualquer ato processual que deva ser executado 
no Brasil, de conteúdo decisório ou não. 
Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento 
judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. 
O pedido de cooperação jurídica internacional, oriundo de autoridade 
brasileira competente, será encaminhado à autoridade central para posterior envio 
ao Estado requerido para lhe dar andamento. O pedido de cooperação oriundo de 
autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o instruem serão 
encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial 
do Estado requerido. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será 
recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública. A cooperação jurídica 
internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta 
rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira. Considera-se 
autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, 
inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado 
brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se 
ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Após a novel disciplina da "cooperação internacional", o novo CPC volta-
se a estabelecer as regras relativas à competência interna e ao fazê-lo traz poucas, 
embora importantes modificações. 
As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de 
sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da 
lei. 
A arbitragem pode ser definida como uma técnica que visa a solucionar 
questões de interesse de duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, sobre as quais 
as mesmas possam dispor livremente em termos de transação e renúncia, por 
decisão de uma ou mais pessoas - o árbitro ou os árbitros - os quais têm poderes 
para assim decidir pelas partespor delegação expressa destas, resultante de 
convenção privada, sem estar investidos dessas funções pelo Estado. (GARCEZ, 
2004, p.71). 
A arbitragem é um oportuno processo de solução de conflitos por 
intermédio da atuação de um terceiro, ou de terceiros, estranho(s) a contenda e à 
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jurisdição pública, indicado(s), em comum acordo, pelas partes, em decorrência de 
documento obrigacional de nome convenção arbitral, nos termos prescritos em lei. 
Está colocada a disposição dos jurisdicionados, de qualquer nível social, para o 
debate de questões de maior ou menor complexidade, sendo disciplinado pela Lei 
nº.9.307/96. 
Em sequencia o art. 43 do CPC estabelece que determina-se a 
competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a 
competência absoluta. 
Competência é um conceito de Teoria Geral do Direito. Refere-se ao 
limite de exercício de um poder. É possível cogitar competência legislativa, 
administrativa, jurisdicional e, até, competência para a prática de atos privados 
(competência do gestor de uma sociedade anônima, por exemplo). "Por 
competência entender-se-á o poder de ação e de atuação atribuído aos vários 
órgãos e agentes constitucionais com o fim de prosseguirem as tarefas de que são 
constitucional ou legalmente incumbidos. A competência envolve, por conseguinte, a 
atribuição de determinadas tarefas bem como os meios de ação ("poderes") 
necessários para a sua prossecução. Além disso, a competência delimita o quadro 
jurídico de atuação de uma unidade organizatória relativamente a outra". 
(CANOTILHO, 2002, p. 539). 
Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a 
competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação 
especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas 
constituições dos Estados. 
Competência são os limites dentro dos quais cada juízo pode, 
legitimamente, exercer a função jurisdicional. É, em outros termos, a legitimidade do 
órgão jurisdicional para atuar em um processo, devendo ser compreendida como 
sua específica aptidão para exercer função jurisdicional naquele processo específico 
que perante ele se tenha instaurado. Explique-se melhor o ponto: a jurisdição é 
exercida, no Brasil, por diversos órgãos (os juízos ou órgãos jurisdicionais). Entre 
eles há uma divisão de trabalho, estabelecida a partir de critérios definidos em lei 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
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(como a matéria e o território, por exemplo). Registre-se que se fala em lei, aqui, em 
sentido amplo, podendo as normas de competência ser encontradas na Constituição 
da República, em leis federais (inclusive – e principalmente – no CPC), nas leis 
estaduais de organização judiciária e nas Constituições dos Estados (art. 44). A 
partir desses critérios é possível estabelecer uma “área de atuação” de cada órgão 
jurisdicional, o qual só exercerá de forma legítima a jurisdição nos processos que 
estejam dentro dessa “área”, cujos limites estão definidos em lei. Sempre que um 
processo se instaure perante um juízo, será preciso verificar, então, se tal juízo está 
legitimado a atuar naquela causa, ou seja, se aquela causa encontra-se dentro de 
sua “área de atuação”. Caso a resposta a essa questão seja positiva, o juízo será 
competente para a causa. No caso contrário, o juízo será incompetente. 
Assim estabelece o art. 92 da CF/88. 
 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm 
sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. 
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os 
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. 
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição 
em todo o território nacional. 
 
