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Tapembol Curso Prático

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Curso Prático
Ensinando a Ensinar
História, Princípios, Ambientação, Módulos, Circuito, O Jogo.
Marco Aurélio Cândido Rocha
Provisionado em Educação Física
Graduando em Licenciatura em Educação Física – EAD pela Universidade FUMEC
Diretor de Departamento de Esportes pela Prefeitura Municipal de Caeté
Professor de Educação Física no CEW PROMOVE
Professor de Musculação e Dança na Academia Andrade
Belo Horizonte/MG - 10 de outubro de 2009 Apoio: SEMEL
1. Apresentação:
O Tapembol foi criado na cidade de Caeté, Minas Gerais, em julho de 2007, na Escola 
CEW PROMOVE, onde, de forma gradativa e ao longo do tempo, foram implantadas novas 
regras, de acordo com as necessidades e novos fatos que foram aparecendo.
Hoje, com o “Manual de Regras” e os “Módulos de Treinamento”, ficou mais fácil sua 
implementação em qualquer lugar, uma vez que todas as ações já estão definidas e o 
jogo acontece seguindo o verdadeiro sentido do trabalho em equipe.
O jogo se tornou tão fácil de praticar, que pulou os muros da escola e já possui adeptos 
em outras escolas de Caeté, bem como em cidades próximas como Jaboticatubas, Lagoa 
Santa, Diamantina e Viçosa, que viram os benefícios do jogo e o estão aplicando de 
forma criativa em suas aulas de Educação Física.
Sendo um esporte criado no meio escolar, ele vem de encontro a unir todos os alunos em 
uma mesma aula, fazendo do momento de atividade física um prazer para todos os 
praticantes, independente de sua biotipologia.
Quando dizemos que é "Um jogo de todos", é porque ele é da criança, do adolescente, 
do jovem, do adulto e de todos que tenham a vontade de praticar, não importando se é 
alto, magro, baixo ou gordo ou até mesmo que não tenha adquirido vivências de 
movimentações em outros esportes.
Ao levantar a mão em direção a bola o aluno vai desenvolver, dentro da quadra, 
inúmeras possibilidades para o seu corpo e lá fora, mais cidadania, tornando-se uma 
pessoa melhor.
 
a) Academia de Polícia de Minas Gerais - Convênio Fumec - Treinamento
2. Objetivos:
Este curso tem como objetivo, ensinar as pessoas, com uma prática dinâmica, passar de 
forma bem tranqüila os princípios e fundamentos do jogo, bem como saber explorar suas 
possibilidades e torná-lo agradável através de recreações e módulos estáticos e 
dinamizados.
Ao passarem pela recreação, módulos e a vivência do próprio jogo de forma 
seqüenciada, estaremos construindo pouco a pouco uma visão lúdica e prazerosa do 
jogo, ampliando as possibilidades de sua aplicação em quaisquer meios, seja na 
educação física escolar, em forma de lazer ou até mesmo de competição.
3. Metodologia:
Partindo do princípio de “Ocupar e Oferecer”, todo o curso se baseia em que, ao passar 
a bola, o atleta deve ocupar uma nova posição em referência ao seu parceiro, a bola, e 
aos demais componentes dos módulos e do jogo e se oferecer para uma nova recepção, 
quer seja em virtude do jogo ou dos módulos, podendo ele receber ou não a bola, mas 
estando preparado como se fosse.
3.1 - Ambientação: (1ª Parte)
Este primeiro momento se preocupa em fazer o primeiro contato do participante com o 
Tapembol, uma vez que ele vai manusear, arremessar, agarrar, conduzir, perceber a 
bola e o espaço. 
3.1.1 - Círculo único:
Todos os participantes se dispõe em roda.
A bola é passada por arremesso com umas das mãos e agarrada com as duas. Aquele que 
arremessa tem que ocupar uma nova posição e se oferecer, assim como os demais.
3.1.2 - Círculo Duplo:
Em duas rodas próximas, a passagem de bola muda, mas “Ocupar e Oferecer” estará 
sempre em evidência. Ao ser arremessada, a bola deverá quicar uma vez no chão antes 
de atingir as mãos do outro participante.
 
3.2 - Recreação: (2ª Parte)
Estas atividades entram no sentido de familiarizar os participantes, bem como vivenciar 
possíveis situações do jogo.
3.2.1 - Peru Normal:
O objetivo desta atividade é fazer com que os participantes tenham noção da relação 
bola/espaço/companheiro/adversário/ocupar/oferecer.
Quando a metade da turma estiver peru, aquele que agarrar a bola volta para a roda.
Ir aumentando as exigências de ser peru no desenrolar da atividade:
Permanecer mais de 5 segundos com a bola
Mandar a bola para fora da roda
Devolver a bola para a mesma pessoa
Não ocupar novo espaço
 
