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CICLO 2 UTA FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL UTA A 2017 - FASE I

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DISCIPLINA: 
LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
AULA 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Renato da Costa dos Santos 
 
 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Em algum momento você deve ter se perguntado o que a logística 
empresarial representa para uma empresa. De certo modo, esta pergunta é 
simples, mas as respostas possíveis podem ser muito mais complexas. Com o 
consumo cada vez maior da população mundial e o acesso a diferentes meios 
de comunicação, a logística tem sido considerada um processo altamente 
estratégico. O fator prazo de entrega se tornou um obstáculo a ser superado 
pelas empresas que buscam se consolidar no mercado altamente competitivo. 
A logística se resume em um processo que envolve planejamento, 
implementação e controle das etapas de movimentação, transporte e estocagem 
de bens, serviços e informações, desde a sua origem até o consumo final. A 
partir daí, conceitos como gestão estratégica, eficiência e eficácia, voltam ao 
centro das discussões, reforçando o caráter essencial da logística para as 
empresas. Tenho certeza deque, ao final destes conteúdos, a sua forma de 
interação com a logística empresarial será completamente diferente! 
Vamos então a nossa primeira aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A logística teve maior destaque após a Segunda Guerra Mundial, 
passando a ser considerada como uma atividade altamente relevante. De acordo 
com Morais (2015, p. 22), quando nos referimos à logística, estamos 
considerando a série de atividades envolvidas no processo que abrange desde 
o fornecedor, que extrai ou produz matéria-prima básica do produto acabado, 
passando por todos os estágios de produção, que a transformarão em um 
produto acabado, e por todos os canais responsáveis por fazer com que este 
chegue ao cliente final. 
A logística também é composta por algumas importantes atividades como, 
os transportes; a manutenção dos estoques; o processamento de pedidos; as 
compras; as embalagens e unitizações de cargas (colocar volumes uniformes 
em unidades de carga); armazenagem; manuseio e movimentação de materiais 
 
 
 
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e a manutenção das informações. Todas estas atividades precisam ser 
administradas da melhor maneira possível, de modo que, em caso de 
negligência dos gestores em qualquer uma delas, acarretará em sérios 
problemas na entrega final do produto ao cliente. 
Em tempos de competitividade acirrada entre empresas, e disputa por 
conquistar cada vez mais clientes, o controle dos recursos logísticos passou a 
ser fundamental. Entende-se por recursos, tudo aquilo que uma empresa 
necessita para realizar as suas atividades. Neste sentido, podemos citar os 
recursos humanos, as pessoas que compõem a empresa; os recursos 
financeiros; os recursos materiais, que são divididos em diretos (farão parte do 
produto final) e os indiretos (não compõem o produto final); os recursos 
tecnológicos e os recursos intelectuais (MORAIS, 2015). 
 
Figura 01: A logística 
 
 
 
 
Fonte: Autor professor (2016). 
 
A logística se relaciona com diferentes áreas da empresa, como o 
marketing, o departamento financeiro, a produção e os recursos humanos. 
Dessa forma, o caráter estratégico da logística se torna ainda maior pelo fato de 
interagir, direta ou indiretamente, com estas áreas. 
De modo geral, a logística envolve a gestão dos estoques, o transporte e 
a distribuição, a gestão dos fornecedores e tudo aquilo que possa estar ligado à 
produção. A partir disso surge outro importante conceito a ser entendido, o da 
gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management). De acordo com 
Porter (1989), a cadeia de valor de uma empresa tem relação com outras cadeias 
de valor, neste caso, de outras empresas. Por definição, segundo Morais (2015, 
p. 29), a cadeia de valor significa o conjunto de todas as partes envolvidas 
Entrada 
 
Operação Saídas ou Outputs 
 
 
 
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(fornecedores, fabricantes, distribuidores, varejistas, clientes finais) chamados 
de elos; bem como o seu relacionamento no desenvolvimento das atividades 
funcionais e logísticas no canal pelo qual as matérias-primas são convertidas em 
produtos acabados, até a entrega ao consumidor. 
 
Figura 02: Elos da logística 
 
 
Fonte: Santos (2016) 
 
A figura acima apresenta a cadeia de suprimentos, representando o 
gerenciamento de uma rede interligada de atividades e negócios. De modo geral, 
o mais importante é a gestão dos processos que possibilitem um adequado fluxo, 
ao longo de toda a cadeia logística. De acordo com Fleury, Wanke, Figueiredo 
(2012, p. 42), a gestão da cadeia de suprimentos é uma abordagem sistêmica 
de razoável complexidade que implica alta interação entre participantes, exigindo 
a consideração simultânea de diversos trade-offs. Por trade-offs, entende-se 
uma situação conflitante que se faz necessária a tomada de uma decisão, uma 
escolha, entre um determinado bem ou serviço, por outro bem ou serviço. 
 
 
 
 
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TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA 
O correto entendimento de todos os processos envolvidos na logística 
pode proporcionar a empresa uma vantagem competitiva. Mesmo que 
temporária, pode representar ganhos significativos em termos de mercado e 
imagem, além de atender devidamente as necessidades dos clientes. Segundo 
Fleury, Wanke, Figueiredo (2012), as empresas gastam altas quantias por ano 
em logística. 
A competitividade obrigou as empresas a se estruturarem melhor no 
mercado, buscando alternativas para posicionar de forma adequada seus 
produtos e garantir uma parcela de clientes. Os desafios são grandes e a 
integração dos processos passou a ser vista como fundamental, frente às novas 
realidades na busca de superação do novo modelo de visão empresarial. 
Em nível estratégico, a logística é fundamentada no nível de serviço ao 
cliente, seguida da redução dos custos. Conseguir esta perfeita sintonia não é 
uma tarefa fácil, mesmo para aqueles gestores mais experientes e acostumados 
a grandes mudanças. O que precisa ser feito, é adotar padrões claros de 
procedimentos, reduzir ao máximo o desperdício em todas as áreas e garantir 
que a velocidade das informações seja tão rápida quanto à do processamento 
do pedido do cliente. 
Os processos de entrada, produção e saída, indicam a origem e o destino 
do fluxo de materiais, justificando a origem do termo logística. A partir disto, 
espera-se o alinhamento entre o processamento de pedidos e a área de 
produção, momento este crucial para o desenrolar das demais atividades. Os 
principais desafios da logística são os conflitos de interesse de outras áreas da 
empresa. Como exemplo, temos o marketing que, muitas vezes, necessita de 
uma disponibilidade de produtos alta no estoque, aliada com uma receita ainda 
mais alta. No caso da produção, exigem-se custos de produção mais baixos, 
com um nível de produção alto e lotes de produção grandes. Já no caso das 
finanças, buscam-se investimentos e custos baixos para empresa, estoques 
mais baixos e custos fixos cada vez menores. 
 
 
 
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TEMA 2 – PRINCÍPIOS DA HISTÓRIA DA LOGÍSTICA 
A logística tem suas origens, há muito tempo, em diferentes civilizações. 
Segundo Morais (2015), os gregos, os fenícios e mais adiante os romanos, se 
utilizaram de suas frotas de navios para cruzar os mares e realizar seu comércio 
em outras regiões. Naquela época, para superar longas distâncias, era preciso 
navegar por muitos dias, mas o interesse pela venda de escravos ou troca de 
insumos básicos era crescente. 
A maioria dos estudiosos, porém, credita que, após a Segunda Guerra 
Mundial, o conceito de logística passou aser discutido com outras propriedades. 
Assim, a logística ganhou destaque e passou a ser melhor compreendida. Por 
isso, o conceito teve suas primeiras discussões, acredita-se, no meio militar. 
Com o final da guerra e o retorno das pessoas as fábricas da época, muito do 
que foi aprendido no conflito foi sendo disseminado no interior destas empresas. 
Surge aí, com maior intensidade, o lado estratégico da logística, para o 
funcionamento das empresas, mesmo que, em um primeiro momento tenha sido 
associada somente aos processos de transporte e armazenagem (MORAIS, 
2015). Muito do conceito estratégico e logístico passou a fazer parte das 
discussões, dentro das empresas. 
De acordo com Ballou (2012, p. 29), “por volta de 1945, algumas 
empresas já haviam colocado transporte e armazenagem de produtos acabados 
sob um único gerente”. Considera ainda que as indústrias alimentícias foram as 
primeiras a adotar tal posicionamento. Somente a partir do início dos anos 50 e 
final da década de 60 é que, segundo Ballou, a prática da logística, efetivamente, 
decolou e a nova forma de agir e pensar estrategicamente foi sendo colocada 
em prática. 
Com os avanços econômicos e as mudanças no estilo de vida e 
comportamento das sociedades, a logística foi ganhando ainda mais 
notoriedade. Os processos que envolviam a estocagem, armazenagem, 
movimentação e entrega dos produtos nos locais de venda, passaram a 
demandar especialização. Segundo Ballou (2012, p. 17), “a logística é um 
 
 
 
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assunto vital, pois os clientes não residem próximo donde os bens ou os produtos 
estão localizados”. Ter acesso a bens de consumo de forma prática não é tarefa 
fácil, isto requer da empresa a mobilização de vários processos para dar conta 
de tal demanda. 
 