A existência em nosso ordenamento processual de regras de 
competência relativa e absoluta se explica em razão da busca de um equilíbrio entre 
razões políticas divergentes. As regras de competência relativa prestigiam a vontade 
das partes, por meio da criação de normas que buscam proteger as partes (autor ou 
réu), franqueando a elas a opção pela sua aplicação ou não no caso concreto. Em 
razão de sua maior flexibilidade, também a lei poderá modificar tais regras. Surgem 
assim as regras de competência relativa, dispositivas por natureza e que buscam 
privilegiar a liberdade das partes, valor indispensável num Estado democrático de 
direito como o brasileiro. As regras de competência absoluta são fundadas em 
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razões de ordem pública, para as quais a liberdade das partes deve ser 
desconsiderada, em virtude da prevalência do interesse público sobre os interesses 
particulares. Nesse caso, não há flexibilização, seja pela vontade dos interessados, 
seja pela própria lei, tratando-se de norma de natureza cogente que deverá ser 
aplicada sem nenhuma ressalva ou restrição. (NEVES, 2016). 
Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao 
juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, 
entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade 
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - 
de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II - sujeitas 
à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. Os autos não serão remetidos se houver 
pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a 
ação. Nesta hipótese o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da 
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em 
que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas 
públicas. O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se 
o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. 
A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis 
será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. Tendo mais de um domicílio, o 
réu será demandado no foro de qualquer deles. 
Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser 
demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será 
proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a 
ação será proposta em qualquer foro. 
Havendo dois ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados 
no foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua 
residência ou no do lugar onde for encontrado. 
Para as açõesfundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro 
de situação da coisa. O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro 
de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, 
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divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. A ação possessória 
imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência 
absoluta. 
O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última 
vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações 
em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o 
foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, 
qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos 
bens do espólio. 
A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último 
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o 
cumprimento de disposições testamentárias. 
A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de 
seu representante ou assistente. 
É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja 
autora a União. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de 
situação da coisa ou no Distrito Federal. 
É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja 
autor Estado ou o Distrito Federal. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, 
a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou 
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo 
ente federado. 
Sobre a competência, estabelece, ainda, o art. 53: 
 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do 
casal; 
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II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se 
pedem alimentos; 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa 
jurídica contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou 
associação sem personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o 
cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no 
respectivo estatuto; 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de 
dano por ato praticado em razão do ofício; 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de 
dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive 
aeronaves. 
 