3.2.2 - Peru de Tapa:
Em um círculo, com um atleta ao centro, a bola deverá ser passada utilizando-se dos 
fundamentos do jogo. Caso o peru pegue a bola, este a devolve para a roda, 
aumentando assim o número de participantes no centro.
Determinar o número de toques na bola.
Determinar o tipo de toque na bola.
Não mandar a bola para quem acabou de lhe mandar a bola.
Mandar a bola para fora da roda é peru.
Utilizar de soco, chute, duas mãos, segurar, dominar com o corpo
Não se movimentar em relação a bola, trocando de lugar é peru.
Ao invés de trocar o jogador do centro, a bola é devolvida para a roda. Quando metade 
da turma estiver como peru, voltar para a roda aquele que conseguir pegar a bola. 
3.3 - Módulos: (3ª Parte)
Esta fase demonstra com especificidade e dinamismo várias situações encontradas no 
jogo. Depois dos módulos os participantes identificam-se melhor com o jogo, estando 
aptos para decisões em quadra quando o mesmo estiver acontecendo.
3.3.1 - Circuito Itinerante:
Formar grupos de alunos com o mesmo número de integrantes em cada um. Observar o 
porte físico de cada um e distribuir uniformemente, pois estes serão os times para a 
última fase. Colocar um tipo de toque em cada grupo, que será feito observando-se a 
função de “Ocupar e Oferecer”. Em um momento definido, um integrante do primeiro 
grupo leva o toque que estava em seu grupo para o próximo, ensinando-o, enquanto que 
um integrante deste grupo vai ao próximo levando o seu toque e assim por diante. A 
cada momento irá uma pessoa diferente do grupo até que todos tenham mudado, 
levando um toque diferente.
Quando todos já tiverem ido, renovar os toques de cada grupo.
Exemplo: Para uma turma de 36 (trinta e seis) participantes, dividir em 6 (seis) grupos 
de 6 (seis).
 
Tipos de Toques:
Todos os toques deverão ser feitos com uma mão, que estará aberta. Uma nova posição 
deve ser ocupada.
• Sacar por baixo mudando de lugar/Segurar a bola na recepção/Sacar e mudar de 
lugar
• Saque por cima/Segurar a bola na recepção/Sacar e mudar de lugar
• Saque da bola uma vez no chão/Segurar a bola na recepção/Sacar e mudar de 
lugar
• Soltar a bola e sacar por baixo/Segurar a bola na recepção/Soltar, sacar e mudar 
de lugar
• Dominar com uma mão e bater com a outra
• Dominar e bater com a mesma mão
• Bloquear com as duas mãos e bater por baixo
• Momento de espera com um toque por baixo
• Conduzir a bola com dois toques por baixo sem tocar o solo
• Conduzir a bola com dois toques por cima sem tocar o solo
• Conduzir a bola com dois toques por baixo, tocando uma vez o solo
• Conduzir a bola com um toque por cima, tocando uma vez ao solo e o próximo por 
baixo
• Conduzir a bola tocando duas vezes o solo (Toques por cima)
• Conduzir a bola tocando duas vezes o solo (Toques por baixo)
3.4 – O Jogo: (4ª Parte)
No jogo é permitido usar somente uma mão, que vai estar aberta para bater na bola. É 
permitido um ou dois toques por vez. No terceiro toque a bola passa a ser do adversário.
O objetivo do jogo é marcar gol no time adversário.
Cada time conta com 6 (seis) jogadores, sendo 1 goleiro, 2 defesas, 2 laterais e 1 
central.
A duração do jogo é de 2 (dois) tempos de 12 (doze) minutos cada. Em caso de empate, 
vence o time que cometeu o menor número de faltas.
Toda cobrança de faltas, quer sejam elas táticas, físicas e ou/verbais, são cobradas no 
local sem a intervençãodos árbitros (são dois). Esta cobrança deve ser feita em 5 (cinco) 
segundos.
As laterais são cobradas com um pé na linha e outro fora, dando um saque por cima ou 
por baixo.
Em relação a bola, não é permitido:
• Chutar / Segurar
• Bloquear intencionalmente com outras partes do corpo (cabeça, peito, coxa, etc)
• Utilizar as duas mãos (salvo para bloqueio)
• Socar
• Segurar
Obs.: Caso a bola bata sem intenção em quaisquer partes do corpo, não é falta, mas é 
considerado um lance. Se a bola bater duas vezes consecutivas, o terceiro é reversão.
Utilizando o mesmo espaço do futsal, a quadra para se jogar o Tapembol recebe algumas 
atenções especiais:
A área: 
O Goleiro não pode avançar, mas atua lateralmente na Expansão de Área, onde ele é um 
jogador com direito a dois toques como os demais. Ao voltar a bola para a área ele não 
pode agarrar, mas pode dar mais um toque.
Quanto ao recuo da bola por um jogador do mesmo time, o goleiro não pode segurar a 
bola, mas dar um toque para fora da área.
A Vantagem de Área:
Ocorre quando acontece uma falta dentro da área. É cobrada por dois jogadores na linha 
da área. Um saca para o outro que, sem sair do lugar dá um saque em direção ao gol.
Pontos de Vantagem:
São quatro pontos marcados nas laterais. São pontos onde ações do goleiro, saída de 
bola, volta ao jogo e outras situações são utilizados para reiniciar o jogo, acontecendo a 
cobrança na defesa ou no ataque.
Obs.: As demais regras, para este curso prático, vão sendo demonstradas assim que a 
necessidade exigir e dúvidas entre os participantes forem aparecendo.
4. Considerações Finais
Com 2 (dois) anos de existência, o Tapembol já tem feito muito por crianças e 
adolescentes que não praticavam nenhuma atividade física na escola, ficando somente 
por conta de ajudar o professor ou até mesmo executando jogos de tabuleiros e 
atividades que não exigiam muito esforço físico.
Hoje, levar esta “Ferramenta Pedagógica” a todos que necessitem de atividades físicas 
inclusivas, é uma forma de ampliar os benefícios que outros tiveram e estão tendo pela 
vivência do jogo.
O Tapembol entra na área escolar para ser mais uma opção para a participação de 
meninos e meninas, aptos ou não, em um mesmo ambiente.

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