TEMA 3 – ATIVIDADES BÁSICAS DA LOGÍSTICA 
Quando tratamos de logística, temos que ter em mente o conjunto de 
atividades que estão envolvidas, desde o fornecedor responsável por extrair ou 
produzir uma matéria prima básica do produto acabado, os processos de 
produção e transformação e os tipos de canais de distribuição para que o produto 
chegue até o cliente final. 
Em relação as suas atividades, de acordo com a literatura, são 
representadas por: 
 transportes; 
 manutenção dos estoques; 
 processamento de pedidos; 
 compras; 
 embalagem e unitização; 
 armazenagem; 
 manuseio e movimentação de materiais; 
 manutenção de informações. (Morais, 2015). 
 
O que se espera é a inter-relação entre todas estas atividades, afim de 
que estejam de acordo com os objetivos da empresa. 
 Os transportes: são considerados os maiores responsáveis pelos 
custos logísticos. Por outro lado, são considerados umas das 
principais funções da logística. O produto certo, na hora certa e no 
local certo, é o objetivo de toda e qualquer empresa que queira ser 
reconhecida como sinônimo de qualidade no mercado em que se 
encontra inserida. 
 
 
 
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 A manutenção dos estoques: tem a função de garantir um estoque 
mínimo dos produtos, sem acumular o estoque e sem comprometer 
as entregas aos clientes finais. 
 O processamento de pedidos: consiste em receber, analisar, 
separar e expedir os itens do pedido dos clientes. Em muitos casos, 
de acordo com cada pedido, necessita-se de um determinado tempo 
para serem processados. 
 Atividade de compras: significa buscar tudo aquilo que não seja 
interessante para a empresa produzir internamente. Dessa forma, 
garantindo a empresa os recursos materiais necessários para que 
possa atender o mercado consumidor. 
 Embalagem e unitizacao: quanto às embalagens, destacamos seu 
aspecto protetor e de apelo de venda ao consumidor. Os produtos 
precisam ser estocados e movimentados. Assim, o caráter protetor 
da embalagem é importante tanto quanto seu manuseio e 
movimentação. A unitização diz respeito ao agrupamento de 
unidades de produtos para facilitar o manuseio, movimentação e, 
também, o transporte. 
 Armazenagem: consiste em organizar os estoques, garantir sua 
integridade e otimizar a utilização do espaço físico. 
 Manuseio e movimentação de materiais: significa a movimentação 
interna de pequenas quantidades de materiais a curtas distâncias, 
em depósitos, fábricas e lojas. 
 Manutenção de informações: visa garantir uma base de dados capaz 
de gerar informações importantes sobre clientes, fornecedores e 
materiais. 
 
 O mais importante é que todas estas atividades sejam devidamente 
coordenadas e que o objetivo da logística conforme explica Bowersox (1989, p. 
9), seja o de “atingir a coordenação ótima do fluxo de entrada de material, 
 
 
 
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estoque de matéria-prima, desempenho de atividades durante o processo e de 
embalagem, armazenamento e fluxo de saída do material”. 
 
Tema 4 – A logística no mundo 
Vivemos em um mundo globalizado, onde o fluxo de informações é 
constante. Com o acesso facilitado da internet, as pessoas têm contato com os 
mais diferentes produtos e serviços, nos mais variados locais do globo terrestre. 
Logo, o planejamento, a organização, o controle de todo o fluxo de mercadorias 
e informações são atividades altamente estratégicas para as empresas. De nada 
adianta uma empresa inovar seus produtos, se não consegue entregá-los na 
hora certa e no local certo, dentro do prazo estabelecido com o cliente. 
As pessoas estão cada vez mais atentas às novidades, às promoções e 
aos locais onde os produtos estão acessíveis. Coordenar as atividades de 
logística em uma empresa mais do que um conjunto de processos, é uma forma 
de se atingir uma vantagem competitiva. A logística se tornou o grande 
diferencial das empresas. Com a competitividade em alta, conquistar, manter e 
fidelizar clientes tornou-se uma tarefa árdua e contínua. 
O comércio eletrônico é uma realidade presente na vida de muitas 
pessoas, ao redor do mundo. Para comprar um produto pela internet, o 
consumidor não precisa fazer muito esforço; já a empresa terá que mobilizar toda 
uma cadeia para que o produto chegue às mãos deste consumidor, nas 
condições estabelecidas no ato da compra. Logo, prestar um bom serviço 
passou a ser a filosofia da maioria das empresas, dos mais diferentes setores. 
No caso de uma empresa se propor a disponibilizar o seu produto nos mais 
variados postos de venda, deverá estar consciente de que, a falta deste produto 
em determinados locais, acarretará em prejuízo para a sua imagem. Portanto, é 
necessário o perfeito alinhamento da estratégia logística com os interesses 
organizacionais, para satisfazer a demanda do mercado. 
 
 
 
 
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Tema 5 – A logística no Brasil 
Segundo Fleury, Frank, Figueiredo (2012, p. 19) “até meados da década 
de 90, a logística era considerada o elo perdido da modernização empresarial no 
Brasil”. A explosão da comercialização internacional, privatizações, acordos e 
tratados internacionais impulsionaram as mudanças na logística. Com a 
estabilização econômica do plano real e o aumento nas importações, a 
preocupação das empresas, em relação aos processos logísticos, ganhou 
notoriedade. 
Sabemos que ainda há muito que fazer em termos de infraestrutura, 
transportes, armazenagem, tecnologias, custos logísticos, legislação, e tantas 
outras coisas. No entanto, nossas empresas precisam estar aptas a atender as 
necessidades dos clientes, nos mais diferentes lugares, sob diferentes 
condições, valores, quantidade, qualidade etc. Nos últimos tempos, muitas 
indústrias se estabeleceram no Brasil, destacando-se as automobilísticas e os 
grandes varejistas. Com eles, vieram à necessidade de maior integração dos 
canais e suprimento, buscando reduzircustos e melhorar a qualidade da 
prestação dos serviços. 
Com uma maior exposição no cenário mundial, o Brasil tem ampliado suas 
atividades no exterior, com destaque para alimentos, minério de ferro, aço e o 
setor de cosméticos. Assim, cresce cada vez mais o número de clientes e 
também de postos de venda, fazendo com que logística, mais uma vez, seja o 
foco das atenções. 
O tempo de entrega cada vez menor, a exigência dos clientes, a pressão 
por redução de estoques, vem contribuindo para o aperfeiçoamento dos serviços 
logísticos. As mudanças nos hábitos de compra do consumidor, a internet, o 
comércio eletrônico (e-commerce), trouxeram um novo padrão de clientes e 
consumidores, ou seja, cada vez mais acostumados com qualidade e compras 
mais frequentes. 
 
 
 
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Diante desse contexto de mudança e competitividade acirrada entre as 
empresas, a logística ganhou um status estratégico, capaz de gerar vantagem 
competitiva se levada a sério. Aliando a gestão, com a eficiência nos processos, 
e a utilização de tecnologias, torna uma combinação eficiente para lidar com a 
complexidade das exigências do mercado. 
 
Texto de leitura
 
Para complementar seu 
entendimento, leia o capítulo 1 (p. 
20-25) do livro de Morais (2015), que 
caracteriza as principais atividades 
logísticas existentes; os estudos 
sobre a logística no mundo, origens 
e histórias, e a logística no Brasil. 
 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Vamos ampliar nossas discussões a partir de agora. Faça contato com 
seus amigos no fórum. Pense que uma empresa do setor de alimentos pretende 
aumentar o número de clientes por meio de mais promoções e divulgações 
semanais do seu produto nos meios de comunicação. Além disso, pretende criar 
um sistema de fidelização de clientes, para que tenham acesso as principais 
promoções da empresa. Discuta com seus amigos quais ações de melhoria 
podem ser feitas na cadeia de suprimentos desta empresa, identificando pelo 
menos duas atividades funcionais e logísticas no canal de distribuição. 
 
NA PRÁTICA 
O empreendedor André Carvalho, de 39 anos, não vende nada pela 
internet. Nem por isso ele deixou de se beneficiar com a expansão do comércio 
eletrônico no país. Sua empresa, a CNTLog, de Barueri, na Grande São Paulo, 
prevê faturar 2 milhões de reais, neste ano, cuidando da logística de 15 lojas 
virtuais. “Com os contratos já fechados, vamos faturar cinco vezes mais do que 
em 2012”, diz ele. 
O que a CNTLog faz é assumir a responsabilidade sobre uma atividade 
essencial para as empresas de comércio eletrônico — armazenar os produtos, 
despachá-los e assegurar a sua entrega aos consumidores sem avarias ou 
atrasos. A demanda, por este tipo de serviço, vem crescendo à medida que mais 
brasileiros fazem compras pela internet. 
Carvalho teve a ideia de abrir a CNTLog há três anos. Na época, ele soube 
que um amigo, dono de um site de comércio eletrônico, estava em apuros. 
"Não havia muitas empresas especializadas em entregar pequenos 
volumes", diz. "As existentes tinham custos altos demais para uma pequena loja 
virtual”, acrescenta. 
 
 
 
 
 
 
 
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a. Tomando como base a análise do texto, vemos que a empresa CNTLog, 
de Barueri atua gerenciando os estoques das lojas virtuais. Identifique e 
descreva os processos logísticos envolvidos na operação realizada pela 
empresa CNTLog. 
 
b. Em que medida os erros de previsão de demanda por parte das lojas pode 
afetar o planejamento das operações da CNTLog? Cite dois exemplos. 
 