Com as devidas atualizações e aprimoramentos, o dispositivo se ocupa 
com as variações de competência constantes do art. I00 do CPC de 1973 
reformulado. 
O diploma revogado trazia, no inciso I do art. 100, regra considerada 
polêmica: as ações de separação dos cônjuges, de conversão da separação em 
divórcio e de anulação de casamento deveriam ser propostas no foro da residência 
da mulher. Não obstante o STF ter reputado recepcionada a regra pela Carta 
Constitucional vigente, o tema não era pacífico na doutrina, muito menos na 
jurisprudência. O novo regramento excluiu a opção prévia e abstrata pela residência 
da mulher, escorado, com toda certeza, na isonomia que deve reinar, irrestritamente, 
na sociedade conjugal (art. 226, § 5º, CF/88). De acordo com o novel diploma, as 
ações de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável deverão ser propostas: (I) no domicílio do guardião de 
filho incapaz; (II) no último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; (III) no 
domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. 
(FIGUEIREDO, 2015). 
A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela 
continência. 
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Didier Júnior, 2015, leciona que a competência absoluta é regra de 
competência criada para atender a interesse público. A incompetência absoluta pode 
ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, podendo ser reconhecida ex 
officio pelo órgão julgador (art. 64, §1º, C P C). Pode, inclusive, ser alegada como 
preliminar de contestação pelo réu (art. 64, caput, CPC). Trata-se de defeito grave; 
uma vez transitada em julgado a última decisão, ainda será possível, no prazo de 
dois anos, desconstituí-la por ação rescisória, com base no art. 966, II, CPC. A regra 
de competência absoluta não pode ser alterada pela vontade das partes. Não se 
admite negócio processual que altere competência absoluta. A regra de 
competência absoluta não pode ser alterada por conexão ou continência. 
Competência em razão da matéria, da pessoa e funcional são exemplos de 
competência absoluta. A competência em razão do valor da causa também pode ser 
absoluta, quando extrapolar os limites estabelecidos pelo legislador. Em alguns 
casos, a competência territorial também é absoluta. Mudança superveniente de 
competência absoluta impõe o deslocamento da causa para outro juízo, excetuando 
a perpetuação da competência. 
Já a competência relativa é regra de competência criada para atender 
precipuamente a interesse particular. A incompetência relativa somente pode ser 
arguida pelo réu, na contestação, sob pena de preclusão e prorrogação da 
competência do juízo, não podendo o magistrado reconhecê-la de ofício (enunciado 
n. 33 da súmula da jurisprudência do STJ). O Ministério Público pode alegar 
incompetência relativa nas causas em q u e atuar (como fiscal da ordem jurídica, 
esclareça-se, a despeito do laconismo do texto legal - art. 65, par. ún., CPC). o 
assistente simples não pode alegar incompetência relativa em favor do assistido 
(aplicação do art. 122, CPC). As partes podem modificar voluntariamente a regra de 
competência relativa, quer pelo foro de eleição (art. 63, CPC), quer pela não 
alegação da incompetência relativa (art. 65, caput, CPC). A regra de competência 
relativa pode ser modificada por conexão ou continência. Competência territorial é, 
em regra, relativa. Além disso, também é relativa a competência pelo valor da causa, 
quando ficar aquém do limite estabelecido pela lei. Mudança superveniente de 
competência relativa é irrelevante para o processo, mantida a perpetuação da 
competência. 
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Reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o 
pedido ou a causa de pedir. Os processos de ações conexas serão reunidos para 
decisão conjunta, salvo seum deles já houver sido sentenciado. 
Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar 
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos 
separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
Dá-se a continência entre duas ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, 
abrange o das demais. 
Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem 
resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, 
onde serão decididas simultaneamente. 
A prevenção é critério auxiliar no processo de descoberta do juízo 
competente e que passa a ter relevância quando dois ou mais juízes são, em 
abstrato, igualmente competentes. Prevenção vem de prae + venire, ou seja, vir 
antes, de modo que o juiz prevento (que veio antes) atrai para si a competência para 
decidir outros processos, alargando-a, no mesmo passo em que exclui a 
competência dos demais juízos, antes competentes. Na esteira do que afirma 
Giuseppe Chiovenda, “não pode deixar de influir sobre as regras da competência a 
exigência de um simultaneus processus, quando as causas a unir-se coubessem a 
juízes diferentes: em outros termos, torna-se necessário que um entre os diferentes 
juízes julgue as causas unidas e, assim sendo, passe a ter competência em causas 
para as quais não era competente”. Não custa repetir que a modificação (por 
ampliação/exclusão) da competência apenas tem lugar na modalidade relativa, 
nunca nos casos de competência absoluta. Aproveita-se o ensejo para mencionar 
que o parágrafo único, do art. 930, do NCPC trata da prevenção no tribunal para a 
sede recursal, ao ponderar que “o primeiro recurso protocolado no tribunal tornará 
prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo 
ou em processo conexo”. (FIGUEIREDO, 2015). 
O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
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Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou 
subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a 
totalidade do imóvel. 
A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação 
principal. 
A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da 
função é inderrogável por convenção das partes. 
As partes podem modificar a competência em razão do valor e do 
território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. A 
eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir 
expressamente a determinado negócio jurídico. O foro contratual obriga os herdeiros 
e sucessores das partes. Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, 
pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos 
ao juízo do foro de domicílio do réu. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da 
cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. 
O foro de eleição é aquele eleito pelas partes para dirimir eventuais 
conflitos oriundos dos mais diversos atos da vida civil (art. 63, CPC). Não se 
confunde com o foro contratual, que é o foro que os contratantes especificaram para 
o cumprimento do contrato (art. 78, CC). O Código de Processo Civil confundiu o 
fórum electionis e o forum contractus. O foro contratual serve no direito brasileiro 
como critério territorial de competência (art. 53, III, d, CPC). Havendo foro de 
eleição, esse prevalece sobre o foro contratual (STJ, 4. a Turma, REsp 379.949/PR). 
(MARINONI, et. al, 2015). 
A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão 
preliminar de contestação. A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer 
tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. Após manifestação da 
parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. Caso a 
alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo 
competente. Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos 
de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o 
caso, pelo juízo competente. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não 
alegar a incompetência em preliminar de contestação. 
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A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas 
causas em que atuar. 
Há conflito de competência quando: I - 2 (dois) ou mais juízes se 
declaram competentes; II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, 
atribuindo um ao outro a competência; III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge 
controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. O juiz que não acolher a 
competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. 
 
