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História Medieval – Aula 1 1- A Idade Média é convencionalmente compreendida como o período que abrange desde o final do Império Romano do Ocidente, em 476, até o fim do Império Bizantino em 1453. Entretanto, esse tipo de periodização não corresponde aos novos estudos e questionamentos dos historiadores desde a metade do século XX, de forma que devemos ter em mente que, de acordo com os objetos históricos estudados, essa cronologia pode e deve mudar. O historiador Jacques Le Goff, por exemplo, propôs pensarmos numa "Longa Idade Média", pois muitos aspectos da cultura medieval e do uso da terra permanecem até a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. 2- Em termos didáticos ou de acordo com nossos interesses de pesquisa, podemos trabalhar com um período de: Alta Idade Média (séc. V- X); Idade Média Central (séc. XI a XIII) Baixa Idade Média (séc. XIV e XV) 3- O objetivo desta aula é compreender a formação dos novos reinos que se instalaram nos limites do antigo Império Romano do Ocidente, as transformações nas cidades e nos campos, o processo de desaparecimento da escravidão produtiva e a lenta estruturação da Igreja e cristianização dos pagãos. EXERCÍCIOS 1- Explique a relativização da expressão "invasões bárbaras" feita por Baschet. Bárbaros foi o nome atribuído os povos que estavam fora dos limites do Império Romano. Todos os grupos que viviam à margem do império eram considerados bárbaros. No século V, Roma caiu, fato que abriu caminho para as invasões bárbaras, sucessivas e constantes, gerando a formação de vários reinos. Porém, o termo “invasões” não supre o sentido total da integração germânica, pois, além de invasões e conflitos sangrentos, a instalação dos povos germânicos deve ser imaginada como uma infiltração lenta, durante vários anos. 2- Sistematize a discussão historiográfica sobre o fim da escravidão produtiva. Observe que vários autores discordam com relação ao por que, quando e como esse tipo de escravidão acabou. São apontados três motivos para o fim da escravidão produtiva: causas religiosas, causas militares e causas econômicas. A religião, ao mesmo tempo que aceitava a escravidão como um castigo de Deus, também aceitava o escravo como um servo de Deus. Nas causas militares o fim das guerras romanas de conquista parece secar as fontes de abastecimento de escravos; Nas causas econômicas (Marc bloch) os proprietários se deram conta dos gastos para a manutenção da mão de obra escrava. 3- Analise o processo de cristianização dos povos pagãos, seus agentes e estratégias O processo de aculturação dos povos bárbaros ocorreu de forma relativamente sistemática. Muitos desses povos tinham o desejo de serem romanos. A adoção de costumes e hábitos romanos ocorreu de forma natural, e a cristianização foi a confirmação desse processo de aculturação. A cristianização praticada pela igreja surtiu efeito logo no início da formação do principal reino bárbaro. A queda de Roma marcou o início da evangelização por parte da igreja, destacando-se o batismo de um dos principais reis germânicos, o rei Clóvis. Comentários Com a desagregação do Império Romano, vários grupos de povos bárbaros, dos quais destacamos os germânicos, logo se estabeleceram e impuseram sua forma de organização social, pautada em laços sanguíneos e fidelidade ao líder. A partir de tais grupos, parte do Velho Mundo passou por uma reconfiguração geopolítica, em meados do século VI. Ao norte do Império Romano viviam os povos germânicos, formados por anglo-saxões, ostrogodos, vândalos, bretões, visigodos e francos. Esses povos eram politeístas, tinham a mesma base linguística, mesmos hábitos alimentares e mesma forma de se vestir. Os romanos, durante muito tempo, protegeram suas fronteiras da entrada de tais grupos. Alguns deles até se tornaram seus aliados, mas a maioria era vista como uma ameaça constante e perigosa pelos imperadores romanos. Ao final, quando as forças políticas estavam bem pouco coesas, houve um gradativo enfraquecimento do Império Romano por diversas razões, entre as quais podemos apontar a superioridade militar bárbara e a cumplicidade da massa da população romana. De tal forma, teve início um processo de assentamento e definição dos reinos que se formaram com o fim do Império Romano. Ainda assim, o império sobreviveu no desejo dos grupos bárbaros de se romanizarem, mantendo estruturas e hábitos romanos. Vários desses grupos se converteram ao cristianismo, a religião oficial do acabado Império Romano. O processo de aculturação dos povos bárbaros ocorreu de forma sistemática; cabe salientar que muitos desses povos tinham o desejo de serem romanos. A adoção de costumes e hábitos romanos ocorreu de forma natural, e a cristianização foi a confirmação desse processo de aculturação. Até então, todos os povos bárbaros eram pagãos; portanto, cultuar divindades relacionadas à natureza fazia parte de seus costumes – o politeísmo era extremamente enraizado no cotidiano deles. A cristianização praticada pela Igreja surtiu efeito logo no início da formação do principal reino bárbaro. Os francos foram os primeiros e, na sequencia, outros povos passaram pelo mesmo processo, como os visigodos. A queda de Roma, em 473 d.c., marcou o início da evangelização por parte da igreja, destacando-se o batismo de um dos principais reis germânicos, o Rei Clóvis, em 496 d.c.
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