Buscar

Estabilização da Tutela Antecipada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - UNIARP
Direito – 8ª Fase
Processo Civil IV – Cautelares
A ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA
Para evitar a deterioração ou até mesmo a perda do direito da Parte em determinados casos, o Código de Processo Civil - CPC, através do artigo 300, previu um instituto conhecido como tutela de urgência, o qual divide-se em duas modalidades, sendo: a) tutela cautelar, encontrada a partir do artigo 303; b) tutela antecipada, encontrada a partir do artigo 305.
Assim, diante da extrema relevância deste instituto, tanto no âmbito jurídico quanto acadêmico, o presente estudo terá como foco a tutela antecipada, mais especificamente no que diz respeito à possibilidade, ou não, de estabilização da mesma. 
Pois bem, a tutela antecipada consiste no pedido do autor, em processo de conhecimento, e deferido pelo juiz por meio de decisão interlocutória, onde,se julgado procedente, os efeitos do julgamento de mérito serão antecipados ao postulante, tanto em primeira instância quanto em grau de recurso.
Para que esse pedido seja deferido, há que se preencher os requisitos, quais sejam: risco de dano irreparável ou de incerta reparação, também chamado de periculum in mora, a parte deve provar que a demora na tutela jurisdicional causará um dano irreparável; verossimilhança do direito pleiteado, ou fumus bonis iuris, o magistrado trabalha com probabilidades e juízo de cognição, decidindo pelo acolhimento ou não dos pedidos do autor na inicial; e a possibilidade de reversão da medida concedida, para ser deferida, deve haver a possibilidade de reversão dos efeitos da decisão provisória.
Segundo o artigo 294, p. único do CPC, referido instituto poderá ser concedido em caráter incidental, quando requerido após formulado o pedido principal, dispensando o recolhimento de novas custas e preenchidos os requisitos de probabilidade do direito e perigo de dano, além de o magistrado poder determinar caução, ou, em caráter antecedente, quando necessita da constituição de processo antecedente ao pedido principal, com o recolhimento de custas, devendo posteriormente ser aditada, acrescentando-se o pedido inicial, além dos demais requisitos.[1: FLORIO, Líbia Cristiane Corrêa de Andrade e. As tutelas provisórias de urgência: antecipada e cautelar (liminar, antecedente, ou incidental) no novo CPC. Disponível em: <https://libiacristiane.jusbrasil.com.br/artigos/327252318/as-tutelas-provisorias-de-urgencia-antecipada-e-cautelar-liminar-antecedente-ou-incidental-no-novo-cpc>. Acesso em 27 nov. 2016.]
O foco do presente estudo paira sobre a estabilidade prevista no artigo 304 do CPC, o qual refere-se à tutela antecipada concedida em caráter antecedente, assim:
Art. 304.  A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto; § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput; § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o; [...]; § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o; § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.[2: BRASIL, Lei n° 13.105, de 16 de Março de 2015. 
Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 27 nov. 2016.]
Tal artigo dispõe que, acaso não seja interposto recurso da decisão que concedeu a tutela antecipada em caráter antecedente, a mesma irá estabilizar-se e acarretar na extinção do processo, somente podendo ser reformada ou invalidade se, no prazo de 02 (dois) anos, a parte inconformada promover nova ação donde advenha decisão neste sentido.
Vale destacar que a princípio, pela antecipação se pautar em uma mera probabilidade, deve-se oportunizar às partes a continuidade do procedimento (complementação da petição inicial e citação do requerido para comparecer em audiência de mediação/ conciliação, contando-se a partir daí, o prazo para sua defesa) para se ter a certeza dos fatos. Todavia, se o maior interessado, ou seja, a parte contraria atingida pelo deferimento da medida, se omite, significa que concorda com ela, não exigindo mais qualquer providencia por parte de seu beneficiário. Ou seja, não será preciso que ele prove, de maneira exauriente, o que alegou.
Nada obstante, justamente por basear-se na probabilidade, não significa que a tutela se torne imutável, mas apenas estável, de sorte que a parte prejudicada com a medida (qualquer uma delas) poderá, se for de seu interesse, desarquivá-la (vez que a ausência do recurso, extingue o processo) com a finalidade de provar, de maneira mais profunda a inexistência ou a improcedência da demanda estabilizada. Não apenas isso, mas de maneira mais abrangente o parágrafo 2º do Artigo 304 do novo CPC , franqueia a qualquer das partes a possibilidade de demandar a outra com a finalidade de rever, reformar ou invalidar a tutela estabilizada.
Essa característica imposta pelo novo CPC, de tornar a liminar deferida em definitiva não viola modelo constitucional, muito pelo contrário, esclarece uma situação que sempre foi possível.
Portanto, a estabilização da tutela antecipada refere-se à possibilidade de conservar a eficácia da antecipação, mesmo sem decisão de mérito decidindo definitivamente a lide submetida à análise do judiciário. Tem como ponto positivo, a demonstração, ao postulante, que há razão na proposição do seu pedido, e propor o pedido principal dentro do prazo previsto, para garantir que a medida antecipada não perca a eficácia, mesmo que não haja interesse na garantia plena sobre a matéria de decisão definitiva, em razão de a tutela antecipada ter sanado o seu direito.
REFERÊNCIAS
FLORIO, Líbia Cristiane Corrêa de Andrade e. As tutelas provisórias de urgência: antecipada e cautelar (liminar, antecedente, ou incidental) no novo CPC. Disponível em: <https://libiacristiane.jusbrasil.com.br/artigos/327252318/as-tutelas-provisorias-de-urgencia-antecipada-e-cautelar-liminar-antecedente-ou-incidental-no-novo-cpc>. Acesso em 27 nov. 2016.
BRASIL, Lei n° 13.105, de 16 de Março de 2015. 
Código de Processo Civil. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 27 nov. 2016.
http://www.conjur.com.br/2015-nov-17/marina-vezzoni-cpc-regrou-estabilizacao-tutela-antecipada

Outros materiais