 
4 SUJEITOS DO PROCESSO 
 
 
A relação jurídica processual, de acordo com a doutrina mais aceita, é 
trilateral. Na verdade, apesar do uso consagrado da expressão “trilateral”, os sujeitos 
processuais não são apenas autor, juiz e réu. Os peritos, o escrivão, o Ministério 
Público e os terceiros intervenientes também se incluem nesse conceito, tendo em 
vista que integram a relação jurídica processual. Os sujeitos processuais podem ser 
imparciais (peritos, escrivão, juiz e Ministério Público, quando atua como custos 
legis) ou parciais (autor, réu e terceiros intervenientes), porquanto interessados no 
desfecho da demanda. Neste capítulo, trataremos inicialmente dos sujeitos parciais 
do processo: as partes. (DONIZETTI, 2016). 
Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem 
capacidade para estar em juízo. O incapaz será representado ou assistido por seus 
pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. 
O juiz nomeará curador especial ao incapaz, se não tiver representante 
legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a 
incapacidade. Nomeará também ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado 
por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. A curatela 
especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. 
Importante destacar que este dispositivo vem consubstanciado em 
renovação sistêmica que atualizou o dispositivo anterior do CPC/1973, trabalhando 
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com melhor técnica as hipóteses da nomeação do curador especial. Com efeito, o 
juiz nomeará curador especial ao incapaz, se não tiver representante legal ou se os 
interesses deste (representante legal) colidirem com os daquele (incapaz), enquanto 
durar a incapacidade, bem como ao réu preso revel, e, ainda, ao réu revel citado por 
edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Merece destaque a 
informação de que a curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos 
termos da lei, criação relevante para o sistema. (FIGUEIREDO, 2015). 
O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que 
verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de 
separação absoluta de bens. Ambos os cônjuges serão necessariamente citados 
para a ação: que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o 
regime de separaçãoabsoluta de bens; resultante de fato que diga respeito a ambos 
os cônjuges ou de ato praticado por eles; fundada em dívida contraída por um dos 
cônjuges a bem da família; que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou 
a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu 
somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos 
praticado. 
Estas mesmas regras, aplicadas aos cônjuges aplicam-se à união estável, 
desde que comprovada nos autos. 
O consentimento não dado por um dos cônjuges poderá ser 
suprido judicialmente quando for negado sem justo motivo, ou quando lhe seja 
impossível concedê-lo. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido 
pelo juiz, invalida o processo. 
Estabelece o art. 75 do CPC: 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão 
vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente 
federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII - o espólio, pelo inventariante; 
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VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos 
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem 
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus 
bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no 
Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão 
intimados no processo no qual o espólio seja parte. 
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá 
opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. 
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa 
jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. 
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco 
para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro 
ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. 
 
Nosso Código de Processo Civil ignora a diferença basilar existente entre 
representação e presentação. Há presentação sempre que se cogita de atribuição 
de função a órgão de pessoa jurídica. Pela presentação a pessoa jurídica faz-se 
presente por um de seus órgãos. É a própria pessoa que age: não há que se pensar, 
por isso, em outorga de poderes (daí por que não é de se exigir instrumento de 
mandato, STJ, taTurma,REsp493.287 I TO, rel. Min. Francisco Falcão,j. 08.03.2005, 
DJ25.04.2005, p. 224). O nexo é de imputação. Na representação, ao contrário, há 
duas pessoas distintas e outorga de poderes. A procuração prova a representação. 
No art. 75, CPC, são casos de presentação aqueles constantes dos incisos I, li, III, 
IV, VIII e X; de representação, incisos V, VI, VII, IX e XI. (MARINONI, et. al, 2015). 
Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da 
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável 
para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, caso o processo esteja 
na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será 
considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se 
encontre. Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, 
tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, 
se a providência couber ao recorrente; II - determinará o desentranhamento das 
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. 
 
