Buscar

Gestão da Produção AP2

Prévia do material em texto

De acordo com Slack et al. (2002), estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação. De outra forma: é a quantidade de materiais, tanto de matérias-primas quanto de produtos acabados, que uma organização mantém para atender as necessidades de seus consumidores. De acordo com a quantidade prevista de pedidos por parte dos clientes, a organização necessita antecipar a compra de matérias-primas para fabricar os produtos finais a serem vendidos, evitando possíveis interrupções na produção. Assim, a formação de estoque de matérias-primas em uma operação produtiva pode servir para minimizar os riscos de interrupção do processo.
Para Corrêa e Corrêa (2004), o estoque de matéria-prima regula as taxas de suprimento entre os fornecedores e a demanda da empresa.
Quando o estoque regula a taxa de produção entre dois equipamentos subseqüentes na fabricação, ele é denominado estoque de material semi-acabado. Este estoque se caracteriza pelo fato de a matéria-prima ter sofrido algum tipo de processamento (beneficiamento), mas ainda não estar completamente terminada, ou seja, ela ainda não é considerada um produto acabado e pronto para o consumo.
Por fim, temos o estoque de produtos acabados, que regula a taxa de produção do processo produtivo com a demanda de mercado. Essa classificação talvez seja a mais comum, devido à natureza da imprevisibilidade de consumo por parte dos clientes. Armazenam-se produtos finais frente à expectativa futura de consumo.
Além da classificação por estágio de produção, os estoques podem ser classificados quanto ao uso ou à aplicação. Os materiais que uma organização utiliza podem ser diretos ou indiretos. Materiais diretos são aqueles que, de alguma forma, são agregados ao produto final, ou seja, materiais que são transformados em produto acabado; por exemplo, a borracha que compõe um pneu de uma montadora de automóveis. 
Materiais indiretos são aqueles que não se agregam ao produto final; são considerados auxiliares; como exemplo, temos: lubrificantes e ferramentas, dentre outros.
A decisão de gerar e manter estoque faz parte de um plano estratégico da empresa, envolvendo quase todas as suas áreas (marketing, produção, finanças, compras e, eventualmente, outras).
Demanda independente é aquela que decorre dos pedidos dos clientes, normalmente caracterizada pelos pedidos de produtos finais.
A demanda dependente permite, ao contrário, que o consumo futuro seja previsto (calculado) com base em fatores que estão sob o controle da empresa. Geralmente, são componentes, peças ou itens que farão parte do produto final de outras organizações.
Para Martins e Alt (2000), podemos classificar os custos totais envolvidos no estoque em três categorias: custos diretamente proporcionais à quantidade em estoque; custos inversamente proporcionais à quantidade em estoque; custos independentes da quantidade estocada.
O somatório desses custos resulta no valor do Custo Total, que ajuda a empresa a avaliar o impacto financeiro de manter seus estoques.
Os custos diretamente proporcionais ocorrem quando os custos crescem com o aumento da quantidade média estocada. Por exemplo: quanto maior o estoque, mais caro é mantê-lo. Do mesmo modo, quanto maior a quantidade de itens armazenados, maior é a área necessária e maior o custo de aluguel.
A segunda categoria de custos que compõe o cálculo do Custo Total de estoques são os custos inversamente proporcionais. Tais custos, ao contrário do tipo anterior, diminuem com o aumento da quantidade média em estoque; isto é: quanto mais elevados os estoque, menores serão os valores desses custos; ou, se você preferir, quanto menor a quantidade em estoque maior será o custo. Os custos inversamente proporcionais (Cip) são caracterizados, basicamente, pelos custos de pedir, que envolvem pedido, cotação, frete, recebimento dos materiais e outros.
A última categoria envolve os custos independentes (Ci). Como o próprio nome induz, esses custos independem do estoque médio mantido pela empresa. Como exemplo, podemos citar o aluguel do armazém: independente do fato de ele estar cheio ou vazio, o valor do aluguel é o mesmo, assim como a energia elétrica utilizada pelo armazém; são valores fixos que devem ser considerados no cálculo dos Custos Totais.
O LEC (Lote Econômico de Compra) é a quantidade pedida que, matematicamente, permite que o valor do Custo Total seja o menor. Para Slack et al. (2002), essa abordagem tenta encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens e desvantagens de manter estoque.
O Lote Econômico de Produção tem a mesma finalidade do LEC; a diferença é que ele é aplicado na produção dos itens, e não na compra deles. O LEP permite que a organização encontre a melhor quantidade de produção, como no LEC, e assim pratique os menores Custos Totais de estoque em processo.