SÍNTESE 
Neste primeiro contato com os conceitos de logística empresarial, 
apresentamos conceitos importantes para o entendimento do tema e a aplicação 
prática nas organizações, evidenciando o caráter estratégico e fundamental para 
o alcance dos objetivos empresariais. 
Diante disso, alguns pontos de reflexão devem ser levados em 
consideração sobre a logística empresarial: 
a) A logística precisa ser entendida e gerenciada de forma integrada. 
b) As empresas precisam fazer esforço para garantir a integração da 
cadeia de suprimentos, passando pelos fornecedores, fabricantes, 
distribuidores, varejistas e clientes finais. 
c) Os conceitos da logística empresarial precisam ser tratados 
estrategicamente. 
d) Os principais objetivos logísticos devem ir de encontro com a 
estratégia da empresa. 
e) Compete aos gestores reunirem todos os esforços para o alcance dos 
resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de 
materiais e distribuição física. 1. ed. – 26. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012. 
BOWERSOX, D. J. Leading Edge Logistics: a competitive positioning 
for the 1990’s-comprehensive research on logistics organization strategy 
and behavior in North America. Oak Brook: cln, 1989. 
FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (organização). 
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. 1 ed. 15. reimpr. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
MORAIS, R. R. Logística empresarial. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
SANTOS, Glauber. Capítulo 2: Logística e Cadeia de Suprimentos. 
Disponível em: <http://docplayer.com.br/4363220-Capitulo-2-logistica-e-cadeia-
de-suprimentos.html>. Acesso em 01 dez. 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
AULA 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Renato da Costa dos Santos 
 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Agora você deve estar se perguntando, o que são e como se constituem 
os fluxos de operação logística? Num primeiro momento, parece um tanto 
estranho pensar num fluxo contínuo de coisas acontecendo e que, certamente, 
irão terminar com o produto nas mãos dos clientes finais. Para tanto, na 
qualidade de gestores, precisamos estar muito atentos em todas as etapas do 
processo, que vai desde o fornecimento de uma matéria-prima qualquer, 
passando pela produção, venda, até a fase de distribuição final (Porter, 1985). 
A agregação de valor ao longo da cadeia de suprimentos também é parte 
do trabalho de gestão estratégica da empresa. O acesso facilitado a produtos e 
serviços, dos mais variados, tornou o mercado consumidor muito disputado. As 
pessoas podem montar seu próprio produto pela internet, escolher cores, 
formas, tamanhos e quantidades, sem sair de casa. Isso faz com que um 
pequeno detalhe pode significar o fechamento ou não de uma venda. 
As lojas se especializaram tanto no atendimento, quanto na 
disponibilidade dos produtos, como mais e maiores postos de vendas, lojas de 
especialidade, grandes varejistas etc. A qualidade dos produtos e serviços 
passou a ser mais do que uma obrigação e conhecer o ambiente externo à 
empresa, suas ameaças e oportunidades considerada como uma ação diária a 
ser executada. “Atualmente, a logística passou a ser reconhecida como uma 
área estratégica para agregar valor aos produtos e serviços” (Ballou, 2001, p. 
20). Então, as empresas devem fazer o máximo de esforços para reduzir custos, 
desperdícios e aumentar a sua competitividade. 
Vamos então a nossa primeira aula! 
CONTEXTUALIZANDO 
Os processos-chave da área de suprimentos, de acordo com Fleury, 
Wanke, Figueiredo (2012), são: 
1. relacionamento com os clientes; 
2. serviços aos clientes; 
3. administração da demanda; 
4. atendimento de pedidos; 
5. administração do fluxo de produção; 
6. compras/suprimento; 
7. desenvolvimento de novos produtos. 
 
 
 
3 
Por meio da coordenação destes processos é possível atingir um índice 
satisfatório de competitividade e lucratividade. 
As empresas geram expectativasno mercado que são traduzidas nos 
seus produtos ou serviços. Os consumidores estão envolvidos com um 
“bombardeio” de promoções, publicidade favorável, oportunidades das mais 
diferentes, e migram, rapidamente, de produto de acordo com sua conveniência. 
O desafio maior das empresas é dar conta desta transição, oferecendo o produto 
certo na hora certa e garantindo que seu público-alvo permaneça fiel a sua 
marca. 
Por meio do conhecimento das necessidades dos clientes, das novas 
tendências, cores, forma, embalagens, entre outras coisas, é possível realizar 
corretamente os procedimentos de manuseio, armazenagem e transporte de 
produtos. O caráter estratégico da logística se dá por meio da gestão de todos 
os processos envolvidos, da adequada interpretação das necessidades 
mercadológicas e da cooperação dos participantes da cadeia de suprimentos. 
É lógico que cada processo, individualmente, tem sua relevância. Porém, 
somente se analisados conjuntamente tornam-se vitais para o alcance dos 
resultados. Com a evolução das tecnologias de informação, as distâncias foram 
reduzidas, sendo possível navegar pela internet, em um site de empresa, 
customizando o seu produto em poucas horas. A combinação dos processos 
aliada à visão estratégica da gestão da empresa é capaz de fazer frente a 
concorrência, logo, a eficiência ao longo de todo o elo da cadeia se torna 
essencial. 
TEMA 1 – ESTRUTURA DOS ELEMENTOS BÁSICOS DE UMA CADEIA 
LOGÍSTICA 
A literatura sobre o tema nos ensina que uma cadeia de suprimentos 
ocorre do momento em que o cliente faz um pedido, passando pelo processo de 
produção, armazenagem, movimentação e distribuição do produto e finalizando 
com a entrega ao consumidor final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 01: Elementos conceituais da logística 
 
Fonte: Adaptação de Novaes (2001, p. 36) 
 
A figura acima representa os elementos básicos da logística, os 
chamados elementos conceituais. A logística precisa integrar seu fluxo de 
informações e materiais, que se inicia desde o planejamento e desenvolvimento 
do produto até a entrega ao consumidor final. O mais importante é a visão 
sistêmica de toda a cadeia, suas características, inter-relações e agrupamentos. 
Quando falamos em cadeia logística, logo nos lembramos do conceito em 
inglês de Supply Chain Management (SCM) ou Gestão da cadeia de 
suprimentos. Mas, primeiro, de acordo com Fleury, Wanke, Figueiredo (2012), é 
preciso entender melhor o que significa este canal de distribuição na logística. 
“Os canais de distribuição são unidades organizacionais, instituições e agentes, 
internos e externos, que executam as funções que dão apoio ao marketing de 
produtos e serviços de determinada empresa. ” (Fleury, Wanke, Figueiredo 
(2012, p. 40). 
Os canais de distribuição são definidos, de modo geral, pelo 
comportamento de compra do consumidor. As características do consumidor e 
suas decisões em relação a compra acabam por determinar a estrutura dos 
canais. Os canais de distribuição possuem alguns intermediários que podem 
trazer mais eficiência e eficácia na distribuição física dos produtos: varejistas, 
atacadistas, distribuidores e agentes-corretores. 
No caso dos varejistas, são aqueles que tem contato direto com o 
cliente/consumidor no ponto de venda. São a principal referência em termos de 
reclamações e barganha de preços. Os atacadistas vendem em grande 
quantidade e adquirem produtos dos varejistas. Os distribuidores atuam como 
 
 
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vendedores, armazenadores e, ainda, fornecem assistência técnica aos 
compradores. Por fim, os agentes e corretores, pessoas jurídicas que atuam 
como vendedores contratados para vender produtos de empresas. 
É importante o estudo dos canais de distribuição porque interferem, 
diretamente, no tempo de entrega dos produtos aos clientes. Por isso, a empresa 
deve realizar um planejamento adequado de escolha de seu canal de distribuição 
como forma de atender prontamente seu público-alvo. 
Em resumo, a gestão da cadeia de suprimentos de acordo com (Fleury, 
Wanke, Figueiredo (2012): 
 
Representa o esforço de integração dos diversos participantes do canal 
de distribuição por meio da administração compartilhada de processos-
chave de negócios que interligam as diversas unidades 
organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final até o 
fornecedor inicial de matérias-primas. (FLEURY, WANKE, 
FIGUEIREDO, 2012, p. 42) 
 
 
TEMA 2 – A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS 
O mercado exige respostas rápidas e eficientes para dar conta do 
ambiente dinâmico em que se encontram. Dos gestores das empresas se exige 
habilidade para lidar com as diferentes situações e capacidade para propor 
soluções criativas, com objetivo de atingir uma posição competitiva. 
A integração das atividades é o caminho mais curto para a manutenção 
das operações das empresas e, por consequência, a sua sobrevivência no 
mercado que compete. Abaixo, um modelo de integração logística proposto por 
Bowersox e Closs (1996). As parcerias, o uso de tecnologias de informação, a 
padronização dos processos e a gestão dos conflitos, ao longo da cadeia, é o 
que vai trazer resultados satisfatórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 02: Fluxos de materiais 
 
 
Fonte: BOWERSOX, D. J. & CLOSS, D. J. 1996, p. 101. 
 