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4.1 DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES 
 
São deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de 
qualquer forma participem do processo: 
1) expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
2) não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de 
que são destituídas de fundamento; 
3) não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
4) cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória 
ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
5) declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, 
atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação 
temporária ou definitiva; 
6) não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito 
litigioso. 
 
Nas hipóteses dos itens 4 e 6, o juiz advertirá qualquer das pessoas 
mencionadas de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à 
dignidade da justiça. 
A violação ao disposto nos itens 4 e 6 constitui ato atentatório à dignidade 
da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais 
cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de 
acordo com a gravidade da conduta. Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, 
a multa será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em 
julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da 
execução fiscal, revertendo-se aos fundos de modernização do Poder Judiciário 
previstos no art. 97 do CPC. Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a 
multa prevista poderá ser fixada em até dez vezes o valor do salário-mínimo. 
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Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria 
Pública e do Ministério Público não se aplica a multa, devendo eventual 
responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou 
corregedoria, ao qual o juiz oficiará. 
Reconhecida violação ao disposto no item 6, o juiz determinará o 
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos 
autos até a purgação do atentado. O representante judicial da parte não pode ser 
compelido a cumprir decisão em seu lugar. 
É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do 
Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do 
processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Quando 
expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o 
juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser 
cassada a palavra. 
De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as 
expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a 
expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à 
disposição da parte interessada. 
Na relação jurídica processual, as partes têm faculdades, ônus e deveres. 
As faculdades processuais se traduzem em escolhas a serem feitas pelas partes 
durante a tramitação da demanda. Algumas faculdades, a princípio, não trazem 
qualquer consequência jurídica negativa para quem asexerce, como nos casos em 
que a parte revoga procuração anteriormente concedida e constitui novo procurador 
nos autos. Outras faculdades, se não exercidas pelas partes, podem acarretar 
prejuízos, principalmente no que tange ao resultado da demanda; nessas hipóteses, 
as faculdades são chamadas de ônus processuais e estão diretamente ligadas ao 
próprio interesse da parte, que arcará com as respectivas consequências 
processuais. Como exemplo, podemos citar o ônus do réu de contestar 
tempestivamente a demanda. Por fim, os deveres processuais são de natureza 
pública e estão ligados aos interesses de todos os sujeitos processuais. O 
descumprimento de um dever poderá gerar graves sanções, inclusive de natureza 
penal. Para tanto, o art. 77 do CPC elencou os deveres a serem observados pelas 
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partes e por todos aqueles que de qualquer forma participam do processo. 
(DONIZETTI, 2016). 
 
 
4.2 DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO 
PROCESSUAL 
 
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu 
ou interveniente. 
Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
1) deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
2) alterar a verdade dos fatos; 
3) usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
4) opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
5) proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
6) provocar incidente manifestamente infundado; 
7) interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar 
multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor 
corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a 
arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada 
um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles 
que se coligaram para lesar a parte contrária. 
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até dez vezes o valor do salário-mínimo. O valor da indenização será 
fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou 
pelo procedimento comum, nos próprios autos. 
 
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4.3 DAS DESPESAS, DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DAS 
MULTAS 
 
