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CASO SEMANA 3. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. ESTÁCIO.

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CASO 3Descrição
CASO CONCRETO
O viajante comercial Saulo pretende mover ação trabalhista em face da sua empregadora Empresa Delta Ltda, por entender que o seu gerente cometeu ato ilícito que lhe feriu a honra e boa fama, postulando indenização por danos morais a ser arbitrada pelo juiz diante da extensão e complexidade do dano, cumulada com pedido de pagamento de diferenças de comissões ajustadas no valor de R$ 10.000,00. Diante do caso exposto, responda de forma fundamentada:
A) Segundo as regras contidas em legislação própria quanto à competência territorial, informe aonde a ação deve ser proposta. Fundamente.
	A ação deve ser proposta no local da filial em que o empregado esteja subordinado, ou na própria sede da empresa, se nela estiver trabalhando, caso haja a falta de jurisdição trabalhista, o empregado deve se dirigir ao seu domicílio ou pra localidade mais próxima de onde reside. Nos termos do artigo 651, parágrafo 1º da CLT:
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. (CLT)
B) O Judiciário Trabalhista possui competência para apreciar e julgar a presente ação? É possível pleitear que o juiz arbitre o montante da postulada indenização por danos morais?
	A justiça trabalhista é competente para julgar ação de danos morais, em conformidade ao que dispõe a súmula 392 do TST e o artigo 114, VI da constituição federal. Nesse sentido:
Súmula nº 392 do TST
DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015) - Res. 200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015
Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
(...)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (CF)
No que diz respeito ao pedido, é sabido que o código de processo civil trouxe a possibilidade do estabelecimento de pedido genérico, nos termos do artigo 324, parágrafo 1º e incisos, contudo, ao se tratar de dano moral, não se pode aceitar que o valor de tal dano seja estabelecido de modo integral ao bel julgamento do magistrado, tendo em vista que grau de sofrimento decorrente de tal ato é exclusivo do autor, somente este é capaz de saber o quanto sofrera, quando gastara com tratamentos psicológicos, em casos extremos. Deixar tão importante decisão para simples convicção do juiz, neste caso um terceiro alheio aos graves danos que o autor sofrera, é tacitamente afirmar que a intensidade do sofrimento não fora tão devastadora no reclamante, como se bem dissesse: “ Qualquer quantia serve”. Portanto, não cabe estabelecer pedido genérico no dano moral. Ademais, deve-se atentar para o que dispõe o artigo 852-A, 852-B, ambos da CLT, quando aduz sobre o valor da causa que não exceder a quantia de 40 salários mínimos, o procedimento do feito se dará no rito sumaríssimo, ou seja, o processo é julgado mais rápido, beneficiando o reclamante, e corroborando a importância de se estabelecer o valor certo do dano moral sofrido. Veja-se:
 ART. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
ART. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
 I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; (...) 
1ª QUESTÃO OBJETIVA:
(FCC AJAJ TRT 23 2016) Os normativos constitucionais NÃO atribuem competência material à Justiça do Trabalho para processar e julgar
XA) as ações que apuram os crimes contra a organização do trabalho e envolvendo retenção dolosa de salários e contribuições previdenciárias. Errado, a justiça trabalhista não dispõe de competência para julgamento de ações penais. (O STF, em 01/02/2007, concedeu liminar, com efeito ex tunc, na ADIn 3.684-0, onde declarou que no âmbito da jurisdição da JT, NÃO entra competência para processar e julgar ações penais.)
B) as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Correto. Art. 114, I, CF.
C) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. Correto. Art. 114, III, CF.
D) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Correto. Art. 114, VII, CF.
E) o dissídio coletivo ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho no caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público. Correto: Art. 114 (...) § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito (CF)
2ª QUESTÃO OBJETIVA:
(FCC AJAJ TRT 20 2016) Hera participou de processo seletivo e foi contratada como música instrumentista da Orquestra do Banco Ultra S/A, no Município de
Itabaiana/SE, onde tem o seu domicílio. No contrato de trabalho foi estipulado como foro de eleição para propositura de demanda trabalhista o Município de
Aracaju/SE. O banco possui agências em todos estados do Brasil e a sua sede está localizada em Brasília/DF. Durante os oito meses em que foi empregada do Banco, Hera exerceu suas funções apenas no Município de Aracaju/SE. Caso decida ajuizar reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador, deverá propor em:
XA) Aracaju, porque foi o local da prestação dos serviços. Correto. 
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Com atenção ao o Enunciado nº 7, da 1ª jornada do direito do trabalho: ACESSO À JUSTIÇA. CLT, ART 651,§3º. INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO. ART. 5º, INC XXXV (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito); DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. Em se tratando de empregador que arregimente empregado domiciliado em outro município ou outro Estado da federação, poderá o trabalhador optar por ingressar com a reclamatória na Vara do Trabalho de seu domicílio, na do local da contratação ou na do local da prestação dos serviços. Em regra esse entendimento não é exigido nas provas objetivas de analista, de modo que, estando na dúvida, aplique a regra do caput do art. 651 da CLT. Contudo, havendo questionamento, especialmente nas provas subjetivas, deve o candidato ter conhecimento da existência dessa tese.
B) Aracaju, por ser o foro de eleição previsto em contrato de trabalho.
C) Itabaiana, porque é o foro do seu domicílio.
D) Brasília, por estar situada a sede do Banco reclamado.
E) Aracaju, Itabaiana ou Brasília, dependendo da sua própria conveniência como reclamante.

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