Com o objetivo de melhorar o desempenho da empresa, a logística e a 
produção são responsáveis por atingir os objetivos por meio de sua inter-relação, 
pois estão envolvidas diretamente com os fluxos de entrada e, também, de 
suprimentos. Para o sucesso da integração, é necessária a disposição dos 
parceiros da cadeia, coordenação das informações, sincronismo e 
gerenciamento das mudanças. A horizontalização dos processos e a visão 
sistêmica dos gestores pode ser uma solução viável para minimizar os impactos 
da falta de gerenciamento logístico. Quanto mais estreita for a relação entre a 
logística e a produção, maiores serão as chances de atingir altos níveis de 
agregação de valor e satisfação dos clientes. 
É por meio da integração interna dos departamentos e setores da 
empresa, alinhada com os objetivos traçados, somado com a integração entre 
os fornecedores e clientes, é que se pode ser eficiente e eficaz. Esta relação 
entre fornecedores de suprimentos de um lado e produção da empresa de outro, 
combinada com a distribuição física da empresa para com os consumidores, 
precisa ser ordenada. Aqui, cabe uma consideração ao profissional da logística, 
cuja responsabilidade aumenta a cada dia diante dos desafios propostos pelas 
mudanças ambientais. Colocar em prática tudo isto requer muito empenho e 
dedicação, perfil exigido para quem atua nesta área e pretende desenvolver sua 
carreira. 
 
 
 
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TEMA 3 – FLUXOS DE MATERIAIS E INFORMAÇÕES 
O fluxo de materiais e informações corresponde a perfeita integração 
entre a disponibilidade de um produto qualquer no estoque e sua exata posição. 
Fazem parte dos fluxos logísticos que são complementados pelos fluxos 
financeiros e pela logística reversa. De nada adianta despachar uma carga para 
um cliente se não sabemos exatamente onde ela se encontra, o local, a 
quantidade, a hora etc. É necessário uma sintonia perfeita entre o fluxo de 
informações dos processos logísticos e as atividades operacionais, pois isso 
envolve custos. 
O fluxo de materiais diz respeito a essência do conceito da logística, ou 
seja, entregar o produto certo, na hora e local certo e na quantidade certa. Os 
clientes estão cada vez mais exigentes e a qualidade não é mais uma questão 
de obrigação, mas sim, de sobrevivência no mercado competitivo.Alguns 
exemplos de fluxos de materiais são: as matérias-primas, os produtos 
semiacabados, ferramentas e máquinas entre outros. Segundo Ballou (2001), 
executar uma boa gestão de materiais significa coordenar os suprimentos de 
acordo com a produção, fazendo com que as atividades chamadas de primárias 
da logística, como os transportes, a manutenção dos estoques e os 
processamentos de pedidos, atinjam os objetivos logísticos. 
Autores como Ballou (2001) e Bowersox e Closs (2001) consideram o 
fluxo de informações como sendo uma das atividades-chave da cadeia de 
suprimentos na busca de agregação de valor. De modo geral, percorrem um 
caminho inverso dos materiais e são responsáveis pela tomada de decisão 
estratégica. Daí a importância do uso da aquisição e do uso de tecnologias de 
informação para a melhor execução dos processos logísticos. 
Para que se obtenha melhores resultados nos fluxos logísticos da cadeia, 
é importante salientar o sincronismo exigido entre compras e vendas que, em 
caso de divergências, pode causar falta de flexibilidade da empresa para 
mudanças no mercado em que compete. A visão tradicional da gestão dos fluxos 
de materiais e de informação dentro da empresa já não é mais aceita, pois a 
responsabilidade passou a ser compartilhada. A logística, por meio de sua 
agregação de valor ao cliente, se propõe a reduzir os custos, contribuindo 
diretamente com o desempenho financeira da empresa. 
 
 
 
8 
TEMA 4 – FLUXOS FINANCEIROS E REVERSOS 
Os fluxos financeiros dizem respeito a gestão financeira, buscando 
redução dos custos e aumento na agregação de valor do produto ao longo da 
cadeia. Quando o consumidor realiza o pagamento de um determinado produto 
é que a cadeia logística vai sendo paga. Muitas vezes, altos investimentos em 
equipamentos, armazenagem, estocagem e tecnologia de informação podem ser 
considerados desnecessários para o atingimento de um mesmo resultado. 
Assim, considerar o fluxo financeiro para a empresa, torna-se crucial, pois cada 
etapa do processo fica com uma parte do dinheiro, chegando novamente até o 
fornecedor da matéria-prima. 
A visão sistêmica do gestor em perfeita adequação com os objetivos 
estratégicos da empresa, permite eliminação de desperdícios em várias áreas 
bem como ganhos em performance. Nesse sentido, a logística passa a ser vista 
sob o prisma da administração financeira, onde qualquer ação que possa reduzir 
custos, visa atingir uma posição competitiva sustentável. 
Os fluxos reversos dizem respeito a reciclagem, reuso, coletas, ou ainda, 
desmanche industrial, ou seja, do local de consumo até o local de origem do 
produto. Em tempos de discussões sobre o aquecimento global, sustentabilidade 
e responsabilidade social, este tema vem ganhando cada vez mais destaque. 
Para as empresas, é uma questão de imagem perante o mercado e os 
consumidores, fazendo com que o gerenciamento da logística reversa se 
tornasse uma dor de cabeça a mais para os gestores. Aliado a questões de 
ordem ambiental, como legislação e tratados internacionais, a pressão por 
índices de redução de poluição e emissão de gases na atmosfera, a logística 
reversa ganhou status de estratégia. 
 
TEMA 5 – VISÃO DOS PROCESSOS ATRAVÉS DOS FLUXOS 
Diante deste contexto, de mudança e competitividade acirrada entre as 
empresas, a logística ganhou um status estratégico, capaz de gerar vantagem 
competitiva se levada a sério. Aliando a gestão, com a eficiência nos processos 
e a utilização de tecnologias, torna uma combinação eficiente para lidar com a 
complexidade das exigências do mercado. 
O gestor precisa ter visão sistêmica para que possa propor soluções 
adequadas e traçar a melhor estratégia frente a cada situação. Mapear os 
processos ao longo da cadeia, identificando os erros e defeitos, e tomando as 
 
 
9 
medidas corretivas na hora certa, vão ajudar na construção do aprendizado 
organizacional. A adoção de boas práticas, por parte dos participantes do elo da 
cadeia, na busca do controle de fluxo eficiente e eficaz, é a melhor alternativa 
para resultados satisfatórios. 
Atender às necessidades e expectativas dos integrantes da cadeia é um 
objetivo a ser perseguido pela empresa, bem como, otimizar os investimentos 
em estoques. Além disso, é preciso realizar a avaliação constante do 
desempenho dos participantes da cadeia, da própria empresa, e rever, se 
necessário, o planejamento em seus diferentes níveis dentro da empresa. Não 
pode esquecer da importância, também, de identificar e adquirir a melhor 
tecnologia disponível no mercado, para tornar ágeis os processos e garantir 
padronização e velocidade em toda a cadeia. Com base nestes conceitos, 
espera-se atingir melhores resultados, mesmo diante das mais variadas 
dificuldades encontradas no ambiente externo, que, em muitos casos, obriga as 
empresas a tomarem decisões imediatas, com pouco tempo para planejamento. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Agora vamos refletir um pouco sobre a preocupação com a 
sustentabilidade empresarial? Discuta com seus colegas quais são as principais 
ações tomadas pelas empresas com o objetivo de reduzir o desperdício e 
garantir, às futuras gerações, menores impactos ao meio ambiente. Destaque 
quais são as ações mais comuns feitas pelas empresas e se elas estão, ou não, 
surtindo efeito! 
 
NA PRÁTICA 
Acesse o artigo “Fluxo Logístico: do Recebimento à Expedição no 
Processo de Ampliação de uma Empresa do Segmento de Reciclagem”, leia o 
estudo de caso proposto lá e responda as perguntas abaixo: 
Artigo disponível em: 
http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/23320196.pdf 
 
a) Proponha 3 alternativas para que a empresa possa continuar as suas 
atividades sem problemas para localizar suas mercadorias. 
b) No caso proposto, além de toda a dificuldade logística, o contraste com 
a vida familiar ajuda a complicar a evolução do negócio, tendo em vista 
 
 
10 
que existem várias atividades domésticas que disputam espaço com 
os locais de armazenagem dos materiais. Proponha um novo fluxo de 
sistema produtivo. 
 
SÍNTESE 
Neste primeiro contato com os conceitos de fluxos logísticos, 
apresentamos conceitos importantes para o entendimento do tema e a aplicação 
prática nas organizações, evidenciando o caráter estratégico e fundamental para 
o alcance dos objetivos empresariais. 
Diante disso, alguns pontos de reflexão devem ser levados em 
consideração sobre os fluxos logísticos: 
a) Sem informações suficientes não é possível tomar decisões sobre 
quanto, como e quando produzir. 
b) A integração dos fluxos de materiais e informações é necessária para 
dar respostas imediatas às necessidades do mercado. 
c) Os fluxos logísticos sofrem interferência direta do ambiente externo. 
d) Os fluxos logísticos nada mais são do que procedimentos sequenciais 
necessários ao alcance dos resultados. 
e) Compete aos gestores das empresas determinarem a melhor 
estratégia a ser utilizada de acordo com seu segmento ou setor e 
demanda. 
 
REFERÊNCIAS 
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: 
planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2001. 
 