Com exceção das disposições concernentes à gratuidade da justiça, 
incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no 
processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na 
execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. 
Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o 
juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua 
intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. 
Assim estabelece o art. 85 do CPC: 
 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado 
do vencedor. 
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento 
de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos 
recursos interpostos, cumulativamente. 
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte 
por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, 
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, 
atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu 
serviço. 
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos 
honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e 
os seguintes percentuais: 
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos 
até 2.000 (dois mil) salários-mínimos; 
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) 
salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; 
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) 
salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; 
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-
mínimos. 
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3o: 
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I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde 
logo, quando for líquida a sentença; 
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos 
previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; 
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o 
proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o 
valor atualizado da causa; 
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença 
líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. 
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou 
o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior 
ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários 
deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, 
e assim sucessivamente. 
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se 
independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos 
casos de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. 
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a 
Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha 
sido impugnada. 
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, 
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos 
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do 
§ 2º. 
§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 
(doze) prestações vincendas. 
§ 10 Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem 
deu causa ao processo. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados 
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau 
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo 
vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao 
advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos 
§§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. 
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras 
sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. 
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução 
rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de 
sentença serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos 
legais. 
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm naturezaalimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do 
trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. 
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe 
caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na 
qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14. 
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros 
moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. 
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa 
própria. 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito 
aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição 
e cobrança. 
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos 
termos da lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art77
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Segundo Marinoni, et. al, 2015, os honorários advocatícios a que alude o 
art. 85, do CPC são aqueles arbitrados judicialmente e não outros. Não se trata 
daqueles contratados entre a parte e o seu patrono. O que interessa para 
condenação em honorários é a derrota no processo. São devidos honorários 
advocatícios ainda que o advogado funcione em causa própria. O art. 22, caput, Lei 
8. 906/1994 (EOAB) dispõe que "a prestação de serviço profissional assegura aos 
inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por 
arbitramento judicial e aos de sucumbência", e o art. 23 assevera que "os honorários 
incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao 
advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, 
podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu 
favor". Os honorários advocatícios, quer oriundos do negócio entre as partes, quer 
oriundos da sucumbência, têm caráter alimentar (art. 85, § 14,CPC; 
STJ,3.aTurma,REsp948.492/ ES, rel. Min. Sidnei Beneti,j. 01.12.2011, DJe 
12.12.2011). 
De regra, o juiz, ao fixar a verba honorária, deve obedecer a limites 
quantitativos (art. 85, § 2º, CPC) e qualitativos (art. 85, § 2º , I a IV, CPC). Admite-se, 
contudo, que eventualmente, se superem os limites quantitativos do art. 85, § 2º, 
CPC, obedecendo-se tão somente aos qualitativos (art. 85, § 8º, CPC). 
Quantitativamente, os honorários advocatícios devem variar entre 10% (dez por 
cento) e 20% (vinte por centro) sobre o valor da condenação (inadmissível a fixação 
de honorários advocatícios em salários mínimos, Súmula 201, STJ); se arbitrados 
sobre o valor da causa, incide correção monetária a partir do ajuizamento da ação 
(Súmula 14, STJ). O § 8º do art. 85 é exceção ao § 2º, uma vez que livra as 
hipóteses nele contidas dos limites quantitativos previstos nesse. São casos em que 
não se atendem aos lindes quantitativos do§ 2º, CPC: a) os feitos de valor 
inestimável; b) aqueles em que o proveito econômico é irrisório; e c) aqueles em que 
o valor da causa é muito baixo. 
Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão 
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. Se um litigante sucumbir em 
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parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos 
honorários. 
Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem 
proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários. A sentença deverá distribuir 
entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo 
pagamento das verbas. Se a distribuição não for feita, os vencidos responderão 
solidariamente pelas despesas e pelos honorários. 
Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão 
adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados. 
Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as 
despesas proporcionalmente a seus quinhões. 
Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em 
reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que 
desistiu, renunciou ou reconheceu. Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o 
reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será 
proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu. 
Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas 
serão divididas igualmente. Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes 
ficam dispensadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se 
houver. Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir 
integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. 
As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda 
Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo 
vencido. As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou 
pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo 
previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova. 
Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos 
honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo 
vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente 
público. 
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Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver o 
mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar em 
cartório as despesas e os honorários a que foi condenado. 
As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária ficarão a 
cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público ou da 
Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao 
adiamento ou à repetição. 
Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento 
das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo. 
Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver 
indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou 
rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as 
partes. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos 
honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente. A quantia recolhida 
em depósito bancário à ordem do juízo será corrigida monetariamente. 
Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário 
de gratuidade da justiça, ela poderá ser custeada com recursos alocados no 
orçamento do ente público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão 
público conveniado; paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado 
ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o 
valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua 
omissão, do Conselho Nacional de Justiça. Nesse caso, o juiz, após o trânsito em 
julgado da decisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem 
tiver sido condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos 
valores gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou da 
estrutura de órgão público, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das 
despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça. 
O valor

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