BOWERSOX, D. J. Leading Edge Logistics: a competitive positioning 
for the 1990’s-comprehensive research on logistics organization strategy 
and behavior in North America. Oak Brook: cln, 1989 
FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (organização). 
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. 1 ed. 15. reimpr. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
 
 
11 
MORAIS, R. R. Logística empresarial. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia desuprimentos: estratégia, operação e avaliação. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
AULA 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Renato da Costa dos Santos 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Você deve estar curioso em saber como as empresas decidem sobre 
como adquirir ou não seus estoques, as principais resoluções a serem tomadas 
e quando e quanto comprar. O principal desafio das empresas é quanto e quando 
comprar seus produtos, afim de não gerar estoques desnecessários e 
comprometer seu orçamento. 
Atingir o equilíbrio na gestão e controle dos estoques é o que faz a 
diferença nas empresas, pois com a grande quantidade atuando nos mesmos 
setores e as exigências dos consumidores tornam dinâmico este processo. 
Decidir quanto e quando adquirir mais materiais está associado com o processo 
e como estocar. Portanto, o controle dos níveis de estoques passa ser, 
efetivamente, a ser estratégico para os gestores. 
Tenho certeza que você já deve ter se perguntado o motivo pelo qual as 
empresas mantêm estoques. A resposta é bastante simples: os ritmos de 
fornecimento e da demanda nem sempre andam juntos. Ocorrem diferenças 
entre fornecimento e demanda de uso e, também, na comercialização dos 
produtos. 
Vamos então a nossa primeira aula! 
CONTEXTUALIZANDO 
Na logística, os estoques respondem por uma parte bastante expressiva 
nos custos das empresas (BALLOU, 1993; BOWERSOX; CLOSS, 2001). A área 
de compras da empresa desempenha um papel fundamental na logística 
empresarial, pois é responsável por adquirir, no mercado fornecedor, os 
materiais e os serviços que a empresa não consegue ou não se interessa em 
produzir internamente (MORAIS, 2015). 
Adquirir na quantidade adequada, na hora certa, com qualidade e a custos 
reduzidos, faz parte da estratégia da empresa. Minimizar os custos é um desafio 
cada vez maior, então os gestores precisam tomar decisões acertadas para dar 
continuidade aos processos produtivos da empresa. Os gestores precisam 
decidir quanto pedir, quando pedir e como monitorar o sistema de planejamento 
e controle de estoques. 
No processo de compras, de acordo com Morais (2015), existem duas 
dimensões de qualidade em compras: 
1. qualidade de especificação 
2. qualidade de conformidade 
 
 
3 
 
A primeira diz respeito a clareza de informações sobre os materiais ou 
serviços desejados. Já a segunda trata das corretas especificações do material 
a ser fornecido. 
Outra questão importante a ser levada em conta, em relação ao processo 
de compras, é a quantidade de material adquirido. Esta quantidade deve ser 
suficiente para atender às demandas da empresa. Porém, sem gerar estoques 
desnecessários. Um dos critérios utilizados é o lote econômico de compras, o 
MRP, just in time (produção puxada x produção empurrada), entre outros. 
 
 
TEMA 1 – DEFINIÇÃO DO PROCESSO DE COMPRAS 
A literatura sobre o tema trata o processo de compras como fundamental 
para a correta gestão do planejamento e controle de estoques. Segundo Morais 
(2015, p. 224), “o fluxo no processo de compras obedece a uma lógica: emissão 
de requisição; realização de uma cotação; análise das cotações; negociação e 
emissão do pedido de compra”. 
A gestão de estoques tem sua responsabilidade compartilhada entre os 
gestores financeiros, gestores comerciais e os gestores fabris. Os primeiros 
buscam, constantemente, reduzir os recursos financeiros, enquanto os gestores 
comerciais tentam equilibrar a eficiência logística da empresa com o atendimento 
das necessidades dos clientes. Do ponto de vista da produção, buscam evitar a 
falta de matérias-primas para a linha de produção. 
Algumas atividades são características do setor de compras que não se 
resumem apenas na aquisição de produtos ou serviços. Destacam-se a pesquisa 
de mercado, o estudo dos materiais, a análise de custos, novas fontes de 
fornecimento, a inspeção nas instalações dos fornecedores, o desenvolvimento 
de fornecedores, conferência de requisições, entrevista de vendedores, 
negociação de contratos e acompanhamento do recebimento de materiais 
(MORAIS, 2015, p. 224-225). 
De acordo com Ballou (2004), os itens adquiridos pelas empresas 
impactam no valor de venda dos produtos. Assim, qualquer ganho na etapa de 
compras representa ganhos significativos no processo. O fluxo de informações 
é muito importante para se atingir resultados satisfatórios nas compras. Muitas 
vezes, negligenciar este processo pode acarretar em prejuízos consideráveis 
 
 
4 
para a empresa. Um bom relacionamento com os fornecedores pode gerar boas 
negociações de preços e prazos de pagamentos. 
O departamento de compras também interage com outras áreas da 
empresa como por exemplo, a produção, engenharia, planejamento e controle 
da produção (PCP), o departamento financeiro e a contabilidade. Quanto maior 
for a integração entre estas áreas da empresa, melhor para o alcance dos 
objetivos estratégicos. Logo, os gestores necessitam gerir com eficiência seus 
processos internos afim de estabelecer um padrão que traga bons resultados. 
 
TEMA 2 – CICLO DE COMPRAS 
O mercado exige respostas rápidas e eficientes para dar conta do 
ambiente dinâmico em que se encontram. Dos gestores das empresas se exige 
habilidade para lidar com as diferentes situações e capacidade para propor 
soluções criativas com objetivo de atingir uma posição competitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01: funções do gestor no ciclo de compras 
 
Fonte: Wikipedia, 2016 
 
 
5 
 
As principais decisões que envolvem o setor de compras dizem respeito 
a: o que comprar, quanto e quando comprar, onde comprar e como comprar. 
Aspectos como qualidade, prazo, entrega, frete, preços e assistência técnica são 
discutidos no ciclo de compras, para que se possa atender, eficientemente, as 
necessidades dos clientes. 
O ciclo de compras na logística objetiva é fundamental para a eficiência 
da aquisição dos materiais necessários para empresa e, ao mesmo tempo, para 
focalizar no volume de recursos financeiros. O desafio maior é equilibrar este 
processo de comprar e estocar, primando pela redução de custos, mas ao 
mesmo tempo atendendo prontamente a demanda. Negociar com os 
fornecedores é outra questão importante, pois os prazos e formas de pagamento 
precisam ser bem definidos dentro da estratégia de compras. 
De acordo com Ballou (2012), quando ocorre uma ordem de compra, ele 
é despachado para o fornecedor, gerando os chamados custos de compras, 
devido ao processamento de pedido e a sua preparação. O caráter, antes 
rotineiro do setor de compras, agora passou a ser estratégico. Manter um 
estoque alto para garantir a produção da empresa e não interromper seu 
processo de fabricação, pode representar, por outro lado, custos mais altos 
ainda, pois estes estoques precisam ser controlados constantemente. 
 
TEMA 3 – FATORES QUE INFLUENCIAM A ESCOLHA DO FORNECEDOR 
A escolha adequada dos fornecedores de uma empresa é fundamental 
para a garantia de eficiência da cadeia logística. O resultado desta escolha vai 
garantir um bom nível de serviço, portanto, a empresa deve ser criteriosa na 
escolha de seus fornecedores. O relacionamento com os fornecedores é 
essencial para o alcance dos objetivos da empresa, e deve fazer parte da 
estratégia da empresa estabelecer bons relacionamentos com os seus 
fornecedores. 
Outra questão importante para o sucesso do relacionamento com o 
fornecedor é estar atento a logística deles, seus prazos de entrega, seus pontos 
fortes e fracos.Pesquisas com outros clientes é o primeiro passo para contratar 
um bom fornecedor. Conhecer o preço praticado pelo fornecedor, sua estrutura, 
assistência técnica, qualidade no fornecimento e capital humano também são 
importantes para a decisão de negociar com este ou aquele fornecedor. Cabe a 
 
 
6 
empresa estabelecer alguns critérios para a escolha do fornecedor e, por meio 
destes, realizar as melhores parcerias para o setor. Por parte de quem fornece, 
é fundamental deter tecnologia de ponta para prontamente atender as 
solicitações e garantir a qualidade dos serviços prestados 
De acordo com Bertaglia (2009), o processo de seleção de fornecedores 
não é nada simples, pois depende muito das características do item a ser 
adquirido por outras empresas. As exigências podem, ou não, ser maiores em 
decorrência desta variedade de produtos, o que denota a complexidade de se 
efetuar uma compra. Bertaglia (2009) também considera que existem três 
características básicas que norteiam a escolha de um determinado fornecedor, 
o preço, a qualidade e o serviço. Isto levanta, ainda, a seguinte questão: comprar 
ou produzir um material? Tamanha a complexidade faz com que alguns pontos 
devam ser analisados (BERTAGLIA, 2009): 
1. desempenho em qualidade, preço e serviço; 
2. flexibilidade; 
3. carteira de clientes; 
4. proatividade e cooperação; 
5. investimentos; 
6. capacidade instalada; 
7. localização geográfica; 
8. solidez financeira; 
9. histórico. 
 
Sendo assim, as empresas buscam um parceiro que atenda não somente 
aos seus interesses, mas que possa construir junto uma vantagem competitiva 
que faça frente aos demais concorrentes. É importante que as áreas de 
planejamento de materiais tenham contato direto com os seus fornecedores para 
que recebam informações sobre os planos (BERTAGLIA, 2009). 
 
TEMA 4 – O PAPEL DOS ESTOQUES NAS EMPRESAS 
As empresas não conseguem sincronizar, exatamente, a oferta e 
demanda pelos seus produtos. Caso isso acontecesse, a gestão de estoques 
seria desnecessária. Como isso dificilmente vai acontecer, é necessário 
acumular uma quantidade de estoques de um determinado produto afim de 
atender a demanda futura e garantir a disponibilidade das mercadorias. 
 
 
7 
De acordo com Ballou (2012, p. 205) “os estoques auxiliam a função do 
marketing a vender os produtos da empresa. Estes podem ser localizados mais 
próximos aos pontos de venda e com quantidades mais adequadas”. O que os 
clientes e consumidores mais querem é que os produtos estejam disponíveis nos 
mais variados locais de venda. Isto exige uma logística integrada, por parte das 
empresas, para garantir os tempos de ressuprimento pequenos. 
Os objetivos dos estoques são prevenir as incertezas, lidar com flutuações 
da oferta e/ou da demanda, cobrir restrições produtivas, logísticas, econômicas 
etc., e prever sazonalidades (MORAIS, 2015, p. 164). Por outro lado, este 
mesmo autor explica que podem existir conflitos entre áreas da empresa. De um 
lado, o departamento de compras pode estar fazendo esforços em adquirir 
materiais a um preço baixo e, do outro, o departamento financeiro pode estar 
pensando que este esforço poderia ser feito em aplicações financeiras. 
Enquanto o departamento de produção pensa em minimizar os riscos de falta de 
materiais, o departamento financeiro pode estar pensando no risco de se 
acumular estoques e com isso aumentar os custos com a armazenagem 
(MORAIS, 2015). 
As empresas precisam encontrar o equilíbrio entre manter e gerenciar os 
seus estoques. Ter estoque não significa prejuízo, pelo contrário, a má gestão 
dos estoques é que causa prejuízos. A manutenção dos estoques pode melhorar 
o nível de serviço ao cliente, disponibilizando, de imediato, os produtos e 
atendendo prontamente a demanda. Permite que a produção não paralise, 
mantendo sempre abastecida a linha produtiva. A quantidade de materiais 
adquiridos também pode influenciar no pagamento, nos descontos etc. 
Armazenar produtos adquiridos a um preço baixo, pode render bons 
investimentos quando o mercado aquecer. Os estoques também podem suprir 
uma incerteza quanto a uma eventual falha de fornecedores, greves ou 
desastres naturais por exemplo (MORAIS, 2015). 
 
TEMA 5 – GESTÃO DE ESTOQUES 
Com base nestes conceitos, espera-se atingir melhores resultados, 
mesmo diante das mais variadas dificuldades encontradas no ambiente externo, 
que em muitos casos, obrigada as empresas a tomarem decisões imediatas, com 
pouco tempo para planejamento. 
 
 
8 
Gerenciar os estoques requer enfrentar um dos maiores desafios 
possíveis na logística, a natureza de sua demanda. De acordo com a literatura, 
a demanda pode ser permanente, sazonal, irregular, em declínio e variada 
(BALLOU, 2012, MORAIS, 2015). A demanda permanente está relacionada com 
os produtos que tem ciclo de vida muito longo e um longo período de 
comercialização, são produtos de consumo normal ao longo do tempo. A 
demanda sazonal diz respeito a produtos com ciclos de vida mais curtos, como, 
por exemplo, produtos para o Natal, a venda de sorvetes no verão, que é muito 
maior do que em outras estações do ano, ou ainda, roupas da moda que 
obedecem a uma tendência. 
A demanda irregular trata de produtos que apresentam picos alternados, 
como, por exemplo, veículos de pequeno, médio e grande porte. A alternância 
nas suas vendas devido à variedade e possibilidade de veículos diferenciados, 
demandados pelo ambiente externo, traz uma dificuldade ainda maior para os 
gestores das empresas. Em um dado momento, o ciclo de vida de um produto 
chega ao seu fim, e a partir disso, surge a necessidade de fazer a gestão da 
demanda em declínio. Mesmo que gradualmente, e de forma prevista em alguns 
casos, o desafio maior é o de planejar os períodos que os materiais devem ser 
estocados (BALLOU, 2012). 
Em relação a demanda derivada, significa que é possível prever a 
demanda de determinado produto com base em outros. No caso da indústria 
automobilísticas, por exemplo, a previsão de vendas dos automóveis permite 
calcular a demanda por peças e componentes. Vale ressaltar que em um dado 
momento, as empresas poderão passar por mais de um tipo de demanda. 
Assim, compete aos gestores estarem focados e preparados para tomar 
decisões em cada momento. 
 
NA PRÁTICA 
 
Estudo de caso: 
 Leia o texto “Magazine Luiza – Integração de Fornecedores” e respondas 
as questões. Disponível em: 
http://www.portalsupplychain.com.br/pdf/cases/Case%20CPFR%20(3).pdf 
 
 
 
 
9 
a) A Magazine Luiza apresentou alguns problemas em seus processos 
logísticos. Cite e explique cada um deles. 
b) Tomando como base a análise do texto, vemos que a empresa Magazine 
Luiza optou por um modelo dividido em quatro processos de 
planejamento. Analise se estes processos são suficientes para identificar 
a demanda real dos produtos. 
 
SÍNTESE 
Neste primeiro contato com os conceitos sobre estoques, sua importância, 
gestão, pontos positivos e negativos, você já pode se considerar apto a discutir 
as principais ações estratégicas a serem adotadas na sua empresa sobre este 
tema. Agora, você já poderá propor ações que visem a otimização dos processos 
para atingir melhores resultados. Lembre-se que é praticamente impossível 
prever a demanda do mercado, pois envolve questões de marketing, escolha de 
canais de distribuição, questões econômicas etc. 
Finalmente, podemos compreender que com estes conceitos 
apresentados é possível elaborar um planejamento que contemple as principais 
ações necessárias para prevenir os problemas de administração de estoques. 
As empresas quedependem da produção não conseguem sobreviver sem um 
sistema eficiente de gerenciamento de estoques. 
A gestão dos estoques também pode causar conflitos dentre os 
departamentos e setores, pois cada um enxerga de uma forma diferente os 
pontos positivos e negativos que envolvem esta gestão. Quando uma empresa 
possui um estoque muito elevado pode ser um sinal de problemas de produção, 
ou quando o estoque está alto e o dinheiro está baixo, pode ser sinal de sérios 
problemas. 
 
 
 
10 
REFERÊNCIAS 
 
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: 
planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2013. 
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, 
administração de materiais e distribuição física. 1. ed. 26. reimpr. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de 
abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
BOWERSOX, D. J. Leading Edge Logistics: a competitive positioning 
for the 1990’s-comprehensive research on logistics organization strategy 
and behavior in North America. Oak Brook: cln, 1989. 
MORAIS, R. R. Logística empresarial. Curitiba: Intersabere 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
AULA 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Renato da Costa dos Santos 
 
 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Alguma vez você deve ter se perguntado o motivo pelo qual existem os 
chamados operadores logísticos. Responder a esta questão não é muito difícil, 
tendo em vista que as empresas precisam concentrar seus esforços na sua 
atividade fim. Dessa forma, muitas vezes é necessário abrir mão de 
determinadas atividades, que fogem do foco de atuação ou consomem muitos 
esforços, para a sua realização. Ao longo da cadeia, muitas atividades são 
realizadas e as empresas devem manter o foco naquela que melhor sabem 
operar. 
A origem dos operadores logísticos vem atender a uma necessidade de 
aumento da eficiência e eficácia de alguns processos na logística, que são 
fundamentais para a garantia de bons resultados ao longo da cadeia. Os 
chamados operadores logísticos devem ter, no mínimo, competência para 
operar nas três atividades básicas de controle de estoques, armazenagem e 
distribuição e, também, na gestão de transportes. A partir disso, fica mais claro, 
para os gestores das empresas, as decisões pontuais que devem ser tomadas, 
sobre quais áreas investirem (mais ou menos) e quais serviços precisam de 
mais ou menos esforços, para atingir melhores performances. 
Vamos, então, a nossa primeira aula! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
As mudanças de comportamento dos consumidores, aliada a oferta de 
diferentes produtos e serviços, trouxe uma nova concepção sobre o que é 
atendimento em demanda para as empresas em nível global. Não basta mais 
ter qualidade, é preciso ser ágil, flexível, correto, sustentável, socialmente 
responsável e atender, prontamente, as demandas do setor. 
A logística foi, por muito tempo, vista como transportes de mercadorias 
de um lugar para outro, sendo considerada uma atividade integrante da 
administração de empresas. Em tempos de estreitamento de fronteiras e com 
as distâncias cada vez menores entre os países, por conta da internet, surgem 
concorrentes, nos mais diferentes setores, com ofertas ainda mais sedutoras. 
Os consumidores, agora, têm acesso direto aos fabricantes e distribuidores, e 
 
 
3 
seu grau de tolerância está ficando menor em relação a problemas com 
qualidade e tempo de espera. 
Como muitos produtos apresentam ciclos de vida mais curtos como, por 
exemplo, móveis e brinquedos, ou modismos passageiros que atraem uma 
grande parcela da população, aumenta a necessidade por diminuir os tempos 
de ciclo de produção e distribuição, bem como dos níveis de estoque. Dedicar-
se apenas naquilo que melhor sabe fazer é a nova receita para as empresas 
que pretendem prolongar sua sobrevivência no segmento em que atuam. 
Assim, parcerias devem ser feitas com prestadores de serviços logísticos para 
dar conta do gerenciamento das mudanças do ambiente. 
Atualmente, as empresas estão priorizando mais o atendimento das 
necessidades dos clientes, produzindo e distribuindo seus produtos, deixando 
questões como armazenagem, gestão de estoques e transportes para 
empresas especializadas e com know how no setor. Contando com equipes 
especializadas, tecnologias de informação e equipamentos modernos, estes 
operadores logísticos atingem resultados satisfatórios e garantem a eficiência 
da cadeia como um todo. Para a empresa que usufrui de um serviço de 
operador logístico, em suas operações, o principal objetivo é a divisão de 
custos e riscos, além de poder se concentrar em penetrar em novos mercados 
com mais facilidade. Os riscos de custos de manutenção de estoques, 
transportes, despesas administrativas, também, são de interesse da empresa, 
que opta por terceirizar alguns de seus serviços. 
 
TEMA 1 – ORIGEM DOS OPERADORES LOGÍSTICOS 
As mudanças no ambiente empresarial estão exigindo das empresas o 
conhecimento de diferentes áreas e processos para que possam oferecer todas 
as soluções necessárias. Por este motivo, surgem empresas que são 
especializadas em oferecer serviços específicos, criando um setor em franco 
crescimento e ascensão. Atender a demanda exige eficiência, flexibilidade, 
agilidade, qualidade e recursos, o que muitas empresas não conseguem dispor 
ao mesmo tempo. 
Com a quebra de barreiras entre os continentes, o acesso a tecnologias 
de informação e comunicação, ou mesmo comprar um produto, tornou-se uma 
operação muito simples, bastando apenas que o produto esteja disponível nos 
 
 
4 
postos de venda. A exigência por eficiência também aumentou e os clientes 
não se sujeitam a esperar por alguns dias, ou até mesmo horas, para ter em 
suas mãos o produto desejado. Esta situação desencadeou o surgimento de 
empresas especializadas em transporte, os quais são considerados como 
custos altos na operação logística. 
Cada um fazendo o máximo de esforço, em sua competência principal, 
vai contribuir de forma direta para a melhoria da performance de toda a cadeia 
logística. Logo, estreitar as relações com todos os parceiros é fundamental 
para atingir os resultados, mesmo não sendo garantia de sucesso. 
Há um tempo atrás, as empresas terceirizavam tudo que lhes dava 
problema, ou era de difícil gestão. Atualmente, o pensamento é outro, busca-se 
o apoio de um operador logístico para garantir a eficiência dos processos e o 
alcance de melhores resultados. Por outro lado, é preciso uma gestão bastante 
integrada entre o contratante e o operador logístico, em relação aos objetivos 
estratégicos da parceria. Caso isso não seja claro, é possível que os interesses 
acabem sendo distintos, comprometendo as ações desenvolvidas e os 
resultados a serem atingidos. 
 
TEMA 2 – ESTRUTURA, DEFINIÇÕES E TIPOS DE OPERAÇÕES 
De acordo com Ballou (2012, p. 24) “a logística é constituída por 
atividades básicas e atividades de apoio. As básicas são conhecidas como 
transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos”. O autor 
considera como sendo básicas porque são fundamentais para a coordenação e 
o cumprimento das atividades logísticas. Desde a etapa de processamento de 
pedidos até a entrega do produto ao consumidor final, o nível de serviço deve 
ser o mesmo, priorizando sempre a qualidade e agilidade nos processos. 
Os estudos de Ballou (2012), 
 
"apontam como atividades de apoio a logística a armazenagem; o 
manuseio de materiais; a embalagem de proteção; obtenção (seleção 
das fontes de suprimento);programação de produtos e manutenção de 
informação. A integração das atividades primárias com as atividades 
de apoio deve permitir a empresa melhorar o seu nível de serviço e dar 
conta da demanda de seus clientes". 
(BALLOU, 2012) 
 
 
 
5 
 
De acordo Lieb (1996) apud Jardim e Guimarães (2004) existem 13 tipos 
de serviços diferentes que podem ser prestados por um operador logístico: 
 
"gerenciamento de armazém; consolidação de carga; sistemas de 
informação; operação ou gerenciamento de frota; negociação de frete; 
seleção de transportadora; emissão de pedido; importação e 
exportação; retorno de produtos; processamento de pedido; montagem 
ou instalação de produtos; desconsolidação de produtos para clientes; 
gestão de estoque e distribuição". (JARDIM e GUIMARÃES, 2004, p. 
5). 
 
TEMA 3 – SEGMENTAÇÃO DOS OPERADORES DE ACORDO COM AS 
SUAS ATIVIDADES 
Os operadores logísticos estão em evidencia, nos últimos tempos. 
Contudo, neste mercado, o nível de competitividade é alto, tendo em vista que 
algumas empresas estão se especializando cada vez mais em determinados 
áreas. Algumas barreiras ainda são evidentes como, por exemplo, a falta de 
mão de obra qualificada que possa fornecer melhores soluções para os 
problemas. 
Neste contexto, oferecer um serviço de alta qualidade pode ser o divisor 
de águas entre ser ou não ser um provedor de serviços logísticos (PSL) capaz 
de atender os clientes. Existem oportunidades pouco exploradas, como a 
possibilidade de gestão da logística reversa e o gerenciamento da cadeia de 
suprimento do cliente. Quanto mais a empresa se diferenciar das demais, neste 
setor, maiores serão as chances de sucesso no mercado logístico. 
A empresa precisa saber identificar em qual segmento/foco deseja atuar 
como operador logístico, seja no transporte ou na armazenagem, não importa. 
O que se espera é que as empresas PSL saibam assumir os riscos, dividir os 
custos e fazer o fluxo de informações fluir por toda a cadeia logística. O PSL 
precisa ser u integrador, ou especialista em uma determinada área, consultor, 
em muitos casos, e viabilizar a troca de tecnologias. O objetivo deve ser o 
mesmo, redução de custos e melhoria no atendimento ao cliente. Em alguns 
casos, as empresas podem optar por ter apenas um PSL ao em vez de vários 
outros menos subcontratados, fazendo com que ele seja responsável por todo 
o fluxo e garantindo maior flexibilidade às mudanças ambientais. Assim, 
 
 
6 
colaborando com a otimização de toda a cadeia logística ao em vez de ganhar 
apenas em alguns setores. 
O primeiro passo para se aderir, ou não, a parcerias com PSL, é fazer 
algumas perguntas básicas: quais os pontos fortes e fracos da cadeia? Qual o 
custo total logístico da empresa que deseja fazer parceria com um PSL? Qual o 
nível de satisfação dos clientes em relação ao seu serviço? Enfim, a partir das 
respostas, para estas e outras perguntas, é possível que a empresa 
interessada em fazer uma parceria com um PSL, possa tomar a decisão certa. 
 
TEMA 4 – CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DOS OPERADORES 
Para a escolha dos operadores logísticos, alguns critérios devem ser 
discutidos pela administração da empresa. Aspectos como instalações e 
equipamentos, locais de armazenagem, equipamentos, layout, portfolio, 
experiências anteriores, capital humano treinado e capacitado, entre outras 
características. Outro passo importante é a própria empresa conhecer quais 
são as suas competências centrais e, se possível, terceirizar as demais 
atividades. 
Devem ter capacidade para operação e expertise no assunto. Um bom 
operador logístico diminui o tempo, aumenta a velocidade e possibilita precisão 
operacional logística. Outras questões devem ser levadas em conta como a 
capacidade de agregar valor ao serviço, discutindo sempre possibilidades de 
melhoria. Manter de forma constante e precisa o fluxo informacional, buscando 
sempre a eficiência do serviço a ser prestado. Para tal, a estrutura deve ser 
adequada e condizente com o tipo de serviço a ser prestado e a condição 
técnica operacional para o exercício da atividade. 
O primeiro passo a ser dado pelas empresas que desejam fazer uso de 
PSL, é pesquisar o mercado e identificar os potenciais operadores que tem 
condições de atender as suas necessidades. A principal diferença entre um 
operador logístico e uma empresa que presta um serviço, é que o primeiro é 
uma pessoa jurídica capacitada que, por meio de contratos, meios próprios ou 
de terceiros, presta serviços de transporte, gestão de estoques e 
armazenagem. O operador também deve oferecer soluções para a empresa 
 
 
7 
que presta serviços, garantindo a qualidade em todas as etapas da cadeia de 
abastecimento. 
 
TEMA 5 – INDICADORES DE DESEMPENHO DOS OPERADORES 
De acordo com a literatura, aquilo que não se mede, não se pode 
avaliar; ou seja, se não podemos mensurar o grau de eficiência de um 
determinado produto, como poderemos dizer se ele é ou não adequado? A 
qualidade na prestação de serviços é um objetivo a ser alcançado diariamente. 
As equipes de trabalho têm seu foco na qualidade e por meio de suas 
atividades buscam chegar a excelência do negócio. 
A qualidade nos serviços logísticos deve estar atrelada a minimização 
dos erros, agilidade (velocidade), no atendimento às necessidades, 
continuidade (a operação não pode parar abruptamente), qualidade e eficiência 
na troca de informações, integração dos processos e flexibilidade diante das 
mudanças ambientais. Poderíamos apontar outras questões, como tecnologia 
adequada e eficiente para uso em operações, ou ainda, pessoal treinado e 
especializado no serviço logístico. 
O mais importante é como a empresa pretende medir estas variáveis. 
Isso significa, escolher as melhores métricas para medição e posterior análise. 
Um exemplo simples poderia ser a medição do faturamento dos canais de 
distribuição, identificando quais trazem mais receita para a empresa. 
Indicadores de produtividade, qualidade, lucratividade, de valor e efetividade, 
são outros exemplos de possíveis indicadores que a empresa pode utilizar. 
Os indicadores de desempenho ajudam na tomada de decisão 
estratégica, independentemente do setor de atuação ou porte. Novas metas 
poderão ser traçadas, novos objetivos a serem atingidos e assim, dar suporte a 
empresa para fazer possíveis melhorias. 
TROCANDO IDEIAS 
Agora que você já está mais acostumado com os conceitos sobre a 
importância dos operadores logísticos, vamos praticar um pouco mais. Imagine 
que você trabalha para um operador logístico de transportes e com a demanda 
por produtos alimentícios em alta, sua empresa precisa prestar atenção no 
 
 
8 
nível de satisfação dos seus clientes. A partir daí você precisa estabelecer 
alguns indicadores de desempenho que possam servir de análise e discussão 
sobre possíveis melhorias ou correções de erros. Aponte 3 indicadores de 
desempenho que você entende ser essencial no transporte de mercadorias e 
discuta com os seus colegas. Boa sorte! 
NA PRÁTICA 
Estudo de caso: 
A Cefri/Cefrinor, empresa fundada em 1973, é uma operadora logística 
voltada para o segmento de produtos frigoconservados. 
 A empresa foi a primeira no mercado brasileiro a operar no conceito de 
armazenagem vertical frigorificada com estruturas autoportantes e de porta-
pallets. 
Além disso, por meio de um contínuo programa de modernizações de 
suas instalações e sistemas, tem se mantido tecnologicamente atualizada ao 
longo dos anos. A empresa mantém duas unidades, localizadas em Mairinque, 
São Paulo, e Simões Filho, Bahia. 
 
O desafio 
Sempre atenta a soluções capazes de aumentar a produtividadee a 
precisão dos funcionários, o grupo Cefri/Cefrinor adotou há três anos em sua 
unidade nordestina - a Cefrinor, um dos maiores centros de distribuição e 
armazenamento de produtos congelados e refrigerados da América Latina. O 
sistema de distribuição é dirigido por voz da Vocollect. 
Assim, diante do aumento de 25% na produtividade da empresa, apenas 
quatro meses após a instalação da tecnologia no Nordeste, o grupo decidiu 
ampliar o seu uso para todas as unidades, extinguindo as listas em papel, que 
deixavam uma larga margem de erros no processo de separação de produtos. 
 
A solução 
Para atender a esta demanda, o grupo iniciou um projeto para expansão 
e modernização do centro de distribuição. Os investimentos previstos para esta 
 
 
9 
ampliação são do montante de R$ 20 mil na planta localizada na Bahia e mais 
R$ 2,5 mil na base paulista. 
a) Identifique e descreva dois resultados e benefícios possíveis a 
partir dos investimentos feitos pela empresa. 
 
SÍNTESE 
Neste primeiro contato com as definições de operadores logísticos, você 
deve ter aprendido os principais conceitos sobre o tema e como colocar em 
prática ações que visem a melhoria do nível de serviço na cadeia logística. A 
partir de agora, você tem subsídios para tomar decisões mais acertadas em 
relação as atividades logísticas da cadeia e quais podem ser as mais 
adequadas para cada momento. 
Lembre-se de identificar qual a parte central da sua empresa, de acordo 
com as estratégias de negócios adotados anteriormente. Somente com este 
diagnóstico, é possível reunir informações suficientes para decidir se vai ou não 
terceirizar determinada atividade. Leve em consideração questões geográficas, 
financeiras, de capital humano e tecnológicas, podendo, é claro, ser incluídas 
outras variáveis neste processo. 
Diante disso, alguns pontos de reflexão devem ser levados em 
consideração sobre os operadores logísticos: 
a) Selecione-os com base em indicadores claros e objetivos. 
b) Terceirizar uma atividade não significa perder o controle do 
ocorre com ela. 
c) Os fluxos de informação da cadeia devem ser preservados 
e constantes ao longo do processo. 
d) O objetivo do estabelecimento de uma parceria é nada 
mais, nada menos do que unir esforços para ganhar em 
competividade. 
e) Compete aos gestores das empresas minimizar os conflitos 
e garantir a continuidade das atividades logísticas. 
 
 
 
10 
 
REFERÊNCIAS 
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: 
planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2001. 
BOWERSOX, D. J. Leading Edge Logistics: a competitive 
positioning for the 1990’s-comprehensive research on logistics 
organization strategy and behavior in North America. Oak Brook: cln, 1989. 
FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (organização). 
Logística empresarial: a perspectiva brasileira. 1 ed. 15. reimpr. São Paulo: 
Atlas, 2012. 
JARDIM, E. G. M.; GUIMARÃES, L. A. Operadores logísticos: uma 
síntese de benefícios e riscos. XI SIMPEP Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de 
novembro de 2004. 
MORAIS, R. R. Logística empresarial. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de 
suprimentos: estratégia, operação e avaliação. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2001. 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
LOGÍSTICA EMPRESARIAL 
AULA 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Renato da Costa dos Santos 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Os armazéns são vistos como pontos estratégicos que devem ser muito 
bem aproveitados para atingir os objetivos logísticos. Será que a sua empresa 
tem condições de organizar um espaço físico para armazenagem? Ou será 
melhor terceirizar esta expertise, concentrando os seus esforços em outras 
atividades que possam trazer melhores resultados? Estas perguntas devem ser 
respondidas pelos gestores com a maior precisão possível. 
A escolha do local, a estrutura, o acesso, equipamentos necessários, tudo 
deve ser levado em consideração, afim de reduzir os riscos de uma escolha 
equivocada. Segundo Ballou (2012, p. 155), existem quatro razões básicas para 
se organizar um espaço físico de armazenagem: “reduzir custos de transporte e 
produção; coordenar suprimento e demanda; auxiliar o processo de produção e; 
auxiliar o processo de marketing”. 
Cabe a você gestor viabilizar as melhores alternativas para que sua 
empresa tome a melhor decisão e atinja os seus objetivos de curto, médio e 
longo prazo. Por meio do conceito de just in time (produzir, transportar ou 
comprar na hora certa), as empresas estão optando por não investir em 
armazenagem para reduzir drasticamente seus custos. 
Muito bem, agora, então, vamos a nossa aula! 
CONTEXTUALIZANDO 
Reduzir custos é a frase que mais se escuta nas reuniões de empresas. 
Diante das adversidades do ambiente e a mudança de comportamento dos 
consumidores as empresas estão repensando as suas atividades. Assim, 
qualquer alternativa que possa gerar economia deve ser levada em 
consideração. A armazenagem, segundo Ballou (2012, p. 158), oferece quatro 
classes principais sendo: 
1. abrigo; 
2. consolidação; 
3. transferência e transbordo; 
4. agrupamento ou composição (mixing). 
 
 
 
3 
 
A solução criativa dos condomínios de armazenagem busca dar suporte 
aqueles produtores que não podem arcar com os custos de armazenamento dos 
seus produtos. Em geral, de acordo com o nível de produção e o tamanho da 
propriedade, é dividida uma cota entre os produtores, que tem o direito de usar 
os galpões e/ou terminais para armazenagem de seus produtos. A gestão toda 
é feita por profissionais especializados de incorporadoras imobiliárias e os locais 
oferecem uma gama de serviços como, alimentação, alojamentos, segurança, 
transporte, movimentação de cargas e espaço físico suficiente para as 
operações. 
No caso da agricultura brasileira, especialmente falando da soja, é muito 
mais comum encontrarmos os condomínios de armazenagem ou logísticos como 
consideram especialistas. Estados do Sul e do Sudeste, conhecidos por 
produzirem soja, reúnem boa parte dos condomínios de armazenagem. 
(AGROLINK, Condomínios de armazéns impulsionam setor de estocagem de 
grãos no Brasil. Disponível em: 
http://www.agrolink.com.br/culturas/milho/noticia/condominios-de-
armazens-impulsionam-setor-de-estocagem-de-graos-no-brasil_344498.html 
 
Com a recuperação da economia brasileira e mundial, e o Brasil sendo 
um dos maiores produtores de soja do mundo, espera-se que estes condomínios 
de armazenagem cresçam ainda mais. A ideia é que mais empresas adotem este 
conceito para que possam concentrar esforços apenas em suas atividades fins. 
 
TEMA 1 – CONCEITO DE TERCEIRIZAÇÃO DA ARMAZENAGEM 
Com o objetivo de reduzir os seus custos e investir em outras atividades 
logísticas, as empresas estão buscando identificar quais as áreas que podem ou 
não ser terceirizadas. Garantir a sua participação de mercado em um segmento 
é o resultado a ser atingido. Assim, dedicar seu tempo em fazer melhor aquilo 
que está mais adaptada a fazer, passou a ser a lógica das empresas. 
 
 
 
4 
Delegar atividades consideradas complementares a terceiros, deve ser 
vista como uma oportunidade de especializar ainda mais a cadeia de 
suprimentos. Segundo Bertaglia (2009, p. 80) “a terceirização pode orientar a 
organização a reduzir tempos de ciclos, aumentar a velocidade na tomada de 
decisões, reduzir custos indiretos e concentrar-se na essência do negócio”. 
As empresas que escolhem terceirizar sua armazenagem

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